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Fungos Anamorfos

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA 
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ – CESI 
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOLOGIA – DQB 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA – BACHARELADO 
 
 
 ELTON FERREIRA LIMA 
MARIA IVANESSA DUARTE RIBEIRO 
THÁCILA LUANA LIMA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIVERSIDADE DE FUNGOS ANAMORFOS ASSOCIADOS A DECOMPOSIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz - MA 
2015 
ELTON FERREIRA LIMA 
MARIA IVANESSA DUARTE RIBEIRO 
THÁCILA LUANA LIMA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIVERSIDADE DE FUNGOS ANAMORFOS ASSOCIADOS A DECOMPOSIÇÃO 
 
 
Trabalho apresentado a disciplina de Microbiologia 
Geral do curso de Engenharia Agronômica da 
UEMA, como requisito básico para obtenção da 
segunda nota, sob a orientação da Prof.ª. MSc. 
Suellen Azevedo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz - MA 
2015
3 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os fungos de uma forma geral são importantes na natureza principalmente 
pelas suas atividades como decompositores da matéria orgânica. Exigindo para seu 
bom desenvolvimento solos úmidos, ácidos e ricos em matéria orgânica. Além da 
sua importância na decomposição de matéria orgânica esses microrganismos 
desempenham outras funções de interesse para o homem tais como a formação de 
micorrizas e sua ação antagônica aos patógenos. 
Neste trabalho dar-se-á destaque aos fungos anamorfos também 
conhecidos por ascomicetos conidiais (e mais antigamente como deuteromicetos ou 
fungos imperfeitos) participam da decomposição da matéria orgânica vegetal em 
todos os ecossistemas. Em cada grama de solo existe entre 1.000 a 10.000.000 de 
fungos, pois como já mencionado anteriormente esses organismos desempenham 
além das funções já citadas outras como: adição local por morte de microrganismos; 
decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, fixação biológica do 
nitrogênio e; estruturação dos solos. 
Desse modo, deve-se enfatizar também nesse trabalho que mesmo com 
inúmeras vantagens expostas neste, existem algumas desvantagens que em alguns 
casos são significativas para agricultura tais como vários tipos de doenças causadas 
pelo mesmos em várias espécies vegetais. 
Mediante as informações citadas acima neste trabalho objetiva-se 
apresentar as principais benefícios e malefícios dos fungos anamórficos no que se 
refere a decomposição da matéria orgânica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS 
 
Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e 
somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte. Os 
fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua 
diferenciação das plantas: não tem clorofila, não tem celulose na sua parede celular, 
exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de 
reserva. (ANISIO ALVES, 2010). 
A presença de substância quitinosa na parede de maior parte das espécies 
fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham ás células 
animais. Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as 
leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou 
bolores. Seu citoplasma contem mitocôndrias e reticulo endoplasmático rugoso. São 
heterotróficos e nutrem- se de matéria orgânica morta- fungos sapofiticos, ou viva-
fungos saprofíticos, ou viva- fungos parasitários. Suas células possuem viva 
independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros. Os componentes 
principais da parede celular são hexoses e hexosaminas, que formam mananas, 
ducanas e galactanas. (ANISIO ALVES, 2010). 
Alguns fungos têm parede rica em quitina ( N-acetilglicosina), outros 
possuem complexos polissacaridios e proteínas, com predominância de cisteína. 
Fungos do gênero Cryptococcus, como o Cryptoccocus neoformans apresentam 
cápsula de natureza polissacarídeo, que envolve a parede celular. Protoplastos de 
fungos podem ser obtidos pelo tratamento de seus cultivos, em condições 
hipertônicas, com enzimas de origem bacteriana ou extraídas do caracol Helix 
pomatia. Os fungos são oblíquos, encontra-se no solo, na água, nos vegetais, em 
animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veículo 
de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa. (ANISIO ALVES, 2010). 
 
