Buscar

Direito tributário

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

FONTES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Fontes significa de onde origina, quem produz, no caso, normas em matéria tributária.
Fontes Reais – Consistem nos fatos que podem ser tributados.
Fontes Formais – São dogmáticas e podem ser:
Primárias Art. 96, CTN
Leis
Tratados Internacionais
Decretos
Fontes Secundárias – Complementares.
Fontes Formais Primárias.
1) Leis
- Constituição Federal: que estabelece limitações ao Poder de Tributar dentre os arts. 150-152, bem como a repartição das receitas arrecadas entre os entes tributantes.
- Leis Complementares – Visam complementar uma norma constitucional não auto executável, explicitar uma norma despida de eficácia própria. O artigo 146, CF esclarece que as leis complementares possuem a seguinte função regulamentária:
a) regulamentam a respeito de conflitos de competência em matéria tributária.
b) regular limitações ao poder de tributar.
c) normas gerais em matéria tributária. Especialmente em relação a definição dos tributos e das suas espécies, bem como em relação aos impostos determinados pela constituição e respectivos fatos geradores, bases de cálculo, contribuintes, obrigação de lançamento e crédito, prescrição e decadência.
d) Definir o tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e EPP em regimes especiais e simplificados no caso do ICMS, contribuições previdenciárias e contribuições do PIS.
- Lei Ordinária: Possui as seguintes funções:
a) criação/extinção do tributo
b) aumento/redução das alíquotas
c) fixação da alíquota
d) cominação de penalidades
e) hipóteses de exclusão, suspensão, extinção ou dispensa ou redução de penalidade.
- Decreto: é emitido pela autoridade do Poder Executivo (de qualquer esfera da federação). Regulamenta o conteúdo das leis
a) são veículos de regulamentos em matéria tributária, como por exemplo, RIR, RIPI, RICMS, RISS.
À lei compete instituir o tributo e, quando o faz, define a obrigatoriedade da emissão do documento fiscal (notas fiscais, livros, etc). No entanto, a própria lei não definirá os modelos a serem empregados que fica a cargo do decreto.
b) Regras sobre obrigações tributárias acessórias.
- Decreto Legislativo: é o meio hábil para aprovação de tratados, acordos e atos internacionais.
- Resolução: deliberação do Congresso Nacional ou de uma das casas. Seu procedimento de elaboração é diferente ao utilizado às leis ordinárias.
Em matéria tributária as resoluções mais importantes são Senado Federal nos seguintes casos:
1) Estabelecer alíquotas do ICMS aplicáveis às operações e circulações de mercadorias e prestações de serviços interestaduais e exportações, por iniciativa do Presidente da República ou 1/3 dos Senadores.
2) Estabelecer em matéria de ICMS
- Alíquotas mínimas nas operações internas
- alíquotas máximas de ICMS
3) Fixar alíquotas máximas de ITCMD
4) Fixar alíquotas mínimas de IPVA.
*** A CF/88 determinou que os três impostos estaduais terão alíquotas máximas e mínimas fixadas
- Lei Delegada: essa espécie de Lei não existe mais em nosso direito. Como era? A lei delegada surgia mediante requerimento do Presidente da República ao Congresso Nacional para legislar a respeito de determinada matéria (o que no caso em estudo se refere ao direito tributário). A anuência manifestada pelo Poder Legislativo ocorria mediante expedição de uma Resolução para fins de delegação do poder legiferante (ou seja, poder de legislar) ao Presidente.
Esse instrumento, ou seja, a lei delegada, foi muito utilizado durante os regimes autoritários que governaram o Brasil, durante certo período.
- Medida Provisória: É um ATO do PRESIDENTE DA REPUBLICA, mas que possui força de LEI.
A Medida Provisória possui um prazo de duração determinado equivalente a 60 dias prorrogáveis somente uma vez por mais 60 dias até ser convertida em lei. A Medida Provisória deve, então, ser convertida em lei para que suas determinações possam perdurar.
Ex: uma Medida Provisória que aumentou a alíquota do ITR em setembro/2014 e foi convertida em dezembro/2014. O novo valor a ser cobrado não pode ser cobrado em janeiro/2015 e sim somente em março/2015.
B) Fontes formais Secundárias: São normas de natureza instrumental, que se prestam a operacionalizar o direito. Como por exemplo:
- Atos normativos: Portarias, avisos, circulares, Instrução Normativa, Manual de Preenchimento do IR distribuído anualmente pela SRF aos contribuintes.
- Convênios: A União, Estados, Municípios e Distrito Federal poderão celebrar convênios para execução de suas leis, serviços ou decisões que poderão prestar uns aos outros assistência quer seja para fiscalização ou permuta de informações.
