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39 de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se, principal- mente, o planejamento, o controle, a transparência e a responsabiliza- ção. A lei visa estabelecer princípios embasados em normas e regras do regime chamado de gestão fiscal responsável, as quais devem ser obser- vadas por todas as esferas da administração (União, estados, Distrito Federal e municípios), nas administrações diretas (Poder Executivo e Poder Legislativo) e nas indiretas (autarquias, fundações e empre- sas públicas). Síntese Embora o conceito Estado tenha surgido na Idade Média, instituí do por Maquiavel, sua origem remonta aos primórdios da humanidade. Todas as teorias a respeito da origem do Estado concordam em que ele se originou dos agrupamentos sociais, embora haja controvérsia a respeito dos motivos que levaram o homem a viver em sociedade. O Estado é um agrupamento humano em território definido, poli- ticamente organizado e com soberania nacional. Para o Estado desen- volver suas atividades, é preciso a existência de um governo que define as prioridades na sua atuação e um aparelhamento (administração pública) para por em prática. A forma estatal escolhida pelo Brasil é a República Federativa, formada pela união indissolúvel de um conjunto de Estados-membros e municípios, incluindo o Distrito Federal. Tem, ainda, como forma de governo a República, que pressupõe uma constituição para guia da ação governamental e um sistema de governo presidencial, que une numa só pessoa o chefe de Estado e o chefe de Governo. A administração pública brasileira, que se refere ao aparelhamento do Estado, evoluiu por meio de três modelos básicos que se sucederam no tempo, sem, contudo, serem completamente suplantados: a admi- nistração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. A admi- nistração pública gerencial se constitui, assim, no novo paradigma CAPÍTULO 1 40 de uma administração orientada predominantemente pelos valores da eficiência e da qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações públicas. Questões para revisão 1. Qual é a diferença entre Estado, governo e administração pública? 2. O que é um Estado Federado? 3. (TCE-AC – Analista de Controle Externo – 2008) Com rela- ção ao modelo de administração burocrática adotado no Brasil, assinale a opção correta: a) O modelo de administração burocrática deu continuidade ao sistema patrimonialista, vigente à época da sua implan- tação, no qual os patrimônios públicos e os privados se confundiam. b) O Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) foi criado com o objetivo de implantar o modelo de adminis- tração burocrática e de modernizar o Estado. c) O modelo de administração burocrática foi implantado a partir da década passada, em uma época em que o Estado se retirava do setor produtivo. d) A administração burocrática foi marcada pela estrutura organizacional enxuta, pela celeridade e simplicidade dos procedimentos administrativos do serviço público. 4. Com relação aos modelos de administração patrimonialista, burocrática e gerencial adotados no Brasil, assinale a opção correta: 41 a) A administração patrimonialista, a burocrática e a gerencial, no contexto brasileiro, constituíram, a seu tempo, um movi- mento administrativo autônomo, que foi abandonado com- pletamente na medida em que os modelos se sucederam. b) A administração pública gerencial se volta para o atendi- mento às demandas dos usuários dos serviços e à obtenção de resultado. c) A centralização do processo de tomada de decisão, o rígido controle sobre os procedimentos e o foco exclusivo na legis- lação são algumas das características da administração pública gerencial. d) Os conceitos de accountability, transparência e participação polí- tica emergiram na administração burocrática, juntamente com os conceitos de nepotismo e corrupção. 5. Em relação à forma do Estado brasileiro, é correto afirmar: a) Ao optar por criar os Estados-membros e os municípios, incluindo o Distrito Federal, com autonomia política, admi- nistrativa e jurídica, o Brasil optou por um Estado unitário. b) O Brasil optou pela República, cujo sistema de governo é o parlamentarismo (o chefe de Governo não é o chefe de Estado) e tem seus representantes eleitos pelo povo. c) Com base na determinação constitucional de que os poderes sejam independentes e harmônicos entre si, é correto argu- mentar que, quanto à legalidade e à legitimidade, o Poder Judiciário não está sujeito à fiscalização operacional e patri- monial mediante controle externo. d) Com base na aplicação dos princípios gerais que regem a con- cepção do sistema de freios e contrapesos na Constituição da República, os controles a serem realizados entre os pode- res são os expressos no texto constitucional. 64 ações do controle externo, cujos temas serão tratados de forma mais aprofundada em capítulos seguintes. Síntese O controle é o processo pelo qual a administração se assegura de que os seus planos e suas políticas estão sendo cumpridos pela orga- nização. Caso a organização tenha se desviado dos planos, o controle permite que os atos sejam corrigidos visando atingir as metas e os objetivos. O controle pode ser realizado pela própria entidade (controle interno) ou realizado por outro agente que não integra a entidade controlada (controle externo). Como controle externo, temos o Poder Legislativo, que executa o controle legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas, e a sociedade, que realiza o controle social. Para que o controle seja feito com eficiência, é preciso que ele seja realizado por um órgão independente, que tenha funcionários capaci- tados que lhe permitam a independência funcional, ter custo inferior aos benefícios obtidos com a sua ação e, ainda, ser executado obser- vando as diretrizes políticas e as normativas da organização. No âmbito da administração pública, o controle, seja interno ou externo, deve ser exercido quanto à legalidade, à legitimidade e à eco- nomicidade, nos aspectos financeiros, contábeis, patrimoniais e ope- racionais da empresa. Em relação à legalidade, um dos principais pontos a serem analisados é o cumprimento dos princípios básicos da administração pública, que são: legalidade, impessoalidade, morali- dade, publicidade e eficiência. CAPÍTULO 2 65 Questões para revisão 1. Como está estruturado o controle na administração pública e para que ele serve? 2. Qual é a finalidade do controle na administração pública? 3. (TRE-RJ – Técnico Judiciário – 2001) O administrador público não pode agir visando ao seu benefício próprio e pessoal, por força do princípio constitucional denominado: a) legalidade. b) moralidade. c) impessoalidade. d) eficiência. 4. (MPE-AM – Promotor de Justiça Substituto – 2001) Diversas são as formas de controle previstas e autorizadas no texto da Constituição da República. Nesses termos, o fato de um Tribunal de Contas realizar auditoria em determinada obra caracteriza o exercício do controle: a) concomitante e interno. b) concomitante e externo. c) prévio e interno. d) corretivo e interno. 5. (MPE-RJ – Secretário de Procuradoria – 2002) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta será exercida mediante o controle externo do: a) Ministério Público Federal. b) Tribunal de Contas da União. c) Senado Federal. d) Congresso Nacional. 103 internos são eficientes e eficazes na busca da proteção dos ativos, na obtenção das informações adequadas, na promoção da eficiência ope- racional e na obediência às normas e aos regulamentos. Síntese O controle interno é o controle realizado pelo próprio órgão,com o objetivo de verificar a exatidão e a fidedignidade dos dados contá- beis e o cumprimento de leis e de regulamentos aplicáveis, além de promover a eficiência operacional. Os objetivos do controle interno são: promover operações ordenadas, econômicas, eficientes, eficazes; salvaguardar os recursos contra perdas, erros e fraudes; aderir às leis, aos regulamentos e às diretrizes superiores; e avaliar os elementos dis- postos na contabilidade e nas demais áreas que servirão de informes e de relatórios contábeis, financeiros e operacionais. A Lei nº 4.320/1964 já dispõe sobre o controle interno, porém foi no Decreto-Lei nº 200/1967 que houve a supressão de controles que se evidenciassem como puramente formais ou cujo custo fosse eviden- temente superior ao risco. A Constituição Federal de 1988 estabele- ceu que o controle interno deve comprovar tanto a legalidade quanto a gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Além disso, deve, tam- bém, avaliar os respectivos resultados quanto à eficiência e à eficácia. Por fim, houve a edição da NBC T 16.8 – Controle Interno, que deu ao controle interno o enfoque operacional, contábil e normativo. Apesar de o controle interno oferecer importantes benefícios para a administração, ele não pode dar garantia absoluta de que está alcan- çando os objetivos estratégicos, os operacionais, os de comunicação e os de conformidade. O controle interno dá, apenas, uma garantia razoável. CAPÍTULO 3 104 Questões para revisão 1. Como o controle interno garante a confiabilidade dos informes e dos relatórios? 