5 
 
Fonte: (GOOGLE IMAGENS, 2015) 
 
3 FUNGOS ANAMORFOS E AS PLANTAS 
 
Os fungos, na natureza, estão relacionados às plantas de modo benéfico ou 
maléfico e os Fungos Anamorfos participam intensamente dessas relações. Eles 
podem viver no interior de muitas plantas vasculares e um dos papéis importantes é 
a atuação como endofíticos, cuja função não estava elucidada até o final da década 
de 70, quando iniciaram-se trabalhos visando o entendimento destes 
microrganismos e do papel nessa associação. Uma das constatações é que 
possivelmente reduzam o ataque de pragas (Melo & Azevedo 1998, 2000). 
Com relação à Fitopatologia, ciência conhecida desde antes de Cristo, os 
Fungos Anamorfos causam grandes problemas com o ataque, na maioria das vezes, 
às folhas, frutos e raízes, causando necroses, murchas, reduzindo o 
desenvolvimento e levando os indivíduos à morte (Bergamin Filho et al. 1995). Pela 
importância econômica que têm, com relação às plantas cultivadas pelo homem, 
pode-se afirmar que o número de trabalhos relacionados aos Fungos Anamorfos, 
nessa área, é maior do que em qualquer outra. 
Um aspecto importante e primordial para a vida é a decomposição da 
matéria orgânica, principalmente de origem vegetal, aí atuando os Fungos 
Anamorfos de maneira decisiva. Destacamse os Hyphomycetes, que são 
encontrados nas folhas, gravetos, frutos, flores e cascas caídos ao solo, e aí 
6 
proliferam em grande quantidade (Dix & Webster 1995). A partir de material vegetal 
em decomposição foram descritos inúmeros gêneros de Hyphomycetes em vários 
países, cujas informações encontram-se em obras clássicas do grupo (Ellis 1971a, 
1976, Matsushima 1971, 1975, 1980, 1981, 1983, 1985, 1987, 1989, 1993a, 1995, 
1996, Carmichael et al. 1980, Mercado-Sierra et al. 1997b, entre outros). 
No Brasil, devido à riqueza da flora, são poucos os estudos sobre os 
Hyphomycetes associados ao material vegetal em decomposição. É certo que 
muitos foram descritos a partir de folhedo, mas originados de coletas esporádicas ou 
até de visitas de pesquisadores ao país (Sutton & Hodges Junior 1975a,b, 
1976a,b,c, 1977, 1978, 1981, Muchovej 1980, Katz 1981, entre outros). No final da 
década de 70 e na de 80 é que projetos e coletas intensivas em determinadas áreas 
originaram trabalhos enfocando o conhecimento da diversidade (Booth 1979, Grandi 
1985, 1990, 1991a,b, 1992, Schoenlein-Crusius & Milanez 1990) ou da sucessão 
(Maia 1983, Schoenlein- Crusius & Milanez 1989, Schoenlein-Crusius et al. 1990, 
entre outros). 
A partir da década de 90 e início do século XXI, utilizando-se a mesma 
técnica do presente estudo, o folhedo de algumas plantas foram coletados para 
conhecimento dos Hyphomycetes decompositores, principalmente de Alchornea 
triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. (Grandi 1998, 
Grandi & Attili 1996), Cedrela fissilis Vell. (Grandi & Gusmão 1995, Grandi et 
al. 1995, Gusmão & Grandi 1996, 1997), Euterpe edulis Mart. (Grandi 1999), Miconia 
cabussu Hoehne (Gusmão et al. 2000, Gusmão 2001, Gusmão et al. 2001) e 
Tibouchina pulchra Cogn. (Grandi & Gusmão 2002a). O folhedo misto também foi 
utilizado para isolamento dos Hyphomycetes originando artigos e mais recentemente 
dissertações, cujos trabalhos ainda não foram publicados(Grandi & Gusmão 2002b, 
Gusmão 2003, Grandi 2004, Barbosa 2007, Marques 2007). Trabalhos abordando 
ecologia, sucessão de fungos, levantamento de solo ou de coletas de outros grupos 
de Fungos Anamorfos no Brasil não serão abordados no presente estudo, devido à 
extensão. 
 
