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Evolução Histórica da Seguridade Social

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DISCIPLINA: Direito Previdenciário
	
 
Semana 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO MUNDO
Para entendermos a Seguridade Social, hodiernamente, é necessário analisarmos a origem da proteção social, desde os tempos remotos até os dias atuais. Por isso, imprescindível, o registro da Evolução Histórica da Seguridade Social no mundo e no Brasil.
Na antiguidade os primeiros registros sobre a proteção social como assistencialismo estão capitulados na Bíblia Sagrada em diversas citações dirigidas ao povo Hebreu sobre o dever de proteção aos pobres, viúva e órfãos (v.g. Dt 24: 14-22). Isto se dá no antigo e novo testamentos (v.g. as cartas do apóstolo Paulo). Os Códigos de Hamurabi (Babilônia), Manu (Índia), e a Lei das Doze Tábuas, também trazem orientações visando a proteção social para os indivíduos carentes.
O segundo registro sobre a forma de proteção social refere-se ao regime mutualista, ou seja, pessoas que se associavam para a formação de um fundo comum para atender a eventuais contingências que o futuro pudesse reservar ao cidadão no caso de doença, velhice, morte. 
Para melhor compreensão podemos sistematizar cronologicamente os fatos/atos mais marcantes ao longo da História, visando a proteção social, note: 
- em 1.601, na Inglaterra, foi sancionada a Lei de amparo aos pobres, onde o Estado impunha contribuições obrigatórias para a assistência social. 
- em 1.789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, dispôs sobre o dever do Estado em socorrer aqueles que não têm meios de próprios de subsistência
- a Revolução Industrial do Século XVIII, que fomentou o êxodo rural, gerou a pressão dos trabalhadores da cidade, pela a adoção de medidas de amparo aos indivíduos no caso de enfermidade, acidente do trabalho e desemprego. 
- a primeira Constituição a tratar da Seguridade Social no mundo foi a do México em 1.917. 
 
Contudo, os marcos importantes da Seguridade Social como SISTEMA, neste contexto incluída a Previdência Social, foram: 
- em 1.883, na Alemanha, foi difundido o modelo denominado BISMARCKIANO  (em homenagem ao criador da lei o Chancelar Otto Von Bismarck), com a implantação da Lei do Seguro-doença, instituindo, assim, o SISTEMA  TRÍPLICE DE CUSTEIO: Empregadores, Empregados e Estado.
- em 1.941, na Inglaterra, foi difundido o modelo denominado BEVERIDGEANO  (em homenagem ao criador da lei o Lord Willian Beveridge), baseado na doutrina/filosofia do “WELFARE STATE” (Estado do Bem-Estar Social) introduzido nos Estados Unidos em 1.935. O plano do Lord Beveridge é implementado na Inglaterra idealizando, então, um SISTEMA UNIVERSAL de proteção Social, tendo como fundamento a proteção do berço ao túmulo. 
	MODELO BISMARCKIANO
	MODELO BEVERIDGEANO
	Seguro Social: protege somente aqueles que contribuem para o sistema.
	Seguro Universal: protege todos os cidadãos.
	Sistema tríplice de custeio: Empregadores, Empregados e Estado.
	Sistema de custeio: Financiamento por toda Sociedade.
 
  
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Explique o modelo denominado BISMARCKIANO.
2-) Explique o modelo denominado BEVERIDGEANO.
3-) Qual a primeira Constituição a tratar da Seguridade Social?
4-) O que significa o sistema tríplice de custeio?
5-) Nos tempos remotos havia proteção social?
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Semana 2
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL
 
No âmbito Constitucional, podemos dizer que a primeira Constituição a inserir a expressão “aposentadoria” no seu bojo foi aquela promulgada em 1891, que no artigo 75, determinou a concessão de benefício para os funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação. O referido benefício era concedido gratuitamente, pois não havia fonte de contribuição para o financiamento.
 
A atual Constituição, também conhecida como Constituição Cidadã, pelas conquistas sociais nela contida a partir do Título VIII, que versa sobre a Ordem Social, registrou Seção própria para a Saúde (art. 196), Previdência Social, no artigo 201, onde dispõe sobre os benefícios previdenciários, hoje muito mais amplos, apesar das restrições trazidas pela Emenda Constitucional n° 20, de 15 de dezembro de 1998, que observaremos ao longo deste estudo, e Assistência Social (art. 203).
 
PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO (1923 a 1933)
 
No âmbito da legislação infraconstitucional, com a publicação do Decreto Legislativo n° 4.682, de 24 de janeiro de 1923, é concebida a primeira norma instituidora, no Brasil, da Previdência Social, criando a Caixa de Aposentadoria e Pensão para os ferroviários, fruto da luta dos trabalhadores da época, e da necessidade de apaziguar um setor estratégico e importante da mão-de-obra daquele tempo.
 
Destinando-se a estabelecer, em cada uma das empresas de estrada de ferro no País, uma Caixa de Aposentadoria e Pensão para os respectivos empregados, o referido diploma legal, também conhecido como Lei Eloy Chaves, versava sobre aposentadoria por invalidez, ordinária (aposentadoria por tempo de serviço), pensão por morte e assistência médica. 
 
Tratava-se de um sistema contributivo, cuja fonte de custeio era proveniente dos empregados e empregadores, para cobertura de alguns riscos sociais como a invalidez, acidente do trabalho e incapacidade temporária, repita-se.
 
Posteriormente, através do Decreto Legislativo n° 5.109, de 20 de dezembro de 1926, estes benefícios se estenderam aos empregados portuários e marítimos.
 
Não resta dúvida, portanto, que o grande marco do Direito Previdenciário Brasileiro se deu com o advento da Lei Eloy Chaves, fato, aliás, reconhecido pelos doutrinadores Pátrios.
 
 
PERÍODO DE EXPANSÃO (1933 a 1960)
 
A partir daí, leis e decretos foram sancionados estendendo os benefícios para outros grupos de empresas, que, com a evolução natural do sistema, fez nascer os Institutos de Aposentadorias e Pensões estruturados, agora, por categoria profissional.
 
Podemos, então, para melhor visualização dos fatos marcantes após a Lei Eloy Chaves, sistematizar cronologicamente, também, as normas infraconstitucionais com maior destaque ao longo do tempo: 
                                                               Lei n° 5.485, de 30/06/1928, estende o regime aos empregados das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos;
                                                               Decreto n° 19.497, de 17/12/1930, cria a caixa de aposentadoria e pensão aos empregados nos serviços de força, luz e bondes;
                                                               Decreto n° 20.465, de 01/10/1931, reformula a legislação então vigente das Caixas de Aposentadorias e Pensões que deixou de ser estruturada por empresas, passando a abranger categorias profissionais;
                                                               Decreto n° 22.872, de 29/06/1933, cria o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos;
                                                               Decreto n° Decreto n° 24.273, de 22/05/1934, cria o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários;
                                                               Decreto n° 24.615, de 09/06/1934, cria o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários;
                                                               Decreto n° 35.448, de 01/05/1954, uniformiza e unifica as políticas legislativas sobre previdência social, com o Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadorias e Pensões.
 
 
PERÍODO DE UNIFICAÇÃO (1960 a 1977)
                                                               Lei n° 3.807, de 26/061960, padroniza o sistema assistencial e dá unidade ao sistema de previdência social;
                                                               Decreto-lei n° 72, de 21/11/1966, unifica os Institutos de Aposentadorias e Pensões, centralizando a organização previdenciária no Instituto Nacional de Previdência Social – INPS.
 
PERÍODO DE REESTRUTURAÇÃO (1977 a 1988)
Lei nº 6.439, de 01/07/1877, criou o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, que destinava-se a integrar as atividades da Previdência Social, de Assistência Médica, da Assistência Social e de gestão administrativa, financeira e patrimonial, entre as entidades vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social.
 
SEGURIDADE SOCIAL (a partir de 1988)
                                                               Lei nº 8.029, de 12/04/90, cria o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, com a fusão do IAPAS (Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social) e INPS (Instituto Nacional de Previdência Social).
                                                               Lei nº 8.080, de 19/09/90, cria o SUS – Sistema Único de Saúde (v. art. 196, CF/88).
                                                               Lei n° 8.212, de 24/07/1991, cria o plano de custeio da Previdência Social (v. art. 201, CF/88).
                                                               Lei n° 8.213, de 24/07/1991, cria o plano de benefícios da Previdência Social (v. art. 201, CF/88).
                                                               Lei nº 8.742, de 07/12/93, cria a LOAS – Lei de Organização da Assistência Social (v. art. 203, CF/88).
                                                               Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98, traz alterações no Regime Geral de Previdência Social.
                                                               Emenda Constitucional nº 41, de 31/12/03, traz, mais especificamente, alterações no Regime Próprio de Previdência Social.
 
