Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Graduação em Ciências Contábeis Fábio Luís Pereira Ítalo Amaral Costa Reis Mariana Shelen Maia Pedro Augusto Campolina Santos ThamiresCharbaje De Oliveira TRABALHO INTERDISCIPLINAR: Empresa: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Contagem 2015 Fábio Luís Pereira Ítalo Amaral Costa Reis Mariana Shelen Maia Pedro Augusto Campolina Santos ThamiresCharbaje De Oliveira TRABALHO INTERDISCIPLINAR: Empresa: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Trabalho apresentado à Graduação em Ciências Contábeis da Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais campus Contagem. Contagem 2015 LISTA DE ABREVIAÇÕES C/c- Conta Corrente Lalur: Livro de Apuração do Lucro Real LC: Lei Complementar N°- Número S/a- Sociedade Anônima Ufir: Unidade Fiscal de Referência LISTA DE SIGLAS ABNT- Associação Brasileira de Normas técnicas AC - Ativo Circulante ANC- Ativo Não Circulante ARE- Apuração do resultado do Exercício BP- Balanço Patrimonial C/c- Conta Corrente CDB - Certificado de Depósito Bancário CFC- Conselho Federal de Contabilidade CMV- Custo de Mercadoria Vendida CR- Conta de Resultado CPC - Código de Pronunciamentos Contábeis CR – Conta de Resultado CSLL: Contribuição Social sobre Lucro Líquido DPVAT -Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres DRE- Demonstração do Resultado do Exercício FGC – Fundo Garantidor de Crédito ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IFRS – International Financial Reporting Standards IOF – Imposto sobre operações Financeiras INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social IR: - Imposto de Renda Lalur: Livro de Apuração do Lucro Real LC - Lei Complementar MEP - Método da Equivalência Patrimonial MG- Minas Gerais N°- Número NF- Nota Fiscal Pasep - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PC- Passivo Circulante PIS – Programa Integração Social PJ: Pessoa Jurídica PL- Patrimônio Liquido PNC- Passivo Não circulante S/a- Sociedade Anônima Ufir: Unidade Fiscal de Referência PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Logomarca da empresa ............................................................................ 11 FIGURA 2 –Cotação do Seguro Empresarial ................................................................ 47 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1–Diagrama de Pareto ................................................................................. 14 GRÁFICO 2 - Curva 80-20 Tome Distribuidora e Comércio de Bebidas LTDA ............. 14 GRÁFICO 3 - Rendimentos aplicação Distribuidora e Comércio de Bebidas LTDA ..... 23 LISTA DE TABELAS TABELA 1 -12 principais itens Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA ... 11 TABELA 2 -Incidência de IOF até o 30° dia de aplicação ......................................... 20 TABELA 3 -Tabela regressiva incidência de IR sobre Rendimento .......................... 20 TABELA 4 -Taxas de CDB pré-fixado e pós fixado ................................................... 22 TABELA 5 -Rendimento de aplicação CDB pré-fixado .............................................. 23 TABELA 6-Apuração simples nacional ...................................................................... 35 TABELA 7 -Cálculo IR e CSLL .................................................................................. 38 TABELA 8 -Cálculo PIS/COFINS .............................................................................. 40 TABELA 9 -Apuração Simples Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA ... 42 TABELA 10 –Apuração IRPJ e CSLL ........................................................................ 43 TABELA 11 –Quadro Comparativo de Apuração Simples x Lucro Presumido .......... 44 TABELA 12 –Comparação de PGBL x VGBL ........................................................... 49 TABELA 13 –Comparação Demonstração de IR ...................................................... 50 TABELA 14 –Comparação de Instituições ................................................................ 50 TABELA 15 –Avaliação de Veículo ........................................................................... 60 TABELA 16 –Avaliação de Veículo ........................................................................... 61 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9 1.1. Apresentação da Empresa ......................................................................................... 10 2. ASPECTOS LOGISTICOS ........................................................................................... 12 2.1. CURVA 80-20 ............................................................................................................... 12 2.2. APLICAÇÃO NA EMPRESA ........................................................................................ 13 2.3. APLICAÇÃO SOBRE ITEM “A” DA EMPRESA .......................................................... 15 2.3.1. Quantidade ótima a ser pedida (quantidade econômica do pedido) ............... 15 2.3.2. Momento certo de efetuar o pedido (com demanda conhecida) ...................... 16 2.3.3. Tempo ótimo entre pedidos ................................................................................ 16 2.3.4. Momento certo de efetuar o pedido (com demanda incerta) ............................ 17 2.3.5. Estoque Máximo .................................................................................................. 17 3. ASPECTOS MATEMÁTICOS ....................................................................................... 19 3.1. CDB .............................................................................................................................. 19 3.2. CDB – DI ...................................................................................................................... 21 3.3. APLICAÇÃO NA EMPRESA ........................................................................................ 21 4. ASPECTOS TRABALHISTAS ..................................................................................... 24 4.1. Contratação dos empregados .................................................................................... 24 4.2. Sujeitos da relação de trabalho ................................................................................. 25 4.3. Tipos de contrato de trabalho .................................................................................... 25 4.4. Características do contrato de trabalho .................................................................... 26 4.5. Jornada de trabalho .................................................................................................... 26 4.6. Salário .......................................................................................................................... 26 4.7. Salário mínimo ............................................................................................................27 4.8. Piso salarial ................................................................................................................. 27 4.9. Remuneração .............................................................................................................. 27 4.10. Vale Alimentação ................................................................................................. 27 4.11. Vale Transporte ................................................................................................... 28 4.12. Horas extras ......................................................................................................... 28 4.13. Férias .................................................................................................................... 28 4.14. 13º Salário ............................................................................................................ 29 4.15. FGTS ..................................................................................................................... 29 5. ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS ....................................................................... 31 5.1. Simples nacional ......................................................................................................... 31 5.1.1. Lei Complementar nº 147/2014 ........................................................................... 32 5.1.2. Cálculo do Simples Nacional .............................................................................. 33 5.2. Lucro Presumido ........................................................................................................ 