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Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

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Prévia do material em texto

Maria da Graça Fernandes Branco
Estrutura e 
Funcionamento da 
Educação Básica
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Estrutura e Funcionamento 
da Educação Básica, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado di-
nâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) 
alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
ApresentAção
IntroDUção .................................................................................................................................................... 5
1 estrUtUrA DIDÁtICA DA eDUCAção BÁsICA .................................................................. 7
1.1 Resumo do Capítulo ............................................................................................................................................................8
1.2 Atividades Propostas ...........................................................................................................................................................9
2 FUnDAMentos DA eDUCAção ..................................................................................................11
2.1 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 11
2.2 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 12
3 sIsteMA esCoLAr ..................................................................................................................................13
3.1 Definições Relevantes ...................................................................................................................................................... 13
3.2 Sistema de Ensino ............................................................................................................................................................. 14
3.3 Sistema Escolar Brasileiro ............................................................................................................................................... 15
3.4 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 16
3.5 Atividades propostas ....................................................................................................................................................... 16
4 eVoLUção DA InstItUIção esCoLAr ...................................................................................17
4.1 A Escola Primária ................................................................................................................................................................ 17
4.2 A Escola Média .................................................................................................................................................................... 18
4.3 A Educação Pública ........................................................................................................................................................... 18
4.4 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 18
4.5 Atividade Proposta ............................................................................................................................................................ 19
5 A eDUCAção BÁsICA no BrAsIL ................................................................................................21
5.1 Período da Primeira República: 1889 a 1929 ........................................................................................................... 21
5.2 Período da Segunda República: 1930 a 1936 ......................................................................................................... 22
5.3 Período do Regime Militar: 1964 a 1985 ................................................................................................................... 23
5.4 Período da Abertura Política: 1986 Até Nossos Dias ............................................................................................ 24
5.5 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 25
5.6 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 25
6 estrUtUrA ADMInIstrAtIVA DA eDUCAção BÁsICA .............................................27
6.1 A Estrutura Didática da Educação Básica a Partir da Lei 9.394/96 (LDB) ...................................................... 27
6.2 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) .................................................................................................................... 28
6.3 Alguns Antecedentes das Diretrizes Curriculares Nacionais ............................................................................ 29
6.4 Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Fundamental ......................................................................... 30
6.5 Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio ....................................................................................... 32
6.6 A LDB e o Ensino Médio .................................................................................................................................................. 32
6.7 Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ........................................... 35
6.8 Resumo do Capítulo ......................................................................................................................................................... 40
6.9 Atividades Propostas ........................................................................................................................................................ 41
sUMÁrIo
7 LeI 9.394/96 - LeI De DIretrIZes e BAses DA eDUCAção nACIonAL (LDB) ............ 43
7.1 Estrutura da LDB ...........................................................................................................................................................43
7.2 Educação como Direito ..............................................................................................................................................44
7.3 Princípios da Educação Nacional ............................................................................................................................44
7.4 Dificuldades Para o Cumprimento da LDB .........................................................................................................45
7.5 Pontos de Destaque na LDB .....................................................................................................................................457.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................45
7.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................46
8 A esCoLA CoMo orGAnIZAção ........................................................................................... 47
8.1 Organização Administrativa da Escolas ..............................................................................................................47
8.2 As Incumbências dos Docentes ..............................................................................................................................49
8.3 A Valorização do Magistério .....................................................................................................................................49
8.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................50
8.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................50
9 ensIno FUnDAMentAL De noVe Anos ......................................................................... 51
9.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................55
9.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................55
respostAs CoMentADAs DAs AtIVIDADes propostAs ..................................... 57
reFerÊnCIAs ............................................................................................................................................. 61
AneXo ............................................................................................................................................................. 63
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
 estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à segurança e à propriedade.
Artigo 5º da Constituição Federal
Caro(a) aluno(a),
A presente apostila contém o conteúdo das aulas de Estrutura e Funcionamento do Ensino Fun-
damental e Médio. Dos estudos da apostila, de indicações de leituras, das atividades, aulas ou leituras 
orientadas via web, do fórum de discussões e do nosso convívio através do link correio, vamos oferecer as 
condições para que o futuro profissional da educação se insira no contexto do ambiente organizacional 
onde irá exercer o magistério no âmbito da Educação Básica.
Para melhor aproveitamento e compreensão do conteúdo da disciplina, é necessário que o aluno 
providencie o texto da seguinte legislação:
1. Constituição Federal de 1988;
2. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional);
3. Lei nº 10.172, de 9 janeiro de 2001 (Estabelece o Plano Nacional de Educação).
Não vamos propor uma exaustiva e inútil decoração de leis e seus artigos, mas compreendê-los de 
forma crítica e consciente. 
Desejamos a todos vocês um ótimo aproveitamento nesta disciplina. 
Maria da Graça Fernandes Branco
IntroDUção
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incen-
tivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pes-
soa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
 Artigo 205 da Constituição Federal
estrUtUrA DIDÁtICA DA 
eDUCAção BÁsICA1 
Caros(as) alunos(as),
Vamos refletir!
Você sabia que a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB) define toda a estrutura 
educacional brasileira? Saiba mais sobre isso lendo 
o material a seguir.
Conforme o artigo 22 desta Lei: “A educação 
básica tem por finalidades desenvolver o educan-
do, assegurar-lhe a formação comum indispen-
sável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe 
meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores”. Essas finalidades devem ser analisa-
das de acordo com os pressupostos filosóficos e 
políticos contidos na Constituição Brasileira vigen-
te. Portanto, todas as atividades de ensino-apren-
dizagem devem obrigatoriamente convergir para 
as finalidades constitucionalmente estabelecidas. 
A Educação Infantil é a primeira etapa da 
Educação Básica e tem como finalidade o desen-
volvimento integral da criança até seis anos, consi-
derando os aspectos físico, psicológico, intelectual 
e social e completando a ação da família e da co-
munidade. Segundo o artigo 29 da LDB, é ofereci-
da em dois níveis: “I. creches para crianças até três 
anos de idade; II. Pré-escolas, para crianças de qua-
tro a seis anos de idade.”.
O Ensino Fundamental, segundo artigo 32 da 
LDB, é obrigatório e gratuito nas escolas públicas, 
com duração mínima de oito anos¹ e terá como ob-
jetivo a formação básica do cidadão através: 
1. do desenvolvimento da capacidade de 
aprender, tendo como meios básicos o 
pleno domínio da leitura, da escrita e do 
cálculo;
2. da compreensão do ambiente natural e 
social, do sistema político, da tecnologia, 
das artes e dos valores em que se funda-
menta a sociedade;
3. do desenvolvimento da capacidade de 
aprendizagem, tendo em vista a aquisi-
ção de conhecimentos e habilidades e a 
formação de atitudes e valores;
AtençãoAtenção
A estrutura didática da Educação Básica, 
instituída pela Lei n° 9.394 de 20 de de-
zembro de 1996, envolve escolas de di-
ferentes etapas: Educação Infantil, Ensino 
Fundamental e Ensino Médio, além de 
modalidades específicas de ensino como 
a Educação de Jovens e Adultos, a Edu-
cação Profissional e a Educação Especial. 
¹Lei nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, institui o Ensino Fundamental de Nove Anos a partir dos seis anos de idade.
Maria da Graça Fernandes Branco
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8
4. do fortalecimento dos vínculos de famí-
lia, dos laços de solidariedade humana e 
de tolerância recíproca em que se assen-
ta a vida social.
O Ensino Médio, conforme o artigo 35 da 
LDB, é a etapa final da Educação Básica, com du-
ração mínima de três anos. Tem como finalidades:
1. a consolidação e o aprofundamento dos 
conhecimentos adquiridos no Ensino 
Fundamental, tendo em vista o prosse-
guimento dos estudos;
2. a preparação básica para o trabalho e a 
cidadania do educando, de modo a ser 
capaz de se adaptar a novas condições 
de ocupação e aperfeiçoamentos neces-
sários;
3. o aprimoramento do educando como 
pessoa humana, sua formação ética e o 
desenvolvimento da autonomia intelec-
tual e do pensamento crítico;
4. a compreensão dos fundamentos cientí-
fico-tecnológicos dos processos produti-
vos.
A Educação de Jovens e de Adultos (EJA) é a 
modalidade de ensino prevista nos artigos 37 e 38 
da LDB para jovens e adultos concluírem o Ensino 
Fundamental ou Médio.
A Educação Profissional não se coloca como 
um nível de ensino, mas tipo de formação que se 
integra ao trabalho, à ciência e à tecnologia e con-
duz ao permanente desenvolvimento de aptidões 
para a vida produtiva. Está regulamentada nos arti-
gos 39, 40 e 41 da LDB.
A Educação Especial, de acordo com o artigo 
58 da LDB, é uma modalidade de educação ofereci-
da preferentemente na rede regular de ensino, para 
educandos portadores de necessidades especiais. 
