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Revisão Análise Textal - Aulas 1 a 10

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Revisão
Aula 1 – Língua, Linguagem e Variação Linguística
		Muitos momentos de nossas vidas envolvem situações em que estamos ora com pessoas muito íntimas, ora pessoas com quem temos pouca intimidade ou até pessoas desconhecidas. A convivência com pessoas desconhecidas exige de nós postura diferente. Isso consequentemente, gera uma forma de falar diferenciada.
		Situações comunicativas são enquadradas na formalidade ou na informalidade. Então a necessidade de adquirirmos uma linguagem mais elaborada, utilizando a norma culta, se dá porque às vezes precisamos usar uma linguagem mais formal.
		Entretanto, isso quer dizer que há perda dos aspectos informais da língua, ou seja, continuaremos sempre a falar com pessoas de nossa intimidade da mesma forma. Adquirir outros modos de falar, apenas “alarga nossa capacidade de comunicação”.
Porque nos comunicamos?
Procuramos sempre dar sentido aos fatos, interpretar situações , interpretar o mundo e a vida.
“Não é possível não comunicar... não existe comportamento que não seja comunicação” (Paul Watzalawick)
Buscamos dar sentido aos fatos quando:
1 – Comunicamos nossa maneira de pensar
2 – Defendemos Ideologias
3 – Expressamos nossos sentimentos
4 – Difundimos Ideias
1. Prefiro ficar com todos os defeitos que as pessoas dizem que tenho, do que fingir ser alguém que não sou.
2. Em vez de pensar ‘quero fazer’, pense ‘consigo fazer’. Em vez de pensar ‘quero ser’, pense ‘posso ser’. Pensar ‘quero’ é a força de vontade, mas pensar ‘posso’ é força da convicção.
3. Eu + Você = Beijos, risadas, abraços, carinhos e amor.
4. E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
		Mesmo quando buscamos dar sentido aos fatos, ponderamos a nossa maneira de falar, com base nas situações em que somos colocados.
1. Informalidade = E ai, brother? Bora pegar onda?
2. Formalidade = Muitíssimo bom dia! Gostaria de convidar-lhe a adentrar ao oceano para iniciarmos a prática da modalidade esportiva denominada surfe.
Tanto no contexto formal quanto no informal, sabemos, intuitivamente, nos comportar de forma adequada, usando uma linguagem apropriada a cada situação. Adaptar a linguagem para situações formais ou informais fazem parte de nossa realidade, embora muitas vezes não identifiquemos isso.
A língua é um produto social e cultural constituído por signos lingüísticos, caracterizado por um código, e a linguagem é o veículo de expressão.
		A língua também varia de acordo com o contexto de comunicação, já que não falamos sempre do mesmo modo. Sendo necessário, portanto, distinguir informalidade da linguagem vulgar ou popular.
Diferença entre língua e linguagem
Linguagem é uma faculdade (capacidade) que permite exercitar a comunicação, latente ou em ação. Já a língua, refere-se a um conjunto de palavras e expressões usado por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).
A língua é uma construção social e corresponde à cultura, história e sociedade de um determinado povo, de uma determinada nação.
A linguagem é uma capacidade humana e a língua uma espécie de “contrato” entre as pessoas em uma sociedade e é por ser uma capacidade humana que os analfabetos conseguem se comunicar, mesmo sem saber ler e escrever. Ou seja, para haver comunicação, basta o indivíduo “acionar” a capacidade mental (linguagem) e articular o código social (língua).
Dizemos que a linguagem está relacionada à interpretação do mundo, à nossa capacidade de atribuir significado às coisas, à natureza, aos anseios, portanto, ela representa qualquer forma de comunicação, daí temos a linguagem dos sinais como as placas de trânsito, indicação de gênero nas portas de banheiro, a linguagem das cores, do corpo, entre outras. Essa é a linguagem não verbal.
 As regras internas de combinação de uma língua permitem a compreensão ou não de um comunicado, sendo reconhecidas por qualquer falante de uma mesma língua. 
A variação padrão, ou norma culta, é a forma de se comunicar das pessoas que têm mais prestígio social, das que possuem um nível maior de escolaridade. É a forma de comunicação das pessoas que são mais respeitadas na sociedade. Daí a maioria não querer ter a mesma forma de falar das pessoas que têm pouco prestígio social.
A língua nos possibilita organizar frases, textos, utilizando os elementos que conhecemos dessa língua. Porém a norma social não permite que sejam feitas todas as combinações possíveis; ela impõe limites. Em outras palavras, tudo se pode, mas nem tudo se deve.
Ao transcrever um discurso falado tentando ser fiel à fala é problemático, pois é necessário marcar as pausas próprias dessa modalidade, evidenciando as repetições. Na escrita, a realidade é diferente, lidamos com outro contexto: faz-se uma comunicação e a pessoa não está presente, daí a possibilidade de haver comunicação à distância.
Essa possibilidade requer comportamentos diferentes da modalidade da fala, justamente porque a pessoa não está presente. Tudo deve ser comunicado da forma mais clara possível, pois o leitor não tem outros recursos para entender a mensagem.
Aula 2 – Adequação Vocabular, variação lingüística, texto e hipertexto.
A língua não é a mesma em todas as situações.
A língua varia de acordo com a situação, com a idade do falante, com a formalidade ou informalidade do encontro, com as pessoas envolvidas, etc. Enfim, possuímos diversos contextos em que a língua se acomoda. Esse fenômeno é chamado de Variação lingüística. Entretanto, mesmo que haja variação, sempre será necessário que os elementos da língua estejam ordenados e relacionados de forma a haver textualidade.
Temos um texto toda vez que apresentamos uma ideia completa, mesmo que isso seja feito através de uma única palavra. Percebemos com isso que um texto não é uma questão de quantidade de palavras, mas sim de comunicação da capacidade de passar uma mensagem que possa ser entendida pelo interlocutor ou pelo leitor.
Coesão
		Fala-se coesão (junção) quando temos palavras, expressões, isto é, conexões colocadas estratégicamente ao lado de outras para produzirem a sequencia da mensagem com sentido. Há diferentes tipos de coesão, que são responsáveis pela chamada tessitura do texto.