2. O que compreende a salvaguarda dos interesses da empresa e como o controle interno dá garantia razoável de seu cumprimento? 3. Analise as afirmativas a seguir com relação ao controle interno: i. São premissas do controle interno: assegurar a proteção dos ativos bem como ordenar despesas. ii. Cabe ao controle interno garantir a observância da legali- dade e da regularidade das transações. iii. O controle interno deverá ser exercido em todos os níveis da entidade governamental. iv. Cabe ao controle interno aprovar a legalidade dos atos e dos resultados quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamen- tária, financeira e patrimonial. Quais das afirmativas anteriores estão corretas? a) Apenas I e III. b) Apenas I e II. c) Apenas II e III. d) Apenas II e IV. 4. Analise as afirmativas a seguir em relação ao controle interno: i. Tem finalidade de comprovar a legalidade e aprovar a pres- tação de contas anual quanto à eficácia e à eficiência da ges- tão orçamentária, financeira e patrimonial. ii. A finalidade do controle interno é dar razoável garantia de que os objetivos organizacionais estão sendo atendidos. 105 iii. Uma das finalidades do controle interno é garantir a obser- vância da legalidade e da regularidade das transações. iv. O controle interno, quando não tiver elementos comproba- tórios suficientes para formar uma opinião, deverá dar ciên- cia imediata ao Tribunal de Contas, sob pena de responsa- bilidade solidária se for comprovada a irregularidade. Quais das afirmativas anteriores estão incorretas: a) Apenas III e IV. b) Apenas I e II. c) Apenas I e IV. d) Nenhuma das alternativas anteriores. 5. Entre as finalidades institucionais dos sistemas de controle interno dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, previs- tas expressamente na Constituição de 1988, não se inclui a de: a) aprovar a prestação de contas anual em relação à gestão orça- mentária, financeira e patrimonial. b) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias. d) avaliar o cumprimento de metas e a execução dos progra- mas governamentais e orçamentários. 136 Síntese O Comitê das Organizações Patrocinadoras (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission – Coso) estabeleceu uma definição única de controles internos válidos para todas as organizações. Pela metodologia proposta pelo Coso, os obje- tivos principais dos controles internos são auxiliar a entidade a con- cretizar seus objetivos estratégicos, operacionais, de comunicação e de conformidade. Porém, existem eventos que afetam negativamente a concretização desses objetivos: os riscos. São exemplos de riscos: o roubo, o furto, a perda, os erros, as fraudes, as falhas nos sistemas, entre outros, cujas ocorrências podem afetar a realização dos objeti- vos organizacionais. A metodologia do Coso II visa apresentar uma estrutura do controle interno que gerencie os riscos, ou seja, os even- tos que podem afetar negativamente a organização. Os objetivos representam o que a organização deseja alcançar. Entre os diversos objetivos, existem alguns comuns em todas as orga- nizações, tais como: os relacionados a metas gerais (estratégicos), os vinculados à utilização eficiente e eficaz dos recursos (operacionais), os de apresentar relatórios confiáveis e os de cumprir as leis e os regu- lamentos aplicáveis. Porém, para alcançar esses objetivos, é necessá- rio que sejam observados os componentes do controle interno, que estão relacionados à maneira como o ambiente interno está estrutu- rado, aos objetivos que se deseja alcançar, à identificação dos even- tos que podem afetar esses objetivos, à avaliação dos impactos desses eventos nos objetivos definidos pela organização, ao tratamento a ser estabelecido a esses riscos, à atividade de controle e de monitoramento a ser feita para evitar a ocorrência dos eventos negativos e à informa- ção e à comunicação dentro das organizações. CAPÍTULO 4 137 Questões para revisão 1. Na metodologia Coso de controle interno, a legalidade dos atos praticados pelas entidades do setor público não é considerada relevante? 2. Por que o controle interno não fornece garantia absoluta de que os objetivos organizacionais estão sendo atingidos? 3. Analise as alternativas a seguir, relativas ao controle interno – gerenciamento de riscos corporativos, e assinale a correta: a) O controle interno eficaz oferece garantia absoluta de que os objetivos de comunicação e de conformidade estão sendo alcançados, pois estão sob o controle da organização. b) O controle interno assegura que a administração disponha de um processo implementado para estabelecer os objetivos que propiciem suporte, que estejam alinhados com a mis- são da organização e que sejam compatíveis com o seu ape- tite a riscos. c) Os objetivos estratégicos estão sob o controle exclusivo da organização, possibilitando a redução integral do risco e, consequentemente, o controle interno proporciona a garan- tia absoluta de que esses objetivos serão alcançados. d) O controle interno determina os objetivos que a adminis- tração deve escolher, certificando-se de que a administração dispõe de um processo que alinha objetivos estratégicos com a sua missão, e que esses objetivos e os correlatos seleciona- dos estejam de acordo com o apetite ao risco. 138 4. Ao definir a resposta ao risco, que inclui evitar, reduzir, compar- tilhar e aceitar, é correto afirmar que: a) a organização não leva em consideração a probabilidade de ocorrência dos eventos desfavoráveis e o seu impacto nos objetivos organizacionais. b) a organização deve levar em consideração os custos versus os benefícios nas opções das respostas ao risco. c) mesmo que os custos sejam superiores aos benefícios, a orga- nização deve sempre optar por evitar o risco. d) nas respostas aos riscos, a organização não leva em conside- ração o apetite ao risco da organização. 5. Assinale a alternativa correta em relação ao risco: a) O tamanho da organização, a complexidade de suas opera- ções e o grau de regulamentação de suas atividades são pon- tos que a organização não leva em consideraçãono momento da avaliação do risco. b) O risco – probabilidade de perda ou de incerteza associada ao cumprimento de um objetivo – é avaliado com base em sua probabilidade de ocorrência ou não. O impacto não é levado em conta. c) Para a correta tomada de decisão, os gestores dependem da qualidade de informação, que deve ser apropriada, oportuna, atualizada, exata e acessível. Além disso, ela deve fluir em todas as direções (de baixo, através e para cima), abrangendo todos os componentes e toda a estrutura organizacional. d) Os métodos de avaliação dos riscos envolvem apenas técni- cas qualitativas, pois as técnicas quantitativas se confundem com o próprio controle. 