Finalmente, algumas considerações sobre 
Educação a Distância se fazem necessárias. Estamodalidade de ensino é mais uma forma diferen-
ciada de comunicação pedagógica e de interação 
professor-aluno, que usa novas tecnologias de co-
municação escolar, as quais podem ser usadas no 
nível da Educação Básica e do Ensino Superior.
Saiba maisSaiba mais
Para ter acesso ao texto integral da LDB, 
consulte o site do MEC: www.portal.
mec.gov.br 
No site www.leidireto.com.br você con-
sulta todas as alterações ocorridas na 
LDB
Caro(a) aluno(a),
No decorrer do primeiro capítulo, vimos que a estrutura básica da educação brasileira é definida 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei essa subordinada aos princípios filosóficos 
e políticos contidos na Constituição Brasileira vigente. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
envolve, por sua vez, escolas de diferentes etapas: A Educação Infantil, o Ensino Fundamental e Médio, 
assim como outras modalidades, a saber, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Educação Profissional e 
a Educação Especial. Cada modalidade representa uma etapa no processo de aprendizagem e, como tal, 
oferecerá finalidades específicas que buscam atender aos princípios vigentes.
Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem:
1.1 Resumo do Capítulo
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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9
1.2 Atividades Propostas
Vamos trabalhar! 
1. Quais são as etapas da educação básica, previstas na LDB?
2. Quais são as modalidades de educação previstas na LDB?
Vá até o final deste material e cheque suas respostas!
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a asse-
gurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais 
e regionais. 
Artigo 210 da Constituição Federal
2 FUnDAMentos DA eDUCAção
AtençãoAtenção
Liberdade, modificabilidade, desenvol-
vimento, valores, finalidade e temporali-
dade são categorias existenciais básicas, 
condição de possibilidades de uma con-
duta humana específica, portanto, igual-
mente condições de possibilidades ou 
fundamentos da educação.
Caro(a) aluno(a),
Quando pensamos em fundamentos da edu-
cação, a que estamos nos referindo?
A importância de se refletir sobre os funda-
mentos da educação reside no fato de que quanto 
mais tivermos clareza sobre eles, mais poderemos 
estabelecer os princípios gerais que deverão norte-
ar o ensino em qualquer nível.
Os fundamentos da educação nos remetem 
aos seus objetivos. Os objetivos da educação po-
dem ser considerados sob uma perspectiva genéri-
ca, de conteúdo ético, relacionada com a sacralida-
de da pessoa humana, sua dignidade, sua situação 
particular e histórica e suas exigências e peculiari-
dades. Esses últimos objetivos são contemplados 
na lei maior da educação brasileira: a Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional (n° 9.394/96), 
que insiste especialmente na formação da cidada-
nia, que é uma exigência democrática indiscutível, 
e na preparação para o trabalho voltada para a tec-
nologia e a produção modernas. 
A educação deve proporcionar ao educan-
do os meios necessários para entender o mundo 
em que vive e o momento histórico em que está 
situado e lhe oferecer armas para defender-se de 
influências nocivas para a sua própria vida e da sua 
comunidade, isto especificamente em uma época 
em que os meios de comunicação tendem a tratar 
a todos como seres passivos e manipuláveis. 
2.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
No decorrer do segundo capítulo, vimos que os chamados Fundamentos da Educação nos reme-
tem aos seus objetivos. Tais objetivos, por sua vez, encontram-se regidos pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB). Essa concepção normativa deriva, genericamente, de um conteúdo ético 
Maria da Graça Fernandes Branco
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12
diretamente relacionado ao contexto histórico. De maneira geral, trata-se de ter a cidadania e a demo-
cracia como princípios fundamentais, bem como a preparação para o trabalho em um contexto moderno 
e tecnológico. Em suma, a educação deve proporcionar os meios necessários para o entendimento do 
mundo e das diferentes relações nas quais o educando estiver inserido.
Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem:
Vamos trabalhar! 
1. Qual a importância de se refletir sobre os fundamentos da educação?
2. Quando falamos em fundamentos da educação, estamos nos referindo também aos objetivos 
da educação. Quais são, de acordo com a leitura deste tópico, os objetivos da educação?
2.2 Atividades Propostas
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13
3.1 Definições Relevantes
Caro(a) aluno(a), vamos agora refletir sobre 
alguns conceitos importantes para entender a es-
trutura e funcionamento da educação. 
Junte-se a seus colegas e reflitam sobre: o 
que é um sistema?
Para entender esse e outros conceitos impor-
tantes, faça a leitura do texto a seguir:
3 sIsteMA esCoLAr
Para Dermeval Saviani (2001), sistema é a 
unidade de vários elementos intencionalmente 
reunidos de modo a formar um conjunto coerente 
e operante. 
Características básicas de um sistema
ƒƒ Pluralidade de elementos: um sistema 
não se constitui na unidade isolada; ele 
requisita obrigatoriamente para a sua 
formação uma pluralidade de elementos;
ƒƒ Combinação de elementos: a plurali-
dade de elementos do sistema requer 
também que haja uma inter-relação/
combinação entre esses elementos, ou 
seja, eles são interdependentes. Ressalta-
-se que tal combinação deve ser interna 
e externa;
ƒƒ Intencionalidade: significa a definição 
clara e inequívoca do que se pretende 
alcançar (fins ou finalidades). Em síntese, 
podemos afirmar que a característica da 
intencionalidade representa a bússola 
orientadora de um sistema.
Representação sistêmica
Vivemos em um mundo de sistemas, onde a 
política, economia, religião, educação, cultura etc. 
representam a pluralidade de elementos que com-
binados e inter-relacionados compõem o maior 
dos sistemas, ou seja, a sociedade.
Para a teoria sistêmica, tecnicamente, a socie-
dade é denominada de macrossistema e suas par-
tes constitutivas são denominadas de subsistema.
Base de sustentação sistêmica
A estrutura sistêmica máxima exige para seu 
bom funcionamento um conjunto de regras orien-
tadoras, normatizadoras da vida em sociedade. 
Isso significa dizer que a base de sustentação do 
macrossistema vem traduzida na Constituição Fe-
deral.
Nesta mesma linha de compreensão, foca-
mos a educação em sua composição formal (es-
cola) e apresentamos como base de sustentação 
normativa a LDB.
AtençãoAtenção
Sistema provém do grego “systema” e 
significa reunião, grupo, conjunto de ele-
mentos inter-relacionados. 
Maria da Graça Fernandes Branco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
Tipos de sistemas existentes no tocante à edu-
cação
Sistema educacional: é o mais amplo de to-
dos os sistemas existentes no tocante à educação, 
pois abarca processos de ensinar e de aprender 
que têm raiz na família, na escola, nos partidos po-
líticos, na mídia, nas relações interpessoais, nas as-
sociações dos mais diferentes matizes etc.
O sistema educacional, portanto, vincula-se à 
educação formal, informal e não formal.
Sistema educacional formal
Educação formal é aquela edificada dentro da 
instituição socialmente reconhecida como escola. O 
processo ensino-aprendizagem traduzido por esse 
sistema é obrigatoriamente sistematizado, ou seja, 
vem organizado dentro de parâmetros específicos 
encontrados no mundo da escola, ou seja: currículo, 
disciplinas, metodologias, objetivos, avaliação e pla-
nejamento, tudo isso apropriado em um corpo de 
recursos humanos tecnicamente preparado para al-
cançar um grau de ensino e de aprendizagem desejá-
velao sujeito máximo do processo – o aluno. O corpo 
normativo de sustentação deste sistema é a LDB.
Sistema educacional não formal
O sistema de educação não formal está vincu-
lado às demais instituições socialmente reconheci-
das como: família, igreja, mídia, partidos políticos e 
associações dos mais diferentes matizes.
O processo ensino-aprendizagem que se es-
trutura nesse modelo sistêmico dispensa o rigor 
da sistematização das ações presentes no sistema 
educacional formal, porém o processo de aprendi-
zagem se estrutura efetivamente a partir das espe-
cificidades de cada uma dessas instituições.
Sistema educacional informal
O processo de ensinar e aprender neste sis-
tema dispensa a representação institucional; ele se 
estrutura basicamente nas relações interpessoais 
travadas no cotidiano de cada indivíduo e se pau-
ta no senso comum, no conhecimento ou cultura 
popular, nas interpretações e nas deduções que o 
homem faz das coisas e sobre as coisas, dos acon-
tecimentos do seu mundo diário.
3.2 Sistema de Ensino
Diz respeito ao “como” o aluno percorre o sis-
tema educacional formal em seus diferentes níveis 
e modalidades.
O sistema de ensino pode ter uma compo-
sição múltipla, ou seja, admite-se a organização 
do sistema de ensino brasileiro em séries anuais, 
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de 
período de estudos, com base na idade, na compe-
tência e em outros critérios, sempre que o processo 
de aprendizagem assim recomendar.
