Buscar

Aulas Processo Penal

Prévia do material em texto

PROCESSO PENAL
Lei 11.719/08 (Alterou procedimentos no CPP).
Lei 11.689/08 (Alterou o júri).
Lei 11.690/08 (Alterou capítulo provas).
Lei 11.900/10 (Alterou interrogatório).
Lei 12.403/11 (Alterou provas, liberdade provisória e fiança).
Conceito de Processo Penal: é o procedimento administrativo inquisitório e preparatório consistente em conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para apuração da infração penal e sua autoria.
Natureza Jurídica: procedimento administrativo. As irregularidades cometidas no processo penal não irão anular a futura ação penal.
Presidência do Inquérito Policial: autoridade policial que exerce as funções de polícia judiciária.
Funções da Polícia Judiciária x Polícia Investigativa (alguns autores diferenciam mas é a mesma coisa). Polícia Judiciária é aquela que auxilia o Poder Judiciário no cumprimento de suas ordens (ex. busca e apreensão). Já a Polícia Investigativa é aquela que atua na apuração de infrações penais e sua autoria. 
Art. 144, parágrafo 1°, I (Polícia Investigativa) e IV (Polícia Judiciária) da CF. 
Atribuições da Polícia Investigativa
	COMPETÊNCIA
	QUEM INVESTIGA
	AUTORIDADE
	Justiça Militar
	Própria corporação – Inquérito policial militar
	Encarregado
	Justiça Federal
	Polícia Federal
	Delegado Federal
	Justiça Estadual
	Polícia Federal e Civil
	Delegado
	Justiça Eleitoral
	Polícia Federal
	Delegado / inquérito policial
Características do Inquérito Policial:
É uma peça escrita (art. 9, CPP). Art 405, parágrafo 1° do CPP redação dada pela Lei 11.719/08.
É instrumental. É um instrumento utilizado pelo Estado para colher informações quanto autoria e materialidade.
É obrigatório para o delegado porque ele é obrigado a instaurar o inquérito policial. Cabe recurso ao Secretário ou Delegado Geral quando o delegado indefere o inquérito policial, no âmbito federal é o superintendente.
É dispensável, não é absolutamente necessário para instauração da ação penal, mas para o delegado é obrigatório. Art. 27, CPP.
Sigiloso: quem controla o andamento do inquérito policial é o juiz e o Ministério Público. Art. 5/, LXIII, CF. O advogado só tem acesso ás informações que já estão inseridas no inquérito mas não ás diligências em andamento. Súmula 14, STF.
Noções Introdutórias
Generalidades:
Direito de Pena – “jus puniendi” e “jus perseguendi”
Interesse, pretensões, conflitos de interesses.
Formas de eliminação de conflitos.
Autotutela
Autocomposição
Processo e jurisdição
Interesse é a disposição de satisfazer uma necessidade.
Pretensão é a exigência de subordinação do interesse alheio a um interesse próprio.
Conflito de interesses ocorre sempre que houver resistência a uma pretensão.
Lide: ocorre quando o sujeito de um dos interesses em conflito encontra resistência no outro sujeito.
Carmelutti: lide é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão (requer) resistida (ficar) ou insatisfeita. Há 2 formas de eliminação de conflitos:
Por obra de um ou ambos os sujeitos.
Por obra de terceiros.
Autotutela: remonta aos primórdios da civilização e caracteriza-se pelo uso da força bruta para satisfação de interesses. A repressão era por regime de vingança privada, ora pelo Estado, sem a interposição de órgãos imparciais. Características: ausência de um juízo imparcial e imposição da decisão por uma das partes á outra.
Autocomposição: ocorre quando uma das partes do conflito abre mão do seu interesse em favor da outra ou quando ambas renunciam a parcela de suas pretensões para solucionar pacificamente as suas divergências. Espécies: 
Desistência (uma das partes desiste) – renúncia.
Submissão (uma das partes se submete á pretensão da outra).
Transação (quando ambas as partes cedem).
Processo e Jurisdição
Jurisdição: uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui para imparcialmente, aplicar o direito ao caso concreto, solucionando parcialmente o litígio.
Processo: é uma das formas pelas quais o Estado resolve os conflitos de interesses, constituindo-se em uma sucessão de atos procurando dirimir esses conflitos.
“Jus puniendi”: é o direito que o Estado possui de aplicar uma sanção a quem contrarie preceitos contidos na lei penal lesando bens e interesses importantes para a sociedade e para o individuo. É a ideia de pretensão punitiva do Estado. Há 2 aspectos:
- Caráter Abstrato: são as leis penais abstratas.
- Caráter Concreto: passa a existir no momento em que o indivíduo cometeu o crime.
O jus puniendi existe através de um processo.
Limites Materiais – art. 5°, XXXIX, CF.
Limites Formais – art. 5°, XXXV e LIX, CF.
“Jus perseguendi”: é o direito que confere ao Estado o poder de promover a perseguição do autor do delito. Direito de investigar o autor, perseguir á sanção penal.
“Persecutio criminis”: está ligado ao jus perseguendi. Perseguir o autor do crime por 2 formas:
- Investigação
- Ação
Direito Processual Penal como ciência
Conceito de Direito Processual Penal: é o conjunto de normas jurídicas voltadas a regular os meios e órgãos encarregados de punir o Estado, realizando-se por meio do Judiciário a quem compete aplicar a lei ao caso concreto. Princípios e normas que regulam o processo.
Frederico Marques: conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, a sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como da persecução penal (investigação e ação).