35 5.2.1. Percentuais de Presunção .................................................................................. 36 5.2.2. Cálculo de IR e CSLL ........................................................................................... 37 5.2.3. Distribuição de Lucros ........................................................................................ 38 5.2.4. Escrituração Contábil ou Livro Caixa ................................................................ 39 5.3. COFINS e PIS/PASEP – Regime Cumulativo ............................................................. 39 6. ASPECTOS DE CONTABILIDADEDE SEGUROS E ENTIDADESPREVIDENCIARIAS PRIVADAS .......................................................................................................................... 45 6.1. Conceito de seguro .................................................................................................... 45 6.2. História do Seguro ...................................................................................................... 45 6.3. Seguro de danos patrimoniais ................................................................................... 46 6.4. Previdência Complementar ........................................................................................ 47 6.5. Previdência Privada Fechada e Aberta...................................................................... 48 6.6. PGBL X VGBL.............................................................................................................. 48 6.7. CPC 11 ......................................................................................................................... 51 6.7.1. Teste de adequação do passivo ......................................................................... 52 7. ASPECTOS DE CONTABILIDADE AVANÇADA ......................................................... 54 7.1. Demonstrações de Fluxo de Caixa ............................................................................ 54 7.2. Objetivo ....................................................................................................................... 54 7.3. Classificação por atividade ........................................................................................ 55 7.4. Métodos de Elaboração .............................................................................................. 56 7.4.1. Método Direto ...................................................................................................... 56 7.4.2. Método Indireto .................................................................................................... 57 7.5. Análise DFC Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA ............................. 57 7.6. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido .............................................. 57 7.7. Alterações nas contas do patrimônio ....................................................................... 58 7.8. Elaboração da DMPL .................................................................................................. 58 7.9. Redução ao valor recuperável ................................................................................... 59 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 63 APENDICES ........................................................................................................................ 66 9 1. INTRODUÇÃO O trabalho interdisciplinar do quarto período do curso de graduação em ciências contábeis da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais tem como objetivo principal, expor o conhecimento adquirido em sala e através de pesquisas, estabelecendo uma relação entre o que foi estudado nas disciplinas e os acontecimentos no cotidiano da Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA constituída pelos sócios Ítalo Amaral Costa Reis, Fábio Luís Pereira, Mariana Shelen Maia, Pedro Campolina e ThamiresCharbaje de Oliveira. Será abordado pelo trabalhoa descrição teórica dos itens e prática abordando os temas de elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) pelo Método Direto. Para a elaboração da DFC será necessário que as empresas avaliem a recuperabilidade dos ativos e reconheçam (obrigatoriamente) perdas estimadas com a não recuperabilidade de ativos (teste de recuperabilidade), bem como perdas estimadas no recebimento de crédito. Os métodos para mensuração das respectivas perdas deverão obedecer aos critérios estabelecidos pelos CPC’s (Pronunciamentos Contábeis) relacionados Constará a apuração dos tributos devidos pela empresa com base no Simples Nacional e no Lucro Presumido. Logo após, elaborar um quadro comparativo demonstrando dentre os dois regimes, qual é a melhor opção para a empresa, justificando as razões que levaram a escolha. Cabe lembrar que a apuração do simples Nacional é mensal, e que o IR e a CSLL no Lucro Presumido, são trimestrais. Os demais tributos que deverão ser apurados no regime de Lucro Presumido, quais sejam, PIS, COFINS, ICMS ou ISS, dependendo da atividade da empresa, e o INSS por parte da empresa, tem apurações mensais. Construir a curva ABC para 12 itens mantidos em estoque. Conforme curva obtida, escolher arbitrariamente um item “A” definindo uma política de reposição a ser adotada para este item, ou seja, estabelecendo: quantidade econômica do pedido; momento certo de efetuar o pedido (com demanda conhecida e desconhecida) e tempo ótimo entre os pedidos. 10 Abordagem do CPC 11 e descrever qual o objetivo desta Norma, o que ela determina, para que a entidade deve aplicá-la ou não deve aplicá-la. Ainda de acordo com o CPC 11 explicar o que é teste de adequação de passivos. Demonstrar sobre o processo de admissão, sujeitos das relações de trabalho, características do contrato de trabalho, salários/remuneração,jornada diária, tipos de contrato de trabalho, férias, 13° salário e FGTS para os funcionários da empresa. Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA pesquisou no mercado os planos de previdência complementar, simulando a contratação de planos de previdência individual para os sócios. Analisar os benefícios fiscais do plano escolhido e apresentar duas simulações de instituições diferentes, para cada sócio, comparando as variações. Incluir nas contabilizações mensais da Entidade a contratação de um seguro para danos patrimoniais no valor de R$ 36.000,00, pago a vista, como despesa antecipada no mês de Julho/2015, que terá a vigência01/08/2015 a 31/12/2015. As apropriações das despesas serão realizadas no período de agosto a dezembro de 2015. A Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA irá aplicar suas disponibilidades de caixa por um período determinado em uma aplicação CDB pré-fixado ou CDB pós-fixado, baseado no histórico do CDI para o segundo caso. 1.1. Apresentação da Empresa A Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA., foi criada com o intuito de realizar a distribuição de bebidas de forma eficaz e sempre preservando a qualidade em todos os seus serviços, pregando pelo bom atendimento desde o momento em que o cliente adentra ao estabelecimento comercial até o término do atendimento sendo este o momento de entrega do produto ao domicílio do cliente. A Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA, encontra-se instalada na Rua Aristides Benevides Diniz, nº 140, Centro, Esmeraldas, Minas Gerais. A escolha do endereço para localização do estabelecimento se deve ao fato de que na cidade não há outro estabelecimento comercial com o mesmo ramo de atuação, sendo 11 assim terá um grande publico e como se trata de uma cidade pacata não há índices de criminalidade elevados. Figura 1 – Logomarca da empresa Fonte: Gerado pelos sócios. 12 2. ASPECTOS LOGISTICOS De acordo com analises internas na TTome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA observou-se as vendas realizadas em um passado recente e com isso os itens em que apresentavamos maiores índices de valor com relação a vendas e sendo assim analisando os números resolveu-se por elaborar a curva conhecida como 80-20 com a finalidade deobter um melhor planejamento logístico auxiliando em um melhor aproveitamento no galpão de estoque adquirido no primeiro semestre de 2015. 