Sistema escolar
Diz respeito a uma rede de escolas e sua es-
trutura de sustentação, estrutura essa representa-
da pela esfera administrativa do ensino (sentido 
macro) e pela esfera normativa. Essas duas esferas 
referidas têm vinculação às diferentes estruturas 
de poder, quais sejam: Poder Federal, Estadual e 
Municipal. Na esfera ou nível federal temos o Minis-
tério da Educação (MEC) como órgão Máximo da 
administração do ensino brasileiro, cabendo-lhe 
formular e avaliar a política nacional de educação 
e zelar pela qualidade do ensino. Esse órgão se co-
munica diretamente com o Conselho Nacional de 
Educação (CNE) o qual possui atribuições normati-
vas, deliberativas e de assessoramento ao MEC.
Em nível estadual, no polo administrativo, 
encontramos a Secretaria Estadual de Educação, a 
qual possui no estado competência no que se refe-
re à administração, coordenação e supervisão das 
políticas educacionais estaduais.
No polo normativo estadual, temos o Con-
selho Estadual de Educação, órgão consultivo, 
deliberativo e fiscalizador do sistema estadual de 
educação.
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
3.3 Sistema Escolar Brasileiro
Em nível municipal, temos a Secretaria Muni-
cipal de Educação como órgão executivo da admi-
nistração do ensino. Como órgão normativo mu-
nicipal, temos o Conselho Municipal de Educação 
com competência para orientar normativamente 
toda a rede municipal de ensino.
Observe as vinculações da rede de escolas 
que compõem o sistema escolar:
ƒƒ Instituições Públicas Federais de Nível 
Superior (IFES) – MEC/CNE;
ƒƒ Instituições Públicas Estaduais de Ensino 
Fund. e Médio – SEED/CEE;
ƒƒ Instituições Públicas Municipais de Ens. 
Inf. e Fund. – SEMEC/CME.
Em se tratando de instituições educacionais 
de natureza privada, registra-se que sua vinculação 
administrativa prende-se num primeiro plano à 
mantenedora da referida organização educacional; 
no entanto, no que diz respeito ao polo normativo, 
a iniciativa privada deve obrigatoriamente voltar-
-se para um dos órgãos normativos do ensino (CNE, 
CEE ou CME), dependendo do nível ou modalidade 
de educação ou ensino que ofereça.
Se adotarmos a definição de que sistema é 
“conjunto de elementos que formam um todo or-
ganizado” (LALANDE apud DIAS, 1998, p. 127), va-
mos observar que será difícil justificar a existência 
de um sistema escolar brasileiro. Contudo, existem 
alguns fatores que contribuem pra a unificação do 
sistema escolar brasileiro:
a) O fato de as escolas estarem localizadas 
dentro dos limites do território nacional;
b) O fato de os sistemas estarem a serviço 
da cultura brasileira, de tal maneira que 
escola e cultura se influenciam mutua-
mente;
c) O fato de o ensino ser ministrado em lín-
gua nacional;
d) O fato de que todas as escolas estarem 
sujeitas a uma legislação comum;
e) O fato de existirem disposições legais que 
determinam, pelo menos formalmente, a 
articulação entre os graus e a equivalên-
cia entre as modalidades de ensino.
Fundamentos do sistema escolar brasileiro
Para funcionar em sua plenitude, um sistema 
escolar deveria apresentar as seguintes caracterís-
ticas:
a) Do ponto de vista das entradas para o sis-
tema (input):
ƒƒ Entrada de recursos financeiros em quan-
tidade suficiente para manter o sistema 
em plena atividade;
ƒƒ Recrutamento de pessoal em número e 
qualidade adequados para as diferentes 
funções;
ƒƒ Admissão de alunos de maneira que não 
houvesse falta ou excesso de vagas, com 
atendimento de 100% da demanda na 
idade certa.
b) Do ponto de vista do processo:
ƒƒ Currículos e programas constantemente 
atualizados, em função das necessidades 
individuais e sociais;
ƒƒ Pessoal com qualificação adequada às 
suas funções;
ƒƒ Índices satisfatórios de desempenho dos 
alunos, respeitadas as diferenças indivi-
duais;
ƒƒ Ausência de evasão e repetência.
Maria da Graça Fernandes Branco
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
16
c) Do ponto de vista das saídas do sistema 
(output):
ƒƒ Formação de profissionais em quantida-
de suficiente para as necessidades so-
ciais;
ƒƒ Desenvolvimento cultural da população 
em nível suficiente para que cada indi-
víduo pudesse se expressar, oral ou por 
escrito, com fluência e em condições de 
usufruir do patrimônio artístico e cultu-
ral;
ƒƒ Suficiente orientação individual no sen-
tido do emprego dos próprios recursos 
para construir um projeto de vida e para 
uma fruição plena da existência.
Um exame superficial nos mostra que esta-
mos longe de um funcionamento que se aproxime 
do quadro acima descrito. Esta situação resulta de 
erros acumulados desde um passado distante, por 
falta de planejamento, mas é também reflexo de 
nossa condição de país em desenvolvimento. O 
crescimento da economia não pode prescindir de 
um razoável aperfeiçoamento do sistema escolar. 
Não podemos ficar passíveis esperando condições 
melhores; cada um, dentro de sua área de atuação, 
deve despender o esforço necessário para melho-
rar o funcionamento do sistema escolar brasileiro.
Caro(a) aluno(a),
No terceiro capítulo, discutimos a Educação enquanto sistema, cujas características fundamentais 
seriam a pluralidade de elementos, combinação de elementos e intencionalidade. Para o bom funciona-
mento desse sistema, são necessárias regras orientadoras – normatizadoras – cuja maior expressão é a 
Constituição Federal. Assim, no plano da Educação, temos a escola (unidade formal) e a LDB como base 
de sustentação normativa. O sistema educacional, portanto, é o sistema mais amplo de todos os sistemas 
ligados à educação, vinculando-se à educação formal, informal e não formal. O Sistema de Ensino diz res-
peito ao “como” o aluno percorre o sistema educacional em seus diferentes níveis e modalidades. O Siste-
ma Escolar, por sua vez, diz respeito a uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação (administrativa 
e normativa), vinculadas às diferentes estruturas de poder – Federal (MEC e CNE), Estadual (CEE e SEE) e 
Municipal (CME e SEMEC). Finalmente, temos o conjunto máximo, de difícil percepção, que constituí o 
Sistema Escolar Brasileiro, uma unidade total fundamentada a partir de critérios de entrada (input), do 
processo e de critérios de saída (output).
Agora, vamos avaliar asua aprendizagem:
3.4 Resumo do Capítulo
3.5 Atividades propostas
Vamos trabalhar! 
1. Vimos que os sistemas têm algumas características básicas. Cite pelo menos três.
2. Alguns fatores contribuem para a unificação do sistema escolar brasileiro. Quais são eles?
3. Cite alguns exemplos de sistema de educação não formal.
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17
Vamos refletir!
Como era a escola na época em que você 
aprendeu a ler e a escrever?
A escola passa por transformações lentas ou 
rápidas? De que forma isso acontece?
Para saber mais sobre isso, vamos acompa-
nhar uma evolução da agência específica para a 
educação: a escola!
A educação sempre foi um processo duplo: 
primeiro ela significa a atividade desempenhada 
por adultos para assegurar a vida e o desenvolvi-
mento da geração mais nova. Nesse sentido, os 
pais se constituem os primeiros educadores, logo 
auxiliados, e mesmo substituídos, por colaborado-
res como, por exemplo, os sacerdotes, os guerrei-
ros e os professores. Nessa linha de continuidade, 
vem surgir a escola como nova instituição social 
específica da educação.
4 eVoLUção DA InstItUIção esCoLAr
A escola primária surge no Ocidente, quan-
do na Grécia clássica surgem os primeiros profes-
sores leigos que inauguraram o grupo profissional 
pedagógico, a classe dos professores dedicados à 
formação física, intelectual e moral de crianças e 
jovens. 
Já em Roma, no período republicano, os pais 
educavam os filhos ensinando-lhes as letras, o di-
reito e as leis. Por volta de 100 a.C. existiam em 
Roma escolas de retórica do tipo grego, precedidas 
pelo ensino elementar, ludus, que passou a cha-
mar-se de schola, escola. O professor primário era 
o ludimagister, logo chamado de gramatista, por 
influência grega. Em Roma, o ensino elementar era 
de iniciativa privada, mas no período imperial ele 
se enquadrava no programa didático dos grandes 
estabelecimentos públicos mantidos pelo Estado. 
Nas escolas organizadas pelos cristãos, as 
crianças aprendiam a ler, escrever e cantar salmos. 
No fim do mundo antigo, os meninos cristãos fre-
quentavam as escolas do gramático e do retórico. 