Enfim, alguns diplomas legais foram omitidos neste estudo, entretanto, sem prejuízo, pois os diplomas acima elencados são os de maior relevância para o estudo da disciplina Direito Previdenciário.
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) A criação do SINPAS se deu para qual finalidade?
2-) Como era estruturado os Institutos de Aposentadorias e Pensões?
3-) Qual foi o marco inicial da Previdência Social no Brasil e para qual categoria?
4-) Discorra sobre o período de reestruturação.
5-) Explique a criação do INSS.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Semana 3
CONCEITO DA SEGURIDADE SOCIAL
 
A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes Públicos e da Sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos a Saúde, a Previdência Social e Assistência Social (art. 194, CF/88). Considerando os elementos que constituem o artigo 194, da CF/88, podemos conceituar, singelamente, a Seguridade Social como sendo: um SISTEMA de proteção social contra as contingências sociais que os cidadãos estão expostos (v.g. idade, morte, invalidez, desemprego).
 
Para o doutrinador Sergio Pinto Martins[1], a Seguridade Social é o conjunto de princípios, de regras e de instituições destinados a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, a previdência e a assistência social.
 
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
No âmbito da Seguridade Social, não nos atemos apenas ao conjunto de princípios e normas, mas também, às Instituições que compõem o SISTEMA, que organiza o custeio, concede e mantém os benefícios e serviços.
Conforme exposto acima, do artigo 194, da CF/88, extraímos o conceito da Seguridade Social como SISTEMA através de um conjunto integrado de ações de iniciativa do Poderes Públicos e da Sociedade demonstrando o caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Através do organograma abaixo podemos visualizar a estrutura e organização da Seguridade Social como SISTEMA e os respectivos órgãos que a compõem.
 
Observa-se assim, que a Seguridade Social está estruturada e organizada em um sistema, não apenas com a participação do Poder Público, mas também com a participação da sociedade, através do conjunto de ações integradas das partes envolvidas, pois engloba um conceito amplo para a cobertura de contingências destinadas àqueles que dela necessitem decorrentes de morte, doença, invalidez, idade, desemprego, visando sempre, a PROTEÇÃO SOCIAL, conforme determinado no artigo 194, da Carta Magna.
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Dê o conceito da Seguridade Social.
2-) Quais são as espécies que compõem a Seguridade Social?
3-) O que significa a gestão quadripartite?
4-) Quais são os órgãos que compõem o Ministério da Previdência Social?
5-) Quais são os órgãos que compõem o Ministério do Desenvolvimento Social?
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Semana 4
 
Antes de adentrarmos no mérito sobre as fontes do Direito Previdenciário, é mister, apesar de redundante, consignar a autonomia do Direito Previdenciário como ramo próprio do direito. Para tanto, é importante estabelecer o conceito deste ramo. O eminente doutrinador João batista Lazzari[1] diferencia o Direito Previdenciário do que habitualmente se chama de Previdência Social, bem como do que se denomina Seguridade Social. Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuições, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardados quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera que exijam um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. No caso da Seguridade Social, esta abrange tanto a Previdência Social como a Assistência Social (prestações pecuniárias ou serviços prestados a pessoas alijadas de qualquer atividade laborativa), e a Saúde Pública (fornecimento de assistência médico-hospitalar, tratamento e medicação), estes dois últimos sendo prestações do Estado devidas independentemente de contribuições. Pondera, o nobre doutrinador, como mais adequado a utilização do termo Direito da Seguridade Social, ao invés de Direito Previdenciário, entretanto, como o estudo em foco restringe-se na delimitação da atuação Estatal em termos de Previdência, reputa-se correto a utilização do termo Direito Previdenciário, aliás, como ramo do Direito Público.
 
Para justificar a assertiva, de se tratar o Direito Previdenciário um ramo autônomo do direito na vertente Pública, não requer maiores dilações, pois excluído está da vertente do ramo do Direito Privado, uma vez que, as normas que regem a Previdência Social, independem da vontade das partes, como se dá nos ramos da vertente Privada em que prevalece a autonomia da vontade das partes.  Ademais, o SISTEMA é Público, vinculado ao poder de império do Estado, cuja filiação é obrigatória. Os órgãos de gestão, administração, concessão e manutenção de benefícios estão ligados ao Estado. A relação jurídica vincula o Estado e o segurado-contribuinte, diferentemente do que ocorre no ramo do Direito Privado em que a relação jurídica vincula, comumente, os particulares.
Alguns doutrinadores entendiam que o Direito Previdenciário fazia parte do Direito do Trabalho, sendo uma de suas divisões: Direito Individual do Trabalho; Direito Coletivo do Trabalho; Direito Tutelar do Trabalho; Previdência e Assistência Social. Todavia, a Constituição Federal de 1988, acabou com a celeuma ao estatuir capítulo próprio no seu bojo (Título VIII – Da Ordem Social), que dispõe sobre a Seguridade Social (art. 194 a204).
 Para ratificar a posição supracitada,observe no quadro abaixo, alguns exemplos que demonstram cabalmente a autonomia do Direito Previdenciário em relação, especialmente, ao Direito do Trabalho:
	 
DIREITO DO TRABALHO
 
	 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
	 
CF/88 – TÍTULO II – CAP. II  – ART. 7º - DOS DIREITOS SOCIAIS
	 
CF/88 – TÍTULO VIII – CAP. II  – ART. 194 – DA ORDEM SOCIAL
	 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO DO TRABALHO – Art. 22, inc. I, da CF/88
	 
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE  SEGURIDADE SOCIAL – Art. 22, inc. XXIII, da CF/88
	 
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR
	 
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE SEGURADO E ESTADO
	 
CONCEITOS, PRINCÍPIOS, NORMAS E INSTITUIÇÕES PRÓPRIAS
	 
CONCEITOS, PRINCÍPIOS, NORMAS E INSTITUIÇÕES PRÓPRIAS
 
 
Contudo, em que pesem as fundamentações acima lançadas sobre a autonomia do Direito Previdenciário como ramo do Direito Público, não podemos nos olvidar da relação deste ramo do Direito com os demais ramos da Ciência Jurídica.
 
Sendo assim, elencamos exemplificativamente, em ordem alfabética, alguns ramos do Direito que se relacionam com o Direito Previdenciário:
 
	 
OUTROS RAMOS DO DIREITO
	 
ALGUNS EXEMPLOS
	 
 
Direito Administrativo
	o INSS é uma Autarquia Federal que pertence à Administração Pública indireta, sendo regida por normas de Direito Administrativo .
	 
 
Direito Civil
	quando trata do estado da pessoa (solteiro, casado, companheiro, emancipado); da capacidade e incapacidade civil (menoridade, maioridade); conceitos inerentes ao direito de família e sucessões.
	 
 
Direito Comercial
	quando versa sobre os empresários (empregadores) como segurado obrigatório; sobre a habilitação de créditos previdenciários.
	 
 
Direito Constitucional
	quando estrutura o sistema da Seguridade Social e especifica regras e princípios sobre benefícios (tempo de contribuição, cálculo, valores mínimo e máximo de benefícios).
	 
Direito Penal
	quando tipifica e define punições no caso de crime previdenciário.
	 
Direito do Trabalho
	quando trata da licença-maternidade; estabilidade no emprego; incidência de contribuição na remuneração.
	 
 
Direito Tributário
	Quando especifica a hipótese de incidência do tributo (sujeito ativo e passivo, base de cálculo e alíquota) sobre a contribuição previdenciária (contribuição social).
 
 
Não resta, pois dúvidas, sobre a autonomia do Direito Previdenciário como ramo do Direito Público que se relaciona intimamente com os demais ramos do Direito, no entendimento majoritário dos doutrinadores previdenciários, frise-se.
 
Ultrapassados os argumentos acima expendidos, façamos, então, a análise das FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO.
 
A etimologia da palavra fonte traz o sentido de nascente, manancial, origem, de onde provém algo. Fonte do Direito, na concepção majoritária dos estudiosos, é todo fato social[2]. Em outras palavras, são todos elementos e fatos (sociais) que contribuem para a produção, criação, modificação ou extinção de regras jurídicas.
 
As Fontes do Direito são classificadas em fontes materiais e formais. Por fontes materiais podemos entender como sendo os fatores sociais, psicológicos, econômicos, políticos, históricos que ocasionam o surgimento da norma jurídica. No que tange às fontes formais, podemos dizer que são as formas de exteriorização do direito (v.g. as leis).
 