2.1. CURVA 80-20 Segundo Ballou (2006) o conceito 80-20 originou-se da observação de padrões de produtos em muitas empresas, considerando que a maior parte das vendas é originada por um conjunto pequeno de produtos das respectivas linhas e a partir de um principio que ficou conhecido como a Lei de Pareto. O conceito da lei citada anteriormente ganhou força em um estudo no ano de 1987 realizado por Vilfredo Pareto e que apresentou dados referentes à concentração de riqueza na população italiana e que posteriormente acabou generalizada sua aplicação nos negócios. Através do conceito da curva 80-20, Ballou (2006) relata que a divisão dos produtos é feita de modo que recebam denominação de itens A, B e C. Os itens A conforme classificação são aqueles que compõem 20% dos itens mais bem classificados, os 30% seguintes denominados como B e os 50% restantes são denominados como itens C. A partir desta classificação influenciaria na escolha do método de distribuição que assim sendo é dada de maneira diferente. Os itens A mereceriam uma maior atenção e contaria com uma ampla distribuição geográfica por intermédio de muitos armazéns e com altos níveis de estoques disponíveis. Por outro lado os itens C seriam distribuídos a partir de um único ponto central de estocagem, e o nível de estoque disponível seria menor que o do item A. 13 2.2. APLICAÇÃO NA EMPRESA Para realizar a elaboração da curva 80-20 foi analisado 12 principais produtos para que fosse elaborado uma tabela onde o resultado seria importante para a definição do produto que representaria o cargo chefe de nossa empresa. TABELA1- 12 principais itens Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Ao observar o resultado acima, foi diagnosticado que a Caixa de Cerveja c/ 12 unidades de 1 litro seria o cargo chefe representando 23,58% em valor de venda dos produtos da empresa. Percebe-se claramente a subdivisão e aplicação da curva 80-20, portanto dos 12 produtos analisados os 2 primeiros simbolizam 20% dos produtos que mais saem e 46,61% do valor de vendas e seriam os itens A. Subsequentemente temos os 4 itens que correspondem a 30% dos produtos analisados e juntos simbolizam 29,13% do valor de vendas. Por fim temos os 6 itens restantes que simbolizam 50% dos itens analisados e em termos de valor de vendas acumulam 24,25%. A partir dos dados coletados acima traçamos o diagrama de Pareto e posteriormente a curva 80-20. PRODUTO CUSTO UNITARIO QUANTIDADE MENSAL VALOR (R$) VENDIDA % % ACUMULADA 0 Caixa de Cerveja c/12 1 Litro 70,85R$ 5.598 396.618,30R$ 23,58% 23,58% Caixa de Cerveja c/24 600 ML 106,27R$ 3.647 387.566,69R$ 23,04% 46,61% Caixa de Whisk c/12 1.239,84R$ 150 185.976,00R$ 11,06% 57,67% Pack Refrigerante 350 ML 35,42R$ 3.521 124.713,82R$ 7,41% 65,08% Fardo Refrigerante c/6 de 2 Litros 26,57R$ 3.557 94.509,49R$ 5,62% 70,70% Pack Cerveja c/12 473 ML 35,42R$ 2.397 84.901,74R$ 5,05% 75,75% Caixa de Cerveja c/24 300 ML 35,42R$ 2.312 81.891,04R$ 4,87% 80,62% Pack Cerveja c/12 350 ML 26,57R$ 2.757 73.253,49R$ 4,35% 84,97% Fardo de Água c/12 de 1 Litro 44,28R$ 1.500 66.420,00R$ 3,95% 88,92% Pack Cerveja Long neck 355 ML 44,28R$ 1.467 64.958,76R$ 3,86% 92,78% Pack Suco 350 ML 44,28R$ 1.453 64.338,84R$ 3,82% 96,60% Fardo de Água c/12 de 500 ML 26,57R$ 2.150 57.125,50R$ 3,40% 100,00% Total 30509 100,00% C B A 14 Gráfico1- Diagrama de Pareto Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Gráfico2 –Curva 80-20 Tome Distribuidora e Comércio de Bebidas LTDA Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA 15 2.3. APLICAÇÃO SOBRE ITEM “A” DA EMPRESA Abaixo foram aplicadas as formas que definem o momento exato para que se realize o pedido das Caixas de Cerveja de 1 Litro com 12 unidades. Pode-se observar que foram elaborados cálculos com base em demanda conhecida e incerta. 2.3.1. Quantidade ótima a ser pedida (quantidade econômica do pedido) Q= 2∗D∗S i×c Q= 2∗67.176∗25 0,35×70,85 Q= 3.358.800 24,80 Q= 135.449,14 Q= 368,03 Legenda: D = demanda anual Q = Quantidade ótima a ser pedida S = custo do processamento do pedido I = taxa de manutenção de estoque c = valor (custo) do item 16 2.3.2. Momento certo de efetuar o pedido (com demanda conhecida) ROP = d x LT ROP = 1.291,846154 x 1,714285714 ROP = 753,5769233 12 ÷ 7=1,714285714 d = D / 52 (semanas) d = taxa de demanda LT = tempo de reabastecimento médio (prazo de entrega) D = demanda ano Quando o nível de estoque cai para 754 caixas de cerveja de um litro com doze unidades, coloque um pedido dereposição para 368 caixas, utilizando a demanda conhecida. 2.3.3. Tempo ótimo entre pedidos T= Q D T= 𝟑𝟔𝟖,𝟎𝟑 𝟔𝟕.𝟏𝟕𝟔 T= 0,005478594 anos x 52 = 0,284886864 semanas. Q = quantidade ótima a ser pedida. D = demanda anual 17 2.3.4. Momento certo de efetuar o pedido (com demanda incerta) S’d= SD √LT S’d= 0,25 × 184,04√12 S’d= 46,01× 3,46= 159,38 ROP = (d x LT) + (Z x S’d) ROP=(184,04× 12) + 1,96 × 159,38 ROP = 2.208,48 + 312,38 = 2.520,86 d = demanda diária LT = prazo de entrega (em dias) Z = variável estatística (de acordo com o índice de confiabilidade de 97,5% = 1,96) S’d = desvio padrão da demanda sd = erro padrão de previsão, mais ou menos 25% da demanda diária) Quando o estoque cai para 2.521 caixas de cerveja de um litro com doze unidades, coloque um pedido de reposição para 368 unidades, utilizando a demanda incerta. 2.3.5. Estoque Máximo Estoque máximo a ser utilizado em caso de grande flutuação da demanda em condições de demanda bastante incerta. S’d = SD (𝑇 + 𝐿𝑇) S’d = 46,01 (1,99 + 12) S’d = 46,01 x 3,74 = 172,09 18 M=d (T+LT) + Z × S’d M = 184,04 (1,99+12) +(1,96 × 159,38) M = (184,04 × 23,88) + (312,38) M = 4.394,88 + 312,38 = 4.707,26 4.707,26 - 753,5769233 =3.953,68 estoque máximo d = taxa de demanda T = tempo ótimo entre os pedidos LT = tempo de reabastecimento médio ( prazo de entrega ) Z = variável estatística S’d = desvio padrão da demanda A política de estoque significa colocar um pedido de reabastecimento para a diferença entre o estoque máximo e a quantidade normal de estoque. 19 3. ASPECTOS MATEMÁTICOS Ao realizar analises das demonstrações contábeis de períodos anteriores ficou estabelecido que a Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA optaria por realizar aplicações por um período de 1 ano e que a mesma seria realizada em CDB pré-fixado. Para que fosse feita a tomada de decisão por parte da empresa, foi necessário fazer um estudo sobre o CDB pré-fixado e o CDB pós-fixado. 3.1. CDB Através de Fortuna (2014), o Certificado de Depósito Bancário é um dos títulos de captação de recursos, junto às pessoas físicas e jurídicas englobando bancos de desenvolvimento, investimento, comerciais e bancos múltiplos que tenham uma destas carteiras e caixas econômicas. Ainda segundo o autor, pode-se afirmar que o CDB é um crédito escritural, portanto a sua emissão gera a obrigação da instituição emissora de pagar ao aplicador, ao final do prazo estabelecido em contrato, a remuneração prevista que sempre será superior ao valor aplicado. Sendo assim, os recursos capitados pelas instituições por esse tipo de operação normalmente são repassados aos clientes em forma de empréstimos. Conforme observado por Fortuna (2014), os CDB’s podem ser pré-fixados, conhecendo o montante final no momento da aplicação, também podem ser indexados onde são corrigidos por um índice de preço mais juros, desde que haja um prazo e periodicidade de reajuste mínimos de um ano. Os pós-fixados podem ser corrigidos pelos juros intercambiários diários chamados de DI over, com isso o investidor recebe uma porcentagem da taxa overnight do mercado intercambiário de DI. Por permitir a aplicação por um prazo maior atualmente esse é o mais utilizado. O autor ainda relata que os títulos de CDB pós-fixados e pré-fixados deixaram de ter prazo mínimo de aplicação em 02/08/99 através da determinação 2.095, porém passaram a ter uma tabela regressiva de IOF em função do prazo de aplicação, até o limite de 30 dias corridos. Confira na tabela as taxas de IOF aplicadas de acordo com os dias de aplicação. 20 TABELA 2 – Incidência de IOF até o 30° dia de aplicação Fonte: Viver de investimento Fortuna (2014) traz como fator atraente para a contratação de um plano de CDB - DI o fato de não incidir taxa de administração conforme ocorre nos fundos de investimentos, porém o CDB permanece com o problema das restrições com relação a volume aplicado que se reflete em baixa remuneração para baixos volumes. Além disso, o CDB não pode ser prorrogado, porém há a possibilidade de renovação em comum acordo, mediante nova contratação. Há a possibilidade de transferência do CDB por endosso nominativo, desde que respeitados os prazos mínimos. Consequentemente, após o termino do período de aplicação via CDB, Fortuna(2014) demonstra que haverá uma tributação de IR regressiva sobre o rendimento sendo este variável por prazo de aplicação. TABELA 3 – Tabela regressiva incidência de IR sobre Rendimento. Fonte: Viver de investimento 21 3.2. CDB – DI Para Fortuna (2014) embora não tenha sido assim desde o inicio, o CDB–DI atualmente tem liquidez diária e pós-fixada, portanto permite a utilização de um CDB com ganho progressivo, devido ao fato do aumento progressivo da taxa de retorno à medida que aumenta o prazo da aplicação. Com isso, este tipo de CDB-DI, são definidos percentuais do CDI para diversos prazos, e assim aquele investidor que permanecer mais tempo na aplicação terá uma remuneração maior. Atualmente para se fazer a consulta da taxa de DI pode-se utilizar o site da Cetip. 