Ramos do Direito Processual: as bases do processo penal e civil são as mesmas e a sentença também.
Ciência Autônoma: possui objetos e princípios próprios do processo penal.
Caráter Instrumental: é um meio/instrumento para fazer valer as normas penais (o direito material).
Finalidade do Processo Penal: finalidade mediata é a paz social e a finalidade imediata é viabilizar a pretensão punitiva de um delito (tornar realidade a punição do direito penal).
Posição enciclopédica no quadro geral do Direito: é ramo do Direito Público. Possui relação com outros ramos: direito penal, direito constitucional e processo civil.
Princípios do Processo Penal
Da Imparcialidade do Juiz: o juiz deve se ater/ficar alheio ás provas/fatos dos autos. Capacidade subjetiva do órgão jurisdicional. Garantias jurisdicionais de imparcialidade.
Da Igualdade das Partes: a igualdade nunca será absoluta. As partes devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazerem valer as suas razoes, sendo tratadas igualitariamente na medida de suas igualdades e desigualmente na proporção de suas desigualdades.
Do Contraditório: necessidade de se permitir ás partes a exposição de suas razoes e apresentação de suas provas, possibilitando-lhes influir no convencimento do julgador. Art. 5°, LV, CF.
Da Ampla Defesa: dever do Estado de proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoa, seja técnica. Art. 5°, LV, CF. A Defesa pode ser: Pessoal (o acusado que alega, nega um fato óbvio) ou Técnica (ex. legítima defesa. É o advogado que alega). Prestar assistência integral e gratuita aos necessitados. Art. 5°, LXXIV, CF.
Da Ação ou da Demanda: iniciativa das partes. Determina que cabe á parte a atribuição de provocar a atuação da função jurisdicional, uma vez que os órgãos incumbidos de prestá-la são inertes. Para o processo penal ser instaurado deve haver iniciativa do particular (queixa-crime) ou do Ministério Público (denúncia).
Da Disponibilidade e Indisponibilidade: o MP nunca pode desistir da ação penal. Disponibilidade é a liberdade que as pessoas tem de exercer ou não os seus direitos. No processo penal vigora o Princípio da Indisponibilidade porque o crime é uma lesão irreparável ao interesse coletivo, decorrendo daí o dever do Estado de aplicar as regras jurídico-punitivas. O delegado nunca pode arquivar sozinho o inquérito policial. Lei 9.099/95 (JECRIM).
Da Oficialidade: em decorrência do Princípio da Indisponibilidade, os órgãos incumbidos da persecutio criminis não podem ser privados. Sendo eminentemente pública a função penal, a pretensão punitiva do Estado também deve ser deduzida por agentes públicos.
Da Oficiosidade: asautoridades públicas, incumbidas da persecução penal devem agir de ofício sem necessidade de provocação ou consentimento de outrem.
Do Devido Processo Legal: tem raízes no Princípio da Legalidade, assegurando ao ser humano a justa punição, quando cometer um crime precedido no processo penal adequado, o qual deve respeitar todos os princípios penais e processuais penais.
Da Verdade Material ou Livre Investigação da Prova: é diferente do Princípio da Verdade Formal (Processo Civil). Apenas o juiz se curva diante da verdade formal quando não dispõe de meios para assegurar a verdade real. Diverge do Princípio da Verdade Formal pelo qual o juiz depende na instrução da causa da iniciativa das partes quanto ás provas e alegações em que fundamentará a sua decisão.
Do Impulso Oficial: o juiz deve movimentar o processo de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.
Da Motivação das Decisões Judiciais: o juiz deve expor os motivos que levaram ele a tomar uma decisão.
Da Publicidade: art. 381, III, CPP. Todos os atos processuais devem ser objeto de publicidade, a fim de que sejam de amplo conhecimento das partes, ensejando o contraditório e a ampla defesa. As audiências e sessões processuais devem ser públicos. Exceção: perigo, insegurança (art. 792, parágrafo 1°).
Da Economia Processual: o processo é um instrumento, não se podendo exigir um dispêndio (gasto) exagerado com relação aos bens que estão em disputa. No processo penal tem aplicação no entendimento de que não se anulam atos imperfeitos quando não prejudicarem a acusação ou a defesa e quando não influírem na apuração da verdade substancial da causa. Art. 563, CPP.
Do Duplo Grau de Jurisdição: possibilidade de revisão por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de 1° grau.
Da Identidade Física do Juiz: consiste na vinculação do juiz aos processos cuja instrução iniciou e conduziu.
Da Inadmissibilidade das Provas Ilícitas: são inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos (ex. confissão por tortura). Art. 157 do CPP. Sempre que violar uma regra de direito material e de direito processual será ilícita.
Da Presunção de Inocência: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Art. 5°, LVII, CF.
Do “favor rei”: a dúvida sempre beneficia o acusado. Se houver 2 interpretações possíveis, deve-se optar por aquela mais favorável ao réu (“in dúbio pro réu”).
Tipos de Processo Penal – Sistemas Processuais
Acusatório: é o processo contraditório, público, imparcial, que assegura ampla defesa e no qual há distribuição das funções de acusar, defender e julgar por órgãos distintos.
Inquisitivo: caracteriza-se pela concentração de poder nas mãos do julgador que exerce também função de acusador. É sigiloso, sempre escrito, sem contraditório e sem ampla defesa.
Misto: há uma fase inquisitiva onde se procede a uma investigação preliminar e uma fase final onde se procede ao julgamento com todas as garantias do processo acusatório. Na primeira faze há o procedimento secreto, escrito e sem contraditório, quando na segunda fase, se fazem presentes a publicidade, o contraditório, a livre apreciação das provas.
Fontes do Direito Processual Penal
Espécies:
Material ou de Produção: fontes que criam o direito (lei). Art. 22, I, CF.
- Estado – União
- Lei Complementar Federal (art. 22, parágrafo único – CF).
- Tratados e Convenções referendados pelo Congresso Nacional.
- Competência concorrente U, E e DF – Criação e funcionamento de juizados especiais (art. 24, X e art. 98, I – CF) e direito penitenciário (art. 24, I, parágrafo 1° e 2°).
- Lei de organização judiciária n° 3.947/03.
- Regimentos internos dos Tribunais.
- Súmulas Vinculantes – Emenda 45/04 103-A, CF.
Formal ou de Cognição: fontes que revelam o direito (o direito está expresso). 
- Imediata: lei como ato normativo. Pode ser ordinária (editada pela União e Leis complementares).
- Mediata: 
Costumes: regras habitualmente praticadas, que se incorporam ao Ordenamento Jurídico tornando-se obrigatórios, embora não previstos em lei (ex. vestimentas).
Princípios Gerais: art. 3°, CPP. Postulados éticos que inspiram a formação de normas e a aplicação da legislação ao caso concreto sem que tenham expressa previsão legal.
Analogia: processo de integração da norma, pela aplicação de um método de semelhança destinado ao suprimento de lacunas na lei.
Interpretação da Lei Processual Penal
Interpretação: é a atividade que consiste em extrair da norma processual o seu exato alcance e real significado.
Espécies: 
Autêntica: feita pelo próprio órgão encarregado pela elaboração do texto legal.
Doutrinária ou Científica: feita pelos estudiosos do direito.
Judicial: feita pelos órgãos jurisdicionais.
Gramatical ou Literal: leva-se em conta o sentido literal das palavras.
Lógica ou Teleológica: busca-se a vontade da lei atendendo-se a seus fins e sua posição dentro do Ordenamento Jurídico.
Declarativa: perfeita correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade.
Restritiva: a letra da lei foi além da sua vontade, isto é, a lei disse mais do que devia, por isso restringe o seu significado.
Extensiva: a letra da lei ficou aquém da sua vontade, ou seja, disse menos do que queria e por isso a sua interpretação vai ampliar o seu significado. É aplicada no Brasil pelo art. 3° do CPP.
Analógica: é diferente de analogia. A norma, após uma enumeração casuística traz uma formulação genérica que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente descritos. Ex: art. 121, parágrafo 2°, III e IV.
Analógica = forma de interpretação.
Analogia = forma de integração.
Aplicação da Lei Processual Penal no Tempo
Vigência: uma lei só entrará em vigor após a sua publicação (art. 1° LICC – 45 dias após a publicação/Vacatio legis).
Princípio do efeito imediato ou aplicação imediata: art. 2°, CPP. Ao entrar em vigor, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Princípio do “tempus regit actum”: consequências desse princípio:
Os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior se consideram válidos.
As normas processuais tem aplicação imediata, regulando o desenrolar do processo, pouco importando se o fato que deu origem ao processo é anterior á sua entrada em vigor.
Normas Processual Penal Materiais
São aquelas que apesar de estarem no contexto do processo penal, regendo atos praticados pelas partes, durante a investigação policial ou durante o trâmite processual, tem forte conteúdo de direito penal.
Norma Penal: aquela que afeta de alguma maneira a pretensão punitiva ou executória do Estado, criando-a, extinguindo-a, aumentando-a ou reduzindo-a.
Norma Processual: aquela que repercute apenas no processo, sem respingar na pretensão punitiva. Ex: regras que disciplinam a prisão provisória.
Art. 60, CPP – Perempção: é uma das formas de extinção da punibilidade do agente. Tem a ver com a pretensão do Estado. Art. 107, IV – CP.
Lei Processual Penal no Espaço
Eficácia: art. 1°, CPP. 
Território Brasileiro – salvo: convenções, tratados e regras de direito internacional.
Considera-se praticado em território brasileiro, o crime cuja ação de omissão, o resultado em todo ou qualquer parte aconteceu no território nacional.
Considera-se extensão do território brasileiro as embarcações e aeronaves públicas a serviço do governo, onde quer que se encontrem e as embarcações ou aeronaves que se acharem em espaço aéreo ou marítimo brasileiro ou em auto mar ou espaço aéreo correspondente.
Aplica-se também a legislação processual brasileira aos atos referentes ás relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras que devem ser praticados em nosso País. Tais como o cumprimento de Carta Rogatória e homologação de sentença estrangeira.
Persecução Penal (persecutio criminis)
Conceito: Consiste no conjunto de atividades que o Estado desenvolve no sentido de tornar realizável a sua atividade repressiva em sede penal.
Fase de Investigação Criminal: objetivo é preparar a acusação por meio de um procedimentopreliminar que é o inquérito policial (regra). É realizada pelo Estado-Administração através da Polícia Judiciária. O objetivo principal é apurar o fato criminoso até seu completo esclarecimento.
Fase de Ação Penal: objetivo de invocar a tutela jurisdicional do Estado-Juiz para julgar a acusação apresentada através de uma propositura da ação penal dando inicio a “persecutio criminis in judicio”. Via de regra, é o Ministério Público quem realiza através da denúncia, recebida pelo juiz, e dá inicio á ação penal. Exceção: poderá também, a ação penal ser iniciada por queixa-crime na Ação Penal Privada.