Em se tratando de Direito Previdenciário, no que diz respeito às fontes formais, podemos dividi-las assim:
 
 
FONTES FORMAIS PRINCIPAIS
 
 
 
	
	
	
 
 
 
FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS
 
 
 
Segundo Augusto Massayuki Tsutiya “A lei, portanto, é a principal fonte do Direito Previdenciário. As outras fontes são secundárias. A jurisprudência e a doutrina se encaixam nestas. A jurisprudência não obriga: serve como balizamento para a aplicação das leis, visto que é o entendimento dos tribunais acerca da questão posta. A doutrina sofre das mesmas limitações da jurisprudência. E com um gravame: existem, em muitos casos, posições divergentes entre os doutrinadores, enquanto a jurisprudência só é consolidada após a edição de vários julgados na mesma direção. Portanto, não podem ser consideradas fontes propriamente ditas. Servem como balizamento para a aplicação das leis.”
 
No mesmo sentido, define o ilustre doutrinador que a “analogia, equidade, e os princípios gerais de direito não constituem fontes formais de direito, mas critérios de integração da norma jurídica. Como tais, não podem ser considerados fontes do direito de seguridade social.” (Curso de Direito da Seguridade Social. 1ª Ed. pág. 19/20. Ed. Saraiva. São Paulo. 2007)
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) O Direito Previdenciário é um ramo autônomo do Direito? Por que?
2-) Em qual vertente está inserido o ramo do Direito Previdenciário? Por que?
3-) O Direito Previdenciário se relaciona com outros ramos do Direito? Quais? Por que?
4-) A doutrina e a jurisprudência são fontes formais do Direito?
5-) A analogia, equidade e os princípios gerais do direito são fontes formais do direito? Justifique.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social
 
[1] Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 10ª Ed. pág. 75. Ed. Conceito Editorial. Florianópolis. 2008
[2] Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 10ª Ed. pág. 81. Ed. Conceito Editorial. Florianópolis. 2008
Semana 5
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL – REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
(CONCEITO - BENEFICIÁRIOS – QUALIDADE DE SEGURADO – CARÊNCIA)
 
1-) Princípios Gerais:
 
São aqueles inerentes a todo o ordenamento jurídico, e classificam-se em:
 
a-) Dignidade da pessoa humana – Art. 1, III, da CF/88 – versa sobre o respeito aos direitos inalienáveis do homem.
 
b-) Legalidade – Art. 5º, II, da CF/88 – onde ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Aplica-se o referido princípio à Autarquia Federal (INSS) órgão da Administração Pública que deve agir dentro dos limites estabelecidos na lei. Neste caso, não pode a Autarquia Previdenciária exigir, por exemplo, para a concessão de determinado benefício, requisito que não esteja especificado na legislação.
 
c-) Igualdade ou isonomia – Art. 3º, da CF/88 – em que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, dando o mesmo tratamento, por exemplo, aos trabalhadores urbanos e rurais.
 
d-) Direito adquirido – Art. 5, XXXVI, da CF/88 – prestigiando a aplicação da lei vigente aos fatos geradores para não prejudicar os direitos que estão incorporados ao patrimônio do seu titular, não lhe atingindo as modificações legais posteriores.
 
e-) Devido processo legal – Art. 5º, LIV, da CF/88 – que consagra o direito em que ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens. No caso, de beneficiário do Regime Geral de Previdência Social, não pode o administrador cancelar ou suspender benefícios, sem que o seu titular exerça a ampla defesa e o contraditório, após pleno conhecimento dos fatos pelo segurado ou dependente. 
 
 
2-) Princípios Específicos:
 
São aqueles elencados no Art. 194, incisos I a VII, da CF/88, e abaixo transcritos:
I – universalidade de cobertura e do atendimento
II- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
IV – irredutibilidade do valor do benefício
V – equidade na forma de participação e custeio
VI – diversidade na base de financiamento
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestãoquadripartite, com a participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
 
Em continuidade, após verificarmosos princípios que regem a Seguridade Social, passaremos ao estudo do Plano de Benefícios da Previdência Social, cujo Artigo 9º, da Lei 8.213/91, estabelece que a Previdência Social compreende o Regime Geral de Previdência Social e o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social, este regulamentado pela Lei Complementar 109/01, que aliás, não é objeto do nosso estudo.
 
No que diz respeito ao Regime Geral de Previdência Social temos os beneficiários, ou seja, os titulares do direito de usufruir a proteção social. Os beneficiários estão divididos em segurados e dependentes. Os segurados podem ser obrigatórios ou facultativos, sendo que aqueles estão elencados no artigo 11, da Lei 8.213/91, e respectivos incisos, a saber: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial; estes estão registrados no artigo 13, da Lei 8.213/91, a saber: maior de 16 (dezesseis) anos que não se enquadre como segurado obrigatório (ex.: dona de casa). Já os dependentes (do segurado) estão previstos no artigo 16, da Lei 8.213/91, e são os seguintes:
I – o cônjuge, companheiro (a), o filho, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido.
II – os pais.
III – o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido.
 
 
Elencados acima os beneficiários do RGPS, trataremos da manutenção da qualidade de segurado. Em outras palavras, a manutenção da QUALIDADE DE SEGURADO significa a manutenção do vínculo do segurado (dependente) com o seguro social. Este vínculo será mantido, inclusive, por determinado lapso temporal descrito na lei, mesmo que não haja contribuições para o regime. O lapso temporal aqui em comento e denominado como PERÍODO DE GRAÇA, onde o segurado, mesmo não contribuindo, repita-se, terá direito às prestações previdenciárias são os seguintes, de acordo com o artigo 15, da Lei de benefícios:
 
I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício
 
II – até 12 meses após a cessação das contribuições, os segurados que deixam de exercer atividade remunerada
 
III – até 12 meses após a cessação da segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória
 
IV – até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso
 
V – até 03 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às forças armadas
 
VI – até 06 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
 
Em relação aos segurados elencados no inciso II, do artigo 15, da lei de benefícios, o prazo será prorrogado para 24 meses, se houver mais que 120 contribuições mensais; prorrogará ainda, para 36 meses para o segurado que comprove o desemprego.
 
A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo para o recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao final dos prazos  fixados no artigo supracitado.
 
Além da qualidade de segurado, é importante verificarmos no que consiste a CARÊNCIA, que segundo o artigo 24, da lei em estudo, refere-se ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. Em relação ao auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são 12 contribuições mensais; aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial são 180 contribuições mensais; salário-maternidade são 10 contribuições mensais (trabalhadora urbana) e 12 contribuições mensais (trabalhadora rural). Exceção a regra são as prestações elencadas no artigo 26, que independem de carência para o segurado faça jus ao benefício.
 
Por fim, cabe lembrar, que havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores serão computadas pra fins de carência depois que o segurado cumprir na nova filiação, com pelo menos 1/3 do número de contribuições exigidas para a concessão do benefício, tal como previsto no parágrafo único do artigo 24, da lei de benefícios.
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Elencar os princípios que regem a Seguridade Social.
2-) Especifique quais são os beneficiários do Regime Geral da Previdência Social.
3-) Quais são os dependentes do segurado?
4-) Registre os prazos em que o segurado mantém a qualidade de segurado.
5-) Qual é a definição de carência? Discriminar a carência para cada espécie de benefício.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social.
 
 
Semana 6
Os elementos que compõem o cálculo do valor da renda mensal inicial dos benefícios previdenciários de acordo com os artigos 28 e 29, da Lei 8.213/91, são os seguintes:
 
a-) Salário-de-contribuição: é a base de cálculo para apurar o recolhimento da contribuição social para o INSS.
	Segurado
	Alíquota para fins de recolhimento ao INSS
	empregado, empregado doméstico e avulso
(art. 20, 8.212/91)
	 
8% / 9% / 11% sobre o salário-de-contribuição
	Contribuinte individual e facultativo
(art. 21, 8.212/91)
	 
20% sobre o salário-de-contribuição
Exemplo:
 
 
 
 
 
 
TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO A PARTIR DE FEV/2009
	Salário-de-contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento ao INSS
	até 965,67
	8%
	de 965,68 até 1.609,45
	9%
	de 1.609,46 até 3.218,90
	11%
 
 
 
 
 
b-) salário-de-benefício: é a base de cálculo para apurar o valor da renda mensal inicial dos principais benefício de prestação continuada.
 
Antes de prosseguirmos nas orientações sobre o cálculo do valor dos benefícios, é importante lembrar que até o advento da Lei 9.876, de 26/11/1999, o salário-de-benefício era calculado pela média aritmética simples das 36 (trinta e seis) últimas contribuições vertidas para a Previdência Social, imediatamente anteriores à data do requerimento do benefício ou do afastamento da atividade pelo segurado, em um período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.
 