3.3. APLICAÇÃO NA EMPRESA Ao obtermos analises de períodos anteriores, foi decidido aplicar a quantia de R$200.000 pelo período de um ano. Para definição entre CBD pré-fixado e pós- fixado, foi optado pelo pré-fixado devido ao momento de instabilidade que o nosso país vive, portanto a empresa Tome optou por pré-fixar um valor que no momento de planejamento o mesmo já seria conhecido e assim auxiliaria na tomada de decisão caso tenha que cortar alguns custos. Deve-se também levar em consideração que tanto no CDB pré-fixado como também no CDB pós-fixado há a incidência do Fundo Garantidor de Crédito que resguarda o investidor de possíveis riscos de falência da instituição bancaria. Ao se optar pelo investimento do valor de R$200.000 estamos ainda cobertos pelo FGC que protege investimentos de até R$250.000. Como base para taxa de juros do pré-fixado consultamos tabela no site portal de finanças com as taxas do CDB. 22 TABELA 4 – Taxas de CDB pré-fixado e pós fixado Fonte: Viver de investimento Como observado na tabela acima, foi destacada a taxa de juros referente ao período em que foi realizada a aplicação com a assinatura do contrato, portanto como a taxa do pré-fixado estava em 14,23% ao ano foi utilizada e abaixo veremos a aplicação da taxa junto ao valor investido pela empresa no período. Deve-se observar que para que fosse detalhado o rendimento mensalmente até o final do período foi utilizada a fórmula de equivalência de taxa aprendida durante esses meses em sala de aula. Segue abaixo tabela gerada pelos sócios da Tome Distribuidora e Comércio de Bebidas LTDA. Tipo Mês de referência Nos últimos Nos últimos 12 12 meses meses ago/15 1,025 13,02 7,84 11,54 0,6852 8,54 5,57 8,49 jul/15 1,115 14,23 6,75 11,28 0,7367 9,21 4,86 8,45 jun/15 0,9928 12,59 5,57 10,98 0,6852 8,54 4,09 8,41 mai/15 0,9317 11,77 4,53 10,71 0,6625 8,25 3,38 8,37 abr/15 0,9027 11,39 3,57 10,55 0,6789 8,46 2,7 8,36 mar/15 0,9841 12,47 2,64 10,4 0,7179 8,96 2,01 8,36 fev/15 0,7517 9,4 1,64 10,1 0,5908 7,33 1,28 8,23 jan/15 0,884 11,14 0,88 10,09 0,685 8,54 0,69 8,31 Dez/2014(**) 0,887 11,18 9,99 9,99 0,7135 8,91 8,3 8,3 Nov/2014(*) 0,7944 9,96 9,02 9,82 0,6297 7,82 7,54 8,26 out/14 0,8711 10,97 8,16 9,69 0,7067 8,82 6,86 8,26 set/140,8292 10,42 7,23 9,56 0,6876 8,57 6,11 8,26 ago/14 0,7933 9,95 6,34 9,4 0,6464 8,04 5,39 8,2 jul/14 0,8428 10,6 5,51 9,27 0,7022 8,76 4,71 8,18 jun/14 0,7472 9,34 4,62 9,1 0,6407 7,97 3,98 8,11 mai/14 0,7886 9,89 3,85 8,96 0,6569 8,17 3,32 8 abr/14 0,763 9,55 3,04 8,73 0,6773 8,44 2,65 7,89 mar/14 0,7104 8,87 2,26 8,54 0,5995 7,44 1,96 7,78 fev/14 0,7369 9,21 1,53 8,33 0,6635 8,26 1,35 7,68 jan/14 0,7921 9,93 0,79 8,03 0,6795 8,47 0,68 7,47 No ano CDB/RDB Prefixado CDB/RDB Posfixado Taxa de juros % Taxa de juros acumulada % Taxa de juros % Taxa de juros acumulada % Mensal Anual No ano Mensal Anual 23 TABELA 5 – Rendimento de aplicação CDB pré-fixado Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Portanto ao fim do período de 12 meses Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDAterá como rendimento de aplicação em CDB pré-fixado o valor de R$28.460,00 e sobre ele o IR incidente corresponderá à alíquota de 20% do total de rendimentos o que totaliza um valor de R$5.692,00. Sendo assim a empresa irá receber R$22.768,00 oriundos do CDB pré-fixado. Gráfico3 –Rendimentos aplicação Distribuidora e Comércio de Bebidas LTDA Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Mês Taxa Rendimento jul/15 0 200.000,00R$ ago/15 1,11% 2.229,73R$ set/15 2,24% 4.484,33R$ out/15 3,38% 6.764,05R$ nov/15 4,53% 9.069,20R$ dez/15 5,70% 11.400,04R$ jan/16 6,88% 13.756,87R$ fev/16 8,07% 16.139,98R$ mar/16 9,27% 18.549,65R$ abr/16 10,49% 20.986,19R$ mai/16 11,72% 23.449,89R$ jun/16 12,97% 25.941,06R$ jul/16 14,23% 28.460,00R$ R$ - R$ 5.000,00 R$ 10.000,00 R$ 15.000,00 R$ 20.000,00 R$ 25.000,00 R$ 30.000,00 Rendimento Rendimento 24 4. ASPECTOS TRABALHISTAS 4.1. Contratação dos empregados A distribuidora de bebidas disponibilizou através de jornais que circulam na região de Esmeraldas, cidade sede da distribuidora, uma vaga para motorista de caminhão com jornada de 44 horas semanais sendo necessária a disponibilidade para se trabalhar aos sábados. Os interessados enviaram seus currículos para o e- mail dos sócios, que analisaram e escolheram os candidatos que mais se adequavam as vagas, convidando-os para realizar uma entrevista antes de ser escolhido e contratado. Depois de escolhido o candidato, foi solicitado que apresentasse a documentação necessária para que o contrato de trabalho fosse feito, sendo assim, foi solicitado que o mesmo apresentasse: * Carteira de Trabalho e Previdência Social; * CPF; * Carteira de identidade; * Título de eleitor; * Certidão de reservista; * Cadastramento no PIS; * Foto 3x4; * Certidão de nascimento dos filhos de até 14 anos ou inválidos (qualquer idade); * Comprovante de residência. * Carteira D (pelo fato da vaga ser para motoristas) Após a apresentação destes documentos, a Distribuidora Tome de bebidas, ciente que a Carteira de trabalho deve ser assinada em um prazo de 48 horas, o fez em um dia, devolvendo então aos seus novos empregados. 25 4.2. Sujeitos da relação de trabalho Feita a contratação do empregado, surge então à relação de trabalho entre empregado e empregador, onde, conforme disposto em lei podem ser definidos por: •Empregador: De acordo com artigo 2º da CLT Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. •Empregado: De acordo com o artigo 3°da CLT é toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste mediante salário. 4.3. Tipos de contrato de trabalho Depois de escolhidos os empregados e dado as definições de empregado e empregador, é preciso escolher o tipo de contrato de trabalho a ser escolhido, que são dois : •Contrato de trabalho de duração determinada: É aquele no qual o empregado e o empregador resolvem fixar antecipadamente a sua data de início e término. Ou seja, no início do trabalho já sabe quando será o seu momento final. •Contrato de trabalho de duração indeterminada: É aquele no qual o empregado e o empregador não fixam antecipadamente o seu momento final. A Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA, precisa de trabalhos continuados e sem um fim pré determinado, para manter a organização do galpão, deste modo, optou pelo contrato de trabalho de duração indeterminada. 26 4.4. Características do contrato de trabalho Com o intuito de melhorar a relação de empregado e empregador, assim como a profissionalidade no ambiente de trabalho, foram explicadas as principais características do contrato de trabalho para o novo empregado. Segue abaixo: •Prestação de serviços contínuos: O trabalho do empregado na empresa deve ser permanente ou continuo, em outras palavras não eventuais. •Recebimento de salário: Devemos entender por salário o pagamento efetuado ao empregado em troca de serviços, onde não deve ser inferior ao salário mínimo. •Subordinação profissional: Na execução de seu trabalho o empregado deve obedecer às ordens do empregador, essa obediência se refere apenas de caráter profissional e não pessoal. •Pessoalidade: Somente o empregado contratado devera exercer sua função, não podendo ser substituído por outra pessoa. 4.5. Jornada de trabalho A jornada de trabalho, conforme já havia sido informada ao empregado, é de 44 horas semanais, sendo respeitada uma hora de almoço. O descanso semanal remunerado é dado em sua totalidade aos domingos. O empregado deverá se apresentar de segunda a sexta de 9 horas da manhã até as 18 horas da noite e aos sábados de 10 horas da manhã até as 15 horas da tarde. 4.6. Salário Salário é a contraprestação devida pelo empregador em função do serviço prestado pelo empregado, ou seja, salário é o preço da força de trabalho que o empregado coloca à disposição do empregador através do contrato de trabalho. O motorista receberá um salario de R$2.500,00 reais mensais 27 4.7. Salário mínimo A Constituição Federal determina que o salário mínimo será fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. 