4 CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DOS FUNGOS ANAMÓRFICOS 
 
Estes fungos assim como os demais organismos vivos apresentam suas 
características especificas que os diferenciam dos demais tipos de fungos. Dentre as 
7 
várias diferenças dos demais tipos de fungos que esta espécie apresenta em 
relação as outras, este trabalho irá apresentar de maneira sucinta quatro das 
distinções consideradas mais importantes no meio cientifico. 
Dentre essas características distintivas a principal é quanto à forma de 
reprodução pois diferentemente de alguns fungos que se reproduzem tanto de forma 
sexuada como assexuada os fungos anamorfos se reproduzem unicamente de 
forma assexuada, ou seja, não precisa de um par para se reproduzir e por isso essa 
espécie é também considerada de “Fungos Imperfeitos”. 
Além do tipo de reprodução, esta espécie se diferencia também quanto a 
parede celular, pois a constituição da parede celular dos fungos é uma das principais 
características que levou à sua separação num reino separado entre os seres vivos - 
ela é composta por fibras de quitina (polissacarídeo, insolúvel e córneo formado por 
unidades de N-acetilglicosamina. É também, o constituinte principal das carapaças 
dos artrópodes, e está presente, com menor importância, em muitas outras espécies 
animais. 
De maneira intrínseca, duas característica que distingue esses fungos dos 
demais é quanto os seus hábitos e habitat, sendo seus hábitos sapróbios, 
simbiontes e parasitas estes influenciados pelo habitat que podem ser 
terrestres/aquáticos. 
 
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS ANAMÓRFICOS 
 
4.1.1 Classe Hifomicetos 
 
Conidióforos individuais ou agregados, mas nunca produzidos em corpos de 
frutificação. 
 
4.1.2 Classe Celomicetos 
 
Conídios são produzidos no interior de corpos de frutificação ou conidiomas 
(acérvulos e picnídios). 
 
5 FUNGOS ANAMORFOS ASSOCIADOS A DECOMPOSIÇÃO 
 
8 
A importância dos fungos para o ecossistema é amplamente conhecida e 
aceita, já que estes são decompositores de matéria orgânica, possuem grande 
capacidade de degradação de resíduos compostos por carbono e nitrogênio, como 
açúcares simples, celulose, hemicelulose, lignina, pectinas, proteínas (quitina e 
queratina), além de xilano, ácidos húmicos, entre outras substâncias. (KJØLLER & 
STRUWE, 1992, MOORE-LANDECHER, 1996). 
Centenas de diferentes espécies de fungos anamorfos habitam o solo: há 
uma maior quantidade próxima a superfície do solo, onde prevalece as condições de 
aerobiose. Os fungos anamorfos estão entre algumas das espécies de fungos mais 
comuns no solo exercendo função importante na decomposição da matéria orgânica, 
esteja ela já no estado de serapilheira ou no estado de liteira. As condições físicas e 
químicas (nutrientes) no solo determinam as espécies predominantes, um exemplo é 
o PH do solo, pois segundo Martin e Focht, descrito em “Biological Properties of 
Soils”, publicado por Elliott e Stevenson, na revista American Society of Agronomy, 
em 1977, quanto mais ácido for o pH, mais fungos existirá em cada grama de solo. 
Como já discutido na introdução deste trabalho, os fungos anamorfos 
exercem função importante na decomposição de matéria orgânica pois eles fazem 
parte da micota decompositora presente no solo de diversos ecossistemas. O 
folhedo depositado é colonizado por inúmeras espécies que contribuem para a 
degradação de vários substratos e que, em última análise, participam da reciclagem 
de nutrientes e enriquecimento do solo. O folhedo de algumas plantas já foi 
estudado quanto à presença de fungos anamorfos decompositores, utilizando a 
técnica da lavagem sucessiva de substratos. 
Christensen (1989) descreveu algumas funções principais destes 
microrganismos no meio ambiente, dentre elas de decompositores de matéria 
orgânica, sendo algumas espécies capazes de sintetizar substâncias húmicas, 
característica que os faz participantes ativos na ciclagem de nutrientes, estando 
envolvidos diretamente na mineralização de materiais orgânicos, além de 
participantes da cadeia trófica promovendo a entrada de íons no sistema biótico. 
São considerados os microrganismos com maior atividade sapróbia em ambientes 
terrestres e aquáticos, fundamentais na ciclagem de elementos essenciais, 
mineralização, acumulação de materiais tóxicos e desintoxicação de ambientes 
terrestres e aquáticos (Barlocher & Kendrick 1974, Christensen 1989). 
9 
Dentre os fungos responsáveis pela decomposição de matéria orgânica em 
ambientes aquáticos continentais, estão os fungos zoospóricos, fungos anamórfos 
ou anamórficos (fungos imperfeitos, antigos Deuteromycetes), Ascomycetes, 
leveduras e alguns Zygomycetes e Basidiomycetes (Dix & Webster 1995). Estes 
fungos foram, então, denominados por Park (1972) quanto a sua origem e 
adaptações a estes ambientes, sendo diferenciados os fungos verdadeiramente 
aquáticos daqueles que habitam os ambientes aquáticos. 
Os fungos “verdadeiramente” aquáticos são dependentes da água para 
reprodução e possuem adaptações morfológicas especiais, desta forma, foram 
denominados indígenas ou nativos. Fazem parte deste grupo os fungos zoospóricos, 
os Hyphomycetes aquáticos e as leveduras aquáticas (Dix & Webster 1995). 
Os fungos nativos ou indígenas possuem papel importante na decomposição 
de matéria orgânica alóctone e autóctone em ambientes aquáticos (Bärlocher & 
Kendrick 1973). Estudos sobre a decomposição de folhas submersas em riachos, 
situados em região de clima temperado, demonstraram que os Hyphomycetes 
aquáticos são observados esporulando, situação que sugere a importância destes 
como os principais agentes da primeira etapa da decomposição de matéria orgânica 
alóctone (Bärlocher & Kendrick 1974). 
Os hifomicetos aquáticos são fungos anamórfos, apresentam reprodução 
assexuada, com formação de conídios com estruturas diferenciadas, semelhantes 
às estruturas somáticas, denominadas conidióforos, estes livres no micélio 
(Alexopoulos et al. 1996). Os conídios apresentam formas hidrodinâmicas, 
sigmóides ou tetrarradiadas, leves, o que permite flutuação e rápida fixação em 
novos substratos. As condições hidrológicas, como teor de oxigênio, temperatura e 
turbulência, têm grande influência sobre o desenvolvimento e conseqüentemente na 
distribuição das espécies (Ingold 1975). 
 