172 associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irre- gularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”. • Representação – Prevista no art. 237 da Resolução nº 155/2002, que dispõe que qualquer órgão, entidade ou pessoa que detenha prerrogativa por força de lei específica tem legitimidade para representar ao Tribunal de Contas da União (Brasil, 2002). • Ouvidorias – São canais instituídos pelos Tribunais que visam ao atendimento à comunidade, permitindo que o cida- dão leve ao conhecimento das Cortes de Contas improprieda- des ocorridas no âmbito da administração pública, por meio de ligação para telefone 0800. Há ainda outras formas de participação popular que foram descri- tas ao longo deste capítulo, como os conselhos e as audiências públi- cas, em que as pessoas fazem intervenções diretas junto à política de governo. Síntese O controle externo é aquele realizado por uma pessoa ou por um órgão que não integra a estrutura organizacional daquele que reali- zou o ato, ou seja, realizado por alguém fora da administração pública. O objetivo do controle externo é produzir o controle com impar- cialidade e independência, tendo em vista que, no controle interno, essas características podem ficar comprometidas em virtude de inú- meras variáveis. A independência e a imparcialidade são caracterís- ticas fundamentais para um controle eficiente que, muitas vezes, só é alcançado quando uma instituição independente e autônoma o executa. No Brasil, o controle externo é realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas. O Poder Legislativo realiza CAPÍTULO 5 173 o controle parlamentar direto ligado aos aspectos políticos que visam garantir os interesses do Estado e da sociedade. Os Tribunais de Contas realizam os controles técnicos, voltados para as fiscalizações contábeis, financeiras, orçamentárias, operacionais e patrimoniais. O modelo estrutural adotado no Brasil é o de Tribunal de Contas, que se caracteriza como a forma mais moderna de controle, pois as decisões são tomadas em colegiados, há rodízio de controle dos órgãos, alternância de direção e distribuição impessoal de processos. Nos paí- ses em que o modelo adotado é o do controlador-geral ou o do audi- tor-geral, o controle é submetido integralmente a uma única pessoa. Enquanto a transparência visa prestar contas à sociedade dos atos praticados pelos gestores públicos, a prestação de contas anual tem como objetivo informar ao controle externo, em linguajar técnico, os resultados de natureza contábil, orçamentária, financeira, operacio- nal e patrimonial da gestão pública. Por meio da atuação do controle externo, a sociedade tem a garantia de que os órgãos públicos estão atuando com regularidade e legitimidade. Cada Tribunal de Contas institui a sua própria normativa sobre o que deve compor a prestação de contas anual, mas, em linha geral, todos exigem que as contas anuais sejam comprovadas por meio de demonstrativos contábeis e de relatórios de gestão e de regularidade emitidos pelo controle interno de cada Poder. As prestações de contas são analisadas pelo Poder Legislativo por meio de dois aspectos: o político e o técnico-jurídico. O aspecto polí- tico, que avalia o desempenho geral do Estado na execução das políti- cas públicas, é julgado pelo Poder Legislativo. O aspecto técnico-jurí- dico, que envolve os aspectos orçamentários, financeiros, contábeis e patrimoniais, é julgado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas. Os Tribunais de Contas avaliam antecipada- mente as contas, emitem o parecer prévio e, depois disso, enviam-no para o Poder Legislativo efetuar o julgamento final. Entre as formas de controle externo está o controle social, enten- dido como o controle exercido pela sociedade civil sobre o Estado com 174 o objetivo de garantir que as pessoas que estejam exercendo a função administrativa estatal atuem de acordo com os princípios e as regras constitucionais e legais, que norteiam ou limitam a atuação do Poder Público. O controle social é facilitado com a accountability, que representa mecanismos e procedimentos que induzem os dirigentes governa- mentais a agirem de maneira correta e a prestar contas dos seus resul- tados. Ao prestar contas, fica garantido o maior nível de transparên- cia e de exposição das políticas públicas, permitindo que a sociedade visualize se seus representantes estão ou não agindo em função do interesse comum. Assim, quanto maior a transparência, maior é o controle social sobre os atos do governo. Questões para revisão 1. Qual é a função do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas? 2. Quais são os objetivos da prestação de contas anual e seus aspec- tos analisados? 3. A Constituição Federal de 1988 estabelece que o controle externo seja exercido pelo: a) Tribunal de Contas com o auxílio do Congresso Nacional. b) Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União. c) Senado Federal com o auxílio do controle interno. d) Congresso Nacional com o auxílio das Câmaras Municipais. 4. (Exame da OAB-DF – 2001-I) No concernente ao controle financeiro e orçamento da administração pública federal, a competência para julgar a regularidade das contas dos agentes responsáveis de órgãos e entidades da União é: 175 a) privativa do Tribunal de Contas da União. b) privativa do Congresso Nacional. c) do Tribunal de Contas com recurso ao Congresso. d) do controle interno com recurso ao Tribunal de Contas. 5. (TCU – Analista de Finanças e Controle Externo – 2000 – questão adaptada) Entre as funções do Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo, incluem-se: a) o registro prévio das despesas públicas. b) fiscalizar a aplicação pelos Estados dos recursos que a União lhes repassa mediante convênios. c) o julgamento das contas anuais do Presidente da República. d) sustar contratos irregulares. 194 Síntese Transparência é a qualidade do que é transparente. Ser transpa- rente com a gestão pública é permitir que aquele que está de fora consiga visualizar e distinguir o que está ocorrendo na administra- ção pública. Para alcançar a transparência, é necessário que os órgãos públicos disponibilizem informações claras, corretas e oportunas de todos os atos praticados e de todos os resultados obtidos por meio da implementação de políticas públicas. Para garantir a transparência, combater a corrupção e a malver- sação dos recursos públicos, diversos dispositivos legais foram imple- mentados ao longo do tempo. A Constituição Federal de 1988 estabe- lece a transparência como um princípio constitucional e a participação popular como uma garantia do cidadão. Para instituir melhores parâ- metros de transparência, foram editadas as Leis Complementares nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF) e nº 131/2009. Embora a transparência, como mecanismo de prestação de contas à sociedade, enseje muito mais do que simples relatórios publicados, no Brasil ela está limitada às formas de publicação exigidas em lei. Poucos são os órgãos públicos que avançam em direçãoà divulgação voluntária de informações para a sociedade. Questões para revisão 1. Quais são os mecanismos de transparência previstos nas Leis Complementares nº 101/2000 e nº 131/2009? 2. Como a accountability contribui para o controle social? 3. A transparência na administração pública designa a visibilidade do funcionamento das instituições públicas. CAPÍTULO 6 195 Com base no texto anterior, analise as afirmativas a seguir em relação à transparência: i. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) foi criado pela Lei de Responsabilidade Fiscal com o obje- tivo de apresentar à sociedade a execução orçamentária dos órgãos públicos. ii. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) substituem a presta- ção de contas anual. iii. De acordo com a Lei Complementar nº 131/2009, qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri- mento das prescrições estabelecidas na referida lei a respeito da publicidade. iv. A publicidade dos atos, dos programas, das obras, dos ser- viços e das campanhas dos órgãos públicos, entre outros, constitui um dos princípios constitucionais da administra- ção pública. Das afirmativas anteriores, estão corretas: a) apenas a III e a IV. b) apenas a I e a III. c) apenas a II e a III. d) apenas a I e a IV. 4. Deve(m) compor a prestação de contas anual do administra- dor público: a) o Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF). b) o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 196 c) os demonstrativos contábeis exigidos pela legislação vigente e necessários à gestão orçamentária, financeira, operacional e patrimonial. d) o anexo de metas e de riscos fiscais. 5. De acordo com a Constituição Federal de 1988, o controle externo é função: a) do Tribunal de Contas da União, na esfera federal. b) do Tribunal de Contas do Estado, na esfera estadual. c) do Ministério Público, nas três esferas do Governo. d) das Assembleias Legislativas, nos estados, e das Câmaras Municipais, nos municípios. 