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APOSTILA DE AUXILIO ÀS PLANILHAS DE SIMULAÇÃO DE VIABILIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA (PLANEJAMENTO DE NEGOCIOS)

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APOSTILA DE AUXILIO ÀS PLANILHAS DE SIMULAÇÃO DE VIABILIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA
Esta apostila tem a finalidade de auxiliar os alunos participantes na elaboração do planejamento financeiro do Plano de Negócios. Ela contem explicações detalhadas de como operar cada pasta dessas planilhas de simulação, alem de dar conceitos básicos em alguns tópicos da elaboração do planejamento financeiro. Esses conceitos irão lhes ajudar a entender a parte operacional das planilhas. Tanto a apostila como as planilhas fazem parte do mesmo material de apoio aos estudantes.
É fundamental que o aluno tenha noções básicas do aplicativo excel para trabalhar nas planilhas de simulação. As formulas já estão criadas nas planilhas, basta apenas entrar com os dados nas células de preenchimento indicadas em cada pasta. No entanto, o conhecimento de excel lhe permitirá entender seus cálculos e as formulas criadas.
O arquivo contem as seguintes pastas, nessa ordem:
Leia-me
Premissas
Vendas
Produção
Investimentos
Despesas
Demonstração de resultados DRE
Demonstração do fluxo de caixa DFC
Algumas informações importantes estão descritas na primeira pasta, do Leia-me. 
Pasta de premissas
Nessa pasta, o aluno terá de projetar, ano a ano, para os próximos cinco anos os seguintes dados abaixo. Nos casos da inflação, variação de salários, variação de matéria prima e variação cambial, a necessidade da projeção é pelo fato de estamos trabalhando com valores nominais de cada ano de projeção.
% inflação – isso irá impactar no custo de alguns itens de despesa (vide quadro 4.1) como serviços profissionais, lanches e refeição, locação de equipamentos e despesas gerais;
% variação de salários – isso irá impactar no custo de salários, como mão de obra direta (quadro 2.2) e salários dos departamentos industrial, de vendas e administrativo (quadro 4.2);
% de variação de matéria prima, embalagens e produtos acabados – isso irá impactar no custo da matéria prima nacional (quadro 2.2);
% de variação cambial – o impacto será no custo da matéria prima importada (quadro 2.2);
% de taxa de desconto – essa taxa será utilizada para descontar o fluxo de caixa gerado em cada ano e trazer ao valor presente (vide pasta de demonstração do fluxo de caixa). Essa taxa representa o custo do capital tomado pelos empreendedores para iniciar seu negocio. Duas fontes são possíveis: capital próprio e capital de terceiros. Ela pode variar dependendo da composição de cada fonte de capital. No entanto, os alunos podem adotar 15% de desconto como uma taxa padrão.
% de IR/CS, PIS, COFINS e ICMS – IR/CS incidem sobre o lucro do negocio antes do imposto de renda (veja pasta de demonstração de resultados) enquanto PIS, COFINS e ICMS incidem sobre a receita bruta de vendas. Com exceção do ICMS, as demais alíquotas já estão definidas e não precisam ser alteradas. Quanto ao ICMS, os alunos terão de verificar se esse imposto incide sobre seus produtos e qual a alíquota pertinente. Se a empresa for de serviço, os alunos poderão alterar para ISS ao invés de ICMS. O ISS varia dependendo do tipo de serviço prestado e da cidade onde a empresa estará localizada. 
dias de faturamento em contas a receber- isso significa quantos dias a empresa está demorando para receber o valor da sua venda. Se ela vender tudo à vista, esse prazo será zero. Quanto mais prazo a empresa conceder aos seus clientes e quanto mais inadimplência ela tiver, maior será esse prazo para a empresa receber seu dinheiro. Esse prazo será usado no calculo do capital de giro (vide quadro 3.3). Os alunos terão de preencher com o prazo que irão vender seus produtos/serviços.
dias de estoques - isso significa quantos dias a empresa está demorando para girar seu estoque, isto é, conseguir vender seu estoque. Quanto maior esse prazo, mais tempo a empresa levará para converter o estoque em contas a receber. Os alunos terão de preencher o prazo que pretendem manter em estoque suas mercadorias. Esse prazo será usado no calculo da quantidade a produzir (vide quadro 2.1). No caso de serviços, esse item deixará de existir, pois não se estoca serviço.
dias de contas a pagar - isso significa quantos dias a empresa está demorando para pagar seus compromissos, representado por salários, despesas gerais (exceto depreciação) e impostos sobre vendas. Quanto maior esse prazo, mais tempo a empresa levará para sair dinheiro do seu caixa, e mais tempo ela estará trabalhando com dinheiro de terceiros. Os alunos podem adotar 25 dias como prazo padrão. Esse prazo será usado no calculo do capital de giro (vide quadro 3.3).
taxa de depreciação – isso representa o desgaste do bem pelo seu uso. O fisco determina os percentuais de depreciação por ano para cada tipo de bem e os alunos não precisarão alterar os percentuais já definidos nas premissas.