Tratam-se de acordos administrativos entre os entes tributantes para prática ou omissão de determinados atos.
Existem outras espécies de fontes secundárias, mas que deixarei de citá-las porque por enquanto não iremos explorá-las.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Podemos esquematizar a relação jurídico tributária de acordo com os episódios do evento tributacional abaixo exposto:
HI-------------------FG--------------OT----------------CT
Onde:
OT=obrigação tributária
CT=Crédito tributário.
HI=Hipotese de incidência, ou seja fato gerador em abstrato (descrição do que deve ser tributado)
FG= Fato. Concretização da HI. Fenômeno da Subsunção Tributária.
As contribuições Parafiscais são gravames finalísticos não definidos pelo seu FG e sim pela finalidade para a qual foram cirados.
A fim de facilitar a verificação ou não dos tributos, isto é, verificar no caso examinado o fato esta subsumido na lei, a hipótese de incidência e o fato gerador podem ser decompostos nos seguintes aspectos:
- Aspecto Pessoal Sujeito Ativo e Sujeito Passivo
- Aspecto Temporal Ocorrência do Fato Gerador (momento)
- Aspecto Espacial Lugar da ocorrência
- Aspecto Quantitativo Base de cálculo e alíquota.
A Obrigação tributária possui os seguintes elementos:
Sujeito Ativo da Obrigação Tributária
Sujeito Passivo da Obrigação Tributária
Objeto da Obrigação Tributária
Sujeito Ativo da Obrigação Tributária – art. 119-120, CTN
É pessoa de direito público titular da competência para exigir o tributo.
As pessoas jurídicas de Direito Público podem ser titulares por delegação, das funções de arrecadar ou fiscalizar (parafiscalidade) ou executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas. 
Temos as seguintes espécies de sujeitos ativos:
Sujeito ativo direto – Poder legiferante
Sujeito Ativo Indireto – Entes parafiscais
Em direito tributário não admite solidariedade ativa pois só se paga tributo a um credor sob pena de bitributação.
Sujeito Passivo – Art. 121 a 123, CTN
É o devedor.
Sujeito Passivo Direto – é aquele que possui uma relação direta com o fato gerador.
Sujeito Passivo Indireto – é o responsável tributário, ou seja, terceira pessoa escolhida para para o tributo, sem que tenha realizado o FG. Há diversas espécies de responsabilidade tributária que estudaremos adiante.
Objeto – Art. 113, §1º e 2º, CTN
É a obrigação tributária. Há duas espécies:
Obrigação tributária principal – Ato de pagar – Obrigação de dar (patrimonialidade) – tributo ou multa.
Obrigação acessória – Obrigação de “fazer” ou de “não fazer”
Ex: obrigação de emitir notas, escriturar livros, entregar declarações, não trafegar com mercadorias desacompanhadas de nota fiscal, não obstar o livre acesso.
Mesmo nos casos em que o contribuinte não esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a obrigação acessória subsiste (permanece!)
Ex: aqueles que se aposentam por força de alguma moléstia grave tornando-se isentos de recolher IR, mas nem por isso estão dispensados de apresentar sua declaração anual de rendimentos.
Além disso, importante lembrar que o descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma principal em relação à multa.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Art. 128 ao Art. 138, CTN
- Regra responsável é o contribuinte.
- Porém, há algumas situações em que é um terceiro, indicado pela lei, que será responsável pela retenção
e repasse do tributo. Esse terceiro, indicado pela lei, é o chamado responsável tributário. E a respeito da responsabilidade tributária temos as seguintes espécies:
* substituição
* sucessão
* terceiros	Responsabilidade por transferência
* infração
Responsabilidade por substituição
- Há transferência da responsabilidade do recolhimento do tributo para uma pessoa diferente daquela que realmente realizou.
- Finalidade: evitar sonegação
F---------------------------A-----------------------V-------------------CF
Onde:
F= Fabricante
A= Atacadista
V= Varejista
CF= Consumidor Final
- Ocorre que o ICMS deveria incidir sobre o mesmo produto diversas vezes, pois o fato gerador ocorre com a circulação, uma vez que circulei com a propriedade, haveria, em tese, obrigação de recolher ICMS.
- Na verdade, temos que há 3 momentos, teoricamente, em que o fato gerador ocorre sobre o mesmo produto.
- O que acontece para facilitar essa operação? O ente público institui a responsabilidade por substituição, na medida em que escolheu alguém dessa cadeia para realizar o recolhimento deste tributo.
- Há duas espécies de responsabilidade por substituição: para frente e para trás.