220 A custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de cinco anos é do auditor. A confiabilidade das informações constante nos papéis de trabalho e outras informações que o auditor teve acesso é dever per- manente dele. Síntese A auditoria no setor público tem como objetivo examinar a inte- gridade, a adequação e a eficácia dos controles internos e das informa- ções físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade pública. Existem diversos tipos de auditorias, entre elas a auditoria de con- formidade (regularidade), a operacional e a integral. A auditoria de conformidade, realizada através dos métodos tradicionais de audito- rias contábil-financeiras, visa avaliar a legalidade dos atos e a veraci- dade das informações financeiras, abrangendo as dimensões contábeis, financeiras, orçamentárias e patrimoniais. As auditorias operacionais, por sua vez, visam ao controle finalístico e possuem ênfase na aferi- ção de resultados, que se concentra nos aspectos de economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Quando são realizadas ao mesmo tempo, a auditoria de regularidade e a operacional são chamadas de auditoria integral, pois cobrem todos os campos da administração. As auditorias são divididas em interna e externa, a depender de seu posicionamento em relação ao órgão auditado. A finalidade da auditoria interna é contribuir com a administração na busca do aper- feiçoamento das operações e do controle interno, além da indução ao cumprimento de políticas e normas. A finalidade da auditoria externa, também chamada de independente, é atender às necessidades de tercei- ros em relação à fidedignidade das informações financeiras. Os procedimentos de auditoria – que consistem na investiga- ção técnica de fatos, evidências e informações que permitem a for- mação fundamentada da opinião do auditor – são distintos para a auditoria interna e a externa, pois dependem de seus objetivos. No CAPÍTULO 7 221 entanto, ambas partem da análise da eficiência do controle interno da organização. Para que uma auditoria interna ou externa seja realizada, é pre- ciso, antes, a existência de um planejamento, que compreende os exa- mes preliminares das áreas, das atividades, dos produtos e dos pro- cessos, para definir a amplitude e a profundidade do trabalho a ser realizado. Essas informações e outras relevantes, observadas ao longo da execução da auditoria, devem ser registradas pelo auditor em seus papéis de trabalho, com o objetivo de manter provas e evidências que fundamentarão a sua opinião, seja ela expressa por meio de relatório ou de parecer. Questões para revisão 1. O objetivo da auditoria interna e da externa é o mesmo? 2. Como aplicar as dimensões da auditoria de desempenho operacional? 3. O procedimento de auditorias independentes corresponde a um procedimento: a) realizado pelo próprio órgão, com a finalidade de contribuir com a administração na busca do aperfeiçoamento das ope- rações e do controle interno. b) realizado por um terceiro, com o objetivo de emitir relató- rio de análise de balanços e de fluxos de caixa da entidade pública. c) realizado por um órgão fora da administração pública, com o objetivo de verificar e de atestar a fidedignidade das infor- mações financeiras. d) realizado pela auditoria interna e pela externa, que possuem uma atitude independente em relação ao órgão. 222 4. Em relação aos princípios éticos profissionais, está correto afir- mar que: a) a independência e a imparcialidade na interpretação dos dados são condições fundamentais para a realização das auditorias. b) a integridade exige que os auditores cumpram suas funções com base em uma conduta impecável e que tomem decisões de acordo com os interesses políticos do órgão auditado. c) um auditor não precisa se atualizar constantemente, pois tendo acesso contínuo aos dados contábeis, estará sempre agindo com eficiência. d) para garantir a transparência na administração pública, o auditor, na execução de suas atividades, deve relatar à socie- dade todas as informações às quais teve acesso na empresa pública auditada. 5. Em relação às auditorias realizadas pelos Tribunais de Contas, é correto afirmar que: a) as auditorias operacionais realizadas pelos Tribunais de Contas compreendem os exames, as análises, as avaliações, os levantamentos e as comprovações metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade dos registros contábeis e o cumprimento das leis. b) a auditoria interna diz respeito aos exames e aos levanta- mentos realizados para avaliar a integridade, a adequação, a eficácia, a eficiência e a economicidade dos processos, dos sistemas de informações e dos controles internos, visando auxiliar a administração no cumprimento de seus objetivos. c) nos órgãos públicos, a auditoria externa é realizada exclusi- vamente pelos Tribunais de Contas. d) as auditorias de regularidade realizadas pelos Tribunais de Contas visam auxiliar a administração no cumprimento de 223 seus objetivos por meio do monitoramento dos controles internos, revisão das atividades operacionais e da gestão de riscos. Nesta obra, tivemos como objetivo apresentar uma discussão sobre o controle na administração pública de forma ampla, abordando o controle interno, o externo (parlamentar) e o social como uma rede que visa apoiar a administração pública na consecução de seus objetivos, no cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos, na precisão e na confiabilidade dos relatórios e no estímulo à eficiênciae à eficácia operacional. CONCLUSÃO 226 Para tanto, iniciamos o livro desmonstrando a origem e a forma- ção do Estado, considerando o termo Estado em seu sentido amplo. Posteriormente, resgatamos a discussão sobre a organização do Estado brasileiro e sua transformação ao longo do tempo, iniciando no Estado absoluto e chegando ao Estado gerencial. Por se tratar de Estado gerencial, tornamos fundamental a abordagem a respeito de controle. Assim, na sequência do livro, passamos a falar a respeito do controle na administração pública, dando foco especial ao que se apresenta como uma das mais modernas e completas metodologias de controle interno: a metodologia Coso de controle interno. Foi apresentado, ao longo deste livro, que a metodologia Coso de controle interno foi incorporada às entidades do setor público por meio da Intosai e que essa metodologia busca auxiliar a entidade a concretizar seus objetivos estratégicos, operacionais, de comunicação e de conformidade. Assim, a metodologia Coso trouxe para o con- trole interno um novo foco, um controle vinculado não só à legalidade, mas também voltado para a economicidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade das políticas públicas. Esse foco do controle interno apregoado pelo Coso, voltado para as atividades operacionais, além do atendimento à legalidade, fez com que o controle externo brasileiro, principalmente o controle rea- lizado pelos Tribunais de Contas, também observasse o contido na Constituição Federal de 1988, além de que a fiscalização deve obser- var os aspectos contábeis, orçamentários, financeiros, patrimoniais e, ainda, os aspectos operacionais. Além desses aspectos, abordamos também no livro o controle social, que é facilitado pela accountability, pois, por meio da prestação de contas, permite-se um maior nível de transparência e de exposição das políticas públicas. Consequentemente, mostramos que a socie- dade deve responsabilizar os gestores pelas ações que não vislumbram o interesse comum. Para que você não confunda auditoria com controle, principal- mente auditoria interna com controle interno, este livro buscou 227 destacar que a auditoria interna é uma atividade administrativa que mede e avalia a eficiência de outros controles, entre eles o controle interno. Assim, o trabalho de auditoria interna deve proceder ao exame e à avaliação da adequação e da eficácia do sistema de controle interno e da qualidade do desempenho na realização do trabalho. Por fim, resta-nos destacar que – em cada um dos capítulos – bus- camos apresentar de maneira clara e objetiva as principais discussões a respeito do controle na administração pública, sem a pretensão de esgotar os debates sobre os assuntos em foco. Ao final de cada capí- tulo, apresentamos questões para revisão com o objetivo de aprimorar o seu processo de aprendizagem. 233 Respostas Capítulo 1 Questões para revisão 1. Um Estado advém de todo agrupamento humano, politicamente organizado, em território definido. Um Estado, para ser assim considerado, deve ter, ainda, a sobera- nia, que o torna independente, com autoridade suprema. O governo é um dos elementos do Estado, ou seja, não há Estado se não houver um governo para coordenar as suas atividades, para manter a ordem jurídica e realizar o bem comum a todos os componentes do agrupamento humano que o compõe. O governo é, então, um representante do Estado nas suas relações com a sociedade. Por sua vez, a administração pública se refere ao aparelhamento necessário para pôr em prática as políticas públicas, é um meio de que dispõe o Estado para realizar as políticas de governo. O exercício das funções sociais pelo Estado é efetivado por meio de seus aparelhos (instituições burocráticas que prestam os serviços públicos). 