Inquérito Policial
Conceito: é o procedimento administrativo inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para apuração da infração penal e sua autoria, presidido pela autoridade policial, a fim de fornecer elementos de informação, para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
Inquérito Policial X Termo Circunstanciado
O termo circunstanciado é o procedimento instaurado das infrações de menor potencial ofensivo. Lei 9.099/95.
A pena máxima não excede 2 anos (ex. crime de ameaça – arts. 147 e 129, CP). Os crimes de menor potencial ofensivo estão espalhados pelo código penal e não só na lei.
OBS: O termo circunstanciado é mais enxuto do que o inquérito policial.
Natureza Jurídica: procedimento administrativo – eventuais vícios do inquérito não afetam a ação penal a que deu origem.
Presidência: presidido pela autoridade judicial que exerce as funções de policias judiciais.
Polícia Judiciária: investiga o delito. Auxilia o Poder Judiciário no cumprimento de suas ordens.
Polícia Investigativa: quando atua na apuração de infrações penais e de sua autoria.
Principais Características:
Peça escrita: art. 9°, CPP. Todas as peças do inquérito processual num só processado, reduzidos a escrito e datilografados, nesse caso, rubricados pela autoridade policial.
Art. 405, CPP – Lei 11719/08 (gravação do interrogatório).
Instrumentalidade: em regra, o inquérito é o instrumento utilizado pelo Estado para colher elementos de informação quanto á autoria e materialidade do crime, sendo em regra obrigatório caso haja o mínimo de elementos a respeito da prática do crime. 
Dispensabilidade: é obrigatório para o delegado, mas é dispensável para propor a ação penal.
Sigiloso: o advogado tem acesso aos autos nos termos do art. 7°, XIV do Estatuto da OAB, ele pode ver o inquérito policial mesmo sem ter procuração nos autos, porém só as informações introduzidas no inquérito e não aquelas que estão em andamento.
Inquisitivo: não tem contraditório.
Informativo: visa à coleta de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal. Elemento de informação: art. 155, CPP.
Indisponível: jamais poderá ser arquivado por vontade do delegado. Art. 17, CPP.
Discricionário: cabe ao delegado escolher as diligê ncias que deverão ser realizadas.
Formas de Instauração do Inquérito Policial
Crime de Ação Penal Privada
É preciso o requerimento da vitima para ter o inquérito policial. Art. 5°, parágrafo 5°, CPP. Após o inquérito será ou remetido ao juiz, aguardando a manifestação da vítima, ou entregue á vítima.
Crime de Ação Penal Pública Condicionada á Representação: dependendo da representação do ofendido para iniciar o inquérito policial. Alguns crimes dependem de requisição do ministro da justiça (art. 145, CP).
Crimes de Ação Pública Incondicionada: 
Ofício: portaria.
Requisição do Juiz/MP: requisita ao delegado que instaure o inquérito policial.
- Requisição: é obrigatória. O delegado não pode se negar a instaurar o inquérito, se isso ocorrer, ele responderá pelo crime de desobediência.
- Requerimento: o delegado tem a faculdade de instaurar o inquérito policial.
c) A requerimento do ofendido.
d) “delatio criminis”: é sinônimo de requerimento do ofendido. É quando delata o crime. Delatio criminis inqualificada: é a denúncia anônima.
e) Prisão em flagrante: quando alguém é preso cometendo um crime ou logo após.
“Notitia Criminis”
Conceito: é o conhecimento pela autoridade, espontâneo ou provocado de um fato delituoso. É a notícia do crime.
Cognição imediata/direta/espontânea: quando chega ao conhecimento da autoridade policial o fato por meio de atividades rotineiras (ex. instauração de ofício).
Cognição mediata/indireta/provocada: quando a autoridade policial toma conhecimento do fato por meio de um expediente escrito:
- Requerimento da vítima
- Requisição do membro da justiça, promotor ou juiz
- Delatio criminis
c) Cognição coercitiva: a autoridade policial toma conhecimento do fato pela apresentação do individuo preso em flagrante.
Diligências Investigativas
Diligência no local de crime: art. 6°, I.
Apreensão de objetos e instrumentos do crime: para formalizar, o delegado faz um auto de exibição e apreensão.
Coleta de provas: ex. vítima de estupro, testemunhas, etc.
Interrogatório: não existe contraditório, ou seja, o delegado não precisa esperar o advogado para interrogar o réu, mas este tem o direito de ficar calado se quiser.
Reconhecimento de pessoas ou coisas: é obrigado a participar.
Identificação Criminal: se não tem nome, deve-se usar as características físicas do individuo (tatuagens, alto, magro...). O delegado promove a identificação do indiciado por meio das digitais. Hoje em dia, se a pessoa tiver RG, CPF ou carteira de motorista não é necessário fazer a identificação datilográfica. A identificação também pode ser fotográfica (comparar fotografias).
Indiciamento
É privativo da autoridade policial.
Conceito: atribuir á alguém a autoria de uma infração penal. O delegado só vai indiciar quando tiver todos os elementos.
Pressupostos: 
Prova da materialidade do crime
Indícios da autoria do crime
O indiciamento pode ser:
Direto: quando a pessoa é localizada ou já está presa (nome, altura, peso, etc).
Indireto: quando o delegado tem certeza da autoria do crime, mas o autor fugiu.
Prazo para Conclusão do Inquérito Policial
Prazo Processual Penal: o dia do inicio não é levado em consideração.
Prazo Penal: o dia do inicio é levado em consideração.
OBS: PRISÃO É PRAZO PENAL!