Coesões Referenciais – Constroem a textualidade porque se referem aos mesmos referentes, sem fazer repetições. Essa é uma forma que a língua nos oferece para falarmos de um mesmo assunto/ser várias vezes, com diferentes denominações. Isso evita que nosso texto seja cansativo e que nosso leitor não tenha a impressão de que já leu aquela informação.
		Texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. Mas esse entrelaçamento não deve ser feito de qualquer jeito, pois um texto, para possibilitar o entendimento, deve ser claro. Essa qualidade está relacionada diretamente aos elementos coesivos, responsáveis por promover a ligação entre as partes.
Tipos Básicos de Coesão
Coerência Textual
		Quando as informações de um texto estão incoerentes, não fazem sentido, diz se que o texto não tem coerência entre as partes.
		Uma das formas de se garantir que um grupo seja denominado texto é a presença de recursos linguísticos e semânticos, como coesão e coerência. 
Hipertexto – Espécie de conexão em que as informações podem ser lidas em diferentes sequências. O leitor segue vários caminhos para desvendar a mensagem. No mundo contemporâneo, os hipertextos se tornaram uma forma de interatividade, fundamental para que possamos compreender e organizar a enorme quantidade de informações a que somos expostos diariamente.
Conclui-se que o hipertexto é um dispositivo cognitivo, no sentido de que no instante da leitura podemos fazer associações, passando a outras fontes de informação, como gráficos e caixas de destaque.
		Tanto a coesão quanto a coerência são aspectos fundamentais que constituem um texto, pois, do contrário,
sem a existência deles, a unidade necessária não será mantida e não se terá o texto propriamente dito.
		É graças a coesão, que conseguimos compreender um texto com mais facilidade. Se, quando lermos, identificarmos os chamados elos coesivos, que nos remetem a formar a sequência de ideias e as mensagens que vão construindo o sentido do texto, consegue-se entender a mensagem com muita clareza e rapidez.
Aula 3 – Textualidade – Coesão seqüencial, articulações sintáticas e relações semânticas.
Coesão seqüencial e a relação com o sentido
		Quando diz-se que um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, quer-se dizer que as informações estão conectadas umas às outras coerentemente, ou seja, estabelece-se relações lógicas entre as ideias contidas no texto.
		A coesão seqüencial que garante a textualidade é facilitada pela utilização de conectivos, como preposições e conjunções. 
		Tipos de coesão seqüencial:
Adição
Proporção
Conformidade
Condição
Finalidade
1. Também, e, ainda, não só, mas, também, além disso. Ex.: Fiz análise Textual e Metodologia Científica
2. À medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que. Ex.: Quanto mais estudava, mais ganhava dinheiro.
3. Como, segundo, conforme, consoante. Ex.: Segundo a orientação do professor, começaremos o estágio em breve.
4. Se, caso, desde que, contanto que. Ex.: Você pode ter um bom emprego, desde que se dedique a faculdade.
5. Para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. Ex.: Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, ela estudava oito horas todos os dias.
		A junção de informações de forma inadequada é um dos principais motivos da falta de coerência nos textos.
		Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretando, dentre as várias possibilidades, é provável que haja junções inadequedas. Assim deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.
		Mesmo sendo possível perceber a relação existente entre as frases a presença dos elementos articuladores facilitaria muito a apresentação das ideas.
		Os elementos articuladores fazem parte do que chamamos de articulações sintáticas, função responsável pelo estabelecimento das relações semânticas.
		Ao ler um texto, necessitamos estabelecer relações sintático-semânticas (causa, conseqüência, comparação, disjunção etc.). Isso porque essas relações estabelecem sentido no que se quer comunicar e a arrumação das informações obedece ao estabelecimento do sentido.
		Ou seja, as palavras, as expressões com as quais ligamos as ideias, estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens. Sendo assim, não se pode utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. É importante, portanto, que tenhamos em mente de forma clara os tipos de relações que podemos estabelecer entre as informações.
		Para identificar as relações sintático-semânticas estabelecidas pelos articuladores, é necessário observar o sentido que pode ser depreendido do texto. Memorizar a classificação de cada articulador não é suficiente para compreender a sua função.
Como escrever um texto coeso e coerente
Conectivos 
As relações sintático-semânticas permitem a conexão entre as orações e, por serem tão importantes, é bastante válido que se aprenda algumas dessas conjunções e suas influências.
Estruturas Sintáticas
Ao revisar um texto verifica-se se os verbos utilizados estão sendo aplicados de maneira adequada e se estão dizendo realmente aquilo q se pretendia, isto é, se existe um verbo mais específico, que não dê margem para o leitor interpretar de forma equivocada.
Ao fazer-se essa revisão é bom checar se os complementos utilizados estão de acordo e também as preposições, para evitar problemas de regência, por exemplo.
Períodos Longos
Quando se escreve períodos muito longos as chances de se cometer erros aumentam consideravelmente. Portanto, deve se escrever períodos mais curtos e objetivos, auxiliando, inclusive, na pontuação correta do texto.
Fatores de Coerência
Alguns Fatores que auxiliam na formação de textos coesos, que sempre deve-se usar na hora de escrever:
O conhecimento de mundo e a preocupação em compartilhar esse acontecimento com os interlocutores;
O domínio das regras da língua, possibilitando a combinação dos elementos lingüísticos que serão compreendidos pelos interlocutores que também dominam essas regras;
Os próprios interlocutores, considerando a situação em que se encontram, as suas intenções de comunicação e a função comunicativa do texto. A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, mas sempre interagindo, de maneira cooperativa, com seu interlocutor.
Luci Elaine de Jesus diz que, embora a coesão não seja condição suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes.
Os elos coesivos, apesar de não serem essenciais, ajudam na compreensão do texto. Porém, a coerência em textos didáticos, expositivos, jornalísticos, por exemplo, pela necessidade de serem sempre claros, já dependem da utilização explícita de elementos coesores. 
Portanto, a coesão não garante a coerência, embora influencie o seu estabelecimento. Assim, percebe-se que a coerência e coesão se completam no processo de produção e compreensão do texto.
Aula 4 – Tipos e fatores de coerência
		A coerência é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal-entendido ou até mesmo falha na comunicação. A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
		Pode-se organizar de acordo com Ingedore Kock, a coerência em quatro tipos.
Coerência semântica
Coerência sintática
Coerência estilística
Coerência pragmática
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência. A incoerência aparece quando esses sentidos não combinam ou quando são contraditórios. É estabelecida entre os significados dos elementos do texto através de uma relação logicamente possível.
Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc. Trata da equação entre os elementos que compõe a frase, o que inclui também atenção às regras de concordância e de regência.
Vem da utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto. Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto. É uma noção relacionada à mistura de registros lingüísticos (formal x informal, por exemplo.) É desejável que quem escreve ou lê se mantenha em um estilo uniforme.
Diz-se que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado às conversações.
Tipos de Incoerência
Incoerência semântica
Incoerência sintática
Incoerência estilística
Incoerência pragmática
A casa que desejo comprar é bastante jovem.
Essa frase é incoerente quando levamos em consideração o significado da palavra jovem. Embora tenha o sentido de coisa nova, o vocábulo jovem só é empregado para caracterizar seres humanos; e não seres inanimados. Para essa caracterização, a palavra nova seria mais apropriada.
As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores.
Apesar de haver comunicabilidade, já é possível compreender a informação, a coerência desse período está inadequada. Ela poderia ser restabelecida se fosse feira uma alteração: a troca do pronome relativo onde, específico de lugar, para no qual ou em que (ensino particular, no qual/em que há métodos).
O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista
seu cliente ter enfiado o pé na jaca.
Imagine iniciar uma fala, em um contexto formal, com palavras mais “sofisticadas” e depois misturar com uma forma de linguagem bem popular, usando gírias. Esta incoerência poderia parecer inclusive uma brincadeira, modificando o sentido que o autor da frase desejava.
Veja esta conversa entre amigos:  
― Maria, sabe dizer se o ônibus para o Centro passa aqui?
― Eu entendo, João. Hoje faz um ano que minha avó faleceu. 
Maria, na verdade, não responde a pergunta feita por João, pois não estabeleceu uma sequência na conversa. Ela propôs outro assunto, irrelevante para a pergunta feita. Assim, percebemos que na sequência de falas deste exemplo não há coerência.
“Ter textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.”
Segundo Melo, o “texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.” (MELO, 2003).
Por isso, deve haver uma organização, uma unidade de sentido para que o texto seja considerado texto e cumpra sua função: estabelecer contato com seu interlocutor, a fim de informar, influenciar, questionar, sensibilizar, convencer, divertir, enganar, seduzir. É disso que trata a coerência textual. Se os fios embolam ou se rompem, quebra-se a coerência, ou seja, o texto não faz sentido.
Conhecimento de onde a história se situa, com todos os elementos necessários. Fator que atua nas duas direções, tanto da situação para o texto quanto do texto para a situação. Um texto coerente em uma situação pode não ser em outra, como nos casos dos textos literários que analisamos. 
A situacionalidade se aplica, por exemplo, nos e-mails que apresentam siglas referentes a jargões empresariais (como PSC – “para seu conhecimento”), em que o destinatário do e-mail que não conhecer essa sigla não conseguirá compreender a mensagem.
Isso é comum tanto para a fala coloquial, em que se retomam conversas anteriores, quanto para os noticiários dos jornais, por exemplo, que exigem o conhecimento de notícias já divulgadas como ponto de partida. Na prática corporativa, é imprescindível o conhecimento de seu produto, de sua empresa. Sendo assim, é importante a leitura de textos como leis, estatutos, manuais etc., que possam levar a uma completa compreensão de um texto específico, posteriormente.
Fora isso, ainda temos que estar sempre informados e atualizados em um sentido geral, possuindo um conhecimento de mundo razoável para compreender satisfatoriamente vários contextos dentro da empresa.
Aula 5 – Tipologia Textual e Gêneros Textuais
Há várias formas de nos comunicarmos através de textos, de discursos. Podemos contar fatos, documentá-los, expressar nossa opinião, expor nossas ideias, enfim, com isso, que a intenção daquilo que queremos dizer é que comanda o tipo de texto que construímos.
Os textos oficiais e comerciais visam estabelecer uma comunicação formal e documentada em ambientes de trabalho. Os tipos mais comuns são memorandos, ofícios, avisos, requerimentos, pareceres, ordem de serviço e cartas comerciais.
Os textos literários desvelam a arte da palavra ao recriar a realidade a partir do olhar do artista. São exemplos, fábulas, lendas, romances e poemas.
Os textos acadêmicos e científicos possuem características específicas:
Focalizam com especial atenção a linguagem, a exatidão e a autenticidade dos dados e raciocínios apresentados.
Exigem um rigor na utilização dos métodos e técnicas na sua elaboração.
São classificados a partir do nível de aprofundamento de seus conteúdos e seus objetivos (resumos, resenhas, relatórios, artigos científicos, monogramas, dissertações e teses.)
Conceituando gêneros textuais e tipologia textual: um pingo de teoria
Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto assume para cumprir determinados objetivos, ou seja, para informar. Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos fazem parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos. Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto.
O tipo de texto, por sua vez, é limitado, pois se refere à estrutura composicional da língua. De forma geral, temos cinco tipos textuais (narração, argumentação, exposição, descrição e injunção).
Um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Narração
A narração conta um fato, que pode ser ou não inventado. Esse tipo de texto compõe-se de personagens, tempo e lugar. Normalmente, os verbos utilizados estão no tempo passado.
Argumentação
A argumentação é um tipo de texto através do qual o emissor da mensagem tenta convencer o ouvinte/leitor. O texto argumentativo defende uma ideia específica.
Exposição
A exposição é um tipo de texto que apresenta uma ideia, uma reflexão, um conhecimento, uma explicação sobre um objeto (pessoa, fato, circunstância). Como traz informações específicas sobre um tema, também é chamada de texto informativo.
Descrição
A descrição apresenta um objeto do discurso (pessoa, coisa, circunstância, fato etc.), realçando suas características e pode ser objetiva ou subjetiva. 
No primeiro caso, destacam-se características concretas do objeto, aproximando-o o mais possível da realidade. No segundo, o observador apresenta o objeto segundo a emoção que o envolve.
Exemplo
A casa era grande, branca e antiga. Em sua frente havia um pátio quadrado. À direita havia um laranjal onde noite e dia corria uma fonte. À esquerda era o jardim de buxo, úmido e sombrio, com suas camélias e seus bancos de azulejo. Ao meio da fachada que dava para o pátio havia uma escada de granito coberta de musgo. Em frente dessa escada, do outro lado do pátio, ficava o grande portão que dava para a estrada. A parte de trás da casa era virada ao poente e das suas janelas debruçadas sobre pomares e campos via-se o rio que atravessa a várzea verde e viam-se ao longe os montes azulados cujos cimos em certas tardes ficavam roxos. Nas vertentes cavadas em socalco crescia a vinha. À direita, entre a várzea e os montes, crescia a mata carregada de murmúrios e perfumes e que os Outonos tornavam doirada.
 (ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. “O Jantar do Bispo”. In:______. Contos exemplares. Porto: Figueirinhas, 1997.
A escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen descreve, de forma objetiva, uma casa. Vemos que são usados diversos adjetivos que ajudam o leitor a visualizar o objeto descrito.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
ALENCAR, José de. Obra Completa. Vol. III. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959.
O autor romântico José de Alencar apresenta a personagem principal ao leitor, destacando seus aspectos
fundamentais relacionados à natureza. Nesse caso, temos uma descrição subjetiva.
Injunção
A injunção é uma tipologia textual que se caracteriza por determinar, indicar, orientar como se realiza uma ação.
Os gêneros textuais adaptam-se às circunstâncias da comunicação, bem como aos interesses do emissor e do receptor da mensagem. Por esse motivo, não há um limite para as classificações de gêneros, visto que os textos podem ser produzidos por falantes diversos e com objetivos específicos, de forma oral ou escrita. 
 	Os gêneros textuais, portanto, são ações discursivas que se constituem para representar o mundo, as experiências vivenciadas, os conhecimentos, os desejos etc.
Exemplos de gêneros textuais:
Poesia: linguagem com fins estéticos
POEMINHA DO CONTRA
Mario Quintana
Todos estes que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Notícia: O objetivo principal é a informação
Email: Comunicação rápida
Publicidade: O uso da linguagem para conhecimento
Carta: Mensagem individualizada
Charge: Associação entre texto e imagem
É possível identificar mais de um gênero textual em um só texto. Trata-se da transmutação de gêneros. Por exemplo, uma conversa pode se transformar em um telefonema, bilhete, carta ou e-mail.
Ainda que o tema (assunto) possa ser semelhante, a espécie de texto usada para abordá-lo varia conforme a finalidade comunicacional. Daí a importância da noção de gênero textual, já que gênero é uma forma de contrato estabelecido entre aquele que escreve e aquele que lê. Se ambos não “cumprirem as cláusulas do contrato”, o entendimento do texto será prejudicado, mesmo quando o tema é semelhante.
Interpretando o texto
		A habilidade de indicar função, objetivo do texto, reconhecimento de sistema de notação, referência, estrutura, recursos lingüísticos etc. seria uma das primeiras habilidades utilizadas no processo de interpretação, pois, uma vez que acionamos, identificamos o propósito do texto e que atitude tomar em relação a ele.
Percurso Teórico
		É importante, na apresentação de diversos tipos de texto, que possamos perceber que eles têm objetivos, sendo esses os objetivos que determinam a organização das informações, a seleção do vocabulário, das construções. Logo, é fundamental que, antes mesmo da construção de determinado texto, identifiquemos o objetivo da mensagem.
Podemos concluir, portanto, que as mensagens, os textos, se organizam devido a exigências sociais que compreendem, além de organizações gramaticais, a produção desses textos em situações específicas, com propósitos específicos e com determinado público também.
Nesse sentido, a importância de se conhecer a “linguagem formal”, a “norma culta”, além das necessidades de comunicação na informalidade, é essencial para que o indivíduo exerça realmente seu papel de cidadão, pois poderá estar em contato com as diferentes situações.
Na informalidade digamos que ninguém precisa nos ensinar, a própria interação com o meio se encarrega disso. Porém, as situações formais exigem de nós outro comportamento. E exigem também outro tipo de linguagem. Essa, nós temos de adquirir nas instituições de ensino, pois o meio social não é capaz de nos ensinar.
Aula 6 – Tipologia textual e gêneros textuais – parte 2
Os gêneros textuais surgem em decorrência da necessidade que o homem tem de se comunicar de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Assim, ele não pode levar apenas em consideração a modalidade linguística, deve adequar o seu texto ao receptor, ao conteúdo de sua mensagem, ao objetivo que pretende alcançar e mesmo ao veículo que servirá de canal de comunicação.
Se o meio é a música, ao elaborar a mensagem, o autor empregará recursos como ritmo, rima, refrão, entre outros, para transmitir suas idéias ou sentimentos.
		
Na publicidade, por exemplo, observam-se vários tipos de suporte para divulgar um produto ou serviço: a televisão, o outdoor, o busdoor, o rádio, o cinema, a revista, o jornal e a internet, entre outros.
		Para tornar-se mais eficiente, o gênero se adapta ao veículo procurando aproveitar os recurso que cada um fornece; como o som, a imagem ou a velocidade de transmissão, por exemplo.
		
		No caso do outdoor, observa-se o emprego de imagem e/ou frases de efeito que possam atrair a atenção do receptor. A ambigüidade e o humos são elementos muito freqüentes usados nesse tipo de mídia.
		A propaganda tem por objetivo influenciar o receptor da mensagem a adquirir um produto ou um serviço, mas também pode procurar mudar uma atitude. São bons exemplos as campanhas de antitabagismo, consumo consciente de recursos naturais, direção responsável, controle de poluição do meio ambiente, entre outras.
		O e-mail é muito semelhante à carta, no entanto pode levar, em anexo ou no seu corpo, outros textos de gêneros variados como notícias, currículos, ofícios, receitas e fotos.
		Os gêneros textuais são dinâmicos porque também a realidade e os meios de comunicação são aperfeiçoados constantemente pelos avanços tecnológicos.
Aula 7 – Estrutura do parágrafo
Parágrafos são as estruturas formadas por unidades auto-suficientes de um discurso que compõem um texto, apresentando basicamente uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica. Essas unidades são chamadas de tópico frasal, que é acompanhado por detalhes que o complementam. 
A organização do texto em parágrafos permite que o leitor detecte as ideias principais do texto e acompanhe como foram desenvolvidas em seus diferentes estágios
		
Curto ou longo? A extensão do parágrafo é variada. Existem parágrafos de duas linhas e também aqueles que ocupam uma página inteira. A ideia central que o parágrafo apresenta pode ser um critério para determinar se este será curto ou mais extenso.
Parágrafos Longos - Geralmente, são utilizados para manter uma continuidade do raciocínio. Em geral, obras científicas e acadêmicas possuem parágrafos mais longos por duas razões: 
1.As explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações;
2.Os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.
Parágrafos Curtos - são adequados para pequenos textos, e, geralmente, são escritos por quem tem pouca prática na escrita ou pensando-se nos leitores que possuem pouca prática de leitura.
Tópicos frasais que auxiliam na hora de iniciar um parágrafo:
Declaração Inicial – O autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Definição – Trata-se de um bom recurso didático. Defini-se algo quando delimita seu significado dentro de um campo semântico. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos dissertativos/informativos.
Divisão – O parágrafo pode-se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento. Serve para vários tipos de texto.
Interrogação – O autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Alusão/Citação – O autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa,usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Serve para vários tipos de texto.
Coesão sequencial e a relação com o sentido
O parágrafo não se limita ao tópico. E o texto que se segue ao tópico no espaço do parágrafo chama-se desenvolvimento. Que, de fato, é o desenvolvimento da ideia introduzida no tópico.
Explanação da declaração inicial - O autor esclarece a afirmação ou negação que fez no tópico. 
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Somos bombardeados todo o tempo por relatos de agressões, via televisão, rádio e jornais. Parece até que o objetivo é tornar normal a barbaridade, repetindo os feitos dos bandidos vezes sem conta, até a exaustão.
Enumeração de detalhes - Trata-se
de um tipo de desenvolvimento muito específico, pois é bastante comum em parágrafos descritivos. Nesse sentido, há uma preocupação em apresentar detalhes da afirmação que foi feita, de maneira mais genérica, no tópico.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Sendo assim, os jornais só falam de sangue e tragédia. A televisão, por sua vez, prioriza as mazelas como forma de manter a audiência. Até a internet, embora seja um meio jovem, não se diferencia dos seus antecessores, pois é ela também meio de prática de crimes de pedofilia, por exemplo.
Comparação - Há quem faça distinção entre ANALOGIA e CONTRASTE, distinguindo as formas de comparação. Assim, a analogia seria uma comparação entre semelhantes, enquanto o contraste se configuraria pela aproximação de termos acentuando suas diferenças. Para facilitar, trataremos apenas de Analogia.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Nos primórdios, as marcações nas rochas feitas pelos povos primitivos indicavam caminhos, perigos, símbolos de sentido restrito etc. Atualmente, a mídia ultrapassou esses limites físicos e permite uma pluralidade de significados que, sem controle ou censura, podem ferir a sociedade.
Causa e consequência - Esse desenvolvimento apresenta uma relação de causas para a declaração feita no tópico ou dela decorrentes. Em outros casos, pode apresentar as consequências ou até mesmo as causas e consequências juntas.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Tal uso resulta em uma série de distorções, como a apresentação de cenas chocantes em horários inadequados na televisão, por exemplo. Isso gera nos telespectadores uma espécie de senso comum que aceita a violência como algo natural.
Paráfrase
Fazemos uma paráfrase quando transmitimos uma informação ouvida ou lida para outras pessoas com as nossas palavras. 
A paráfrase é muito útil quando temos necessidade de reproduzir um conteúdo para um público específico. Além disso, é um recurso muito utilizado nos textos acadêmicos, já que, por meio dela, conseguimos apresentar as ideias dos autores estudados sem recorrer à citação direta ou mesmo quando a intenção é apresentar o pensamento de um autor de forma mais objetiva.
Paráfrase não é resumo e nem é plágio - É importante destacar que a paráfrase não é um sinônimo de resumo. Resumo privilegia a síntese, isto é, uma redução. Já a paráfrase se propõe a fazer uma espécie de tradução do texto original, podendo, inclusive, ser maior do que este.
 Outra questão muito importante é que devemos sempre informar a fonte ou o autor que estamos parafraseando, mesmo que com a paráfrase não estejamos mais utilizando as palavras de outra pessoa.
 Paráfrase não é plágio, mas se um texto for parafraseado e não informar a devida fonte se tornará um plágio, ainda que seja um ato involuntário. Para evitar esse problema, devemos sempre dar crédito ao verdadeiro autor, ao dono da ideia que estamos parafraseando.
Como fazer uma paráfrase? 
Definir o objetivo - Primeiramente, você deve definir o objetivo da paráfrase. Por que você precisa reescrever o texto? Para adequá-lo a novos leitores ou meio de comunicação? Para modernizá-lo? Para utilizá-lo em um trabalho acadêmico?
 	Essa análise vai ajudá-lo a decidir qual será a linguagem utilizada na paráfrase.  
Fazer uma leitura cuidadosa – deve-se fazer uma leitura cuidadosa e atenta, destacando e fazendo anotações, e, a partir daí, decidir se vai apenas reafirmar a ideia apresentada com suas palavras ou se será necessário esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes.
Não distorcer a mensagem - Embora você vá redigir a paráfrase com suas palavras e estilo próprio, deve seguir passos do texto original sem omitir informações que permitam aos seus leitores uma interpretação fiel do texto estudado. Tomando sempre muito cuidado para não distorcer a mensagem.
Unir ideias afins – Você pode unir ideias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base, reorganizando o texto em blocos de assunto, por exemplo, mas respeitando a evolução dos argumentos do autor.
Substituir as palavras rebuscadas – Consulte o dicionário e substitua as palavras menos usadas, ou muito rebuscadas, por palavras que sejam de conhecimento do público geral, tentando, obviamente, se preocupar com a precisão vocabular.
Reler seu texto final – Redija o texto buscando a síntese das ideias e a clareza. Preocupe-se com a pontuação, a coesão e coerência. Não faça comentários ou dê sua opinião. Depois, releia a paráfrase para encontrar possíveis erros e corrija-os.
Resumo - É uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Significa reduzi-lo ao que é essencial, mas sem perder de vista três elementos:
Cada uma das partes essenciais do texto;
A progressão em que elas acontecem;
A correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
Quem resume deve exprimir somente o que é essencial no texto, por isso, assim como a paráfrase, não pode fazer comentários ou julgamentos. 
Muitas pessoas julgam que resumir é produzir frases ou partes do texto original, construindo uma espécie de “colagem”. Porém, isso não é um resumo. Resumir é apresentar, com suas próprias palavras, apenas os pontos que julgamos relevantes no texto, sendo obrigatoriamente menor do que o original. Um resumo deriva da capacidade de leitura daquele que vai realizá-lo. A compreensão de um texto depende da competência do receptor. Essa competência envolve recursos culturais, experiência anterior e conhecimento prévio armazenado na memória.
Resumo é, portanto, uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto e devem ser omitidas as nossas impressões e interpretações.
Como elaborar um resumo? A elaboração de um resumo exige mais habilidade de leitura do que de escrita. Para fazer um resumo é essencial compreender o contexto geral do texto. Interpretá-lo.
Leve também em consideração os aspectos metodológicos, o estilo e extensão do texto:
Aspectos Metodológicos - Neste aspecto, o resumo segue algumas regras:
• Devemos seguir as ideias principais do autor, na ordem em que aparecem no texto (a primeira frase explica o assunto do texto);
• Devemos ser capazes de, desprezando ideias particulares, registrar informações de ordem geral (este conceito aproxima-se do de tematização);
• Indica-se a categoria do tratamento (Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação?); 
• O resumo deve apresentar o objetivo, o método e as técnicas de abordagem, os assuntos, os resultados e as conclusões do trabalho.
Estilo e extensão - Deve ser composto por frases concisas, evitando-se enumerar tópicos;
• É comum o uso da 3º pessoa do singular, com verbos na voz ativa (“O autor afirma que...”);
• Devemos excluir a maior parte dos detalhes, exemplos, fatos secundários, realizando a supressão de adjetivos e advérbios;
• Devemos reescrevê-lo usando as nossas palavras, isto é, não se deve utilizar trechos do texto original;
• Não há limite de páginas, desde que seja menor do que o texto-base, mas existem algumas recomendações.
Classificação dos resumos
Indicativo ou Fichamento - Caracteriza-se como sumário narrativo que elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original. É conhecido também como descritivo. 
Refere-se às partes mais importantes do texto. Pode ser usado, por exemplo, para adiantar o assunto de um anexo de e-mail. Indica as principais ideias em torno das quais o texto foi elaborado. 
Normalmente é utilizado em propagandas, catálogos de editoras, livrarias e distribuidoras ou ainda em breves exposições de determinadas obras.
Informativo - também conhecido como analítico, pode dispensar a leitura do texto original. Apresenta o objetivo da obra, métodos e técnicas empregados, resultados e conclusões. Nele evitam-se comentários
pessoais e juízos de valor. Apresenta todas as informações, de forma sintética, que o autor usou para criar o texto. Indispensavelmente deve conter: 
 • Assunto;
 • Problema e/ou o objetivo;
 • Metodologia;
 • Ideias principais em forma sintética;
 • Conclusões.
É o mais utilizado em universidades.
Segundo a ABNT, há outros dois tipos de resumo:
Informativo/Indicativo – combina os dois tipos anteriores que acabamos de ver (Resumo indicativo ou fichamento e Resumo informativo). Este tipo também pode dispensar a leitura do texto original quanto às conclusões, mas não quanto aos demais aspectos tratados.
Crítico ou recensão – também denominado recensão ou resenha, é redigido por especialistas e compreende análise e interpretação de um texto. Trata-se de uma espécie de julgamento. É uma das atividades que pode ser solicitada como exercício no meio acadêmico.
Podemos concluir que resumo é uma apresentação concisa dos elementos mais importantes de um texto sem perder a sua essência. Portanto, trata-se um procedimento de reduzir um texto sem alterar seu conteúdo. Constitui-se, assim, uma forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas.
Um resumo deve ter:
• Brevidade, pois só deve apresentar as ideias principais;
• Respeito pela sequência de ideias do texto;
• Clareza, já que os fatos apresentados devem ser objetivos;
• Rigor, pois as ideias principais devem ser reproduzidas sem erros.
Aula 8 – Raciocínio Argumentativo
Raciocínio indutivo - Muitas vezes, para formularmos um ponto de vista, uma opinião, precisamos analisar diversas situações que nos levam a uma conclusão (tese). Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio indutivo. A Indução é o princípio lógico segundo o qual se deve partir das partes para o todo. Ou seja, ao fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo número de casos, pode-se generalizar, afirmando que sempre que a situação se repetir o resultado será o mesmo. A base desse princípio, portanto, é a experimentação.
Raciocínio dedutivo - Por outro lado, também podemos ter uma ideia geral, uma visão geral sob um determinado tema, que será comprovada a partir da verificação de alguns casos particulares. Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio dedutivo. A dedução é o princípio lógico segundo o qual devemos partir do geral para o particular. Assim, devemos primeiro criar uma lei geral e depois observar casos particulares e verificar se essa lei não se contradiz. Para os adeptos da dedução, o cientista não precisa de mil provas indutivas. Basta uma única prova dedutiva para que a lei possa ser considerada válida.
A base desse princípio, portanto, é a observação.
Raciocínio Argumentativo Indutivo – Para persuadir o leitor ou ouvinte sobre um argumento que defendemos, podemos utilizar o recurso da indução, o qual consiste em utilizar informações concretas e transformá-las em uma regra geral que se adapte ao tema de nosso argumento.
Raciocínio Argumentativo Dedutivo – Em argumentos construídos com base na dedução, ocorre o processo inverso do verificado na indução, ou seja, neste caso, parte-se de uma ideia geral, universal para que uma ideia específica. É preciso, no entanto, que as premissas sejam admitidas como verdadeiras, para que se aceite a conclusão. 
Pelos exemplos de dedução encontrados comumente, tem-se a ideia que a argumentação por dedução é obvia e pouco contribui para a construção de um texto.
Argumentação - Um argumento é um conjunto de afirmações encadeadas de tal forma que se pretende que uma delas, a que chamamos a conclusão (ou tese), seja apoiada por outras afirmações (os argumentos propriamente ditos).
A diferença mais importante entre um argumento e um raciocínio é que em um argumento pretendemos persuadir alguém de que a conclusão é verdadeira, ao passo que em um raciocínio queremos apenas saber se uma determinada conclusão pode ser justificada ou não por um determinado conjunto de afirmações.
Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. Para tal, muitas vezes precisamos usar a lógica indutiva e/ou dedutiva para formularmos nossos argumentos, bem como usar outras estratégias.
Tipos de argumento mais comuns
Argumento de Autoridade – A conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese.
Exemplo: O problema da miséria urbana no Brasil, muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos diretos de tal miséria. Entretanto, ela existe, e não só nas notícias de jornal ou nos programas televisivos. Ou, como diria Caetano Veloso, “ o Haiti é aqui”.
Argumento por causa e conseqüência – Para comprovar uma tese, pode-se buscar as relações de causa (motivos e porquês) e de consequência (os efeitos).
Exemplo: Os problemas da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe, e não só nas notícias de jornal ou nos programas televisivos. Em virtude da negligência do poder público ao longo de década, hoje temos uma parcela desprovida de instituições que possam atenuar (ou extinguir) tal problema.
Argumento de exemplificação/ilustração – Consiste no relato de um pequeno fato (real ou fictício). É amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos.
Exemplo: Os problemas da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe, e não só nas notícias de jornal ou nos programas televisivos. Um exemplo claro disso é a diferença na taxa de mortalidade infantil entre os estados da região sul e os estados da região nordeste.
Argumento de provas concretas ou senso comum – Busca-se evidenciar a tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou notórios (de domínio público).
Exemplo: Os problemas da miséria urbana no Brasil muitas vezes passa despercebido por não sofrermos os efeitos de tal miséria. Entretanto, ela existe, e não só nas notícias de jornal ou nos programas televisivos. Alguns estados brasileiros estão em situação alarmante. Segundo dados do IBGE sobre o PIB (em 2002), o Maranhão possui 83 municípios na lista dos 100 municípios mais pobres do Brasil.
A contra-argumentação - nada mais é que uma nova argumentação em que se procura desmontar um raciocínio anteriormente apresentado. Uma forma bastante eficaz de se contra-argumentar é utilizar o senso comum (aquilo que as pessoas usam no seu cotidiano; o que é natural e fácil de entender, o que elas pensam que sejam verdades, geralmente porque ouviram de alguém, que também ouviu de alguém).
Assim como o senso comum, muitas vezes criamos afirmações/generalizações sem qualquer fundamento. Em outras palavras, fazemos uma dedução sem comprovação, como é o caso das lendas urbanas e dos mitos que circulam pela internet.
Aula 9 – Sentido metafórico e metonímico.
Alguns textos necessitam mais de nossos conhecimentos, porque as palavras não se bastam sozinhas. Então, para entendermos a mensagem, necessitamos combinar às palavras mais informações, e essas informações vêm de nosso conhecimento de mundo. 
Entendendo o contexto...
Quanto às palavras, os elementos lingüísticos, conduzem o leitor para o entendimento da mensagem, o trabalho que ele terá será fundamentalmente com essas palavras, ou seja, esses elementos lingüísticos conduzem o entendimento.
Conhecimento de mundo e interpretação
O texto de outdoor caracteriza-se pela necessidade de transmitir uma mensagem precisa com economia de texto, já que as pessoas irão passar pela peça publicitária normalmente não terão tempo hábil para ler um texto longo. Sendo assim, é comum o uso de imagem para complementar/expandir o significado da mensagem.
		Para que a mensagem faça sentido, precisa-se associar o conhecimento de mundo e interpretar as palavras que aparecem no texto.
Recursos para atribuir efeitos de sentido: metáfora e metonímia
Nem sempre as mensagens estão evidentes e compreendidas somente nos elementos lexicais (nas palavras presentes no texto).
Metáfora - É um princípio onipresente da linguagem, pois é um meio de nomear um conceito de um dado domínio de conhecimento pelo emprego de uma palavra usual em outro domínio. Essa versatilidade faz da metáfora um recurso de economia lexical, mas com um potencial expressivo muitas vezes surpreendente”.
Exemplificando o conceito...
A metáfora é o emprego da palavra fora de seu sentido normal, já que cria uma associação de sentidos de forma figurada, sendo assim classificada como figura de linguagem. Baseia-se na transferência de um termo para um contexto que não lhe é próprio. Tendo assim um processo metafórico de produção de sentido.
Metáfora da palavra – Funciona a partir do estabelecimento de uma relação/comparação de sentido entre um elemento comparado e um elemento comparante.
Metáfora do texto – O texto é, em grande parte ou em sua totalidade, metafórico,pois utiliza uma construção para servir como figuração da realidade, sem descrevê-la literalmente.
Metonímia - Consiste na transferência de um termo para o âmbito de um significado que não é o seu, processado por uma relação cuja lógica se dá, não na semelhança, mas na contiguidade das ideias.
 	Na metonímia, a relação entre os elementos que os termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas da ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade.
	
	
	
	
 
Na metáfora a substituição de um termo por outro se dá por um processo interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição. Na metonímia, o processo é externo, pois a relação entre aquilo que os termos significam é verificável na realidade externa ao sujeito que estabelece tal relação.
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
Metáfora e metonímia: aproximações e afastamentos
Metáfora - Relação de adesão semântica entre duas palavras ou expressões, como uma comparação implícita(sem a presença do elemento comparativo).