4.8. Piso salarial Os sindicatos podem negociar em convenção coletiva ou obter por sentença em dissídio coletivo piso salarial, que é uma forma de salário mínimo. É o mínimo que pode ser pago à categoria de trabalhadores representada pelo sindicato. 4.9. Remuneração A Remuneração é o salário acrescido das vantagens, como horas extras, comissões; prêmios; vale Alimentação; vale transporte; convênio Médico. A remuneração do Motorista vai ser então o seu salário acrescido do seu vale alimentação. Somados, chegamos ao valor de R$2.750,00. 4.10. Vale Alimentação Foi fornecido para o empregado, vale alimentação mensal de 250 reais, visando alimentação de qualidade para nosso empregado. 28 4.11. Vale Transporte O vale transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao empregado para o deslocamento entre sua residência e o local de trabalho. No caso do motorista contratado, esse benefício não foi solicitado.4.12. Horas extras Segundo o art. 59 da CLT estabelece que a duração normal do trabalho, poderá ser acrescida de horas suplementares (extras) em número excedente de no máximo 2 (duas) horas diárias, mediante acordo escrito entre empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Estas horas extras são acrescidas de no mínimo 50% superiores ao valor da hora normal. A variação de horário no registro de ponto não excedentes de 5 minutos com limite máximo de 10 minutos diários tanto na entrada quanto na saída, não poderão ser computadas como horas extras e nem descontadas do empregado. 4.13. Férias Conforme o art. 130 da CLT, férias é o período de 12 meses trabalhado para o mesmo empregador, tendo a partir disso, um período para descanso remunerado. Os primeiros 12 meses são chamados de período aquisitivo. Passado o período aquisitivo, a Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA terá 12 meses pra conceder as férias ao empregador, chamado de período concessivo. Optamos então em conceder as férias ao empregado em épocas de pouco movimento festivo, pois são as épocas de mais movimento na distribuidora e é quando mais precisamos dos empregados trabalhando. O empregado terá direito a férias na seguinte proporção: •30 dias corridos, quando tiver faltado nestes 12 meses no máximo 5 vezes; •24 dias corridos, quando houver tido de 6 á 14 faltas; •18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas; 29 •12 dias corridos, quando houver tido 24 a 32 faltas. De acordo com o art. 135 da CLT a concessão de férias é avisada ao empregado por escrito com no mínimo 30 dias de antecedência, assim o empregado assinará um recibo, e será anotada no livro de registros e na carteira de trabalho. Conforme a Constituição Federal em seu art. 7º, a Distribuidora deve efetuar o pagamento dois dias antes do início do período de férias. Esse pagamento consiste no salario do mês, acrescido de mais um terço (1/3) do mesmo. 4.14. 13º Salário O 13º salário também conhecido como gratificação natalina, ele foi criado para que todos os trabalhadores pudessem comemorar a festa de natal. Onde corresponde ao salário do mês de dezembro dividida por 12 (doze) e multiplicada pelos meses trabalhado pelo empregado naquele ano. 4.15. FGTS O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada em nome do empregado perante a Caixa Econômica Federal. Os empregadores depositarão, o valor correspondente a 8% do salário de cada empregado, através da guia de recolhimento do fundo de garantia (GRF). Ciente dessa obrigação, a Distribuidora realiza o pagamento da GRF sempre na data de seu vencimento. Para explicar a seu novo empregado quando é possível utilizar o Fundo de Garantia, citamos abaixo quando ele poderá ser retirado: •Despedimento sem justa causa •Extinção de contrato de prazo determinado; •Aposentadoria concedida pela previdência social; •Falecimento do trabalhador, e são os dependentes devidamente habilitados perante a previdência social ou os seus sucessores de acordo com a lei civil; 30 •Compra de casa própria; •Portadores de doenças transmissíveis em estados terminais •Idade igual ou superior a 70 anos, sem desligamento da empresa; •Calamidade Pública, necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência. 31 5. ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS 5.1. Simples nacional Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Cumprir os requisitos previstos na legislação; e Formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: Ser facultativo; Ser irretratável para todo o ano-calendário; Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP), conforme artigo 13 da LC 123/2006; Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; Disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário; Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; Prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; Possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município. 32 5.1.1. Lei Complementar nº 147/2014 A Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014, alterou a Lei Complementar nº 123, de 2006, que institui o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e dispõe sobre o Simples Nacional. As principais modificações estão descritas a seguir, conforme a Secretaria- Executiva do Comitê Gestor do Simples Nacional. Novas Atividades: a LC 147/2014 prevê que a ME ou EPP que exerça as seguintes atividades poderão optar pelo Simples Nacional a partir de 01/01/2015 (*): a) Tributadas com base nos Anexos I ou II da LC 123/2006: Produção e comércio atacadista de refrigerantes (*) b) Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006: Fisioterapia (*) Corretagem de seguros (*) Serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, na modalidade fluvial, ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes e trabalhadores (retirando-se o ISS e acrescentando-se o ICMS) c) Tributada com base no Anexo IV da LC 123/2006: Serviços Advocatícios (*) d) Tributadas com base no (novo) Anexo VI da LC 123/2006: Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem Medicina veterinária Odontologia Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia e de clínicas de nutrição, de vacinação e bancos de leite Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação Arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas,pesquisa, design, desenho e agronomia Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros Perícia, leilão e avaliação Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração Jornalismo e publicidade Agenciamento, exceto de mão-de-obra Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da LC 123/2006. (*) A opção de empresas dos novos setores ora autorizados (novas e já existentes) poderá ser feita a partir de data a ser fixada em resolução do CGSN. Anexo VI da LC 123/2006: o novo ANEXO VI da LC 123/2006, vigente a partir de 01/01/2015, prevê alíquotas entre 16,93% e 22,45%. 33 Limite extra para exportação de serviços: a partir de 2015, o limite extra para que a EPP tenha incentivos para exportar passará a abranger mercadorias e serviços. Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo R$ 3,6 milhões no mercado interno e R$ 3,6 milhões em exportação de mercadorias e serviços. Baixa de empresas: poderá haver a baixa de empresas mesmo com pendências ou débitos tributários, a qualquer tempo. O pedido de baixa importa responsabilidade solidária dos empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da ocorrência dos respectivos fatos geradores. MEI – Contratação por empresas: para a empresa que contrata MEI para prestar serviços diferentes de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos, extinguiu-se a obrigação de registro na GFIP e recolhimento da cota patronal de 20% (o art. 12 da LC 147/2014 revogou retroativamente essa obrigatoriedade). Todavia, quando houver os elementos da relação de emprego, o MEI deverá ser considerado empregado para todos os efeitos. Adicionalmente, a LC 123/2006 estabelece que o MEI, a ME e a EPP não podem prestar serviços na modalidade de cessão de mão-de-obra. 5.1.2. Cálculo do Simples Nacional O Simples Nacional será devido mensalmente sobre a receita bruta auferida pela empresa. A seguir a definição de receita bruta, de acordo com artigo 3º da LC 123/2006: § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. No caso de início de atividades, os limites de receita bruta serão proporcionais ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte ou a microempresa exercer atividade no período, incluída as frações de meses. LC 123/2006, artigo 3º: § 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. O excesso de receita bruta pode desenquadrar a microempresa ou excluir a empresa de pequeno porte para todos os efeitos legais. Conforme os parágrafos a seguir da LC 123/2006: 34 § 7ºObservado o disposto no § 2º deste artigo, no caso de início de atividades, a microempresa que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano- calendário seguinte, à condição de empresa de pequeno porte. § 8ºObservado o disposto no § 2º deste artigo, no caso de início de atividades, a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, não ultrapassar o limite de receita bruta anual previsto no inciso I do caput deste artigo passa, no ano-calendário seguinte, à condição de microempresa. § 9º A empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput fica excluída, no mês subsequente à ocorrência do excesso, do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12, para todos os efeitos legais, ressalvado o disposto nos §§ 9º-A, 10 e 12. (Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ) § 9º-A. Os efeitos da exclusão prevista no § 9º dar-se-ão no ano-calendário subsequente se o excesso verificado em relação à receita bruta não for superior a 20% (vinte por cento) do limite referido no inciso II do caput. (Incluído pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011) § 10. A empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendário de início de atividade ultrapassar o limite proporcional de receita bruta de que trata o § 2º estará excluída do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, bem como do regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, com efeitos retroativos ao início de suas atividades. ( Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ) As receitas não originárias de seus objetivos sociais, não devem ser consideradas no cálculo dos tributos integrados do Simples Nacionais, como receitas financeiras, juros recebidos, entre outras. O Contribuinte deve identificar a Tabela de Alíquotas correspondente à atividade exercida, para calcular o Simples Nacional. Para as empresas que exercem diversas atividades devem destacar as receitas auferidas de acordo com a abrangência de cada Tabela de Alíquotas: a) ANEXO I: receitas decorrentes da revenda de mercadorias. b) ANEXO II: receitas da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte. c) ANEXO III, IV, V, IV: receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como as de locação de bens móveis. As receitas dos diversos tipos devem ser destacadas segundo a respectiva Tabela de Alíquotas. As tabelas de incidência são comuns às microempresas e às empresas de pequeno porte. O Simples Nacional será calculado mediante aplicação das alíquotas das tabelas constas dos anexos da LC nº 123/2006, que seguem como anexos deste trabalho. 35 Para identificar a alíquota a ser aplicada mensalmente, o contribuinte deve somar as receitas auferidas nos 12 meses anteriores ao mês da tributação. Uma vez obtido o montante, deverá compará-lo com as faixas de receita bruta da respectiva tabela de incidência, a fim de identificar a alíquota a ser aplicada sobre a receita bruta daquele mês. Os tributos pagos por antecipação serão deduzidos do Simples Nacional. TABELA 6 – Apuração simples nacional Fonte: Exemplo Apuração SIMPLES NACIONAL. Adaptado material Carlos Alberto de Carvalho Júnior. 5.2. Lucro Presumido O Lucro Presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável de Imposto de Renda, IR, e Contribuições Social Sobre Lucro Líquido, CSLL. Tem suas regras básicas apresentadas entre os artigos 516 e 528 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda) e algumas alterações posteriores. (PÊGAS, 2014) Conforme Lei nº 12.814/13 o limite do lucro presumido passou para R$ 78 milhões anual a partir de 2014, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses. De acordo com PÊGAS (2014), todas as empresas podem optar pelo lucro presumido,exceto: a) Cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$ 78 milhões ou proporcional ao números de meses do período, quando inferior a 12 meses; b) Instituições financeiras e equiparadas, inclusive empresas de seguros privados, capitalização, factoring e entidades de previdência privada aberta; c) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; d) Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de imposto; ou 36 e) Que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução. 5.2.1. Percentuais de Presunção Os percentuais de presunção aplicáveis sobre a receita bruta são os seguintes (FABRETTI, 2015): 1. 8% sobre a receita proveniente de vendas de mercadorias (exceto revenda de combustíveis para consumo) ou produtos, do transporte de cargas e de serviços hospitalares, bem como outras atividades para as quais não esteja previsto percentual especifico. 2. 1,6% sobre receita proveniente da revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; 3. 32% sobre a receita proveniente das atividades de: Prestação de serviços em geral (excetuadas os serviços hospitalares e de transporte e as empresas prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00); Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão de bens imóveis, moveis e direitos de qualquer natureza; Prestação cumulativa e continua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de credito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber. 4. 16% sobre a receita proveniente da prestação de serviços de: Transporte (exceto de cargas); Prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00. De acordo com o § 4º do art. 223 do RIR, nas empresas prestadoras de serviços, cuja receita bruta seja igual ou inferior a R$ 120.000,00, o lucro presumido mensal será determinado mediante a aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta de cada mês. Todavia, esse percentual não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de transporte de carga, que ficam sujeitas ao percentual de 8%, nem às sociedades prestadoras de serviços de profissões regulamentadas, que ficam sujeitas ao percentual de 32%. Instituições financeiras e equiparadas. Para as instituições financeiras e equiparadas, inclusive empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada abertas, a estimativa mensal de lucros será determinada mediante aplicação do percentual de 16% sobre a receita, mantida a permissão para deduzir desta os valores referidos no § 1º do art. 29 da Lei nº 8.891/95. As normas previstas nos artigos 518 a 526 do RIR permanecem em vigor (FABRETTI, 2015): Na determinação da base de cálculo do imposto, após a estimativa do lucro, devem ser somados a este os ganhos de capital e o resultado de outras receitas. Os ganhos de capital serão apurados corrigindo-se o valor do custo de aquisição dos bens até 31-12-95, pela Ufir de janeiro de 1996, ou seja, 0,8287. De janeiro de 1996, em diante, não é permitida nenhuma 37 correção nos custos de aquisição dos bens, para efeito de determinação do ganho de capital. Continuam podendo ser abatidos do imposto devido mensal, por compensação, o imposto retido na fonte ou o pago separadamente sobre receitas computadas na base de cálculo do imposto mensal; Continua sendo possível abater o IR mensal as deduções por incentivo fiscal; O prazo de pagamento do IR e da CSL é até o último dia do mês subsequente ao encerramento do trimestre; Permanece a possibilidade da suspensão ou redução do imposto, com base em balanços e balancetes. No caso de atividade diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada atividade. Quanto às receitas provenientes de atividades incentivadas, estas não comporão a base de cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a PJ (submetida ao regime de tributação com base no lucro real) fizer jus. A base de cálculo da CSL da pessoa jurídica, para efeito de seu pagamento mensal, inclusive par as desobrigadas de escrituração contábil, corresponde a 12% (doze por cento) da receita bruta mensal (art. 20 Lei nº 9.249/95). 