Com o advento da Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, o artigo 29, da Lei de benefícios foi alterado, modificando a forma de cálculo do salário-de-benefício, assim como, período básico de cálculo, conforme discriminado abaixo:
 
	 
Aposentadoria por Idade e
Aposentadoria por Tempo de Contribuição
(art. 29, inc. I, 8.213/91)
	Salário-de-benefício consiste em: na média aritmética simples dos maioressalários-de-contribuiçãocorrespondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário.
	 
Aposentadoria por Invalidez,
Aposentadoria Especial,
Auxílio-doença e
Auxílio-acidente
(art. 29, inc. II, 8.213/91)
	 
Salário-de-benefício consiste em: na média aritmética simples dos maioressalários-de-contribuiçãocorrespondentes a 80% de todo o período contributivo.
	 
Período Básico de Cálculo
(art. 3º, 9.876/99)
	 
Todo o período contributivo desde julho de 1994.
	 
Limites mínimo e máximo do
salário-de-benefício
(art. 29, par. 2º, 8.213/91)
	 
Mínimo: R$ 465,00
Máximo: R$ 3.218,90
 
 
 
Verificados os elementos que compõem o cálculo dos valores dos benefícios, observaremos, agora, como aplicar o fator previdenciário no caso das aposentadorias por idade e tempo de contribuição, sendo opcional para aquela, e obrigatória para esta, conforme especificado no parágrafo 7º, do artigo 29, da Lei 8.213/91, considerando-se, para tanto, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar.
 
 
A fórmula para o cálculo considera 03 (três) aspectos, quais sejam:
 
                      tempo de contribuição;
                      idade do segurado;
                      expectativa de sobrevida (tabela fixada anualmente pelo IBGE).
 
 
Fórmula:
 
F =     Tc x a       x    [1 + (Id + Tc x a)]
 _______                      __________
   
       Es                           100
 
Onde:
 
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria (tabela do IBGE);
Tc = tempo decontribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria;
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
 
Assim, para melhor visualização da aplicação do fator previdenciário na composição do cálculo do benefício, veja o exemplo de um segurado nas seguintes condições:
- 35 anos de tempo de contribuição
- 55 anos de idade
- expectativa de sobrevida de 24,7 anos (tábua de mortalidade do IBGE)
- média simples de 80% dos maiores salários-de-contribuição: R$ 1.800,00
 
Logo:
F = Tc X a / Es X [1 + (Id + Tc  X a) / 100]
F = 35 X 0,31 / 24,7 X [1 + (55 + 35 X 0,31) / 100]
F = 0,4392 X [1 + (55 + 10,85) /100]
F = 0,4392 X [1 + 65,85 / 100]
F = 0,4392 X [1 + 0,6585]
F = 0,4392 X 1,6585
F = 0,7285
Salário-de-benefício = R$ 1.800,00 X 0,7285
Renda Mensal Inicial do benefício = R$ 1.311,30
Concluindo:
	Fator Previdenciário
	Aplica-se
	Não se aplica
	- Aposentadoria por Idade (opcional)
- Aposentadoria por Tempo de Contribuição (obrigatório)
	- Aposentadoria Especial
- Aposentadoria por Invalidez
- Pensão
- Auxílio-acidente
- Salário-maternidade
- Auxílio-reclusão
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Quais são os elementos que compõem o cálculo dos benefícios de prestação continuada?
2-) Defina salário-de-contribuição.
3-) Defina salário-de-benefício.
4-) No que consiste a renda mensal inicial?
5-) Quais as espécies de prestações em que não se aplicam o fator previdenciário para a apuração do salário-de-benefício?
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social.
Semana 7
DAS ESPÉCIES PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
(aposentadoria por invalidez - aposentadoria por idade - aposentadoria por tempo de contribuição)
 
Benefícios Previdenciários: No que diz respeito aos benefícios previdenciários ou espécies de prestações do Regime Geral de Previdência Social, podemos separá-los quanto aos segurados e dependentes, conforme dispõe o Artigo 18, da Lei n° 8.213/91.
 
Prestações quanto ao segurado: aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade; aposentadoria por tempo de contribuição (serviço); aposentadoria especial; auxílio-doença; salário-família; salário-maternidade; auxílio-acidente.
 
Aposentadoria por Invalidez – fundamentação legal: art. 201, I, da CF/88, c.c. art. 42 a 47, da lei nº 8.213/91:
 
A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo o benefício pago enquanto permanecer nessa condição[1]. A finalidade deste benefício visa assegurar a manutenção do segurado e de seus dependentes.
 
a) Requisitos necessários para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurado
                                           Carência de 12 meses
– não há carência se a incapacidade for resultante de doença grave - art. 26, II, c.c. art. 151, da Lei n° 8.213/91 (ex.: neoplasia maligna, aids, alienação mental).
                                           Incapacidade deve ser total e definitiva para o trabalho
- a referida incapacidade deve ser comprovada por perícia médica a cargo do INSS, podendo, o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
 
- a incapacidade não pode ser anterior à filiação, exceto, se esta sobrevier por motivo de progressão ou agravamento da enfermidade ou lesão pré-existente.
 - a pessoa é obrigada a se submeter a tratamento médico, salvo transfusão de sangue e cirurgia (procedimentos de risco), sob pena de suspensão do benefício.
- Cabe aqui, uma indagação: no caso de incapacidade decorrente de deficiência mental em que o segurado recusa-se a fazer o tratamento (esquizofrenia), como submeter este segurado a tratamento involuntário?
 
b) Renda mensal do benefício: 100% do salário de benefício.
 
                                           em caso de necessidade de assistência permanente de outra pessoa (a qualquer momento), há um acréscimo de 25% (é uma exceção de benefício que pode exceder o limite máximo);
                                           este acréscimo não incorpora a eventual pensão futura.
 
c) Início do benefício:
 
                                           Empregado: 16º dia do afastamento ou da data do requerimento (se ultrapassados 30 dias entre o afastamento e o requerimento).
- se estiver em auxílio doença, da data que houver a cessação deste.
- nos demais casos a partir da data do requerimento.
- os primeiros 15 (quinze) dias são pagos pela empresa.
 
                                           Demais segurados (domésticos, empresários, autônomos, facultativos, etc): data do início da incapacidade ou, se ultrapassados 30 dias, da data do requerimento.
 
d) Cessação do benefício:
 
                                           Com a morte do aposentado cessa o benefício, ensejando a pensão por morte aos dependentes.
                                           Com a recuperação da capacidade, se tiver direito de voltar ao trabalho (não há prazo fixo determinado por lei);
- mensalidade de recuperação - art. 47 (após a recuperação da capacidade laborativa a lei ainda assegura algumas prestações mensais para adaptação do segurado que irá retornar ao trabalho).
                                           A partir da data em que o aposentado retornar, voluntariamente, ao trabalho.
Aposentadoria por idade – fundamentação legal: art. 201, par. 7°, II, da CF/88, c.c. art. 48 a 51 da lei n° 8.213/91:
 
É concedido em razão da idade do segurado, no caso, 65 anos, se homem, e 60, se mulher, reduzidos os limites para 60 e 55 anos, respectivamente, para os trabalhadores rurícolas, considerando se tratar de atividade mais penosa, quando realizadas no campo. Frisa-se, entretanto, que não basta apenas o requisito idade para a concessão desta benesse, senão vejamos:
 
a) Requisitos necessários para a implantação do benefício:
 
                                           Qualidade de segurado:
- o referido requisito, hoje, é mais flexível, de acordo com a Lei n° 10.666, de 08 de maio de 2003, que definiu no Art. 3°, parágrafo 1°, o seguinte: Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte, no mínimo com, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.                                           Carência de 180 meses:
- será sem carência se for trabalhador rural e se este comprovar o trabalho rural em período igual ao da carência;
- artigo 143: a partir da Lei nº. 8.213/91 (07/91), quem já era trabalhador rural pode, num prazo de 15 anos, requerer a aposentadoria por idade comprovando que trabalhou, ainda que de forma descontínua, pelo período de carência imediatamente anterior ao requerimento;
- para quem era segurado antes de 07/91, a carência obedece a tabela progressiva constante no artigo 142 (em 2009, consiste em 168 meses). Vislumbra-se que, a Constituição, melhorou a situação do trabalhador rurícola, considerando que no regime anterior havia dois sistemas um urbano e outro rural, sendo que, o atual sistema os equiparou, assegurando, inclusive, pelo menos um salário mínimo ao trabalhador rural, o que não ocorria no sistema anterior, que podia receber valor inferior. 
Contudo, não se justifica conceder aposentadoria ao trabalhador rural por 15 anos sem nunca ter contribuído, apenas porque este trabalhador consegue comprovar o exercício da atividade rural em número de meses igual a carência do benefício, mesmo que de forma descontínua. Observa-se que as aposentadorias rurais sem contribuição têm trazido muita fraude, além do que, nada impede que o rurícola recolha as contribuições necessárias para ter direito à benesse, ou ainda, uma aposentadoria comum.
 