	TIPOS
	RÉU PRESO
	RÉU SOLTO
	Código de Processo Penal
	10 dias
	30 dias
	Código Penal Militar
	20 dias
	40 dias
	Justiça Federal
	15 dias podendo ser prorrogado em até 2x.
	30 dias
	Lei de Drogas
	30 dias podendo ser prorrogado em até 2x.
	90 dias podendo ser prorrogado em até 2x.
	Lei de Economia Popular
	10 dias
	10 dias
Conclusão do Inquérito Policial
Relatório do Delegado: o delegado irá narrar tudo o que aconteceu, é uma peça descritiva e não deve ser feito nenhum juízo de valor. O inquérito policial é remetido ao Poder Judiciário, onde o juiz irá encaminhar para o promotor.
Vista ao Ministério Público:
Oferecer a denúncia que dá inicio á ação penal
Requerer diligências – art. 16, CPP.
Arquivamento
Arquivamento do Ministério Público
Natureza Jurídica: art. 67, CPP. Decisão Judicial, a qual o juiz homologa o arquivamento.
Quem pode arquivar? Só o Ministério Público. A manifestação de arquivamento tem que passar pelo juiz, que vai homologar ou não. Se não homologar deve encaminhar os autos (art. 28) para o Procurador Geral de Justiça, este vai designar outro promotor para oferecer a denúncia.
Fundamentos do Arquivamento
Atipicidade formal ou material dos fatos: material – princípio da insignificância. Formal – fatos que estão sendo investigados não constitui crime.
Excludente da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
Excludente da Culpabilidade: 
- Por ausência de imputabilidade: menoridade, doença mental, desenvolvimento mental retardado ou incompleto e embriaguez completa e acidental.
- Por ausência de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível e obediência hierárquica.
d) Causas extintivas da punibilidade (art. 107, CP).
e) Ausência de elementos de informação quanto á autoria da infração ou materialidade (nesse caso, o inquéritopolicial pode ser reaberto). Súmula 524, STF.
Desarquivamento
Por ausência de elementos de informação: o delegado e o promotor podem requerer o desarquivamento, mas somente o juiz pode desarquivar (ele decide). 
Prova Nova: o inquérito policial pode ser desarquivado. É aquela capaz de produzir uma alteração no contexto probatório dentro do qual foi proferido o arquivamento.
Arquivamento Implícito
Ocorre quando o titular da ação penal deixa de incluir na denúncia algum fato investigado (arquivamento implícito objetivo) ou alguns dos indiciados (implícito subjetivo).
Arquivamento Indireto
Acontece quando o Ministério Público ao invés de oferecer a denúncia, requerer a remessa dos autos a outro juízo competente.
Recursos Cabíveis no Arquivamento
Em regra, não cabe recurso da decisão de arquivamento. Há 2 exceções:
Nos crimes contra a economia popular em que o juiz recorre de ofício.
Nas contravenções de jogo do bicho em que cabe recurso em sentido estrito.
Trancamento do Inquérito Policial
O trancamento é uma medida de natureza excepcional somente sendo possível em hipóteses de manifesta atipicidade da conduta, presença de causa extintiva da punibilidade de elementos demonstrativos de autoridade e materialidade.
Ação Penal
Conceito: é o direito de pedir a tutela jurisdicional relacionada a um caso concreto.
Características do direito de ação:
Direito Público: atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública – se destina ao Estado.
Direito Subjetivo: esse direito do titular pode exigir do Estado a prestação jurisdicional.
Direito Autônomo: não se confunde com o direito material que se pretende tutelar.
Direito Abstrato: independe da procedência ou improcedência do pedido.
Condições da Ação:
Condições Genéricas da Ação Penal: tratam do processo. São condições ao exercício da provocação do Poder Judiciário, cuja ausência impede o direito ao julgamento de mérito. Mérito da ação penal: o julgamento desta envolve: 
Existência de um fato periculoso.
Autoria
Fato que constitua uma ação típica, ilícita e culpável.
Possibilidade Jurídica do Pedido: o pedido formulado deve encontrar amparo no Ordenamento Jurídico.
Legitimidade para Agir: é a pertinência subjetiva da ação. Polo ativo – Ministério Público (ação penal pública) e o particular (ação penal privada). Polo passivo – qualquer pessoa maior de 18 anos.
Interesse de Agir: consiste na existência de necessidade, adequação e utilidade. 
Necessidade: no processo penal é presumida porque não há pena sem processo, salvo juizado especial criminal.
Adequação: não é discutida no processo penal porque o acusado se defende dos fatos e não da classificação a eles atribuídas pelo titular da ação penal.
Utilidade: consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse o autor.
Justa Causa: deve ser entendida como lastro probatório mínimo para o oferecimento da peça acusatória, demonstrando a viabilidade da pretensão punitiva.
Indícios de Autoria (mínimo de provas/circunstâncias): prova da materialidade para poder iniciar o processo contra alguém (ex. corpo de delito; boletim médico, etc).
Condições Específicas da Ação Penal:
Representação do ofendido
Requisição do Ministro da Justiça
Existência de laudo pericial nos crimes contra a propriedade imaterial.
Classificação das Ações Penais – art. 100, CP.
É feita com base na titularidade da ação. Ação penal é SEMPRE pública, salvo quando a lei expressamente a declara como privada.
Ação Penal Pública: o titular da ação é o Ministério Público (Promotor) de acordo com o art. 129, I, da CF. A peça acusatória é a denúncia. Há 2 modalidades de ação:
Ação Penal Pública Incondicionada: o MP não está sujeito ao implemento de qualquer condição.