2. Há duas formas de Estado: o unitário, cujo poder político é central, e o federal, quando há vários centros políticos congregados em um maior. O Estado Federal é composto por unidades que, embora dotadas de capacidade de auto-organização e de autoadministração, não são dotadas de soberania, submetendo-se a uma Constituição Federal. O Federalismo se baseia em governos no âmbito regional e municipal, em divisões administrativas subordinadas a um governo central e soberano. Nesse sentido, o Federalismo Fiscal “pressupõe, necessariamente, a livre negociação entre as partes, com vistas a garantir certo grau de autonomia e delinear as funções a serem cumpri- das pelos diversos níveis administrativos” (repartição de competências), “bem como a distribuição dos recursos” para financiar seus gastos (Filellini, 1994). 3. b. Análise da questão 3: Alternativa a): Incorreta. A administração burocrática não deu continuidade ao sis- tema patrimonialista, ao contrário, veio impedir que o patrimônio público fosse 234 confundido com o patrimônio privado e, para isso, instituiu um sistema extrema- mente formal e voltado para o controle de procedimentos. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. O modelo burocrático não foi implantado no século XIX, quando o Estado iniciava a sua atuação no setor produtivo. Alternativa d): Incorreta. A administração burocrática ficou marcada pelos seus pro- cessos rígidos e complexos, o que deu origem à chamada burocracia para justificar toda a tramitação morosa. 4. b Análise da questão 4: Alternativa a): Incorreta. Na medida em que a administração pública incorporava os modelos, não eram abandonados completamente os anteriores. A administração pública evoluiu através de três modelos básicos que se sucederam no tempo, sem, con- tudo, serem completamente suplantados. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. O rígido controle sobre os procedimentos e o foco exclusivo na legislação são características do modelo burocrático. O modelo gerencial, ao con- trário, buscava o controle sobre os resultados e o foco na legalidade e, também, no que de efetivo a administração produziu para a sociedade. Alternativa d): Incorreta. Os conceitos de accountability, transparência e participação política emergiram na administração pública gerencial, com a preocupação do Estado sobre os resultados e a participação popular. 5. d. Análise da questão 5: Alternativa a): Incorreta. A forma de Estado adotada pelo Brasil é a Federação, ou seja, é formado por um conjunto de Estados-membros e municípios, incluindo o Distrito Federal, com relativa autonomia para se organizar política, administrativa e juridica- mente e regulamentar os assuntos relacionados às suas obrigações. 235 Alternativa b): Incorreta. O Brasil possui como forma de governo a República, cujo sistema de governo é o presidencialismo (chefe de Governo e chefe de Estado, conco- mitantemente) e tem seus representantes eleitos pelo povo. Alternativa c): Incorreta. Na concepção do sistema de freios e contrapesos, prevista na Constituição de 1988, o Poder Judiciário está sujeito à fiscalização operacional, finan- ceira, orçamentária, contábil e patrimonial, conforme determina a Carta Magna. Alternativa d): Correta. Capítulo 2 Questões para revisão 1. O controle na administração pública, assim como em outras instituições priva- das, está dividido em interno e externo. O controle externo é aquele realizado pelo Poder Legislativo (controle parlamentar) com o auxílio dos Tribunais de Contas e, ainda, aquele realizado pela sociedade (controle social). O controle interno, por sua vez, refere-se a um conjunto coordenado de métodos e medidas adotado pela própria administração para proteger o seu patrimônio. Esse órgão deve ter estrutura indepen- dente dos demais setores da empresa, ligado à alta gerência, por dois motivos: para manter a segregação da função e a independência técnico-funcional.Além disso, esse órgão deve ter funcionários com qualificação adequada, aderência a diretrizes e nor- mas da organização e, principalmente, apresentar resultados para a organização bem superior ao custo de sua estrutura. O controle interno é estruturado para assegurar que a administração atue em con- sonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico e que os erros e os riscos potenciais sejam controlados e monitorados internamente. Já o con- trole externo visa garantir que a organização pública está agindo conforme determina as normativas legais, se está atendendo ao bem comum e se está atuando com eficiên- cia e eficácia. 2. No âmbito da administração pública, a finalidade do controle é a mesma que nas instituições privadas, ou seja, assegurar que os resultados estejam sendo alcançados conforme os padrões preestabelecidos. Constitucionalmente, tanto o controle interno como o controle externo têm a finalidade de avaliar os aspectos contábeis, financeiros, 236 patrimoniais e operacionais. Os aspectos contábeis se referem aos registros, aos con- troles e às análises das operações de caráter orçamentário, financeiro e patrimonial. O controle financeiro, por sua vez, refere-se ao controle sobre a movimentação finan- ceira relativo aos recebimentos e aos pagamentos de natureza orçamentária e extraor- çamentária. Já o controle orçamentário é efetuado considerando o princípio da lega- lidade, confrontando as receitas previstas e as despesas autorizadas em relação às realizadas. O controle patrimonial se refere aos elementos que compõem o patrimô- nio – ativos e passivos. O controle operacional diz respeito aos controles das operações e é relacionado à eficiência e à eficácia obtidas pela administração pública no desen- volvimento de suas atividades. Em relação a esses aspectos, a Constituição Federal de 1988 determina que sejam realizados com o objetivo de verificar a legalidade dos atos praticados, se a despesa está direcionada ao bem comum e, ainda, se ela foi realizada obedecendo ao princípio da eficiência. 3. b. Análise da questão 3: Alternativa a): Incorreta. O princípio da legalidade pressupõe que todos os atos da administração pública devem estar sujeitos aos mandamentos da lei. Alternativa b): Correta. A improbidade administrativa citada viola o princípio da moralidade, pois a administração agiu de forma imoral e desonesta. Geralmente, quando a conduta é indevida e fere o princípio da moralidade, acaba por ferir, tam- bém, outros princípios, como o da legalidade, por exemplo. Alternativa c): Incorreta. A impessoalidade tem como objetivo não caracterizar o agente público nas realizações da administração pública, pois os méritos não são do administrador. Alternativa d): Incorreta. O princípio da eficiência visa dispor que todos os atos da administração pública sejam executados de forma proveitosa e com qualidade. 4. b. Análise da questão 4: Alternativa a): Incorreta. O controle concomitante e interno é de competência do con- trole interno, ou seja, o controle realizado pelo próprio órgão ao mesmo tempo em que o ato é realizado. 237 Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. O controle prévio e interno é realizado pelo controle interno, ou seja, pelo controle realizado pelo órgão que faz parte da estrutura administrativa, antes do ato ser executado. Alternativa d): Incorreta. O controle corretivo e interno é aquele realizado pelo órgão que estrutura a própria entidade controlada e visa corrigir atos já ocorridos em desa- cordo com o padrão previamente estabelecido. 5. d. Análise da questão 5: Alternativa a): Incorreta. Essa não é uma competência constitucional do Ministério Público Federal. Alternativa b): Incorreta. Os Tribunais de Contas não realizam o controle externo, pois essa é uma competência do Poder Legislativo. Os Tribunais de Contas apenas auxiliam o Poder Legislativo. Alternativa c): Incorreta. Essa não é uma competência constitucional do Senado Federal. Alternativa d): Correta. De acordo com a separação dos poderes defendida por Montesquieu e consagrada na nossa Constituição de 1988, cabe ao Congresso Nacional realizar o controle externo, com o auxílio dos Tribunais de Contas. Capítulo 3 Questões para revisão 1. A garantia da confiabilidade dos informes e dos relatórios é dada por meio das observâncias aos elementos dispostos na contabilidade e nas demais áreas que servi- rão de informes e de relatórios contábeis, financeiros e operacionais, e que serão divul- gados aos gestores e à sociedade. Devem ser analisadas: a) se as documentações uti- lizadas para registros são fidedignas; b) a existência de conciliação que elimina as pendências entre as diversas fontes de informação; c) a existência de um plano de con- tas e a composição de suas contas analítica e sintética; d) a tempestividade dos regis- tros e a utilização de equipamentos eletrônicos que agilizam os registros. Com base na 238 verificação do controle interno nesses pontos principais, é dada a garantia razoável de que a organização está atuando adequadamente e que as informações constantes nos relatórios são verídicas e tempestivas. 