                                           Idade:
-                      Aposentadoria comum: 65 anos para homem e 60 para mulher.
-                      Aposentadoria rural: 60 anos para homem e 55 para mulher.
 
b) Renda mensal do benefício: 70% do salário de benefício mais 1% a cada grupo de 12 contribuições, até o limite de 100%.
 
c) Início do benefício:
 
                                           Data do desligamento do emprego (empregado e doméstico) se o requerimento for feito em até 90 dias.
                                           Data do requerimento para todos os demais segurados ou para o empregado ou doméstico que ultrapassem os 90 dias.
 
d) Cessação do benefício:
 
                                           O benefício cessa com a morte do aposentado, que ensejará pensão por morte aos dependentes, se houver.
 
Aposentadoria por tempo de contribuição (tempo de serviço) – fundamentação legal: art. 201, par. 7º, I, da CF/88, c.c. art. 52 a 56, da Lei n° 8.213/91:
 
É concedida em razão do tempo de contribuição (serviço).
 
a) Requisitos necessários para a implantação do benefício:
 
                                           Qualidade de segurado;
 
                                           Carência de 180 meses, exceto, para quem estava inscrito como segurado antes de 07/91, a carência obedece a tabela progressiva constante no artigo 142, da Lei n° 8.213/91.
 
                                           Tempo de Serviço (contribuição):
-                      Será sempre integral para os homens aos 35 anos e para as mulheres aos 30anos de contribuição;
-                      Para o professor (educação infantil, ensino fundamental e médio) a aposentadoria é 30 anos (homens) e 25 anos (mulheres). Exige-se o efetivo exercício em sala de aula. A partir da EC n° 20/98, o professor universitário está excluído e obedece a regra comum.
 
b) Renda mensal do benefício: 100% do salário de benefício.  Aplica-se o fator previdenciário (criado pela lei nº. 9.876/99).
 
c) Início do benefício:
 
                                           Data do desligamento do emprego (empregado) se o requerimento for feito em até 90 dias.
                                           Data do requerimento para todos os demais segurados ou para o empregado que ultrapassem os 90 dias.
 
d) Cessação do benefício:
 
                                           Cessa com a morte do aposentado;
 
 
Considerações necessárias com o advento da Emenda Constitucional n° 20, de 15 de dezembro de 1998:
 
Anteriormente a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98, tínhamos a então denominada aposentadoria por tempo de serviço, inclusive, a aposentadoria proporcional.
 
Os segurados que implementaram todas as condições (qualidade de segurado, carência e tempo de serviço) para a concessão do benefício de aposentadoria antes de 15/12/98, têm o direito adquirido à aposentadoria integral ou proporcional, especificada de acordo com a Lei n° 8.213/91, em especial, no que dispõe sobre o cálculo desta espécie de benefícios.
 
Para aqueles que eram segurados inscritos antes da EC nº 20, mas que não haviam implementado todas as condições para a concessão da aposentadoria, permanece o direito a aposentadoria proporcional e integral, porém, há uma regra de transição a ser cumprida, conforme discriminado abaixo:
 
a)                         Proporcional:
 
                                  Homem = 30 anos (pedágio de 40% do tempo que faltava para aposentar na data da EC nº. 20 – 15/12/98 – mais idade mínima de 53 anos);
 
                                  Mulher = 25 anos (pedágio de 40% do tempo que faltava para aposentar na data da EC nº. 20 – 15/12/98 – mais idade mínima de 48 anos).
 
b)                         Integral:
 
                                  Homem = 35 anos de contribuição
                                  Mulher = 30 anos de contribuição
 
FATOR PREVIDENCIÁRIO:
 
O fator previdenciário foi implantado pela lei nº 9.876/99, e se resume numa fórmula que deve ser aplicada sobre o valor do salário de benefício. Aplica-se somente para as aposentadorias por tempo de contribuição (obrigatória) e idade (para esta é facultativa).
 
Esta fórmula leva em consideração 03 (três) aspectos, que são:
                      tempo de contribuição;
                      idade do segurado; e
                      expectativa de sobrevida (fixada anualmente pelo IBGE).
 
Fórmula:
 
F =     (Tc x a)  x    {1 + Id + (Tc x a)}
  _______          ____________
   
       Es                  100
Onde:
 
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria (tabela do IBGE);
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria;
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
Traduzindo:
 
Fator previdenciário = tempo de contribuição multiplicado por alíquota correspondente a 0,31, dividido por expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria. Obtido o resultado, multiplica-se o montante encontrado, por 1, mais o valor resultante da seguinte equação: idade no momento da aposentadoria, mais tempo de contribuição até o instante da aposentadoria, multiplicado pela alíquota de 0,31, dividido por 100(cem)[2].
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Especifique os requisitos para a concessão da aposentadoria por invalidez.
2-) Especifique os requisitos para a concessão da aposentadoria por idade do trabalhador urbano.
3-) Especifique os requisitos para a concessão da aposentadoria por idade do trabalhador rural.
4-) Especifique os requisitos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição integral.
5-) Especifique os requisitos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição proporcional.
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social
[1] Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 22ª Ed. Atlas. São Paulo. 2005. p. 345.
[2] Correia, Marcus Orione Gonçalves; Correia, Érica Paula Barcha. Curso de Direito da Seguridade Social. 2ª Ed. Saraiva. São Paulo. 2002. p. 237.
Semana 8
DAS ESPÉCIES PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
(aposentadoria especial - auxílio-doença - salário-família)
 
 
Aposentadoria especial – fundamentação legal: art. 201, par. 1º, da CF/88, c.c. art. 57 e 58 da lei nº 8.213/91:
 
AConstituição da República, de 05 de outubro de 1988, previa no inciso II, do art. 202, que a aposentadoria seria concedida após 35 anos de trabalho para o homem e 30, para mulher, ou em tempo inferior, se o trabalho fosse exercido sob condições especiais, definidas em lei, que prejudicasse a saúde ou a integridade física do empregado.
 
Com o advento da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, aredação do art. 202, foi modificada e a matéria passou a ser regida no parágrafo 1º, do art. 201, da lei maior, que determinou a implantação de lei complementar para tratar sobre o instituto da aposentadoria.
 
Por conseqüência, até que seja publicada a referida lei complementar para regulamentação da matéria, permanecem em vigor os artigos 57 e 58, da lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que tratam da aposentadoria especial.
 
O conceito, portanto, de aposentadoria especial está previsto nos Artigos 57 e 58, da supracitada legislação, que reza o seguinte: Art. 57 – A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a Lei.
 
Já o art. 58, assim dispõe: A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo.
 
Em outras palavras, a aposentadoria especial é o benefício previdenciário decorrente do trabalho realizado pelo segurado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, tendo por objetivo compensar o trabalhador que presta serviços exposto em condições adversas ou que desempenha atividade com riscos. Por exemplo, o trabalhador que exerce sua atividade em ambiente cujo ruído ultrapassa 90 decibéis; ou, ainda, trabalhador  exposto a agente nocivo biológico, no caso, enfermeiro que está exposto a microorganismos, bactérias, fungos, parasitas, vírus,etc...
 
Para a concessão da aposentadoria especial é necessário, portanto, que o segurado preencha alguns requisitos, a saber:
 
a-) cumprimento da carência mínima;
b-) exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física;
c-) exposição permanente, não intermitente, ao agente nocivo;
d-) tempo de contribuição de 15, 20 ou 25 anos.
 
As condições agressivas estão elencadas no anexo IV do Decreto nº 3.048/99, que prevê o tipo de atividade que enseja a aposentadoria especial, bem como os anos mínimos necessários para se aposentar.
 
O rol dos agentes nocivos é exaustivo, enquanto o rol das atividades listadas é exemplificativo.
 