Na Idade Média, o ensino tornou-se quase 
monopólio dos mosteiros. As crianças aprendiam 
a ler, escrever, contar e entoar salmos. Já no século 
XII, os comerciantes enviavam os filhos ao mostei-
ro. Nessa mesma época, a floração de escolas urba-
nas, paroquiais e canônicas facilitou o aparecimen-
to de muitos professores particulares, clérigos que 
davam aulas de gramática e outras matérias; eles 
davam aulas particulares aos filhos dos habitantes 
mais ricos.
No século XIII, a partir da Revolução Francesa, 
passou-se a enaltecer o ideal da educação secula-
rizada, mas sem nenhum interesse pela educação 
dos filhos dos trabalhadores. 
O ideal e a prática de um tipo de educação 
universal, democrática, surgem no século XIX, nos 
Estados Unidos da América e se tem difundido com 
dificuldades para o mundo, desde então.
4.1 A Escola Primária
AtençãoAtenção
É na Grécia que surge o termo escola – 
scholé, que significa: lazer, tempo livre 
– para designar um estabelecimento de 
ensino. 
Maria da Graça Fernandes Branco
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18
Por escola média, entende-se a instituição 
dedicada à fase de escolarização situada entre a 
escola elementar e a superior. Esse tipo de escola, 
que corresponde à faixa etária da adolescência, co-
meçou a esboçar-se no mundo ocidental durante 
o período medieval, assumiu forma típica na época 
renascentista e perdurou por vários séculos até os 
dias de hoje. 
Atualmente, no Brasil, a escola média dividiu-
-se em duas partes, ficando uma delas ligada à 
escola elementar, constituindo-se o ensino de pri-
meiro grau, enquanto a outra passou a constituir o 
ensino de segundo grau, com novas características 
que a distinguem da escola média renascentista.
4.2 A Escola Média
4.3 A Educação Pública
4.4 Resumo do Capítulo
A escola começou a ser custeada pelos cofres 
públicos e a ser mantida pelo Estado nos países 
protestantes. Como o momento luterano destruiu a 
rede de escolas paroquiais e monásticas existentes 
desde a Idade Média, Lutero apelou aos príncipes 
que aderissem à sua Igreja, para que fundassem es-
colas e as sustentassem, embora esses estabeleci-
mentos fossem essencialmente religiosos.
Só no século XVIII, na Alemanha, começou a 
educação pública puramente estatal com os reis 
da Prússia, Frederico Guilherme I e Frederico II. Na 
França, na mesma época, esse tipo de educação foi 
puramente teórico e existiu nos discursos. Somen-
te com Napoleão Bonaparte é que se organizou o 
sistema público oficial. No entanto, um sistema de 
educação pública e verdadeiramente democrático 
só começou a existir de fato nos Estados Unidos, no 
século XIX.
Caro(a) aluno(a),
No quarto capítulo, vimos que a Escola constitui-se enquanto um elemento histórico mutável, um 
processo social que sofreu e sofrerá constantes transformações. No caso da escola primária, é na Grécia 
antiga que, por exemplo, surge o termo escola para designar um estabelecimento de ensino: scholé, que 
significava lazer, tempo livre. Ainda no mundo antigo é possível observar formações distintas de ensino, 
como em Roma. Modalidades diversas de ensino podem ser identificadas como resultado de sua forma 
de orientação, a exemplo do ensino organizado por grupos sociais, a exemplo dos cristãos. Já na Idade 
Média, o ensino tornou-se quase que monopólio dos mosteiros e, já durante a efervescência cultural/
política da Revolução Francesa, o ideal enaltecido foi o do ensino secularizado. Já o ideal de educação 
universal surge no decorrer do século XIX, nos Estados Unidos. A Escola Média, voltada para a fase de es-
colarização, situada entre a escola elementar e a superior, começou a ser esboçada no Ocidente apenas 
durante a Idade Média, assumindo uma maior definição durante o período Renascentista. A Escola Públi-
ca teve seu início nos países protestantes, como fruto da dissolução das escolas paroquiais e monásticas. 
Porém, apenas na Alemanha do século XVIII é que teria começado a educação pública puramente Estatal. 
Na França, Napoleão seria o responsável pela organização do ensino público. No entanto, a educação 
pública, sob a orientação democrática, apenas se iniciaria nos EUA do século XIX.
Vamos agora avaliar a sua aprendizagem.
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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4.5 Atividade Proposta
Vamos trabalhar! 
1. Em que país surgiu o termo escola?
2. A que período da História podemos vincular o surgimento da escola pública, custeada pelos 
cofres públicos e mantida pelo Estado?
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O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários nor-
mais das escolas públicas de ensino fundamental. 
§ 1º do artigo 210 da Constituição Federal
5 A eDUCAção BÁsICA no BrAsIL
Caro(a) aluno(a),
Agora que você já tem algumas informações 
sobre a evolução da escola enquanto sistema pú-
blico, vamos analisar mais de perto e com mais 
detalhes como isso aconteceu no Brasil desde a 
Primeira República até os dias de hoje.
A República proclamada adota o modelo po-
lítico americano baseado no sistema presidencia-
lista. Na organização escolar percebe-se influência 
da filosofia positivista. 
A Reforma de Benjamin Constant tinha como 
princípios orientadores a liberdade e laicidade do 
ensino, como também a gratuidade da escola pri-
mária. Esses princípios seguiam a orientação do 
que estava estipulado na Constituição brasileira. 
Uma das intenções da Reforma era trans-
formar o ensino em formador de alunos para os 
cursos superiores e não apenas preparador. Outra 
intenção era substituir a predominâncialiterária 
pela científica. Essa Reforma foi bastante criticada: 
pelos positivistas, já que não respeitava os princí-
pios pedagógicos de Comte; pelos que defendiam 
a predominância literária, já que o que ocorreu foi 
o acréscimo de matérias científicas às tradicionais, 
tornando o ensino enciclopédico. 
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a 
lógica entre as matérias e retira a biologia, a socio-
logia e a moral, acentuando, assim, a parte literária 
em detrimento da científica. 
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, preten-
deu que o curso secundário se tornasse formador 
do cidadão e não fosse apenas simples promotor a 
um nível seguinte. Retomando a orientação positi-
vista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se 
como a possibilidade de oferta de ensino que não 
seja por escolas oficiais e de frequência. Além dis-
so, prega ainda a abolição do diploma em troca de 
um certificado de assistência e aproveitamento e 
transfere os exames de admissão ao ensino supe-
rior para as faculdades. Os resultados desta Refor-
ma foram desastrosos para a educação brasileira. 
5.1 Período da Primeira República: 1889 a 1929
AtençãoAtenção
É importante saber que o percentual de 
analfabetos no ano de 1900, segundo o 
Anuário Estatístico do Brasil, do Instituto 
Nacional de Estatística, era de 75%. 
Maria da Graça Fernandes Branco
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A Reforma de Carlos Maximiliano, em 1915, 
surge em função de se concluir que a Reforma de 
Rivadávia Correa não poderia continuar. Esta refor-
ma reoficializa o ensino no Brasil. 
Num período complexo da História do Brasil, 
surge a Reforma João Luiz Alves, que introduz a ca-
deira de Moral e Cívica com a intenção de tentar 
combater os protestos estudantis contra o governo 
do presidente Arthur Bernardes.
A década de vinte foi marcada por diversos 
fatos relevantes no processo de mudança das ca-
racterísticas políticas brasileiras. Foi nesta década 
que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), 
a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do 
Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista 
(1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927). 
Além disso, no que se refere à educação, fo-
ram realizadas diversas reformas de abrangência 
estadual, como a de Lourenço Filho, no Ceará, em 
1923; a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925; a de 
Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas, 
em 1927; a de Fernando de Azevedo, no Distrito Fe-
deral (atual Rio de Janeiro), em 1928; e a de Carnei-
ro Leão, no Pernambuco, em 1928. O clima dessa 
década propiciou a tomada do poder por Getúlio 
Vargas, candidato derrotado nas eleições por Júlio 
Prestes, em 1930.
A característica tipicamente agrária do país e 
as correlações de forças políticas vão sofrer mudan-
ças nos anos seguintes, o que trará repercussões na 
organização escolar brasileira. A ênfase literária e 
clássica de nossa educação tem seus dias contados. 
A década de 1920, marcada pelo confronto 
de ideias entre correntes divergentes, influencia-
das pelos movimentos europeus, culminou com a 
crise econômica mundial de 1929. Esta crise reper-
cutiu diretamente sobre as forças produtoras rurais 
que perderam do Governo os subsídios que garan-
tiam a produção. A Revolução de 1930 foi o marco 
referencial para a entrada do Brasil no mundo ca-
pitalista de produção. A acumulação de capital, do 
período anterior, permitiu que o Brasil pudesse in-
vestir no mercado interno e na produção industrial. 