5.1 Fungos e Caesalpinia echinata Lam. 
 
Caesalpinia echinata Lam. (Leguminosae, Caesalpinoideae) é popularmente 
conhecida como pau-brasil ou pernambuco, denominada pelos índios brasileiros 
como ibirapitanga, do tupi Ybirá, que significa madeira ou pau, e pitanga, que 
significa vermelho, utilizada por eles para tingir penas e algodão. É considerada 
árvore nacional pela Lei n°. 6.607, de 7/12/1978 e em 1992 entrou para a lista de 
10 
espécies em perigo de extinção, através da portaria n°. 37-N do IBAMA (Rocha 
2004, Rocha et al. 2006, IBAMA 2006). 
A exploração do pau-brasil foi muito intensa, desde os primórdios da 
colonização portuguesa que, além da madeira, aproveitava a tinta extraída da 
mesma. O pau-brasil foi também explorado por franceses, holandeses, espanhóis, 
ingleses e até pelos brasileiros (Rocha 2004). 
Até o momento foram encontradas sete referências de fungos associados a 
Caesalpinia echinata, quatro com relação à Fitopatologia. Assim, Auer et al. (1989) 
relataram Ganoderma sp. causando podridão das raízes e colo; Mendes et al. 
(1998),além de Ganoderma sp., citaram Pestalotiopsis maculans (Cda.) Hughes 
causando mancha foliar; Bezerra & Costa (2001) isolaram a ferrugem Anthomyces 
brasiliensis Dietel, causando lesões necróticas em mudas e Araújo et al. (2005) 
redescreveram Anthomyces brasiliensis detalhadamente, observando todo o ciclo de 
vida. Santos & Vinha (1982) relataram a ocorrência de esporos de fungos 
micorrízicos arbusculares na rizosfera de pau-brasil, detectando 29 esporos/100 g 
de solo, número considerado baixo. 
Dois artigos publicados estão relacionados à área da taxonomia de Fungos 
Anamorfos, abordando principalmente os Hyphomycetes. Grandi & Silva (2003) 
citaram, pela primeira vez para o Brasil, Chaetendophragmia fasciata Castañeda, 
Henicospora minor P.M. Kirk & B. Sutton, Pseudodictyosporium wauense Matsush. e 
Sporidesmium filiferum Piroz., sobre o folhedo e Grandi & Silva (2006) relacionaram 
43 táxons de Hyphomycetes e três de Coelomycetes presentes no folhedo do pau-
brasil, todos esses levantamentos no Estado de São Paulo. 
 