Quanto ao tempo de contribuição podemos dizer que é o período de tempo de serviço em que o segurado deve ficar exposto aos agentes nocivos à saúde ou à integridade física para a concessão da aposentadoria especial. Alguns exemplos podem ser registrados:
 
 trabalho em atividades permanentes no subsolo de mineração subterrânea em frente de produção = 15 anos de tempo de serviço
 
 trabalho em mineração subterrânea cuja atividade exercida seja afastada da frente de produção = 20 anos de tempo de serviço
 
 trabalho exercido sob pressão atmosférica anormal como operação de mergulho com o uso de escafandro = 25 anos de tempo de serviço
 
a) Requisitos necessários para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurado;
   Carência de 180 meses
- para quem estava inscrito como segurado antes de 07/91, a carência obedece à tabela progressiva constante no artigo 142 (em 2006 é de 150 meses).
   Tempo de serviço mínimo:
- 15 anos = abertura de galerias subterrâneas;
- 20 = explosivos; ou
- 25 anos = operador de raio X, ruído acima de 90 decibéis):
-    Devem ser prestados em condições prejudiciais à saúde (anexo IV do Decreto nº 3.048/99);
-    exposição habitual (não ocasional) e permanente (não intermitente) a agentes nocivos à saúde do trabalhador;
-    Formulário preenchido pela empresa (DIRBEN 8030 – antigo SB 40, substituído pelo PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário) onde a empresa faz um mapeamento detalhado das atividades atribuídas ao segurado e dos agentes nocivos existentes no local de trabalho.
 
b) Renda mensal do benefício: 100% do salário de benefício.
 
c) Início do benefício:
 
   Data do desligamento do emprego (empregado ou doméstico) se o requerimento for feito em até 90 dias.
   Data do requerimento para todos os demais segurados ou para o empregado ou doméstico que ultrapassem os 90 dias.
 
d) Cessação do benefício:
 
   O benefício cessa com a morte do aposentado;
 
   Com o retorno ao trabalho em condições prejudiciais à saúde ensejará o cancelamento da aposentadoria especial (art. 46, da Lei n° 8.213/91). É permitido o retorno ao trabalho desde que seja em condições normais (sem prejuízo para a saúde).
 
e) Conversão de Tempo de Serviço:
 
   Não mais se admite a conversão de tempo de serviço para a concessão de aposentadoria especial, tal como prevê o art. 70, do Decreto n° 3.048/99, salvo, no que se refere o parágrafo único, do art. 70, do Decreto nº 3.048/99, que admite a possibilidade de conversão de tempo especial para comum, observada a seguinte tabela:
 
	Tempo a converter
	 
Multiplicadores
	 
	Mulher (para 30)
	Homem (para 35)
	De 15 anos
	2,00
	2,33
	De 20 anos
	1,50
	1,75
	De 25 anos
	1,20
	1,40
 
 
Importante ressaltar que, até a publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, era possível ao segurado obter a concessão de aposentadoria especial por ser titular de uma atividade considerada perigosa, penosa ou insalubre, como professor, eletricista, médico, engenheiro, bombeiro, motorista, entre outros.
 
Mas, a partir de 29/04/95, a aposentadoria especial para ser concedida, passou a exigir do segurado a efetiva exposição ao agente agressivo e não mais somente o título profissional (atividade).
 
Outra alteração restritiva para a concessão da aposentadoria especial foi a proibição de conversão de tempos diferenciados. Não mais permite-se a conversão de atividade comum para especial e de especial para comum.
 
Para melhor compreensão registre-se em ordem cronológica os diplomas legais que alteraram a aposentadoria especial:
   Lei nº 3.807/60 – cria a aposentadoria especial
   Decreto nº 53.831/64 – regulamenta a atividade especial e traz o Anexo III, com a relação dos agentes agressivos e profissões perigosas, penosas e insalubres.
   Decreto nº 83.080/79 – modifica a relação dos agentes agressivos e separa agente agressivo de profissão, onde: Anexo I –agentes agressivos; Anexo II – profissões.
   Lei nº 9.032/95 – extingue a aposentadoria especial pela atividade do segurado. O segurado deve provar que trabalha exposto permanentemente a agente nocivo a saúde, com apresentação de laudo expedido por engenheiro de segurança do trabalho. Exige do aposentado o afastamento da atividade agressiva. Cria o perfilprofissiográfico e proíbe a conversão de tempo comum para especial.
   Medida Provisória nº 1.523/96 – revoga as leis que criaram aposentadorias especiais para jornalistas, professores, aeronauta, juízes classistas, telefonistas.
   Decreto nº 2.172/97 – trouxe nova relação dos agentes agressivos (Anexo IV). Torna obrigatória a apresentação do laudo para comprovar a atividade especial. Ratifica a criação do perfil profissiográfico.
   Medida Provisória nº 1.553/98 – extingue a conversão do tempo especial em comum, acabando, derradeiramente com as denominadas “conversões” de tempo.
   Ordem de Serviço nº 600/98 – Institui o DSS 8030. Deu entendimento de que o uso de EPI atenuava ou neutralizava os efeitos dos agentes agressivos, indeferindo, pois os benefícios.
   Decreto nº 2.782/98 – Neutraliza o impacto nefasto trazido pela OS nº 600/98, e permite a concessão do benefício caso o segurado tivesse cumprido 20 % do tempo especial total exigido.
   Ordem de Serviço 612/98 – neutraliza os efeitos da OS 600/98, orientasobre a emissão do laudo, as épocas de conversão e sobre o direito adquirido.
   Lei nº 9.732/98 – Institui o custeio da aposentadoria especial pelas empresas com coeficiente de 6%, 9% e até 12%, sobre a folha de pagamento mensal.
   Emenda Constitucional nº 20/98 – Proíbe definitivamente tempo de serviço fictício na concessão do benefício.
Eis, portanto, em síntese, as principais alterações trazidas pelas legislações supramencionadas que até hoje ensejam discussão na Justiça.
 
Auxílio doença – fundamentação legal: art. 201, I da CF/88, c.c. art. 59 a 63,  da Lei n° 8.213/91:
 
Trata-se de benefício pago ao segurado quando incapacitado por mais de 15 dias. Não há distinção entre incapacidade total ou parcial, pois a lei dispõe somente sobre “incapacidade”. Objetiva assegurar a manutenção temporária do segurado.
 
a) Requisitos para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurado;
   Carência de 12 meses
– não há carência se a incapacidade for resultante de doença grave - art. 26, II, c.c. art. 151, da Lei n° 8.213/91
   Incapacidade total ou parcial e temporária (não definitiva) para o trabalho:
- deve ser comprovada por perícia médica realizada pelo INSS;
- a incapacidade não pode ser anterior à filiação (se for haverá fraude). A moléstia pode ser anterior, sendo que nestes casos pode haver a incapacidade por progressão ou agravamento da doença já existente. Ex: Chagas;
- a pessoa é obrigada a se submeter a tratamento médico, salvo transfusão de sangue e cirurgia, sob pena de suspensão/cancelamento do benefício.
 
b) Renda mensal do benefício: 91% do salário de benefício.
 
c) Início do benefício:
 
   Empregado: 16º dia do afastamento ou da data do requerimento (se ultrapassados 30 dias entre o afastamento e o requerimento);
- se estiver em auxílio doença, da data que houver a cessação deste;
- nos demais casos a partir da data do requerimento;
- os primeiros 15 (quinze) dias são pagos pela empresa.
   Demais segurados (domésticos, empresários, autônomos, facultativos, etc): data do início da incapacidade ou, se ultrapassados 30 dias, da data do requerimento.
 
d) Cessação do benefício:
 
   Cessa o benefício com a cessação da incapacidade (não há prazo fixo determinado por lei);
   Com a morte do segurado;
   Com a transformação em aposentadoria por invalidez (quando for considerado irrecuperável para o trabalho = incapacidade definitiva);
   Com a habilitação do trabalhador para desempenhar outra função que lhe garanta a subsistência, após processo de reabilitação.
 
Salário família – fundamentação legal: art. 7°, XII, 201, IV, da CF/88, c.c. art. 65 a70, da Lei n° 8.213/91:
 
Pretende esta espécie de benefício amparar o segurado de baixa renda e seus dependentes. Não se confunde com salário, pois não é pago pelo empregador como contraprestação dos préstimos laborais do empregado; não se confunde, também, com benefício assistencial, visto que, não se inclui nos objetivos inseridos nos incisos do art. 203, da CF/88, que trata da Assistência Social.
 
Portanto, têm direito a este benefício apenas os segurados empregados (exceto os domésticos) de baixa renda. Quem paga é a empresa, que depois compensa esse valor na folha de salários.
 
a) Requisitos para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurado;
   Não há carência;
   Filhos de até 14 anos ou inválidos de qualquer idade (equiparam-se a filhos o menor tutelado e o enteado);
   Comprovação que o filho recebeu vacinação obrigatória e de freqüência escolar (quando obrigatória)
 
b) Renda mensal do benefício: de acordo com tabela expedida pelo INSS, a cada ano
 
a)                      Cessação do benefício:
 
   Por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao óbito.
   Quando o filho ou equiparado completar 14 anos, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário
   Pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade
   Pelo desemprego do segurado
   Pela morte do segurado
 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Quais são os requisitos para a implementação da aposentadoria especial?
2-) É possível a conversão de atividade comum para especial?
3-) É possível a conversão de atividade especial para comum?
4-) Elencar os requisitos para a concessão do auxílio-doença.
5-) Elencar os requisitos para a concessão do salário-família.
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social.
 