Pasta de vendas
Nessa pasta, os alunos irão projetar, ano a ano, o volume de vendas e o preço de vendas com impostos inclusos. As linhas de vendas brutas e impostos já contem formulas. O volume de vendas e o preço sairão como decorrência das suas projeções mercadológicas e das suas estratégias de preço. Caso o projeto contemple mais de um produto com diferentes preços, os alunos deverão preencher o preço médio ponderado desses diferentes produtos. Caso o projeto contemple serviço e tiver uma unidade de venda (quantidade de pratos servidos, quantidade de inserções de propaganda, quantidade de impulsos, etc), os alunos deverão preencher as linhas de quantidade de vendas e preço 
O valor das vendas brutas e valor dos impostos serão levados para as pastas seguintes de forma automática.
Pasta de produção/compra
Quatro quadros compõem essa pasta. No quadro 2.1 são calculados os volumes de produção ou de compra. No caso da empresa já iniciar com um estoque de produto acabado, esse valor deverá ser preenchido nesse quadro (difícil de ocorrer, uma vez que vocês estarão iniciando seu negocio do zero). O excel fará todos os cálculos automaticamente.
No caso de empresas de serviço, não deverá haver formação de estoque, portanto, os alunos deverão colocar zero nos dias de estoque (pasta de premissas). Dessa forma, a quantidade a produzir será igual à quantidade de vendas.
No quadro 2.2, vocês deverão preencher o custo unitário de fabricação do seu produto ou serviço, em cada um dos seus componentes: matéria prima nacional, a importada e mão de obra. No custo da mão de obra, os alunos devem considerar com encargos e benefícios. Caso o projeto contemple mais de um produto ou serviço com diferentes custos unitários, os alunos deverão preencher o custo médio ponderado desses diferentes itens. No caso de comercio, os alunos deverão preencher o preço de aquisição na linha de matéria prima nacional.
No quadro 2.3, o excel calcula o custo total de produção/compra. Para que esse valor esteja completo, os alunos deverão preencher antes os quadros 4.1 e 4.2 Departamento Industrial (a ser explicado adiante).
O quadro 2.4 calcula automaticamente o valor do estoque ao final de cada ano, bem como o custo da venda. No caso da empresa já iniciar com um estoque de produto acabado, o valor desse estoque deverá ser preenchido nesse quadro.
Pasta de investimento
No quadro 3.1, os alunos decidem quanto irão investir, antes de iniciar seu negocio e durante o período de planejamento, em imobilizado, a saber: edifícios, maquinas e equipamentos e veículos. Caso ocorra alguma venda, os alunos deverão baixar do seu imobilizado pelo preço de aquisição e não pelo preço de venda.
O quadro 3.2 calcula a depreciação do ano, com base nas taxas de depreciação definidas nas premissas, e a depreciação acumulada.
O quadro 3.3 calcula o valor do capital de giro em dezembro de cada ano e o valor incremental ano a ano. Os valores de contas a receber, estoques e contas a pagar são calculados tendo como base os dias preenchidos nas premissas. 
Pasta de despesas
Os alunos devem iniciar preenchendo no quadro
4.2 o numero de colaboradores que pretendem iniciar seu negocio e pretendem ter no período de projeção, dividido em área industrial, vendas e administração. Esses números devem estar condizentes com o crescimento do seu negocio. Favor notar que os colaboradores do departamento industrial referem-se apenas ao pessoal indireto da fabrica, pois o custo da mão de obra direta já está considerado no quadro 2.3 como um custo variável. 
Outro dado que os alunos devem preencher é o salário médio anual em cada departamento. Caso a empresa tenha colaboradores com distintos salários, os alunos deverão calcular por fora e informar esse valor no quadro 4.2. Esse salário anual deve considerar encargos sociais e benefícios. Embora os encargos e benefícios possam variar de empresa para empresa, os alunos podem considerar uma taxa media de 85% a ser aplicado ao salário nominal. 
Os outros dados que os alunos devem preencher no quadro 4.1 são os itens com serviços profissionais, lanches e refeições, locação de equipamentos e despesas gerais. A partir do ano 1, esses valores serão corrigidos pela inflação. Itens como depreciação e salários são carregados automaticamente pelo excel. Caso os alunos queiram utilizar outros itens de despesa, vocês podem substituir os existentes na coluna A desse quadro.