A nova realidade brasileira passou a exigir 
uma mão de obra especializada e para tal era preci-
so investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi 
criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, 
em 1931, o governo provisório sanciona decretos 
organizando o ensino secundário e as universida-
des brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos fi-
caram conhecidos como “Reforma Francisco Cam-
pos”:
ƒƒ O Decreto nº 19.850, de 11 de abril, cria 
o Conselho Nacional de Educação e os 
Conselhos Estaduais de Educação (que 
só vão começar a funcionar em 1934);
ƒƒ O Decreto nº 19.851, de 11 de abril, ins-
titui o Estatuto das Universidades Brasi-
leiras, que dispõe sobre a organização do 
ensino superior no Brasil e adota o regi-
me universitário; 
ƒƒ O Decreto nº 19.852, de 11 de abril, dis-
põe sobre a organização da Universidade 
do Rio de Janeiro; 
ƒƒ O Decreto nº 19.890, de 18 de abril, dis-
põe sobre a organização do ensino se-
cundário; 
ƒƒ O Decreto nº 20.158, de 30 de julho, or-
ganiza o ensino comercial, regulamenta 
a profissão de contador e dá outras pro-
vidências; 
ƒƒ O Decreto nº 21.241, de 14 de abril, con-
solida as disposições sobre o ensino se-
cundário. 
Em 1932, um grupo de educadores lança 
à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assina-
do por outros conceituados educadores da época. 
5.2 Período da Segunda República: 1930 a 1936
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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23
5.3 Período do Regime Militar: 1964 a 1985
O Governo Provisório foi marcado por uma 
série de instabilidades, principalmente para exigir 
uma nova Constituição para o país. Em 1932, eclo-
de a Revolução Constitucionalista de São Paulo. 
Em 1934, a nova Constituição (a segunda da 
República) dispõe, pela primeira vez, que a educa-
ção é direito de todos, devendo ser ministrada pela 
família e pelos Poderes Públicos. 
Ainda em 1934, por iniciativa do governador 
Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade 
de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada 
segundo as normas do Estatuto das Universidades 
Brasileiras de 1931. 
Em 1935, o Secretário de Educação do Distri-
to Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do 
Distrito Federal, com uma Faculdade de Educação 
na qual se situava o Instituto de Educação. 
Em função da instabilidade política deste pe-
ríodo, Getúlio Vargas, num golpe de Estado, instala 
o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, 
também conhecida como “Polaca”. 
Alguma coisa acontecia na educação brasi-
leira. Pensava-se em erradicar definitivamente o 
analfabetismo através de um programa nacional, 
levando-se em conta as diferenças sociais, econô-
micas e culturais de cada região. 
A criação da Universidade de Brasília, em 
1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta uni-
versitária, com o planejamento, inclusive, do fim do 
exame vestibular, valendo, para o ingresso na Uni-
versidade, o rendimento do aluno durante o curso 
de 2º grau (ex-Colegial e atual Ensino Médio).
O período anterior, de 1946 ao princípio do 
ano de 1964, talvez tenha sido o mais fértil da histó-
ria da educação brasileira. Neste período, atuaram 
educadores que deixaram seus nomes na história 
da educação por suas realizações. Neste período 
atuaram educadores do porte de Anísio Teixeira, 
Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Carneiro 
Leão, Armando Hildebrand, Paschoal Leme, Paulo 
Freire, Lauro de Oliveira Lima, Durmeval Trigueiro, 
entre outros. 
Depois do Golpe Militar de 1964 muitos edu-
cadores passaram a ser perseguidos em função de 
posicionamentos ideológicos. Muito foram calados 
para sempre, alguns outros se exilaram, outros se 
recolheram à vida privada e outros, demitidos, tro-
caram de função. 
O Regime Militar espelhou na educação o ca-
ráter antidemocrático de sua proposta ideológica 
de governo: professores foram presos e demitidos; 
universidades foram invadidas; estudantes foram 
presos, feridos, nos confrontos com a polícia, e al-
guns foram mortos; os estudantes foram calados e 
a União Nacional dos Estudantes proibida de fun-
cionar; o Decreto-Lei nº 477 calou a boca de alunos 
e professores; o Ministro da Justiça declarou que 
“estudantes têm que estudar” e “não podem fazer 
baderna”. Esta era a prática do Regime.
Neste período deu-sea grande expansão das 
universidades no Brasil. E, para acabar com os “ex-
cedentes” (aqueles que tiravam notas suficientes, 
mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado 
o vestibular classificatório. 
Para erradicar o analfabetismo, foi criado o 
Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). 
Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado 
Método Paulo Freire, o MOBRAL propunha erradi-
car o analfabetismo no Brasil... Não conseguiu. E 
entre denúncias de corrupção, foi extinto (BELLO, 
1993).
É no período mais difícil da Ditadura Militar, 
no qual qualquer expressão popular contrária aos 
interesses do governo era abafada, muitas vezes 
pela violência física, que é instituída a Lei nº 4.024, 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
em 1971. A característica mais marcante desta Lei 
era tentar dar a formação educacional um cunho 
profissionalizante. Dentro do espírito dos “slogans” 
propostos pelo governo, como “Brasil grande”, 
“Ame-o ou deixe-o”, “Milagre econômico” etc., pla-
nejava-se fazer com que a educação contribuísse, 
de forma decisiva, para o aumento da produção 
brasileira. 
Maria da Graça Fernandes Branco
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24
A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha 
era a pressão popular, de vários setores da socieda-
de, que o processo de abertura política tornou-se 
inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram o 
governo através de uma eleição indireta, na qual 
concorreram somente dois civis (Paulo Maluf e Tan-
credo Neves). 
Com o fim do Regime Militar, a eleição indi-
reta de Tancredo Neves, seu falecimento e a posse 
de José Sarney, pensou-se que poderíamos nova-
mente discutir questões sobre educação de uma 
forma democrática e aberta. A discussão sobre as 
questões educacionais já havia perdido o seu sen-
tido pedagógico e assumido um caráter político. 
Para isso, contribuiu a participação mais ativa de 
pensadores de outras áreas do conhecimento que 
passaram a falar de educação num sentido mais 
amplo do que o das questões pertinentes à escola, 
à sala de aula, à didática e à dinâmica escolar em 
si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, 
por questões políticas durante o Regime Militar, 
profissionais da área de sociologia, filosofia, antro-
pologia, história, psicologia, entre outras, passaram 
a assumir postos na área da educação e a concreti-
zar discursos em nome da educação.
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminha-
do à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elisio 
em 1988. No ano seguinte, o Deputado Jorge Hage 
envia a Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 
1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo 
Projeto que acaba por ser aprovado em dezembro 
de 1996, oito anos após o encaminhamento do De-
putado Octávio Elisio. 
O Governo Collor de Mello, em 1990, lança 
o projeto de construção de Centros Integrados de 
Apoio à Criança (CIACs) em todo o Brasil, inspirados 
no modelo dos Centros Integrados de Educação 
Pública (CIEPs) do Rio de Janeiro, existentes desde 
1982. 
Neste período, do fim do Regime Militar aos 
dias de hoje, a fase politicamente marcante na edu-
cação foi o trabalho do Ministro Paulo Renato de 
Souza à frente do Ministério da Educação. Logo no 
início de sua gestão, através de uma Medida Provi-
sória, extinguiu o Conselho Federal de Educação e 
criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado 
ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança 
tornou o Conselho menos burocrático e mais polí-
tico. 
Mesmo que possamos não concordar com a 
forma como vem sendo executados alguns progra-
mas, temos que reconhecer que, em toda a História 
da Educação no Brasil, contada a partir do desco-
brimento, jamais houve execução de tantos proje-
tos na área da educação numa só administração. 
Entre esses programas destacamos: 
ƒƒ Fundo de Manutenção e Desenvolvimen-
to do Ensino Fundamental e Valorização 
do Magistério (FUNDEF);
ƒƒ Programa de Avaliação Institucional 
(PAIUB);
ƒƒ Sistema Nacional de Avaliação da Educa-
ção Básica (SAEB);
ƒƒ Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM);
ƒƒ Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs). 
5.4 Período da Abertura Política: 1986 Até Nossos Dias
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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25
Caro(a) aluno(a),
No decorrer do quinto capítulo, observamos com maior precisão o desenvolvimento histórico do 
cenário educacional brasileiro, desde a primeira república até o período de abertura política, inaugura-
do após o final do regime militar. A educação na Primeira República (1889-1929) caracterizou-se pelas 
inúmeras reformas que objetivavam a superação do modelo educacional Imperial e, assim, substituir 
o ensino de caráter literário pelo científico. As transformações sociais que ocorreriam nos anos seguin-
tes, que deram a tonalidade das ebulições culturais da década de 1920, transformariam o cenário so-
cial, econômico, cultural e educacional do país. Durante a Segunda República (1930-1936), observa-se 
a industrialização e a urbanização do país, seguidos pela Revolução de 1930, assim como decretos que 
buscavam regimentar o ensino. Em 1934, pela primeira vez, a educação é compreendida como direito 
de todos. No mesmo ano, cria-se a Universidade de São Paulo. No ano de 1935, funda-se a Universidade 
do Distrito Federal. Com um golpe de Estado, Getúlio Vargas cria o Estado Novo. Entre os anos de 1946 e 
1964, observa-se a forte presença de educadores no cenário educacional brasileiro, dando origem a um 
fértil período de inovações. Interrompido pelo Golpe Militar de 1964, inaugura-se um período de perse-
guições, controle, e, sobretudo, de um forte caráter antidemocrático que se fez presente no cenário edu-
cacional. A Abertura Política, que se seguiu ao ano de 1986 até os dias atuais, pode ser caracterizada pela 
criação do sistema educacional atual, constitucionalmente amparado e seguido por inúmeros projetos 
de aperfeiçoamento voltados para o mundo do ensino.
Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem:
5.5 Resumo do Capítulo
5.6 Atividades Propostas
Vamos trabalhar!
 
1. Que reforma caracterizou o período da Primeira República?
2. Que reforma caracterizou o período da Segunda República?
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27
O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurando 
às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e proces-
sos próprios de aprendizagem.
§ 2º do artigo 210 da Constituição Federal
estrUtUrA ADMInIstrAtIVA DA 
eDUCAção BÁsICA6 
Caro(a) aluno(a),
Como já estudamos, a LDB introduziu uma 
série de mudanças na estrutura administrativa e 
didática da educação brasileira. Por isso, dizemos 
que uma das suas principais características é a fle-
xibilidade. Vamos ver como isso acontece revendo 
alguns conceitos e ampliando ainda mais essas 
questões.
A Educação Básica no Brasil é composta por 
três etapas: Educação Infantil (que atende hoje 
cerca de 5 milhões de crianças de 0 a 6 anos em 
creches ou pré-escolas, geralmente mantidas pelo 
poder municipal).
 No Brasil, existe um contingente ainda ex-
pressivo, embora decrescente, de jovens e adultos 
com pouca ou nenhuma escolaridade, o que faz da 
Educação de Jovens e Adultos um programa espe-
cial que visa dar oportunidades educacionais apro-
priadas aos brasileiros que não tiveram acesso ao 
Ensino Fundamental na idade própria, cujo aten-
dimento representa, aproximadamente, 3 milhões 
de alunos. 
No que se refere às comunidades indígenas, a 
Constituição garante-lhes o direito de utilizar suas 
línguas maternas e processos próprios de aprendi-
zagem, o que se justifica pela existência de cerca 
de 1.600 escolas indígenas que hoje possuem cer-
ca de 80 mil alunos índios. 
Apesar do grandioso número de alunos (mais 
de 50 milhões), o grandedesafio da educação bra-
sileira, que está sendo enfrentado hoje, não é mais 
a oferta de vagas, mas sim a necessidade de cons-
truir escolas onde se aprenda mais e melhor. 
Relativamente à questão curricular e à qua-
lidade da educação, pode-se dizer que currículos 
compreendem a expressão dos conhecimentos e 
valores que uma sociedade considera que devem 
fazer parte do percurso educativo de suas crian-
ças e jovens. Eles são traduzidos nos objetivos que 
se deseja atingir, nos conteúdos considerados os 
6.1 A Estrutura Didática da Educação Básica a Partir da Lei 9.394/96 (LDB)
AtençãoAtenção
Ensino Fundamental (que atende cerca 
de 36 milhões de alunos de 6 a 14 anos; 
tem caráter obrigatório; é público, gratui-
to e oferecido de forma compartilhada 
pelos poderes municipal e estadual) e 
Ensino Médio (que atende cerca de 7 mi-
lhões de jovens de 15 a 17 anos e é ofe-
recido basicamente pelo poder estadual). 
Maria da Graça Fernandes Branco
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28
mais adequados para promovê-los, nas metodo-
logias adotadas e nas formas de avaliar o trabalho 
desenvolvido. A definição de quais são esses co-
nhecimentos e valores vem sendo modificada nos 
últimos anos, devido às demandas criadas pelas 
transformações na organização da produção e do 
trabalho e pela conjuntura de redemocratização 
do país. Portanto, a meta de melhoria da qualidade 
da educação impôs o enfrentamento da questão 
curricular como aquilo que deve nortear as ações 
das escolas, dando vida e significado ao seu proje-
to educativo. 
Currículo pode ser entendido como o projeto 
que preside as atividades educativas escolares, de-
fine as suas intenções e proporciona guias de ações 
adequadas e úteis para os professores. Proporciona 
informações concretas sobre o que ensinar, quan-
do ensinar, como ensinar e quando e como avaliar.
Segundo Coll (1996, p. 43-45): 
Currículo é um projeto, situa-se entre as in-
tenções, princípios e orientações gerais e 
a prática pedagógica. O Currículo é abran-
gente, é mais do que as matérias e con-
teúdos do conhecimento. É também sua 
organização e sequência adequadas, bem 
como os métodos que permitem o melhor 
desenvolvimento dos mesmos e o próprio 
processo de avaliação.
Até 1995, não havia no país uma referência 
nacional para nortear os currículos propostos pe-
las 27 secretarias de educação estaduais e 5.600 
municipais que compõem o Estado federativo bra-
sileiro. Após um longo processo de debate nacio-
nal, foi aprovada, em dezembro de 1996, a Lei nº 
9.394, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei máxima da educação brasileira, que, dentre 
suas propostas, determina como competência da 
União estabelecer, em colaboração com estados 
e municípios, diretrizes para nortear os currículos, 
de modo a assegurar uma formação básica comum 
em todo o país.
De acordo com o artigo 26 da Lei de Diretri-
zes e Bases da Educação Nacional:
[Os] currículos do ensino fundamental e 
médio devem ter uma base nacional co-
mum, a ser complementada em cada sis-
tema de ensino e estabelecimento escolar 
por uma parte diversificada, exigida pelas 
características regionais e locais da socie-
dade, da cultura, da economia e da comu-
nidade. 
A concepção pedagógica subjacente na nova 
proposta curricular concretizada nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais aponta no sentido de que:
ƒƒ a escola existe, antes de tudo, para os 
alunos aprenderem o que não podem 
aprender sem ela; 
ƒƒ o professor organiza a aprendizagem, 
avalia os resultados, incentiva a coopera-
ção, estimula a autonomia e o senso de 
responsabilidade dos estudantes; 
ƒƒ nada substitui a atuação do próprio alu-
no no processo de aprendizagem; 
ƒƒ o ponto de partida é sempre o conheci-
mento prévio do aluno; 
ƒƒ a avaliação é um instrumento de melho-
ria do ensino e não uma arma contra o 
aluno; 
ƒƒ a aprendizagem bem-sucedida promove 
a autoestima do aluno; o fracasso amea-
ça o aprender e é o primeiro passo para o 
desinteresse. 
A conquista da cidadania plena, fruto de di-
reitos e deveres reconhecidos na Constituição Fe-
deral, depende da Educação Básica. A nação bra-
sileira através de suas instituições vem assumindo 
responsabilidades crescentes para que a Educação 
Básica seja prioridade nacional. 
A Lei maior (Constituição Federal, artigo 208, 
inciso II) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (Lei nº 9.394/96) afirmam a progressi-
va universalização e a progressiva extensão da 
obrigatoriedade e gratuidade do Ensino Médio, úl-
tima etapa da Educação Básica.
6.2 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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29
6.3 Alguns Antecedentes das Diretrizes Curriculares Nacionais
O Ensino Fundamental, segunda etapa da 
Educação Básica, é coparticipante desta dinâmica 
de tal maneira que o direito a ele é um dever de 
Estado e ao qual todos têm direito subjetivo, não 
podendo renunciá-lo; o poder público que o igno-
re será responsabilizado, segundo o artigo 208 da 
Constituição Federal.
A Constituição Federal e a LDB entendem o 
fim maior da educação sendo o pleno desenvol-
vimento da pessoa, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho, 
baseados nos princípios de igualdade, liberdade, 
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, 
da convivência entre instituições públicas e priva-
das, propondo para tanto que haja a valorização 
dos professores e a gestão democrática no ensino 
público como garantia do padrão de qualidade e 
pressupondo intensa e profunda ação dos sistemas 
em níveis federal, estadual e municipal para que, de 
forma integrada e solidária, possam executar uma 
política educacional coerente com a demanda e os 
direitos de alunos e professores.
Consequente com os artigos 205 e 206 da 
Constituição Federal, a LDB valoriza a experiência 
extraescolar dos alunos e propõe a vinculação en-
tre a educação escolar, o trabalho e as práticas so-
ciais.
Os currículos e seus conteúdos mínimos (ar-
tigo 210 da Constituição Federal/1988) propostos 
pelo MEC (artigo 9º da LDB/1996) terão seu nor-
te estabelecido através de diretrizes. Estas terão 
como foro de deliberação a Câmara de Educação 
Básica do Conselho Nacional de Educação (artigo 
9º, § 1º, alínea “c” da Lei nº 9.131/95).