Semana 9
DAS ESPÉCIES PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
(salário-maternidade - auxílio-acidente)
 
Salário maternidade – fundamentação legal: art. 201, II, da CF/88, c.c. art. 71 a73, da Lei n° 8.213/91:
 
Mediante comprovação e de acordo com período estabelecido por lei, consiste o salário maternidade em uma remuneração paga pelo INSS à gestante, durante seu afastamento do trabalho.
 
O período de afastamento do trabalho se dá por 120 dias, sendo que neste período a segurada afastada do trabalho recebe o salário maternidade com renda mensal igual aremuneração integral, pago pelo INSS, repita-se.
 
A lei n° 10.422/02, de 15 de abril de 2002, passou a conceder esse benefício à segurada adotante, acrescentando à Lei n° 8.213/91, o art. 71-A, com os seguintes requisitos:
 
-    120 dias: se a criança tiver até 01 ano;
-     60 dias: se a criança tiver entre 01 e 04 anos;
-     30 dias: se a criança tiver entre 04 e 08 anos;
 
a) Requisitos para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurada da mãe;
   Carência (móvel – período de gestação mais um mês): De regra, é de 10 meses para as contribuintes individuais (para as empregadas e trabalhadoras avulsas não há carência);
 
b) Renda mensal do benefício:
 
   Segurada empregada ou trabalhadora avulsa: valor de sua remuneração integral mensal (não obedece o limite máximo);
   Segurada empregada doméstica: o valor anotado na CTPS (último salário de contribuição);
   Segurada especial: 1/12 de sua contribuição anual, não podendo ser inferior a 01 salário mínimo;
   Contribuinte individual e facultativa: 1/12 da soma dos 12 últimos salários de contribuição, apurados em período não superior a 15 meses (respeita o teto limite).
 
c) Início do benefício:
 
Geralmente, é concedido 28 dias antes parto 92 depois (17 semanas, aproximadamente), os quais somados perfazem 120 dias (é uma faculdade da mulher pedir 28 dias antes do parto).
-    Em casos excepcionais, é possível haver um acréscimo (anterior ou posterior à concessão) de duas semanas, mediante apresentação de atestado médico expedido pelo SUS;
-    se a segurada precisar de repouso antes ou ficar incapaz para o trabalho (antes ou depois), terá direito a auxílio doença ou aposentadoria por invalidez.
-    Mesmo a criança nascendo morta, a segurada, terá direito ao salário maternidade.
-    O mesmo ocorre quando o parto é antecipado
-    No caso de aborto não criminoso terá direito ao salário maternidade correspondente a duas semanas.
 
Auxílio acidente – art. 86, da Lei n° 8.213/91:
 
O auxílio acidente é concedido como indenização ao segurado. Portanto, tem caráter indenizatório, cuja finalidade é indenizar o segurado por seqüelas resultantes da consolidação de lesões de acidente de qualquer natureza que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente o segurado exercia.
 
É devido ao segurado empregado (exceto doméstico), trabalhador avulso, segurado especial.
 
a) Requisitos para a implantação do benefício:
 
   Qualidade de segurado;
   Não há carência;
   Seqüela resultante de acidente de qualquer natureza:
- previstas no anexo III, do Decreto nº. 3.048/99 (rol exemplificativo);
b) Renda mensal do benefício: 50% do salário de benefício.
- pode ser em valor inferior ao salário mínimo, pois este não substituia remuneração;
- é levado em consideração no cálculo de aposentadoria;
- não importa o tipo de seqüela (antes o tipo refletia no valor)
 
c) Início do benefício:
 
   Regra geral, dia seguinte após a cessação de auxílio doença, vedado sua acumulação com qualquer aposentadoria (par. 2°, do art. 86).
 
d) Cessação do benefício:
 
   Considerando a restrição imposta de acumulação com aposentadoria, de regra, com a concessão desta, respeitados os casos de direito adquirido, vez que, até a lei nº 9.528, de 10/12/97, o auxílio acidente era vitalício);
   Com a morte do segurado, pois versa sobre benefício personalíssimo;
   Se houver reabertura de auxílio doença que deu ensejo ao auxílio acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio doença reaberto.
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Quem tem direito ao salário-maternidade? Quais as hipóteses?
2-) Quais os prazos de afastamentos?
3-) No que consiste o auxílio-acidente?
4-) O auxílio-acidente pode acumular com outra espécie de benefício?
5-) Trata-se de benefício vitalício? Por que?
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social.
 
Semana 10
DAS ESPÉCIES PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
(pensão por morte - auxílio-reclusão)
 
 
Prestações quanto ao dependente: pensão por morte; auxílio-reclusão.
 
Pensão por morte – fundamentação legal: art. 201, I e V, da CF/88, c.c. art. 74 a79, da Lei n° 8.213/91:
 
Trata-se de benefício previdenciário pago aos dependentes em virtude do falecimento do segurado instituidor da benesse.
 
a) Requisitos para implantação do benefício:
   Evento morte (real ou presumida) do segurado;
   Qualidade de segurado do falecido;
   Não há carência;
   Existência de dependentes do segurado (rol inserido no art. 16, da Lei n° 8.213/91). Dividem-se em 03 classes e os mais próximos excluem os mais remotos (par. 1°, do art. 16):
- Classe 1: cônjuge, companheiro (a), filho de qualquer condição, menor de 21 anos não emancipado ou inválido.
- Classe 2: pais
- Classe 3: irmão menor de 21 anos não emancipado ou inválido.
- os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições (divide-se, em cotas iguais, o benefício).
- havendo mais de um dependente numa mesma classe, caso um destes venha perder a qualidade de dependente, sua parcela acrescerá aos dos demais.
- a dependência econômica dos dependentes da classe 1 é presumida, enquanto das demais deve ser comprovada. Os pais não precisam comprovar a dependência econômica exclusiva, basta a parcial.
 b) Renda mensal do benefício: 100% do valor que o segurado faria jus se tivesse se aposentado por invalidez ou o valor da aposentadoria se já era aposentado.
 c) Início do benefício:
    Data do óbito, quando requerida em até 30 dias após o óbito;
   Data do requerimento quando este é feito após 30 dias do óbito;
   Data da decisão judicial, no caso de morte presumida.
 
Mister destacar, que até a vigência da Lei n° 9.528, de 10/12/97, a pensão por morte era devida ao conjunto de dependentes do segurado, aposentado ou não, a contar da data do óbito ou da decisão judicial, no caso de morte presumida, tal como previa o artigo 74, da Lei n° 8.213/91, considerando, para tanto, a data de início do benefício como sendo a data do óbito, inclusive, com a aplicação do primitivo artigo 103, que trata da prescrição.
 
Com o advento da supracitada legislação (lei n° 9.528/97), foram acrescentados três incisos ao artigo 74, que assim passou a disciplinar a matéria: a pensão por morte será devida ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I – do óbito, quando requerida até 30 (trinta) dias depois deste; II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; - III – da decisão judicial, no caso de morte presumida.
 
Impôs, a nova legislação, restrição quanto a data de início do benefício de pensão morte, a saber:
 
   Início do benefício será da data do óbito se for requerido até trinta dias após o óbito;
   Início do benefício da data do requerimento se for requerido após trinta dias da data do óbito;
   Início do benefício da data da decisão judicial, no caso de morte presumida.
 
Conseqüentemente, estas restrições trouxeram óbices quanto ao pagamento de valores atrasados quando o benefício é requerido após os trinta dias da data do óbito. Por exemplo: dependentes do segurado que ingressaram com requerimento de pensão em 01/06/2006, tendo o óbito ocorrido em 01/01/06. Neste caso, a data de início do benefício será a data do requerimento, ou seja, 01/06/2006, não gerando quaisquer pagamentos aos beneficiários, de valores anteriores a esta data. Portanto, os créditos referentes a 01/01/2006 (data do óbito) até 30/05/2006 (data anterior ao requerimento), não gerará valores atrasados.
 
Contudo, o legislador inseriu no bojo do diploma legal, uma ressalva, mais especificamente, no artigo 79, também da Lei n° 8.213/91, quanto aos pensionistas menor, incapaz ou ausente, com remessa ao artigo 103, parágrafo único, que assim definiu a questão: Prescreve em 5 cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças  devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. (parágrafo acrescentado pela Lei n° 9.528/97).
 