5.2.2. Cálculo de IR e CSLL As bases de cálculo e o valor dos tributos e contribuições federais serão expressos em real (art. 10 Lei nº 9.249/95). A base de cálculo do IR trimestral deve ser apurada da seguinte forma (FABRETTI, 2015): a) Valor resultante da aplicação do percentual (art. 518 do RIR) sobre a receita bruta; b) Ganhos de capital na venda de ativo fixo; c) Rendimentos de aplicação financeira de renda variável; d) Juros sobre capital próprio pago por outras pessoas jurídicas; e) Ganhos líquidos de qualquer outra operação financeira. f) Valores recuperados deduzidos como despesa; Pessoa jurídica que no ano-calendário anterior apurou o IR pelo lucro real deve adicionar à base de cálculo no lucro presumido: g) Lucro inflacionário; h) Valores cujo tributo foi diferido, controlado na parte B do Lalur; i) Lucro não realizado (venda de bens ativo fixo com prazo que ultrapassa o ano-calendário seguinte ao da contratação) Apuração do ganho de capital – só é admitida a inclusão da reserva de reavaliação no custo, se esta tiver sido computada na base de cálculo do IR. 38 Não deve integrar a base do lucro presumido os seguintes valores (PÊGAS, 2014): 1. Receitas de participações em empresas controladas e coligadas avaliadas pelo método de equivalência patrimonial; 2. Receitas de dividendos de investimentos avaliados ao custo de aquisição; 3. Reversões de provisões operacionais, quando não representarem ingresso de novos recursos; 4. IPI, quando registrado como receita de vendas; e 5. ICMS ST, quando registrado como receita de vendas. Os descontos incondicionais concedidos são deduzidos da receita correspondente, antes da aplicação do percentual de presunção. As vendas canceladas, devolvidas ou anuladas tem o mesmo tratamento. Na opção pelo lucro presumido não há compensação de prejuízos fiscais, pois na base presumida não podem ocorrer compensações de prejuízos fiscais apurados no lucro real. No entanto, estes prejuízos poderão ser compensados no ano em que a empresa retornar ao lucro real. (PÊGAS, 2014, P. 532) TABELA 7 – Cálculo IR e CSLL Fonte: Exemplo de Cálculo de IR e CSLL adaptado de Pêgas, 2014, P. 539. 5.2.3. Distribuição de Lucros Os lucros podem ser distribuídos para seus sócios e acionistas, sem tributação, pois os dividendos são considerado rendimentos isentos para pessoa física e jurídica. No entanto, estra distribuição isenta de IR está limitada ao lucro presumido do período menos o valor dos tributos federais. Portanto, a distribuição por valores acima do lucro presumido só deverá ser feita caso a empresa demonstre que obteve lucros acima da base presumida, e para isso, deverá ter escrituração contábil completa. 39 5.2.4. Escrituração Contábil ou Livro Caixa De acordo com RIR/99 (art. 527) a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido é permitida a utilizar a forma de escrituração que considerar mais conveniente: contábil regular (livros diários ou razão) ou livro caixa. As empresas que mantem apenas o livro caixa devem observar o seguinte (PÊGAS, 2014, P. 521): Emitir nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; Indicar no livro caixa,em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento. De acordo com Pêgas (2014), as pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com base no lucro presumido podem utilizar o regime de caixa no reconhecimento de suas receitas, mesmo que tenha escrituração contábil regular. No entanto, o regime de caixa, quando utilizado para fins de incidência das contribuições para PIS/PASEP e COFINS, deve ser obrigatoriamente utilizado também em relação ao IRPJ e CSLL. 5.3. COFINS e PIS/PASEP – Regime Cumulativo Para financiar a Seguridade Social, a Constituição Federal estabeleceu, como fonte de receita, contribuições sociais, na forma de seu art. 195, que para o empregador são as que incidem sobre o faturamento, o lucro e a folha de salários. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, COFINS, foi instituída pela Lei Complementar nº 70/91. (FABRETTI, 2015). O Programa de Integração Social, PIS, foi criado pela Lei Complementar nº 7, de 7-9-70. A Constituição Federal recepcionou-o no art. 239 (FABRETTI, 2015). O Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP, foi criado pela Lei Complementar nº 8 de 3 de dezembro de 1970. Base de cálculo: é o faturamento, que corresponde à receita bruta. Exclusões admitidas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º, com alterações da MP 2.158-35/2001; IN SRF nº 247, de 2002, art. 23): 40 Das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero); Das vendas canceladas; Dos descontos incondicionais concedidos; Do IPI; Do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; Das reversões de provisões; Das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingresso de novas receitas; Dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido; Dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; Das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do ativo permanente. Fato gerador: auferir receitas, salvo as exclusões, isenções, ou outros benefícios. Alíquotas: As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, no regime de incidência cumulativa, são, respectivamente, de sessenta e cinco centésimos por cento (0,65%) e de três por cento (3%). A apuração e o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS serão efetuados mensalmente, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica. O pagamento deverá ser efetuado até o vigésimo quinto dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. Para o PIS/Pasep e da COFINS, com a incidência cumulativa, será efetuado sob os códigos de receita 8109 e 2172, respectivamente. TABELA 8 – Cálculo PIS/COFINS Fonte: Exemplo de Cálculo de PIS e COFINS adaptado de Pêgas, 2014, P. 539 41 5.4. Análise Tributária Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Nesta seção iremos apurar o melhor regime de tributação e enquadramento tributário para a empresa, dada as informações de faturamento, receitas e despesas. Aplicando-se uma comparação entre o Lucro Presumido e o Simples Nacional. A empresa fictícia tratada neste trabalho, Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA, tem por objetivo comercial revenda de bebidas alcoólicas e não alcoólicas sem consumo no local, cuja Classificação de Atividade Econômica, CNAE, é 4723-7/00 - DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS; COMÉRCIO VAREJISTA. Atividade que não se aplica à exceção de empresas optantes pelo Lucro Presumido ou pelo Simples Nacional. Tabela de Alíquota do Simples Nacional aplicada para os cálculos de simulação foi o ANEXO I da Resolução CGSN nº 94 de 29 de novembro de 2011 (art. 25, inciso I) (vigência: 01/01/2012), Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio, consta como anexo deste trabalho. A seguir as apurações do Simples e IRPJ e CSLL pelo Lucro Presumido para o segundo semestre de 2015. 42 TABELA 9 – Apuração Simples Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. 43 RBA: Receita Bruta Acumulada RBT12: Receita Bruta Total dos últimos 12 meses. Utilizada para identificar a alíquota a ser aplicada. Observando art. 7º da LC 139/11 a empresa ultrapassou o limite proporcional de receita bruta, e deve ser excluída do do tratamento juridico diferenciado previsto na LC 123/2006. Ou seja, a Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA em dezembro de 2015 ultrapassou em até 20% a receita bruta de R$ 3.600.000,00, para se manter no Regime do Simples, de acordo com art. 3º da LC 123/2006. TABELA 10 – Apuração IRPJ e CSLL Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Observa-se que a empresa não apresentou outras receitas não operacionais para as quais não se aplica presunção. A receita tributável é oriunda apenas da atividade operacional da empresa. Diante das apurações realizadas, pode-se concluir que o perfil da empresa não atende ao critério de faturamento bruto anual do Simples. Logo, tendo como opção os regimes de Simples e o Lucro Presumido, a opção mais adequada para a empresa é o Lucro Presumido. Embora a apuração dos impostos a pagar seja 119,5% superior em relação ao Simples. 44 TABELA 11 - Quadro Comparativo de Apuração Simples x Lucro Presumido . Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. 45 6. ASPECTOS DE CONTABILIDADEDE SEGUROS E ENTIDADESPREVIDENCIARIAS PRIVADAS 6.1. Conceito de seguro Entende- se por seguro o plano social no qual combina os riscos em comum de vários indivíduos, onde prevê atuarialmente possíveis perdas e se utiliza dos fundos constituídos através de contribuições dos integrantes do grupo para pagar as indenizações, caso ocorram, de acordo com as condições e termos previstos em contrato. O contrato de seguro è um documento no qual uma parte aceita o risco de seguro da outra parte, concordando em indenizar o titular da apólice em caso de determinado evento futuro incerto, desde que previsto no mesmo, afete adversamente o detentor da apólice. A finalidade do seguro é reestabelecer o equilíbrio econômico perturbado, ou seja repor possíveis danos causados por riscos. O seguro foi criado a fim de proteger economicamente as pessoas e seus bens contra eventos futuros de natureza incerta. Onde as pessoas transferem os riscos sobre seus bens ou a si próprias para a seguradora. Como o conceito de seguro é baseado no compartilhamento ou divisão de riscos, é feito através do mutualismo, onde pessoas com interesses semelhantes seguráveis, pagam o prêmio à seguradora que por sua vez faz reservas com essas contribuições, que servirão para ressarcir os segurados em caso de ocorrência de sinistro através das indenizações. 