Dentro da opção cooperativa que marcou o 
federalismo no Brasil, após a Constituição de 1988, 
a proposição das diretrizes será feita em colabora-
ção com os outros entes federativos e supõe um 
trabalho conjunto, no interior do qual os parceiros 
buscam, pelo consenso, pelo respeito aos campos 
específicos de atribuições, tanto metas comuns 
como os meios mais adequados para as finalidades 
maiores da educação nacional. 
Essa noção implica responsabilizar os conse-
lhos estaduais, do Distrito Federal e municipais de 
educação pela definição de prazos e procedimen-
tos que favoreçam a transição de políticas educa-
cionais ainda vigentes, encaminhando mudanças e 
aperfeiçoamentos, respaldados na Lei nº 9.394/96, 
de forma a não provocar rupturas e retrocessos, 
mas a construir caminhos que propiciem uma tra-
vessia fecunda.
Desta forma, cabe à Câmara de Educação Bá-
sica do CNE exercer a sua função deliberativa sobre 
as Diretrizes Curriculares Nacionais, reservando-se 
aos entes federativos e às próprias unidades esco-
lares, de acordo com a Constituição Federal e a LDB, 
a tarefa que lhes compete em termos de imple-
mentações curriculares. As propostas pedagógicas 
e os regimentos das unidades escolares devem, no 
entanto, observar as Diretrizes Curriculares Nacio-
nais e os demais dispositivos legais.
Com a elaboração e divulgação dos Parâme-
tros Curriculares Nacionais (PCNs), o MEC propõe 
um norteamento educacional às escolas brasileiras.Entretanto, se os Parâmetros Curriculares Nacionais 
podem funcionar como elemento catalisador de 
ações, na busca de uma melhoria na qualidade da 
educação, de modo algum pretende resolver todos 
os problemas que afetam a qualidade do ensino e 
da aprendizagem.
A busca da qualidade impõe a necessidade 
de investimentos em diferentes frentes, como a 
formação inicial e continuada de professores, uma 
política de salários dignos e planos de carreira, a 
qualidade do livro didático, recursos televisivos e 
de multimídia, a disponibilidade de materiais di-
dáticos. Mas esta qualificação almejada implica co-
locar, também, no centro do debate, as atividades 
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30
escolares de ensino e aprendizagem e a questão 
curricular como de inegável importância para a 
política educacional brasileira. 
Ao instituir e implementar um sistema de 
avaliação da Educação Básica (SAEB), o MEC cria 
um instrumento importante na busca pela equida-
de para o sistema escolar brasileiro, o que deverá 
assegurar a melhoria de condições para o trabalho 
de educar com êxito, nos sistemas escolarizados. 
A análise destes resultados deve permitir aos con-
selhos e secretarias de educação a formulação e o 
aperfeiçoamento de orientações para a melhoria 
da qualidade do ensino.
As escolas deverão estabelecer como nortea-
dores de suas ações pedagógicas:
a) os princípios éticos da autonomia, da 
responsabilidade, da solidariedade e do 
respeito ao bem comum;
b) os princípios políticos dos direitos e de-
veres de cidadania, do exercício da critici-
dade e do respeito à ordem democrática;
c) os princípios estéticos da sensibilidade, 
da criatividade e da diversidade de mani-
festações artísticas e culturais.
Ao definir suas propostas pedagógicas, as es-
colas deverão explicitar o reconhecimento da iden-
tidade pessoal de alunos, professores e outros pro-
fissionais e a identidade de cada unidade escolar e 
de seus respectivos sistemas de ensino.
As escolas deverão reconhecer que as apren-
dizagens são constituídas na interação entre os 
processos de conhecimento, linguagem e afetivos, 
como consequência das relações entre as distintas 
identidades dos vários participantes do contexto 
escolarizado, através de ações inter e intrassubje-
tivas. As diversas experiências de vida dos alunos, 
professores e demais participantes do ambiente 
escolar, expressas através de múltiplas formas de 
diálogo, devem contribuir para constituição de 
identidades afirmativas, persistentes e capazes 
de protagonizar ações solidárias e autônomas de 
constituição de conhecimentos e valores indispen-
sáveis à vida cidadã.
Neste ponto, seria esclarecedor explicitar al-
guns conceitos, para melhor compreensão do que 
propomos:
a) Currículo: atualmente este conceito en-
volve outros três, que são:
ƒƒ Currículo formal (planos e propostas pe-
dagógicas); 
ƒƒ Currículo em ação (aquilo que efetiva-
mente acontece nas salas de aula e nas 
escolas);
ƒƒ Currículo oculto (o não dito, aquilo que 
tanto alunos quanto professores trazem, 
carregado de sentidos próprios, criando 
as formas de relacionamento, poder e 
convivência nas salas de aula);
ƒƒ Quando nos referimos a um paradigma 
curricular, estamos nos referindo a uma 
forma de organizar princípios éticos, po-
líticos e estéticos que fundamentam a ar-
ticulação entre as áreas de conhecimen-
to e aspectos da vida cidadã;
b) Base nacional comum: refere-se ao con-
junto de conteúdos mínimos das áreas 
de conhecimento articulados aos aspec-
tos da vida cidadã. Por ser a dimensão 
obrigatória dos currículos nacionais – 
certamente âmbito privilegiado da ava-
liação nacional do rendimento escolar –, 
a base nacional comum deve preponde-
rar substancialmente sobre a dimensão 
diversificada;
6.4 Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Fundamental
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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31
c) Parte diversificada: envolve os conteúdos 
complementares, escolhidos por cada 
sistema de ensino e estabelecimentos 
escolares, integrados à base comum, de 
acordo com as características regionais 
e locais da sociedade, da cultura, da eco-
nomia e da clientela refletindo-se na pro-
posta pedagógica de cada escola;
d) Conteúdos mínimos das áreas de conhe-
cimento: refere-se às noções e conceitos 
essenciais sobre fenômenos, processos, 
sistemas e operações que contribuem 
para a constituição de saberes, conheci-
mentos, valores e práticas sociais indis-
pensáveis ao exercício de uma vida de 
cidadania plena.
Em todas as escolas, deverá ser garantida a 
igualdade de acesso dos alunos a uma base nacio-
nal comum, de maneira a legitimar a unidade e a 
qualidade da ação pedagógica na diversidade na-
cional. A base nacional comum e sua parte diversi-
ficada deverão integrar-se em torno do paradigma 
curricular, que visa estabelecer a relação entre a 
Educação Fundamental com:
a) a vida cidadã, através da articulação entre 
vários dos seus aspectos como:
ƒƒ a saúde;
ƒƒ a sexualidade;
ƒƒ a vida familiar e social;
ƒƒ o meio ambiente;
ƒƒ o trabalho;
ƒƒ a ciência e a tecnologia;
ƒƒ a cultura;
ƒƒ as linguagens.
b) As áreas de conhecimento de:
ƒƒ Língua portuguesa;
ƒƒ Língua materna (para populações indí-
genas e migrantes);
ƒƒ Matemática;
ƒƒ Ciências;
ƒƒ Geografia;
ƒƒ História;
ƒƒ Língua estrangeira;
ƒƒ Educação artística;
ƒƒ Educação física;
ƒƒ Educação religiosa (na forma do artigo 
33 da LDB).
As escolas deverão explicitar, em suas pro-
postas curriculares, processos de ensino voltados 
para as relações com a comunidade local, regional 
e planetária, visando a integração entre a Educação 
Fundamental e a vida cidadã. Os alunos, ao apren-
der os conhecimentos e valores da base nacional 
comum e da parte diversificada, estarão também 
constituindo suas identidades como cidadãos em 
processo, capazes de ser protagonistas de ações 
responsáveis, solidárias e autônomas em relação a 
si próprios, às suas famílias e às comunidades.
Um dos mais graves problemas de Educação 
Fundamental em nosso país é sua distância em 
relação à vida e aos processos sociais transforma-
dores. Um excessivo academicismo e um anacro-
nismo em relação às transformações existentes 
no Brasil e no resto do mundo, de um modo geral, 
condenaram a Educação Fundamental, nestas últi-
mas décadas, a um arcaísmo que deprecia a inte-
ligência e a capacidade de alunos e professores e 
as características específicas de suas comunidades. 
Esta diretriz prevê a responsabilidade dos sistemas 
educacionais e das unidades escolares em relação 
a uma necessária atualização de conhecimentos e 
valores, dentro de uma perspectiva crítica, respon-
sável e contextualizada, em consonância especial-
mente com o artigo 27 da LDB.
Desta forma, por meio de possíveis projetos 
educacionais regionais dos sistemas de ensino, 
através de cada unidade escolar, transformam-se 
as Diretrizes Curriculares Nacionais em currículos 
específicos e propostas pedagógicas das escolas. 