Metonímia - Relação de aproximação,em que parte do conteúdo semântico de uma palavra ou expressão é relacionado a outra palavra ou expressão, também numa comparação implícita.
Sentido -  Está presente nas diferentes mensagens  que existem à nossa volta e é assim que entendemos o mundo, desvendando os sentidos daquilo que o compõe,  porém nosso interesse está ligado a mensagens compostas com a linguagem verbal.  
Se o SENTIDO está presente nos enunciados, entendemos algo como:
Às vezes é difícil entender alguns deles, porém, essas dificuldades, muitas vezes, são por conta de não conhecermos determinadas palavras, dai não fazermos ideia do que a mensagem quer dizer, não entendermos seu sentido.
Porém quando o sentido não está claramente exposto nas palavras ou nas frases, é evidentemente que será mais difícil entendermos a mensagem. Entretanto, há sentidos que, apesar de não serem ditos diretamente, estão “escondidos”, “sugeridos”. Esses sentidos são chamados de IMPLÍCITOS.
Uma informação IMPLÍCITA é uma informação que precisa ser desvendada pelo leitor ou pelo ouvinte através das pistas que o interlocutor deixou.
Sentidos Implícitos - O sentido é essencial para o entendimento da mensagem e precisa ser COMPARTILHADO entre o locutor/escritor e o ouvinte/leitor, pois para entender a mensagem o ouvinte/leitor precisa reconstruir o sentido que lhe foi passado.
Portanto, pensemos sobre o seguinte:
Quando o sentido está ESCONDIDO, IMPLÍCITO, ele precisa ser desvendado pelo ouvinte/leitor, que o transformará em uma informação EXPLÍCITA, assim como os sentidos que estão presentes, claramente, nos elementos do enunciado.
Explícito – Um dos pontos que nos fazem perceber a diferença entre esses sentidos é o esforço em interpretar as mensagens. Quando o sentido está explícito nos elementos do enunciado, é mais fácil interpretar a mensagem. 
Exemplo: O mundo precisa de amor.
Implícito – Quando o sentido está implícito e, portanto, não aparece claramente nos elementos do enunciado, é mais difícil interpretar a mensagem, pois o ouvinte/leitor precisa construir hipóteses sobre o assunto, tirar conclusões, fazer conexões entre o que ouve ou lê com as informações de mundo que tem para reconstruir o sentido que está “escondido”, mas não está ausente. O sentido implícito requer a utilização de uma série de estratégias mentais.
	Exemplo: Maria perguntou à sua amiga se Vicente estava namorando Carla, pois tinha visto os dois numa conversa muito animada. E sua amiga respondeu: “É, água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”
Os sentidos IMPLÍCITOS também podem vir através de ironias. Podem vir através de construção com ausência, com mensagens aparentemente desconectadas, mas que fazem sentido.
“Quando Deus criou os maridos, ele prometeu às mulheres que os maridos bons e ideais seriam encontrados em todos os CANTOS do mundo. E, depois... Ele fez a Terra REDONDA!” 
(autor desconhecido)
Os elementos em maiúscula nos deixam pistas para entender que quando Deus arredondou a Terra, eliminou os cantos. Logo, não é possível encontrar maridos ideias, pois não há cantos para procurá-los.  Claro que para se chegar a essa conclusão, precisamos refletir sobre como o conteúdo está construído. O sentido está implícito.
Enfim, há diversas estratégias para os sentidos estarem implícitos, e percebemos isso pelo esforço que é necessário para interpretar determinadas mensagens. Sendo assim, podemos concluir que interpretar é desvendar sentidos, não o que queremos, mas o que está posto na mensagem.
Aula 10 – Polissemia, duplo sentido e ambigüidade
Polissemia - As palavras de uma língua podem possuir mais de um sentido em diferentes contextos de uso. Chamamos esse fenômeno de polissemia , e são raras as palavras que não o apresentam. Em outros termos, todas as palavras "tendem" a ser polissêmicas, justamente pela possibilidade de se tomar um determinado termo em sentido figurado (como na metáfora e na metonímia), entre outras causas.
POLISSEMIA - LEX LING multiplicidade de sentidos de uma palavra ou locução p. ex. prato "vasilha", "comida" "iguaria" "receptáculo de balança", "instrumento musical etc.; GRAM a polissemia é um fenômeno comum nas línguas naturais, são raras as palavras que não a apresentam; difere da homonímia por ser a mesma palavra, e não palavras de origens diferentes que convergiram foneticamente; as causas da polissemia são: 1. os usos figurados, por metáfora ou metonímia, por extensão de sentido, analogia etc.; 2. empréstimo de acepção que a palavra tem em outra língua. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, p. 1518).
Homonímia é outro fenômeno: temos palavras que possuem “raízes” distintas, mas que são idênticas na maneira de escrever e de falar. Nesses casos, forma-se um homônimo: dois vocábulos que possuem a mesma configuração fonológica e ortográfica. 
Da polissemia para o duplo sentido - Uma das ferramentas discursivas para se explorar o caráter polissêmico das palavras é o duplo sentido. Por esse princípio, podemos definir duplo sentido como a propriedade que têm certas palavras e expressões da língua de serem interpretadas de duas maneiras diferentes em diferentes contextos de utilização da língua.
		O duplo sentido é um esforço intencional de se explorar dois sentidos distintos da mesma palavra ou expressão. Em
outros termos, o autor do texto intencionalmente apela para a dupla possibilidade de interpretação do leitor e usa tal possibilidade como forma de enriquecer seu texto.
Da polissemia para a ambiguidade - Diferentemente do duplo sentido, a ambiguidade é a indeterminação de sentido que certas palavras ou expressões apresentam, dificultando a compreensão de uma determinada passagem do texto, ou até dele como um todo.
Embora muitas pessoas considerem duplo sentido e ambiguidade sinônimos, eles não são. A ambiguidade não é intencional, já que sua ocorrência é resultado de alguma construção linguística problemática.
		A ambiguidade deve ser evitada, pois pode gerar problemas na interpretação de quem lê o texto.

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