Ação Penal Pública Condicionada: o MP depende do implemento de uma condição para que possa oferecer a denúncia. Essas condições são chamadas de condições de procedibilidade (requisição do Ministro da Justiça).
Ação Penal “ex offício” ou Processo Judicialiforme: na “ex offício”, o processo tinha início através do auto de prisão em flagrante, ou portaria do delegado ou juiz. Art. 26, CPP. Esse artigo não foi recebido pela nova ordem, hoje não existe mais, ainda que exista no código.
Ação Penal Pública Privada: titular da ação: ofendido ou seu representante legal. Peça acusatória: queixa-crime. Espécies:
Personalíssima: somente o ofendido pode ajuizar a queixa-crime. Art. 236, CP. Por ser personalíssima, se o ofendido morre, estará extinta a punibilidade do réu, porque não há sucessão processual.
Exclusivamente Privada: a vítima, seu representante legal e seus sucessores podem propor a queixa-crime. Se a vítima morre, os seus sucessores podem continuar com o processo.
Privada Subsidiária da Pública: art. 29, CPP e art. 5°, LIX, CF. O crime originalmente é de ação pública, mas o MP não pode atuar, assim, o ofendido pode entrar com uma queixa-crime.
Ação Penal Popular: 
Habeas Corpus: é uma ação libertária, remédio constitucional.
“Denúncia” por crime de responsabilidade: é “notitia criminis”.
Ação Penal Secundária: a ação penal tem uma natureza específica prevista em lei, mas diante de algumas circunstâncias do caso concreto, a natureza de ação penal acaba sendo alterada. Ex: crimes sexuais. Antigamente, a ação penal era de natureza privada. Porém, se o crime era praticado com violência real, a ação penal se tornava pública incondicionada (Súm. 608, STF).
Princípios da Ação Penal
Ação Penal Pública: 
Princípio do “ne procedat undex ex offício” (não existe ação penal de ofício).
Princípio do “ne bis in idem” (ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime).
Princípio da Intranscedência (a ação penal só pode ser proposta contra o provável autor do crime).
Princípio da Obrigatoriedade (o promotor não pode fazer nenhum juízo de discricionariedade/se quer ou não processar o réu).
Princípio da Indisponibilidade (o MP não pode desistir da ação penal proposta e nem do recurso que propôs).
Princípio da Oficialidade (atribuição aos órgãos do Estado para propor a ação penal pública).
Princípio da Oficiosidade (o MP deve agir de ofício quando tiver conhecimento da prática de um crime).
Ação Penal Privada:
Princípio do “ne procedat undex ex offício” (não existe ação penal de ofício).
Princípio do “ne bis in idem” (ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime).
Princípio da Intranscedência (a ação penal só pode ser proposta contra o provável autor do crime).
Princípio da Oportunidade (o ofendido pode escolher se quer ou não processar o autor do fato).
Princípio da Disponibilidade (o querelante pode dispor da ação penal, mediante: perdão do ofendido, perempção e desistência da ação.
Princípio da Obrigatoriedade
Mitigações:
Transação Penal: deixar de propor ação penal para propor uma transação penal (acordo) JECRIM – crimes de menor potencial ofensivo. Ex. Crimes pequeno potencial ofensivo podem ter pena negociada, mas é um benefício que pode ser utilizado a cada cinco anos.
Acordo de leniência lei 8884/94, art. 35 "c" / acordo de colaboração premiada: espécie de colaboração premiada com o Estado em crimes contra a ordem econômica.
Refis ou Paes: Parcelamento do débito tributário – 10.684/03 art. 9º: a pessoa paga parcelado o que deve e deixa de ser processada
*Audiência preliminar
*Não pode mais usar esse beneficio nos próximos cinco anos
Principio da Oportunidade
O ofendido pode escolher se ele quer ou não processar a pessoa
"Strepitus judici" – escândalo no processo, é melhor do que processar a pessoa e todo mundo ficar sabendo (ex. estupro). Se dá ao ofendido a vontade ou não de processar o autor. Determinados crimes a existência de um processo pode causar mais prejuízo do que deixar o caso no esquecimento.
O ofendido deixa de exercer o Direito de ação penal privada pelo decurso do tempo, pelo decurso do prazo (decadência), pela renúncia do direito de queixa e pelo pedido de arquivamento.
Princípio da Indisponibilidade
O MP não pode desistir da ação penal nem do recurso
Art. 42 CPP - ação
Art. 576 CPP – recursoMitigação ao principio da indisponibilidade
	- suspensão condicional do processo em qualquer tipo de ação penal.
Crimes com pena mínima igual ou inferior a 1 ano
Art. 89 da lei 9.099/95
Se deixa de processar alguém em função de um acordo e ao final é aplicada uma pena
A ideia é beneficiar aquele que nunca foi processado.
Princípio da indivisibilidade
O processo de um obriga ao processo de todos
Na ação penal privada, o ofendido não é obrigado a propor queixa crime, mas se quiser processar os ofensores, deverá propor ação contra todos eles, não podendo escolher somente um ou outro.
Renúncia e perdão concedido a um dos coautores estendem-se aos demais
Representação do ofendido
Natureza jurídica:
É uma condição específica da ação ou condição específica de procedibilidade 
Sem ela não é possível exercer a ação penal
Conceito: é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do fato.
Direcionamento da representação art. 39 CPP:
Autoridade policial
MP
Juiz
* não há necessidade de formalismo na representação.