2. Compreende a forma pela qual os bens e os direitos da empresa são salvaguarda- dos contra quaisquer perdas e riscos decorrentes de erros, enganos, perdas, roubo e outras irregularidades. Para minimizar a possibilidade dessas ocorrências, o controle interno deve garantir que haja a segregação de funções que elimina a possibilidade de uma única pessoa desenvolver todas as fases do processo; o estabelecimento de sis- tema de autorização e de aprovação que evita que a pessoa que autoriza seja a pessoa que aprova; a determinação de funções e de responsabilidades que define as funções e as responsabilidades de cada cargo; a rotação de funcionários para que o rodízio per- mita diminuir as oportunidades de fraudes e de erros; e o estabelecimento de alça- das progressivas que, com dupla assinatura de pessoas independentes, forneça maior segurança à empresa. Há outras formas de reduzir os perigos que rondam os bens e os diretos da empresa, tais como: carta fiança, seguro, manutenção de contas de controle por outro funcionário com o objetivo de comprovar a exatidão dos registros, atualiza- ção permanente da legislação vigente, contagem física de bens e de valores por inter- médio de pessoas independentes e, ainda, a divisão racional do trabalho com a identi- ficação clara e objetiva das normas, dos procedimentos, dos impressos, dos arquivos e dos números de subordinados compatíveis, que fornece condições razoáveis que per- mitem a supervisão suficiente e, consequentemente, a prevenção contra a ocorrência de erros e de desperdícios. 3. c Análise da questão 3: Afirmação I: Incorreta. O controle interno tem como finalidade assegurar a prote- ção dos ativos. Assim, não cabe a ele ordenar as despesas públicas. As despesas públi- cas são ordenadas pelos chamados ordenadores de despesas, geralmente ligados ao chefe maior da instituição, podendo ser delegada esta função aos chefes inferiores. Afirmação II: Correta. Afirmação III: Correta. Afirmação IV: Incorreta. Não cabe ao controle interno aprovar ou não a legalidade dos atos, cabe apenas a ele averiguar se a legalidade está ou não sendo cumprida. 239 4. c Análise da questão 4: Afirmação I: Incorreta. O controle interno tem a finalidade de comprovar ou não a legalidade dos atos praticados. Assim, não tem a função de aprovar a prestação de contas anual. Afirmação II: Correta. Afirmação III: Correta. Afirmação IV: Incorreta. O controle interno só dará ciência ao Tribunal de Contas quandotomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, porém não deve dá-la caso não tenha elementos comprobatórios suficientes para afirmar tal posição. 5. a Análise da questão 5: Alternativa a): Incorreta. A aprovação da prestação de contas anual é função do Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas (controle externo), não cabendo, dessa forma, ao controle interno. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Correta. Alternativa d): Correta. Capítulo 4 Questões para revisão 1. Pela metodologia Coso de controle interno, a legalidade é um dos objetivos que a entidade do setor público deve cumprir, porém há outros objetivos tão importan- tes quanto este, que são os da eficiência, da eficácia, da veracidade e da fidedignidade das informações. Hoje, não basta que o Poder Público cumpra a legalidade, faz-se necessário, também, que tenha eficiência e eficácia nos resultados. Podemos pen- sar mais além ainda: acreditamos que o Poder Público precisa alcançar os 4 Es da 240 administração pública, que são: economicidade, eficiência, eficácia e efetividade, con- forme indica a Figura A. Figura A – Diagrama insumo-produto EFETIVIDADE ECONOMICIDADE EFICIÊNCIA EFICÁCIA Insumo (recursos alocados) Compromisso (objetivos definidos) Ação/Produção (ações desenvolvidas) Produto (bens e serviços providos) Resultado (objetivos atingidos) Fonte: Adaptado de Brasil, 2010. De acordo com o TCU (Brasil, 2010, p. 11), a economicidade representa a “mini- mização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade”. A eficiência, por sua vez, refere- -se à relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados, em um determinado período de tempo. A eficácia se refere ao grau de alcance das metas programadas, em um determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados. Por fim, a efetividade diz respeito à relação entre os resultados alcançados (impactos/efeitos observados) e os objeti- vos (impactos/efeitos esperados) que motivaram a atuação institucional. A observa- ção desses aspectos é fundamental para uma boa administração dos recursos públicos. Assim, o controle interno voltado para os aspectos operacionais visa dar razoável garantia de que os aspectos operacionais estão sendo cumpridos. Não se trata de amesquinhar o controle de conformidade – feito por meio do controle contábil-finan- ceiro, que envolve os aspectos da legalidade no âmbito contábil, financeiro, orçamen- tário e patrimonial – mas, sim, de se voltar, também, para os aspectos da eficiência e da eficácia das operações. A sociedade só terá a garantia de que os objetivos estratégicos da administração pública estão sendo atingidos se o controle interno garantir, com razoável certeza, que os recursos empregados nas ações públicas estão sendo geridos com eficiência e eficá- cia, que a administração pública está obedecendo às leis e aos regulamentos e, por fim, que as informações disponibilizadas à sociedade são íntegras e verídicas. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I nte rS ab er es . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 241 Ao garantir que os objetivos da conformidade, da comunicação e das operações estão sendo cumpridos, garante-se, automaticamente, que os objetivos estratégicos alinha- dos à missão organizacional também estão sendo realizados. 2. O controle interno não pode dar garantia absoluta de que os objetivos estão sendo alcançados, pois encontra algumas limitações – entre elas, erros de julgamento, ins- truções mal compreendidas, conluio e má condução das instruções do controle interno pela administração. Há limitações, ainda, do próprio controle interno, como estrutu- ração de forma deficiente, falha na atuação, restrições de recursos, falhas de planeja- mento, erros de avaliação ou interpretação, má compreensão, descuido, cansaço físico e outros fatores decorrentes do comportamento humano. 3. b Análise da questão 3: Alternativa a): Incorreta. Mesmo que os objetivos de comunicação e de conformidade estejam sob controle da organização, o controle interno não oferece garantia absoluta em virtude das limitações encontradas. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. Os objetivos estratégicos não estão sob controle exclusivo da organização. Eles dependem do ambiente em que a organização pública está inserida. Mesmo que estivesse sob controle da organização, o controle interno não proporciona garantia absoluta de que os riscos foram reduzidos integralmente. Alternativa d): Incorreta. Quem define os objetivos da organização pública é a alta gerência eleita para desenvolver seu plano de governo. O controle interno não dita os objetivos que a administração deve escolher, ele apenas verifica se os objetivos estão ou não sendo cumpridos. 4. b Análise da questão 4: Alternativa a): Incorreta. Para responder ao risco, a administração deve levar em con- sideração a probabilidade de ocorrência de eventos negativos e o seu impacto, pois se a probabilidade e o impacto são grandes, o administrador deve evitá-los. Porém, se a probabilidade e o impacto são pequenos, vale a pena aceitá-los. Outras decisões são 242 possíveis dependendo da combinação entre probabilidade de ocorrência e impacto, a qual dependerá das respostas adequadas. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. O risco só deve ser evitado se o custo for inferior aos impac- tos provocados pelos eventos negativos. Alternativa d): Incorreta. Ao responder ao risco, ou seja, achar uma forma de reagir ao risco, a administração sempre leva em consideração o seu apetite ao risco, ou seja, enquanto o gestor se arrisca ao não reagir aos possíveis eventos negativos. 