6.2. História do Seguro Desde os primórdios da humanidade existe a preocupação com relação a riscos, há registros primitivos quanto à proteção de indivíduos contra animais e até mesmo contra seus semelhantes. Com o passar do tempo, e a crescente necessidade de resguardar a si e seus bens, a ideia do seguro foi se 46 desenvolvendo. Uma modalidade de seguro pioneira foi a de embarcações, devido ao alto risco a que era exposta tanto a carga quanto o navio, era de interesse dos navegadores pulverizar os riscos e, consequentemente os prejuízos. Destamaneira, se associavam em prol de restituir prejuízo de um dos integrantes do grupo, assim, caso alguma embarcação naufragasse, a mesma era reposta por todos os integrantes. Contudo, a precariedade das embarcações e a pirataria contribuíram para a constituição das sociedades de banqueiros devido a manutenção das coberturas exigirem investimentos cada vez mais significativos. Tais sociedades de banqueiros que originaram as sociedades seguradoras. 6.3. Seguro de danos patrimoniais O objetivo dessa modalidade de seguro é garantir ao segurado o pagamento de indenizações decorrentes de prejuízos, até o limite estabelecido em contrato correspondentes à perdas ou danos sofridos pelos bens segurados. A empresa Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA comércio resolveu fazer um seguro de danos patrimoniais referentea seguro de cargas, pois produtos alimentícios tais como bebidas fazem parte das cargas mais roubadas no país por ser de fácil distribuição no mercado varejista. Também foi incluso no contrato, o seguro incêndio, no qual cobre perdas e danos decorrentes de incêndios, quedas de raios e explosão de gás e de aparelhos de iluminação, uma vez que tais acontecimentos podem desencadear grande prejuízo à empresa. O valor da apólice foi de R$ 36.000,00 e terá vigência de 01/08/2015 a 31/12/2015. 47 FIGURA 2 - Cotação do Seguro Empresarial Fonte: Inventário Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. 6.4. Previdência Complementar A previdência complementar é uma opção de complemento da renda futura, pois acrescenta rendimento à aposentadoria. Para isto, é necessário contribuir durante certo tempo para acumular recursos. Quanto mais cedo começar a investir em um plano de previdência complementar, maiores serão os benefícios. 48 A previdência privada se destaca por ser opcional e voluntária, ao contrário da previdênciasocial, que é obrigatória e oferecida pelo Estado. O objetivo das duas modalidades são diferentes, enquanto a previdência social visa a preservação da qualidade de vida e garantir a subsistência, a previdência complementar visa preservar um determinado padrão de vida. As empresas que operam no ramo de previdência são reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e os participantes de tais fundos de previdência têm seus direitos garantidos por legislação do setor. 6.5. Previdência Privada Fechada e Aberta Existem duas formas de Previdência Privada, a fechada e a aberta. A Previdência Privada fechada opera apenas dentro de uma empresa ou grupo de empresas que visam a prestação de benefícios aos empregados , se assemelhas aos moldes da Previdência Social e é custeada pelos próprios funcionários e pelas empresas. Já a Previdência Privada aberta se trata das instituições abertas à participação pública e visa a prestação de benefícios opcionais, de maneira mais individualista. Os planos de Previdência garantem remuneração mínima equivalente à da caderneta de poupançae as contribuições são feitas mensalmente ou em uma única aplicação, por um período de tempo determinado conforme o valor acumulado esperado e da idade estabelecida. Há várias maneiras de se receber o valor do benefício, dentre elas estão a renda vitalícia, renda por prazo determinado ou forma de capital onde todo o valor é resgatado de uma só vez. 6.6. PGBL X VGBL Existem no mercado dois planos de Previdência Complementar, o PGBL e o VGBL. A principal diferenciação entre eles está na forma de tributação, enquanto o primeiro permite deduzir até 12% da renda bruta anual tributável enquanto o segundo não permite deduções. Contudo, no PGBL o IR incidirá sobre o montante 49 acumulado no valor do resgate, já no VGBL o IR incidirá apenas sobre os rendimentos. Abaixo tabela comparativa entre ambos os planos. TABELA 12 – Comparação de PGBL x VGBL PGBL (Plano Gerador de Beneficio Livre) VGBL (Vida Gerador Benefício Livre) Permite abater da base de cálculo do IR os aportes realizados anualmente ao plano até um limite máximo de 12% da renda bruta tributável do investidor. Não permite abater do IR os aportes ao plano. Indicado para as pessoas que optam pela declaração completa do Imposto de Renda. Indicado para quem usa a declaração simplificada ou é isento ou para quem já investe em um PGBL, mas quer investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência privada. Essa dedução não significa que os aportes feitos na Previdência são isentos de IR. Haverá incidência do IR sobre o valor total do resgate ou da renda recebida quando eles ocorrerem O IR incidirá apenas sobre os rendimentos do plano e não sobre o total acumulado. Fonte: Brasilprev Como pode ser verificado na tabela, o PGBL é mais atrativo para quem declara o imposto de renda da forma Completa, ou deduções Legais que é o caso dos sócios da Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Sendo assim, foi elaborado uma comparação entre declarações de Imposto de renda com e sem a dedução permitida de Previdência Complementar para evidenciar como tal procedimento pode reduzir o valor do imposto a ser pago. 50 TABELA 13 – Comparação Demonstração de IR Fonte: Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Após a decisão dos sócios investir em um plano de Previdência Complementar, foi feita uma cotação em diferentes instituições com os mesmos dados, tais como contribuição mensal e taxa de rentabilidade para verificar qual seria mais vantajosa, os dados obtidos estão contidos na tabela abaixo: TABELA 14 – Comparação de Instituições Fonte: Inventário Tome Distribuidora de Bebidas e Comércio LTDA. Deduções Legais Com PGBL Sem PGBL Rendimentos 30.000 30000 INSS -3300 -3300 Desp. Instrução -3527,74 -3527,74 Dedução 12% -3000 0 Base de Cálculo 20.172 23172,26 Faixa do IR 27,5 27,5 Imposto de Renda 5547,372 6372,372 Parcela a deduzir -10360 -10360 IR a restituir -4812,59 -3987,59 Período de contribuição 32 anos e 7 meses 39 anos e 7 meses 40 anos e 8 meses 38 anos e 11 meses 32 anos e 8 meses Taxa de rentabilidade 8% a.a 8% a.a 8% a.a 8% a.a 8% a.a Valor Acumulado BB R$ 859.808,07 R$ 1.528.551,96 R$ 1.668.156,05 R$ 1.448.250,97 R$ 865.835,77 Renda mensal vitalícia R$ 4.300,13 R$ 7.644,70 R$ 7.687,82 R$ 7.243,09 R$ 3.990,27 Valor Acumulado SUL R$ 881.917,23 R$ 1.567.280,62 R$ 1.710.354,13 R$ 1.484.984,01 R$ 882.094,72 Renda mensal vitalícia R$ 3.116,08 R$ 5.537,67 R$ 6.043,19 R$ 5.246,89 R$ 3.137,90 Variação valor acumulado 2,57 2,53 2,52 2,53 1,87 Variação renda mensal -27,53 -27,56 -21,39 -27,56 -21,36 Fábio ItaloSócio Mariana Pedro Thamires 51 A partir da análise dos dados foi verificado, apesar de ambas informarem a taxa de rentabilidade de 8%, uma maior rentabilidade no valor acumulado no plano da SULINVEST em relação ao BrasilPrev. Contudo, como o interesse dos sócios é uma renda mensal vitalícia, o plano do BrasilPrev foi considerado melhor uma vez que o valor da renda é superior a oferecida pela SULINVEST. Tal diferenciação no valor acumulado se dá devido a diferentes taxas de administração aplicadas pelas empresas, mas que não são divulgadas a seus clientes. Já a diferença nos valores da renda mensal ocorre por conta dos cálculos feitos pelos atuários com base em tábuas biométricas. 6.7. CPC 11 O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em seu pronunciamento técnico CPC 11 trás as informações correlatas às Normas Internacionais de Contabilidade –
Compartilhar