As escolas utilizarão a parte diversificada de suas 
propostas curriculares, para enriquecer e comple-
mentar a base nacional comum, propiciando, de 
maneira específica, a introdução de projetos e ati-
vidades do interesse de suas comunidades (artigos 
12 e 13 da LDB).
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32
As escolas devem, através de suas propostas 
pedagógicas e de seus regimentos, em clima de 
cooperação, proporcionar condições de funcio-
namento das estratégias educacionais, do espaço 
físico, do horário e do calendário escolar que possi-
bilitem a adoção, a execução, a avaliação e o aper-
feiçoamento das demais diretrizes, conforme o ex-
posto nos artigos 12 e 13 da LDB.
Paraque todas as Diretrizes Curriculares Na-
cionais para o Ensino Fundamental sejam reali-
zadas com êxito, são indispensáveis o espírito de 
equipe e as condições básicas para planejar os usos 
de espaço e tempo escolar. Há ainda a proposta de 
trabalho com temas transversais para difundir va-
lores: ética, meio ambiente, pluralidade cultural, 
trabalho e consumo, saúde e orientação sexual.
A missão fundamental da educação consiste em ajudar cada indivíduo a desen-
volver todo o seu potencial e a tornar-se um ser humano completo, e não um mero 
instrumento da economia; a aquisição de conhecimentos e competências deve 
ser acompanhada pela educação do caráter, a abertura cultural e o despertar da 
responsabilidade social. 
União Europeia
6.5 Diretrizes Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio
Vamos conhecer um pouco o percurso histó-
rico de nossa legislação.
Histórico
Dificuldades nas ações práticas correspon-
dentes aos objetivos, levando à inexistência de 
uma compreensão democrática e, consequente-
mente, de uma prática democrática. A prática tem 
se pautado por costumes e tradições, desconside-
rando a realidade concreta do cotidiano escolar, 
seu contexto socioeconômico e suas repercussões 
no processo ensino-aprendizagem, retardando a 
democratização do Ensino Médio.
Passar do Ensino Fundamental ao Ensino Mé-
dio e deste ao ensino superior ainda são pontos 
de estrangulamento do sistema escolar brasileiro. 
Nossa pirâmide educacional é uma das mais afuni-
ladas: menos de 50% da população de 15 a 17 anos 
está matriculada na escola e desta, metade ainda 
não terminou o Ensino Fundamental, cuja idade 
regular é dos sete aos 14 anos. Dados da UNESCO 
indicam que o Brasil tem a taxa mais baixa de ma-
trícula bruta na faixa de 14-17 anos, se comparada 
à de vários países da América Latina, sem falar na 
Europa, América do Norte ou Ásia.
O caráter de Educação Básica ganha conteú-
do concreto quando a LDB, em seus artigos 35 e 
36, estabelece finalidades, diretrizes gerais para a 
organização curricular e define o perfil de saída do 
educando. Algumas considerações importantes 
sobre essa afirmação:
ƒƒ Exclui a educação profissional, embo-
ra admitindo que, atendida a formação 
geral, possa preparar para o exercício de 
profissões técnicas;
ƒƒ Oportunidade histórica para mobilizar 
recursos, inventividade e compromisso 
na criação de formas de organização ins-
6.6 A LDB e o Ensino Médio
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica
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titucional, curricular e pedagógica que 
levem a superar o status de privilégio que 
o Ensino Médio ainda tem no Brasil;
ƒƒ Objetiva atender com qualidade as clien-
telas de origens, destinos e aspirações 
muito diferenciadas;
ƒƒ Última etapa do processo educacional 
que a nação considera básica para o exer-
cício da cidadania, acesso às atividades 
econômicas e prosseguimento nos níveis 
mais elevados e complexos da educação;
ƒƒ A preparação básica para o trabalho 
terá como referência a mudança nas de-
mandas do mercado de trabalho, dando 
importância ao desenvolvimento da ca-
pacidade de continuar aprendendo em 
todos os componentes curriculares, em 
consonância com os quatro pilares para 
a educação no século XXI (aprender a co-
nhecer, aprender a fazer, aprender a con-
viver e aprender a ser), exigindo diálogo 
e a busca de consensos sobre valores, 
atitudes, padrões de conduta e diretrizes 
pedagógicas. Diante da violência, do de-
semprego e da vertiginosa substituição 
tecnológica, revigoram-se as aspirações 
de que a escola, especialmente a mé-
dia, contribua para a aprendizagem de 
competências de caráter geral, visando 
a constituição de pessoas mais autôno-
mas em suas escolhas, mais solidárias, 
que acolham e respeitem as diferenças, 
pratiquem a solidariedade e superem a 
segmentação social; 
ƒƒ Mais que um conjunto de regras a ser 
obedecido, ou burlado, a LDB é uma con-
vocação que oferece à criatividade e ao 
empenho dos sistemas e suas escolas a 
possibilidade de múltiplos arranjos ins-
titucionais e curriculares inovadores. É 
da exploração dessa possibilidade que 
deverão nascer as diferentes formas de 
organização do Ensino Médio, integra-
das internamente, diversificadas nas 
suas formas de inserção no meio socio-
cultural para atender a um segmento 
jovem/adulto cujos itinerários de vida 
serão cada vez mais imprevisíveis, mas 
que temos por responsabilidade balizar 
em marcos de maior justiça, igualdade, 
fraternidade e felicidade. Deter-se so-
bre o plano axiológico e tentar traduzir 
em uma doutrina pedagógica coerente 
não significa ignorar o operativo, a falta 
de professores preparados e a precarie-
dade de financiamento. Ao contrário, o 
esforço doutrinário se justifica porque a 
superação desse estado de carências re-
quer clareza de finalidades, conjugação 
de esforços e boa vontade para superar 
conflitos, que só a comunhão de valores 
pode propiciar. 
A prática administrativa e pedagógica, as for-
mas de convivência no ambiente escolar, a organi-
zação do currículo e das situações de aprendiza-
gem e os procedimentos de avaliação deverão ser 
coerentes com os valores éticos, políticos e estéti-
cos que inspiram a Constituição e a LDB, organiza-
dos sob três consignas:
a) A Estética da Sensibilidade:
ƒƒ Em substituir a estética da repetição e 
padronização;
ƒƒ Estimula à criatividade, ao espírito inven-
tivo, à curiosidade pelo inusitado e à afe-
tividade;
ƒƒ Valoriza a leveza, a delicadeza e a sutile-
za;
ƒƒ Reconhece e valoriza a diversidade cultu-
ral brasileira;
ƒƒ Valoriza a qualidade, nas práticas e pro-
cessos, e a busca de aprimoramento per-
manente. Para essa concepção estética, o 
ensino de má qualidade é, em sua feiura, 
uma agressão à sensibilidade e, por isso, 
será também antidemocrático e antiéti-
co;
ƒƒ Não convive com a exclusão, a intolerân-
cia e a intransigência.
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b) A Política da Igualdade:
ƒƒ Reconhece a diversidade e afirma que 
oportunidades iguais são necessárias, 
mas não suficientes, para oportunizar 
tratamento diferenciado, visando a pro-
mover igualdade entre desiguais;
ƒƒ Seu ponto de partida é o reconhecimen-
to dos direitos humanos e o exercício dos 
direitos e deveres da cidadania como 
fundamento da preparação do educan-
do para a vida civil;
ƒƒ Busca a equidade no acesso à educação, 
ao emprego, à saúde, ao meio ambiente 
saudável;
ƒƒ Combate todas as formas de preconceito 
e discriminação por raça, sexo, religião, 
cultura, condição econômica, aparência 
ou condição física;
ƒƒ Compreende e respeita o Estado de Di-
reito e seus constitutivos abrigados na 
Constituição: Sistema Federativo e o re-
gime republicano e democrático;
ƒƒ Fortalece uma forma contemporânea de 
lidar com o público e o privado. Associa-
-se à ética ao valorizar atitudes e condu-
tas responsáveis em relação aos bens e 
serviços entendidos como “públicos”;
ƒƒ Se expressa por condutas de participa-
ção e solidariedade, respeito e senso de 
responsabilidade, pelo outro e pelo pú-
blico;
ƒƒ Denuncia estereótipos que alimentam as 
discriminações;
ƒƒ Pressupõe compromisso permanente no 
uso do tempo e do espaço pedagógico, 
as instalações e os equipamentos, os ma-
teriais didáticos e os recursos humanos 
no interesse dos alunos.
c) A Ética da Identidade:
ƒƒ Seu ideal é o humanismo de um tempo 
de transição;
ƒƒ Reconhece que a educação é um proces-
so de construção de identidades: própria 
e do outro;
ƒƒ Tem como fim mais importante a auto-
nomia, condição indispensável à realiza-
ção de um projeto próprio de vida;
ƒƒ Para tanto, precisam desenvolver a capa-
cidade de aprender, tantas vezes reitera-
da na LDB.
As escolas

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