5. c Análise da questão 5: Alternativa a): Incorreta. Quanto maior é a organização, mais ela está sujeita ao risco, seja em virtude do volume de atividades, do número de pessoas envolvidas ou de sua dependência do ambiente externo. Alternativa b): Incorreta. A análise do risco (eventos que afetam negativamente) leva em consideração a probabilidade de sua ocorrência e o seu impacto. Com essa análise, a administração escolhe como responder ao risco. Alternativa c): Correta. Alternativa d): Incorreta. Os métodos de avaliação dos riscos envolvem técnicas qua- litativas e quantitativas que têm o objetivo de minimizar as incertezas e prever quais eventos possuem probabilidade de ocorrer e de afetar negativamente a empresa e, se ocorrerem, qual é o impacto que irá provocar. Capítulo 5 Questões para revisão 1. A República Federativa do Brasil optou pela separação dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, evitando a concentração de poder em apenas uma autoridade. Nesse sistema, coube ao Poder Legislativo a função de elaborar leis e fiscalizar os atos dos gestores públicos. Em relação à fiscalização, o art. 71 da Constituição Federal de 1988 determina que o controle externo seja função do Poder Legislativo, sendo de competência do Congresso Nacional, no âmbito federal, das Assembleias Legislativas, 243 nos estados, da Câmara Legislativa, no Distrito Federal, e das Câmaras Municipais, nos municípios. Porém, nos termos do art. 70da Constituição Federal, o controle externo tem dois ramos: a) o político, que busca garantir os interesses do Estado e da sociedade; b) o técnico, voltado para as fiscalizações financeiras, orçamentárias, contábeis, ope- racionais e patrimoniais. O controle político é realizado diretamente pelos Poderes Legislativos. O controle técnico foi atribuído aos Tribunais de Contas. Nesse sentido, compete ao Tribunal de Contas a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das administrações públicas quanto à lega- lidade, à legitimidade e à economicidade. Os Tribunais de Contas se caracterizam como órgão auxiliar do Poder Legislativo na execução do controle externo. 2. A prestação de contas tem por objetivo evidenciar para o controle externo os resul- tados contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais decorren- tes dos atos de gestão. O Poder Legislativo, responsável constitucionalmente pelo controle externo, eleito pelo povo como o seu representante, tem por objetivo ana- lisar tecnicamente os demonstrativos constantes na prestação de contas para avaliar se todas as transações contábeis, financeiras, orçamentárias, operacionais e patrimo- niais foram executadas em obediência às determinações legais, em conformidade com o interesse público e, ainda, se obedeceram ao princípio da eficiência administrativa. A prestação de contas tem dois critérios de análise pelo Poder Legislativo: o técnico- -jurídico e o político. O aspecto político, que avalia o desempenho geral do Estado na execução das políticas públicas, é julgado pelo Poder Legislativo. O aspecto técnico- -jurídico, que envolve os aspectos orçamentários, financeiros, contábeis e patrimoniais, é julgado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas. Os Tribunais de Contas avaliam antecipadamente as contas e emitem o parecer prévio e, depois disso, enviam-no para o Poder Legislativo efetuar o julgamento final. Para a avaliação do Poder Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de Contas, as pres- tações de contas anuais devem conter um conjunto de informações compostas pelo relatório de administração, pelas demonstrações contábeis, pelas notas explicativas, pelo certificado da auditoria e pelo parecer conclusivo do controle interno. 3. b Análise da questão 3: 244 Alternativa a): Incorreta. A função do controle externo é do Poder Legislativo, que o realiza com o auxílio do Tribunal de Contas, e não o contrário. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. A função do controle externo é do Poder Legislativo, que a Constituição atribuiu ao Congresso Nacional. Quem auxilia o controle externo é o Tribunal de Contas, e não o controle interno. O controle interno é realizado pelo pró- prio Poder para avaliar os seus atos. Alternativa d): Incorreta. Tanto o Congresso Nacional quanto as Câmaras Municipais são entes do Poder Legislativo; apenas estão situados em esferas distintas – o pri- meiro na esfera federal e o segundo, na municipal. Ambos realizam o controle externo com o auxílio do Tribunal de Contas de sua jurisdição. 4. b Análise da questão 4: Alternativa a): Incorreta. A função de julgar as contas não é do Tribunal de Contas, mas, sim, do Poder Legislativo, que o faz com o auxílio dos Tribunais de Contas. O Tribunal de Contas apenas examina tecnicamente as contas em parecer prévio. Depois, as contas são encaminhadas ao Poder Legislativo para julgamento. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. Não é função do Tribunal de Contas julgar as contas, ape- nas apreciar previamente. Alternativa d): Incorreta. Não é função do controle interno julgar a regularidade das contas, mas, sim, do controle externo realizado pelo Poder Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de Contas. 5. b Análise: Alternativa a): Incorreta. O modelo atual do controle externo é o controle a posteriori, ou seja, a fiscalização é feita posteriormente à sua execução. Em períodos anteriores, os Tribunais de Contas realizavam o controle prévio, porém esse controle tornava o processo administrativo mais demorado. Alternativa b): Correta. 245 Alternativa c): Incorreta. Não é função do Tribunal de Contas julgar as contas, apenas apreciá-las previamente. A função de julgar as contas é do Poder Legislativo. Alternativa d): Incorreta. O art. 71, inciso XI, § 1º, da Constituição Federal de 1988, prevê que a sustação dos contratos deverá ser feita diretamente pelo Poder Legislativo. Capítulo 6 Questões para revisão 1. De acordo com a Lei Complementar nº 101/2000 (LRF), são instrumentos de transparência da gestão fiscal os planos, os orçamentos, as leis de diretrizes orçamen- tárias, as prestações de contas e os respectivos pareceres prévios feitos pelo Tribunal de Contas: o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal. Além desses pontos, a referida lei estabeleceu que a transparência será assegu- rada, também, por meio do incentivo à participação popular e da realização de audiên- cias públicas. A Lei Complementar nº 131/2009 alterou a LRF, incluindo a obrigatoriedade da libe- ração ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre as execuções orçamentárias e financeiras e, em especial, quanto à despesa realizada e às receitas arrecadadas. 2. O controle social é aquele exercido diretamente pela sociedade civil sobre o Estado, com o objetivo de garantir que os recursos públicos sejam aplicados corretamente. Considerando que a eleição é a escolha de um representante popular para decidir em nome do povo, esse representante tem a responsabilidade de agir de maneira correta e, periodicamente, prestar contas perante os seus representados. A accountability se refere a essa dupla responsabilidade: a de agir de maneira correta com relação ao objeto de delegação e a de, periodicamente, prestar contas de seu desempenho. A accountability, por ser um conjunto de mecanismos e de procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestar contas dos seus resultados, garante maior nível de transparência e a exposição das políticas públicas. Quanto maior a transparência, maior é a possibilidade de a sociedade discernir se os seus representantes estão ou não agindo em função do interesse comum. Quanto maior for a transparência, maior será o controle social sobre os atos do governo. 246 3. a Análise da questão 3: Afirmativa I: Incorreta. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO não foi criado pela LRF, mas, sim, pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 165, § 3º. Coube à LRF apenas estender a obrigatoriedade aos demais entes da Federação, uma vez que, antes, apenas a União estava obrigada a adotar o RREO. Afirmativa II: Incorreta. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO e o Relatório de Gestão Fiscal – RGF não substituem a prestação de contas anual, pois possuem informações diferenciadas, embora o objetivo dos relatórios e da presta- ção de contas seja a transparência. A prestação de contas anual possui mais informa- ções do que aquelas constantes do RREO e do RGF. Afirmativa III: Correta. Afirmativa IV: Correta. 