Prazo decadencial: 6 meses
Legitimidade:
a) Maior de 18 anos
b) Menor de 18 anos e/ou mentalmente enfermo – art. 33 CPP – representante legal
		- curador especial nomeado pelo juiz
c) Morte ou ausência do ofendido – pode ter lugar à sucessão processual, isto é, o direito de representação pode ser exercido pelo – CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) quem pode oferecer a representação.
*Prazo decadencial para o sucessor: se o sucessor tomou conhecimento da autoria na mesma data que a vítima, terá direito ao prazo restante. Se não tinha conhecimento da autoria, seu prazo começa a fluir a partir do momento que tiver esse conhecimento.
Retratação da representação:
É possível até o oferecimento da denúncia – art. 25 CPP
*Art. 16 da lei Maria da Penha – só será aceita renúncia perante o juiz em audiência
Retratação da retratação da representação:
É possível desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses
Eficácia subjetiva da representação:
Feita a representação contra apenas um dos coautores, ela se estende aos demais.
Requisições do Ministro da Justiça
Natureza Jurídica: condição de procedibilidade (processar alguém). Requisição não é sinônimo de ordem porque o titular da ação penal continua sendo o Ministério Público, que é quem irá averiguar a presença das condições da ação, para após, então, oferecer a denúncia. Devem estar presentes os indícios para a ação penal (autoria e materialidade). A requisição não tem prazo para ser formulado.
Não tem prazo decadencial estabelecido em lei, somente conta o prazo prescricional do crime.
Considerações sobre a ação penal privada subsidiária da pública:
a) Cabimento:
- Ocorre quando o MP ficar inerte, deixando de oferecer denúncia em um caso de ação penal pública.
- É necessária a presença de um ofendido individualizado, sem a qual não se teria como oferecer a queixa subsidiária.
- A queixa-crime é oferecida pelo ofendido.
b) Poderes do MP:
- O MP é quem verifica a queixa-crime (art. 29 CPP).
- Repudiar a queixa crime subsidiária, oferecendo denúncia substitutiva.
- Aditar a queixa crime subsidiária (por ex. o promotor que esqueceu de incluir algum réu, apenas adita/complementa a queixa-crime).
- Se o querelante ofendido) for negligente, o MP retoma a ação como parte principal. É raro de acontecer.
 c) Prazo: 
-O prazo para o ofendido oferecer a queixa subsidiária é de 6 meses
- Prazo decadencial
- Se inicia quando acaba o prazo do MP (15 dias) se inicia o prazo para o ofendido.
d) Rol de Testemunhas (logo abaixo).
Peça acusatória
Espécies:
Denúncia – formulada pelo MP – (peça acusatória: ação penal pública) 
Queixa crime – formulada pelo ofendido (particular) – ação penal privada.
Requisitos art. 41 CPP:
Exposição do fato criminoso (descrição da conduta típica, consistindo na narrativa do fato delituoso em todas as suas circunstâncias):
- Imputação: imputar, atribuir à prática de determinada ação penal ao acusado.
- Nos crimes culposos é imprescindível a descrição da modalidade culposa, descrevendo no que consiste a negligência, imprudência ou imperícia.
- se não houver descrição do fato criminoso a denúncia será inepta
1. Elementos essenciais e essenciais: Devem estar presentes em toda e qualquer peça acusatória, pois são necessários para identificação do fato típico praticado pelo agente. Ex: exposição da conduta do acusado.
2. Elementos acidentais: são aqueles relacionados à circunstância de tempo e de espaço, os quais nem sempre prejudicam o direito de defesa do acusado.
Denúncia genérica:
- Não é possível especificar as respectivas condutas com seus respectivos autores, logo há a generalização do fato típico sobre todos os indivíduos denunciados.
- Em crimes societários não existe inépcia da denúncia pela ausência de indicação individualizada da conduta de cada acusado, sendo suficiente que os acusados sejam de algum modo, responsáveis pela condução da sociedade.
Identificação/qualificação do acusado: deve-se colocar todos os nomes e apelidos que permitam a identificação do acusado.
Classificação do crime: se houver equivoco na classificação do crime, a denúncia não será comprometida, pois o acusado se defende dos fatos. Ex: roubo – art. 157 “caput” pode ser alterada a classificação durante a ação penal.
Rol de testemunhas:
- Com provas suficientes não há necessidade de testemunhas.
- Não é obrigatório.
Procedimento ordinário: 8 testemunhas para cada fato criminoso.
Procedimento sumário: 5 testemunhas para cada fato criminoso.
Procedimento sumaríssimo (Jecrim): 3 ou 5 testemunhas para cada fato criminoso, a lei não é específica, há divergência na doutrina.
* A peça acusatória deve ser redigida em português.
* Deve ser assinada por promotor ou advogado no caso de queixe-crime.
* Se estiver apócrifa há meios de regularizar posteriormente.
Procuração – requisito específico da queixa-crime:
Procuração do ofendido com poderes especiais. 2 elementos:
1. Nome do querelado – acusado
2. Menção ao fato criminoso
Se a procuração não for apresentada com os elementos acima há 2 correntes:
1. O vício deve ser sanado dentro do prazo decadencial, 6 meses.
2. O vício deve ser sanado a qualquer tempo (majoritária).
Prazo para oferecimento da peça acusatória:
CPP - réu preso – 05 dias
CPPM -réu solto – 15 dias
Lei de Drogas - 10 dias
Cód. Eleitoral -10 dias
Economia popular - 2 dias
Denúncia intempestiva:
Réu preso: relaxamento da prisão
Réu solto art. 801: o artigo não é constitucional na prática – irredutibilidade do salário dos juízes e membro do MP.