5.2 FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS VEGETAIS 
SUBMERSOS EM ALGUNS CORPOS D'ÁGUA 
 
Os fungos conidiais desempenham papel fundamental na manutenção dos 
ecossistemas aquáticos através da decomposição da matéria orgânica, que cai ou é 
levada para os habitats aquáticos. Estes fungos são morfologicamente adaptados 
para o ambiente aquático, apresentando conídios de formas variadas que são 
modificações para sua existência na água. 
Os fungos apresentam características próprias que os diferem dos demais 
organismos vivos, como: modo de nutrição absortiva, o glicogênio como substância 
11 
de reserva, a parede celular composta principalmente de quitina e a organização da 
estrutura somática representada por hifas. Podem ser unicelulares ou pluricelulares, 
sendo estes últimos mais complexos, formando micélio, um emaranhado de hifas 
que lembram tecidos. O micélio encontra-se em contato direto com o substrato, de 
onde retiram os nutrientes necessários para seu desenvolvimento (ALEXOPOULOS 
et al., 1996). Atualmente, estima-se a existência de cerca de três milhões de 
espécies de fungos em todo o mundo (HAWKSWORTH, 2012). 
Na classificação mais atual os fungos compreendem nove Filos: 
Chytridiomycota, Neocallimastigomycota, Blastocladiomycota, Microsporidia, 
Glomeromycota, Ascomycota, Basidiomycota (HIBBETT et al., 2007), Cryptomycota 
(Jones et al., 2011) e Entomophthoromycota (HUMBER, 2012). Dentre estes, as 
fases assexuais dos Filos Ascomycota e Basidiomycota são agrupados em uma 
categoria artificial e denominados de fungos conidiais ou anamórficos. Os fungos 
conidiais são também conhecidos como fungos mitospóricos, fungos imperfeitos e 
Deuteromicetos, hoje nomes obsoletos. Estes fungos são organismos microscópicos 
caracterizados pela produção de esporos de origem mitótica, chamados de conídios, 
cuja principal função é a dispersão para garantir a sobrevivência da espécie 
(ALEXOPOULOS et al., 1996). Até o momento, algumas poucas conexões 
anamorfos-teleomorfos são conhecidos devido à dificuldade do estabelecimento 
dessas conexões (SEIFERT et al., 2011). Acredita- se, ainda, que muitos fungos 
conidiais tenham perdido a capacidade de se reproduzir sexualmente, ou 
simplesmente só se reproduzem de forma sexual diante de condições extremamente 
especiais, até então desconhecidas (KIRK et al., 2001). 
Além dos conídios, os conidióforos e as células conidiogênicas compõem as 
estruturas reprodutivas básicas deste grupo, sendo de grande importância para a 
taxonomia devido a grande diversidade morfológica propiciada pela plasticidade 
fenotípica/genotípica do grupo (ALEXOPOULOS et al., 1996). De acordo com a 
caracterização da estrutura reprodutiva, são divididos em blastomicetos (leveduras 
que se reproduzem assexuadamente), coelomicetos (formam picnídios ou acérvulos) 
e hifomicetos (formam conidióforos simples ou agrupados em sinema ou 
esporodóquio), sendo estes últimos os mais estudados (SEIFERT et al., 2011). 
Os fungos conidiais podem estar presentes em quase todos os tipos de 
substratos passíveis de serem utilizados em sua nutrição e podem ser encontrados 
tanto em ambientes terrestres, associados a plantas, serapilheira, solo e outros 
12 
substratos, quanto em ambientes aquáticos (água doce, salobra ou salgada), 
associados a partes de vegetais submersas, organismos aquáticos, e outros 
(ALEXOPOULOS et al., 1996; MUELLER et al., 2004; SEIFERT et al., 2011). 
 