Pasta de demonstração de resultados
A demonstração de resultados mostra o desempenho do negocio durante um determinado período. Quanto o negocio vendeu, qual foi o custo dessa venda, as despesas comerciais e administrativas para suportar essas vendas e o lucro ou prejuízo resultante. É obvio que todo negocio deve visar lucro, mas nem sempre isso é verdade nas empresas.
Lucro é fonte primaria de geração de caixa, quanto maior seu valor, maior deveria ser a geração de caixa. No entanto, parte desse caixa pode estar parado no capital de giro. Porisso que os analistas, investidores e acionistas olham a geração de caixa e não somente o lucro.
Toda essa demonstração já é calculada automaticamente, como decorrência das premissas e cálculos anteriores. Os alunos irão reparar que existem duas formas de apresentação dessa demonstração. A primeira é a oficial, e está de acordo com a lei das Sociedade Anônimas. A segunda é gerencial, onde os custos variáveis são separados acima da linha de margem de contribuição e os custos e despesas fixas estão abaixo dessa linha. Algumas explicações:
- a linha de custos variáveis difere da linha de custo de produtos vendidos no formato oficial porque são considerados como variáveis apenas matéria prima (nacional e importada) e mão de obra, enquanto em custo de produtos vendidos são considerados também custos fixos da área industrial. Esses custos da área industrial são considerados abaixo da margem de contribuição no formato gerencial.
- No formato de uso gerencial, o custo variável é multiplicado pelo volume de vendas, sem formar estoque. No formato oficial, apura-se primeiro o custo de produção, passa pelo estoque e depois para venda. Assim, se a produção for maior que a venda no mesmo período, parte do custo fixo da área industrial fica parado no estoque, não sendo desovado para custo de produto vendido.
Essas duas razões explicam porque o lucro antes de IR/CS difere nos dois formatos. A utilidade do formato gerencial é para calcular o ponto de equilíbrio do seu negocio, isto é, aquele nível de vendas em que o negocio cobre todos seus custos e despesas. Quanto mais as vendas estiverem acima desse ponto, melhor estará. 
Como você consegue isso? Simples! Aumentando sua margem de contribuição em termos percentuais e reduzindo o valor dos seus custos e despesas fixas.
No formato oficial, os alunos irão reparar que existem três medidas de rentabilidade: % de lucro bruto sobre receita liquida, % de lucro liquido sobre receita liquida e % de retorno sobre investimento. O primeiro índice mostra quanto da venda sobra após deduzir os impostos e o custo do produto vendido. O segundo índice mostra a margem de lucro, depois de deduzidas todas as despesas e o imposto de renda. Finalmente o terceiro e o mais importante mostra quanto retorna para a empresa sobre cada real investido no negocio, sob forma de imobilizado e capital de giro. Para todas essas 3 medidas, quanto maior o percentual, melhor para a empresa.
Pasta de demonstração do fluxo de caixa
Esse é o momento da verdade! Essa demonstração mostra quanto caixa o negocio irá gerar nos próximos anos e quanto esse negocio vale a valor presente. Como a depreciação é um item de despesas que reduz o lucro, mas não gera saída de caixa, ela é adicionada de volta ao lucro para formar o fluxo de caixa operacional. Desse valor, são deduzidos os investimentos feitos em imobilizado e em capital de giro, para resultar no fluxo de caixa livre. Com esses valores de fluxos de caixa livre, são utilizados dois métodos para avaliar a robustez do negocio ou projeto - o VPL Valor Presente Liquido e TIR Taxa Interna de Retorno.
O VPL é o resultado de todo o fluxo de caixa descontado ao valor presente, pela taxa de desconto, e deduzido do valor do investimento inicial. É um método apropriado para analisar projetos de investimento porque seu resultado revela a riqueza do projeto. Quanto maior o VPL maior a sua riqueza. 
O TIR é outro método de analise de investimento. Ela representa a taxa de retorno do projeto e deve ser comparada contra a taxa de desconto. Quanto mais acima ela estiver da taxa de desconto, mais robusto é o projeto. 
Os dois métodos andam juntos. Quando o VPL for positivo, o TIR estará acima da taxa de desconto. Quanto maior o VPL, maior será o TIR. O VPL expressa o valor do projeto em unidade monetária, enquanto o TIR expressa o resultado em termos percentuais. 
BOA SORTE A TODOS E UM BOM PLANO DE NEGOCIO !!!
Bibliografia
CHING, H.Y. Contabilidade e Finanças para não especialistas. Editora Pearson Prentice Hall. S Paulo, 2007, 2a edição.

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