Recebimento da peça acusatória
a) Não é necessário fundamentar o recebimento (em regra)
b) Fundamentação (exceção): o recebimento precisa ser fundamentado quando o procedimento prevê defesa preliminar, que é aquela apresentada entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória.
Hipóteses:
- Lei de drogas – 11.343/06
- Crimes funcionais: afiançáveis
- Crimes de competência originária dos tribunais
- Lei de imprensa
- JECRIM
*Não prejudica uma segunda defesa
c) Momento para o recebimento art. 396 CPP:
- Logo após o oferecimento se o juiz não a rejeitar
- O juiz manda citar para o oferecimento de defesa em 10 dias
- Há a interrupção da prescrição
d) Recurso contra o recebimento:
 Não há recurso específico
O comum é a impetração de habeas corpus para trancar a ação.
Evitar que o processo tenha prosseguimento.
O trancamento do processo seria possível em caso de manifesta atipicidade da conduta ou ausência de justa causa.
Lei de imprensa: há previsão de recurso em sentido estrito da decisão do juiz que recebe a denuncia.
Crimes de competência originária dos tribunais: cabe agravo da decisão que recebe a denuncia.
Rejeição da peça acusatória art. 396 CPP:
OBS: Antes era prevista no artigo 43.
Inépcia da peça acusatória - 41 CPP:
Ausência de pressupostos processuais e condições da ação penal
Ausência de justa causa:
- Lastro probatório mínimo sem o qual a denúncia não pode ser recebida
- Indícios de autoria e prova dematerialidade
Recurso contra rejeição:
- Recurso em sentido estrito (regra)
- Faz coisa julgada formal – rejeição da denuncia, visto que se preencher todos os pressupostos legais nada impede a interposição novamente da peça
- Lei de imprensa e JECRIM: recurso é apelação
Renúncia art. 49 e 50:
Conceito: é um ato unilateral do ofendido (querelante) ou de seu representante legal, através da qual abre mão do Direito de propor a ação penal privada. É uma manifestação dos princípios da oportunidade e conveniência
	
Momento:
Só pode acontecer antes do inicio da ação.
Acontece geralmente no inquérito policial.
Cabimento:
Só na ação penal privada.
Art. 74 da lei 9.099/95 – é possível renuncia à representação.
Formas:
Expressa: Consiste numa declaração inequívoca de vontade
Tácita: prática de um ato incompatível com a vontade de processar. O recebimento de indenização não importa em renuncia ao Direito de queixa. Exceção: art. 74 do JECRIM – o acordo homologado entre as partes acarreta à renúncia ao Direito de queixa ou representação
Não admite retratação art. 104 CP.
Estende-se a todos os autores do fato: princípio da indivisibilidade.
Causa extintiva da punibilidade art. 107 V CP: a pessoa que cometeu o crime não pode mais ser processada.
Perdão do ofendido art. 51 a 59 CPP
Conceito: ato pelo qual o ofendido ou seu representante desiste de prosseguir com o processo já em andamento perdoando seu opressor. Está relacionado ao Princípio da Disponibilidade. Só é cabível após o início do processo até o trânsito em julgado da sentença condenatória – art. 106, CP. O perdão concedido a um ofensor estende-se aos demais. Depende da aceitação do ofendido (se apenas um aceita, os outros continuam o processo e se todos aceitam, o processo é extinto).
Expresso: aquele em que se faz uma declaração inequívoca da vontade de perdoar (renúncia).
Tácita: quando existe a prática de ato que signifique a vontade de perdoar.
Aceitação Tácita: ato/omissão que signifique a vontade de aceitar o perdão.
Aceitação Expressa: o ofensor concorda com o perdão. 
Art. 58, CPP.
OBS: Perdão aceito configura causa extinta de punibilidade – art. 107, V – CP.
	Renúncia
	Perdão
	Momento: antes do recebimento da queixa.
	Momento: depois de iniciada a ação penal privada.
	Ato Unilateral (não depende da aceitação da outra parte/agente).
	Ato Bilateral (exige aceitação do querelado – quando já há uma ação).
	Causa extintiva de punibilidade
	Causa extintiva de punibilidade
	A Renúncia realizada a um dos agentes, a todos aproveita e o perdão concedido a um dos querelantes a todos aproveita também.
	A Renúncia realizada a um dos agentes, a todos aproveita e o perdão concedido a um dos querelantes a todos aproveita também.
Perempção – Art. 60
Conceito: perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal exclusivamente privada ou personalíssima em virtude da desídia do querelante. Também é causa extintiva da punibilidade. 
Hipóteses:
I – Iniciada a ação, o querelante deixa de dar andamento por mais 30 dias.
II – Falecendo o querelante ou sobrevivendo sem necessidade, as pessoas que poderiam discorrer não comparecem em juízo para prosseguir o processo.
III – Quando o querelante deixa de comparecer sem motivo justificado a qualquer ato do processo, ou deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais.
	Perempção
	Decadência
	Quando o processo já está instaurado
	Perda do direito do prazo de propor a ação
	Extinção de punibilidade
	Extinção de punibilidade
Em caso da ação penal privada subsidiária da pública, NÃO cabe perempção, pois nesse caso o Ministério Público assume.
Sendo o querelante for Pessoa Jurídica e essa se extinguir sem deixar sucessor.
Jurisdição e Competência
Conceito: poder atribuído com exclusividade ao Judiciário em razão da independência e da imparcialidade dos seus membros para decidir sobre determinada lide dentro das leis disponíveis.
Competência é uma limitação da jurisdição, vale dizer, a parte de poder jurisdicional.

Continue navegando