Sendo assim, resta claro que, tratando-se de pensionistas menor, incapaz ou ausente, o benefício de pensão por morte a estes dependentes é concedido a partir da data da entrada do requerimento do benefício, mas com o pagamento dos valores atrasados desde a data do óbito, de acordo com o parágrafo único do artigo 103, da Lei n° 8.213/91, c.c. os parágrafos 1° e 2°, do artigo 105, do Decreto n° 3.048, de 06 de maio de 1999, com nova redação dada pelo Decreto n° 4.032, de 26 de novembro de 2001.
 
Hodiernamente, os parágrafos 1° e 2°, do artigo 105, do Decreto n° 3.048/99, com nova redação dada pelo Decreto n° 4.032/01, foi alterado e revogado, respectivamente, pelo Decreto n° 5.545, de 22 de setembro de 2005, que não mais prevê a ressalva em relação ao pagamento dos valores atrasados aos menores, incapazes e ausentes, a partir do óbito do instituidor da benesse. Restará, assim, mais uma vez, discutir a questão no Judiciário, tendo em vista, a imprescritibilidade dos direitos dos menores, incapazes e ausentes.
 d) Cessação do benefício:
    Com a perda da qualidade de dependente do último beneficiário.
   Sendo o benefício extinto numa classe, não passa para a outra classe.
 
Auxílio reclusão – – fundamentação legal: art. 201, IV, da CF/88, c.c. art. 80, da Lei n° 8.213/91:
 
O auxílio reclusão é concedido nas mesmas condições da pensão por morte. Tem a finalidade de amparar os dependentes do segurado preso (detenção ou reclusão), eis que a pena não pode passar da pessoa do criminoso. Visa substituir os meios próprias de subsistência e da família do recluso. Este benefício, portanto, é concedido apenas aos presos que tenham baixa renda.
 
a) Requisitos para a implantação do benefício:
    Qualidade de segurado do recluso;
   Não há carência;
   Haja existência de dependentes do segurado / recluso  (art. 16, da Lei n° 8.213/91);
   Certidão que comprove a prisão (deve ser renovada a cada três meses).
 b) Renda mensal do benefício: 100% do valor que o segurado faria jus se tivesse se aposentado por invalidez (se for aposentado não faz jus).
 c) Início do benefício:
    Data da prisão, quando requerida em até 30 dias;
   Data do requerimento quando este é feito após 30 dias da prisão;
   Data da decisão judicial, no caso de morte presumida.
d) Cessação do benefício:
    Com a morte do preso (gerará pensão por morte);
   Com a perda daqualidade de dependente do último beneficiário;
   Com a soltura do preso (em qualquer hipótese, inclusive fuga).
   Se houver filhos menores o Ministério Público deve requerer o benefício.
   A internação prevista no artigo 121, do ECA, também dá direito ao auxílio reclusão.
 
Para melhor compreensão, vale ressaltar que carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus à benesse. São contribuições mínimas que o segurado deve verter mensalmente à Previdência Social para ter direito ao benefício pleiteado, consoante se extrai do artigo 24, da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, com suas exceções, discriminadas no artigo 26, do supramencionado diploma legal.
 
Conclusão:
Observa-se após este breve estudo que, a legislação Constitucional e infraconstitucional, buscou preservar e resguardar os direitos dos segurados e seus dependentes contra os riscos oriundos da incapacidade laborativa, idade, tempo de serviço, morte,e reclusão e outros.
 
Sabe-se que a Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, restringiu a concessão de vários benefícios, como por exemplo: a aposentadoria especial, não mais permitindo a conversão de tempo de serviço; a implantação do fator previdenciário para o cálculo da renda mensal; a implantação de um período de transição para os segurados com expectativa de direito, estipulando idade mínima e “pedágio” para a concessão de benefício. 
Contudo, e apesar das reformas trazidas por outras Emendas Constitucionais, o Regime de Previdência Social no Brasil, salvo entendimento contrário, ainda está a proteger o segurado e seus dependentes de forma ampla.
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
1-) Quais são os dependentes do segurado?
2-) Havendo dependentes da mesma classe, todos são habilitados à pensão por morte do segurado? Justifique.
3-) O auxílio-reclusão pode ser transformado em pensão por morte:
4-) Quais os requisitos para a concessão da pensão por morte?
5-) Quais os requisitos ensejadores para a concessão do auxílio-reclusão?
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Martins, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
Miranda, Jedial Galvão. Direito da Seguridade Social.
Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário.
Castro, Carlos Alberto Pereira de. Lazzari, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Tsutiya, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social.
 
Semana 11
 
PLANO DE CUSTEIO DA PREVIDÊNCIAL SOCIAL – LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991
 
DO FINANCIMANETO DA SEGURIDADE SOCIAL
 
Encerrados os nossos estudos sobre o plano de benefícios da previdência social, passaremos agora, a estudar a forma de custeio desses benefícios.
 
Basicamente, são dois os sistemas de financiamento (custeio) da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social): capitalização e solidariedade (repartição simples) que pode ser subdividida em profissional e social.
 
No caso do sistema de capitalização, a contribuição é recolhida mensalmente e depositada em um fundo, de acordo com as regras do mercado financeiro. No momento em que houver fundo suficiente, o contribuinte, retirará quantias mensais durante um período pré-determinado, segundo cálculos atuariais para sua manutenção e subsistência.
 
O sistema de solidariedade (repartição simples), toda a sociedade é responsável pelo financiamento da Seguridade Social (Previdência Social), que funda-se na solidariedade entre gerações, onde a geração atual contribui para a manutenção dos benefícios da geração que está inativa.
 
No sistema de solidariedade profissional, os segurados que estão na ativa contribuem com um percentual de seus salários para custear os benefícios dos inativos. No sistema de solidariedade social, os benefícios são custeados através de fontes oriundas dos recursos públicos, recolhidos sob a forma de impostos ou contribuições. Trata-se da responsabilidade coletiva em que autoriza o Estado a intervir em benefício do indivíduo.
 
O Brasil adotou um sistema misto, com características de solidariedade profissional e social, pois tanto o segurado quanto a sociedade, contribuem para a manutenção dos benefícios.
 
Neste sentido, podemos afirmar que todos contribuem para o bem-estar de todos, consoante  disposição contida no Artigo 195, da Constituição Federal de 1988, in verbis, que traz a forma de custeio da Seguridade Social, nela incluída a Previdência Social:
CF/88
Art. 195 – A seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direita e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das seguintes contribuições sociais:
 
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o artigo 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
 (somente no que comporta ao presente estudo)
 
Observa-se da leitura do dispositivo constitucional supra que o custeio é realizado por toda a sociedade de forma DIRETA e INDIRETA, nos termos da lei. Cabe aqui duas indagações: No que consiste o custeio de forma direta e indireta? Nos termos da lei, qual?
 
No que tange a primeira questão sobre a forma indireta de custeio, a resposta está inserida no artigo 165, inciso III, da CF/88, que trata do orçamento anual da (União), mais especificamente no parágrafo 5º, que dispõe: “A Lei orçamentária compreenderá: (...) III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direita ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público, (...)”
 
Assim, o legislador constituinte, visou assegurar o completo financiamento da Seguridade Social, se porventura, as receitas oriundas das fontes próprias (v.g. contribuições sociais dos segurados) não serem suficientes para a manutenção do custeio. Aliás, com propriedade, Augusto Massayuki Tsutiya, leciona: “Tendo em vista a importância da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social), quis o constituinte assegurar o seu completo financiamento, na hipótese de as receitas obtidas pelas fontes próprias (contribuições sociais do segurado, empresa/empregador e outros) não serem suficientes.
Nesse caso, o déficit será coberto por verbas previstas no orçamento da Seguridade Social, que comporá obrigatoriamente a Lei orçamentária anual. Nessa perspectiva, as receitas obtidas principalmente pelos impostos previstos no art. 153 da Constituição Federal serão gastas para financiar os gastos gerais do Estado, tais como: pagamento de pessoal, obra, agricultura, educação, cultura, e etc. Uma parte dessa receita deverá obrigatoriamente ser reservada para o financiamento da Seguridade Social.” (Curso de Direito da Seguridade Social, pág. 60/61).
 
Através, pois, do orçamento fiscal, a sociedade participa do custeio da Seguridade Social, porque o orçamento é constituído especialmente das receitas oriundas de impostos pagos pelos cidadãos.
 
Note o quadro abaixo:
 
 
 
No que diz respeito às formas diretas de custeio, necessário se faz, primeiro, respondermos a segunda questão: Nos termos da Lei, qual? Neste caso, a Lei que trouxe as diretrizes sobre o custeio da Seguridade Social, é a Lei Ordinária nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que no Título VI – trata do FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL, destacando no artigo 10, o seguinte: “A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direita e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos provenientes

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