5.3 AMBIENTES DE ÁGUA DOCE E OS SUBSTRATOS VEGETAIS SUBMERSOS 
 
Os ambientes de água doce ocupam uma porção pequena da superfície da 
Terra, quando comparados aos terrestres e marinhos; porém a sua importância é 
imensurável (ODUM, 2001). Podem ser divididos em lóticos (rios, riachos, 
cachoeiras, córregos) por possuírem um fluxo contínuo de água, e lênticos (lagos, 
lagoas, pântanos) relativos à água parada, com movimento lento ou estagnado 
(THOMAS, 1996; ODUM, 2001). Existem ainda os ecossistemas híbridos rios/lagos, 
que são os reservatórios e represas artificiais (KIMMEL et al., 1990). 
Além da diferença no fluxo, outros dois fatores influenciam nas diferenças 
entre estes ambientes: a permuta de nutrientes terra-água, que é maior em 
ambientes lóticos, e a concentração de oxigênio, que também é maior e mais 
uniforme nesse tipo de ambiente, enquanto nos lênticos o teor de oxigênio é variável 
(ODUM, 2001), sendo geralmente meor na zona bentônica (PRATTE-SANTOS et al., 
2008). Devido ás trocas intensas com o ambiente terrestre, os ambientes lóticos 
formam ecossistemas mais abertos com comunidades de metabolismo heterotrófico, 
enquanto os ecossistemas lênticos favorecem organismos autotróficos ea produção 
primária (KIMMEL et al., 1990). 
A vegetação circundante de rios e riachos também influencia nas 
comunidades desses ecossistemas, contribuindo com material vegetal alóctone. O 
sombreamento causado pela vegetação nestes ambientes pode interferir ainda na 
redução da produção autotrófica. Nos trechos em que há uma diminuição de 
material alóctone e uma maior disponibilidade de luz, a produção primária ganha 
espaço (VANNOTE et al., 1980). 
Os materiais vegetais alóctones, levados aos ambientes aquáticos através 
de chuvas, ventos, escoamentos de águas superficiais e assoreamentos, assim 
como os substratos vegetais de origem aquática, são de fundamental importância 
para a colonização por fungos (WONG et al., 1998). Os galhos e cascas 
permanecem mais tempo submersos do que as folhas, pois levam mais tempo para 
se decompor e, consequentemente, apresentam uma maior variedade de grupos de 
13 
fungos ao longo desse processo. Contudo as folhas são mais abundantes em 
termos de biomassa (SHEARER, 1992; MATHURIAU & CHAUVET, 2002). 
Segundo THOMAS (1996) e WORNG et al. (1998), os ambientes lênticos 
apresentam menor numero de fungos devido a deficiência na concentração de 
oxigênio e por ser um ambiente de produção primária. Já ao ambientes lóticos, a 
riqueza de fungos é maior. Menor na zona bentônica (PRATTE-SANTOS et al., 
2008). Devido às trocas intensas com ambiente terrestre , os ambientes lóticos 
formam ecossistemas mais abertos com a comunidades de metabolismo 
heterotrófico, enquanto os ecossistemas lênticos favorecem organismos autotróficos 
e a produção primária (KIMMEL et al., 1990). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
6 CONCLUSÃO 
 
Em face dessa discussão, depreende-se por todas essas informações, que 
os fungos de uma forma geral, mais com destaque nesse trabalho a classe dos 
anamorfos apresentam grande importância para o homem na atualidade.Sob outra 
ótica, deve-se enfatizar também que os mesmos podem causar doenças tanto em 
espécies vegetais como no ser humano. 
Na esteira desse raciocínio não se pode deixar de falar também da 
importância que os fungos anamorfos traz ao homem, pois os mesmos fazem a 
decomposição de folhas e restos vegetais que ficam sobre as águas muita das 
vezes até mesmo impedindo o deslocamento mais eficiente da água de um local 
para o outro. 
Frente a essa realidade esse trabalho buscou caracterizar algumas espécies 
dessa classe de fungos que tem sido de crucial importância para vários aspectos 
voltados para a área da Engenharia Agronômica, Engenharia Ambiental, dentre 
outras engenharias voltadas para o meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
 
ALVES, A. Fungos. Disponível em: < www.enq.ufsc.br >. Acesso em: 23 de out 
2015. 
 
 
MARTIN, J.P; FOCHT, D.D. “Biological Properties of Soils”, in ELLIOTT, L. F. e. 
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