4. c Análise da questão 4: Alternativa a): Incorreta. O Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO e o Relatório de Gestão Fiscal – RGF têm finalidade diversa da prestação de contas anual: a finalidade é de divulgar informações bimestrais e quadrimestrais. Os relató- rios que compõem a prestação de contas são mais amplos, divulgando as informações contábeis, orçamentárias, financeiras e patrimoniais de determinado período. Alternativa b): Incorreta. O Plano Plurianuale a Lei de Diretrizes Orçamentárias são instrumentos de planejamento, e não de prestação de contas. Na prestação de contas anual, é apresentada a execução dos respectivos planos. Alternativa c): Correta. Alternativa d): Incorreta. O anexo de metas e de riscos fiscais faz parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias, e não da prestação de contas anual. 5. d Análise da questão 5: 247 Alternativa a): Incorreta. O Tribunal de Contas apenas auxilia. O controle externo na esfera federal é função do Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Alternativa b): Incorreta. Na esfera estadual, o controle externo é feito pelas Assembleias Legislativas estaduais, com o auxílio dos Tribunais de Contas. Alternativa c): Incorreta. Na esfera federal, quem realiza o controle externo é o Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União; nas esferas esta- duais e municipais, as Assembleias e as Câmaras Municipais, respectivamente, com auxílio dos Tribunais de Contas. Alternativa d): Correta. Assim como o art. 71 da Constituição Federal de 1988 esta- belece que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do Tribunal de Contas da União, nos estados e nos municípios o controle externo é função das Assembleias e das Câmaras municipais, respectivamente, que o exercem com o auxílio dos Tribunais de Contas. Capítulo 7 Questões para revisão 1. Não. O objetivo da auditoria interna é contribuir com a administração na busca do aperfeiçoamento das operações e do controle interno e na indução ao cumprimento de políticas e normas. Para isso, a auditoria interna examina a integridade, a adequação e a eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e ope- racionais da entidade pública. Já a finalidade da auditoria externa é atender às neces- sidades de terceiros no que diz respeito à fidedignidade das informações financeiras, por isso efetua a revisão das operações e do controle interno realizados para determi- nar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras. O objetivo da auditoria externa ou independente é a emissão de parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis publicadas pela entidade do setor público. 2. O objetivo da auditoria de desempenho operacional, chamada de Auditoria de Natureza Operacional – ANOp, é examinar a ação governamental quanto aos aspectos da economicidade, da eficiência e da eficácia, enquanto a avaliação de programa busca examinar a efetividade dos programas e dos projetos governamentais (Brasil, 2010). 248 Para aplicar as dimensões da auditoria operacional, vamos utilizar um exemplo de um programa de vacinação elaborado pelo Tribunal de Contas da União – TCU (Brasil, 2010), que são: Economicidade – O custo das vacinas certamente seria um componente de economi- cidade relevante a ser examinado em uma auditoria de ANOp, assim como o custo de distribuição e de acondicionamento das vacinas. Uma análise possível seria verificar a estratégia adotada pelo gestor para diminuir o custo de aquisição das vacinas. Eficiência – Num programa de vacinação, a eficiência se mede por meio da relação entre o custo dos insumos e o número total de pessoas vacinadas (custo dos insumos / número de pessoas vacinadas = eficiência). Considera-se o custo médio de vacinar uma pessoa como uma boa medida da eficiência do programa. Eficácia – A eficácia de um programa de vacinação poderia ser verificada pela rela- ção entre a meta de cobertura vacinal e o número de pessoas vacinadas. É importante observar que a análise de eficácia deve considerar os critérios adotados para a fixação da meta a ser alcançada. Uma meta subestimada pode levar a conclusões equivoca- das a respeito da eficácia do programa ou da atividade sob exame. Além disso, fatores externos, como restrições orçamentárias, podem comprometer o alcance das metas planejadas e devem ser levados em conta durante a análise da eficácia. Efetividade – Quanto à dimensão de efetividade, ou seja, para sabermos se esse pro- grama de vacinação está ou não sendo efetivo, implicaria examinar a evolução do índice de incidência da doença que se quer erradicar. Portanto, para o contexto dos trabalhos, os resultados que estão diretamente relacionados à oferta de bens e servi- ços públicos (produtos) sob a responsabilidade do gestor são examinados sob a ótica da eficácia. Já o alcance dos resultados (impactos) pretendidos, a médio e longo prazo, é examinado sob a ótica da efetividade. Na análise da efetividade, realizada por meio de avaliações de impacto, busca-se res- ponder à seguinte pergunta: Que diferença faz o programa? 3. c Análise da questão 3: Alternativa a): Incorreta. À auditoria independente denominamos auditoria externa, que possui independência em relação ao órgão, e não de auditoria interna. 249 Alternativa b): Incorreta. Embora a auditoria independente seja realizada por tercei- ros, ou seja, por uma entidade que não pertence ao órgão público, a sua finalidade não é emitir relatório de análise de balanços e fluxos de caixa; é verificar e atestar a fidedig- nidade das informações financeiras. Alternativa c): Correta. Alternativa d): Incorreta. À auditoria independente denominamos auditoria externa, e não a interna, embora ambas devam ter independência; mas não possuem grau de independência na mesma totalidade, pois a auditoria interna, por estar dentro do órgão ainda, fica suscetível a uma atitude parcial. 4. a Análise da questão 4: Alternativa a): Correta. Alternativa b): Incorreta. Para ter uma atitude íntegra, o auditor deve agir de maneira correta e justa, mantendo a independência para que seu parecer não seja afetado por interesses pessoas e políticos. As decisões precisam estar de acordo com o interesse público, e não com o interesse particular. Alternativa c): Incorreta. Para manter a eficiência e o alto nível de profissionalismo na realização dos trabalhos de auditoria, um auditor deve estar sempre atua lizado, para desempenhar suas responsabilidades de maneira justa, competente e imparcial. Alternativa d): Incorreta. A confiabilidade é um dos princípios que o auditor deve seguir. Não cabe ao auditor cumprir as funções de transparência, mas, sim, a fun- ção de auditoria. As informações obtidas para a realização dos seus trabalhos não devem ser divulgadas a terceiros, devem apenas ser utilizadas para cumprir os pro- cedimentos de auditoria que, ao final, servirão de subsídio para o relatório ou o pare- cer da auditoria. 5. b Análise da questão 5: Alternativa a): Incorreta. Embora as auditorias operacionais realizadas pelos Tribunais de Contas compreendam os exames, as análises, as avaliações, os levanta- mentos e as comprovações metodologicamente estruturados, a avaliação da audito- ria operacional é quanto à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade dos programas de governo. As avaliações da integridade dos registros contábeis e do cum- primento das leis, das normas e dos regulamentos são realizadas pelas tradicionais auditorias de conformidade, também chamadas de auditorias de regularidade. Alternativa b): Correta. Alternativa c): Incorreta. As auditorias externas, também chamadas de independen- tes, podem ser realizadas pelos Tribunais de Contas, pelo Ministério Público, pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, pela Receita Federal do Brasil – RFB, pelos órgãos de arrecadação municipal, estadual e federal, além das auditorias privadas contratadas pelo gestor de forma voluntária. Alternativa d): Incorreta. As auditorias de regularidade realizadas pelos Tribunais de Contas visam avaliar a integridadedos registros contábeis, a observância às leis, às normas e aos regulamentos e a fidedignidade das informações financeiras. O monito- ramento dos controles internos e a revisão das atividades operacionais e da gestão de riscos são realizados pela auditoria interna.
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