- Na substituição para frente quando o fabricante vende o produto ao atacadista, a legislação atribuiu ao fabricante (ou seja, ao 1º da cadeia) a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS. Não apenas sobre o fato gerador que ele esta realizando, mas também sobre fatos geradores futuros a serem realizados até a chegada do produto ao consumidor final.
Observe que o fabricante vai recolher o ICMS não só por ele, mas também pelas operações que cometeriam o atacadista e o varejista.
Veja que, para se proceder ou viabilizar o recolhimento, o ente público criou uma formatação aonde o fabricante vai adotar uma base de cálculo específica, chamada de índice do valor agregado. Há utilização desta base de cálculo justamente para cumprir a responsabilidade por substituição.
- Então, veja que o fabricante, quando esta adstrito a responsabilidade por substituição, ao invés de utilizar a base de cálculo como sendo valor da operação, valor da venda, ele vai utilizar uma outra base de calculo, que é o valor agregado, índice sobre o valor agregado, razão pela qual, nesse momento, ele realizará o recolhimento do ICMS, ele esta recolhendo o ICMS por ele e pelas operações subsequentes.
- Quando o produto chegar na mão do atacadista, evidentemente, que o fabricante acabou inserindo o valor do ICMS em seu custo e o atacadista adquire esse produto com o valor já recolhido. Então, o atacadista não precisa recolher o ICMS na mesma situação. O mesmo ocorre com o varejista.
- perceba que toda operação foi incluída nessa operacionalização razão pela qual cabe ao ente tributante apenas e tão somente fiscalizar quem? Fiscalizar a fábrica ou o 1º da cadeia, não sendo necessário fiscalizar nem o atacadista nem o varejista.
- Essa situação facilitou a fiscalização e por incrível que pareça aumentou a demais a arrecadação.
- Há muitos que argumentaram sobre a sua inconstitucionalidade, porém tal discussão já esta pacificada.
- A substituição tributária para trás ocorre quando o último da cadeia recolhe o tributo. Ex: serviços de telefonia, energia elétrica. Quem recolhe, nesses casos, é o consumidor final.
- A responsabilidade por substituição é aplicada aos tributos plurifásicos e indiretos como: IPI, ICMS, PIS e COFINS.
- Outro exemplo de substituição tributária é o IRRF, pois a lei determina que o responsável (empregador) deverá reter o tributo do empregado em sua folha de pagamento. O empregador é responsável, embora quem tenha praticado o ato fosse o empregador.
Sucessão
Possui um objetivo: O novo acaba assumindo o fato gerador.
1) adquirente do bem (a qualquer titulo) ou remitente (que pagou a dívida para resgatar o bem.
2) o sucessor por ato intervivos ou causa mortis
3) o cônjuge meeiro
4) o espólio do devedor
5) a empresa sucessora, integralmente, assumiu o negócio, ou subsidiariamente não tiver assumido.
De terceiros
Quando tornar impossível a exigência da obrigação principal do contribuinte, a responsabilidade poderá ser transferida para terceiros.
Esse rol é taxativo:
Os pais, devidos por seus filhos menores, tutores e curadores.
Administradores de bens de terceiros.
Inventariante, devidos pelo espólio.
O sindico (atual administrador judicial) pelos tributos devidos pela massa falida ou responsável pelos tributos devidos na recuperação judicial.
Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de oficio pelos tributos devidos sobre o ato praticado por eles ou perante eles, em razão do seu oficio.
O sócio em caso de liquidação da sociedade de pessoas.
Obs- Existem bens que são colocados em nome de menores e, nesse caso, os pais são responsáveis tributário.
Obs2- O tabelião exige antes a comprovação do ITBI e do ITCM antes de proceder a transferência do imóvel, porque ele é responsável tributário.
Obs3- A hipótese da sociedade é a sociedade de pessoas que não existe mais, pois, nessa modalidade de sociedade os sócios respondiam ilimitadamente pelas dívidas da empresa.
Por infração
- Art. 136, CTN
- Trata-se da responsabilidade Objetiva, ou seja, que independe da intenção da parte (dolo ou culpa)
Ex: se um funcionário da empresa não entregar uma guia para pagamento de tributo e a empresa incorrer em multa, o Fisco cobra da empresa objetivamente, ou seja, não há como se alegar que a culpa não foi dela.
Denúncia Espontânea
Quando o contribuinte deixa de realizar o pagamento haverá uma multa, mas se antes do ente público tomar providências, o contribuinte realizar o pagamento haverá uma exclusão de multa.
Em outras palavras, a multa será excluída desde que houver o pagamento do tributo fora do prazo e antes de iniciado qualquer procedimento administrativo.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais