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Direito positivo -> direito ao encargo do Estado, proposto pelo Estado; direito posto, obrigatório; é declarado ao Estado. Na lógica do direito positivo, o direito natural e a moral não existem. O advento do liberalismo traz a codificação. Na baixa idade média, já existiam vários indícios da existência do Estado. A unidade política se consolida desde o século IX. A união política, que formaram grandes espaços territoriais ao longo do século XV, levaram a formação de Estados Nacionais, com um único monarca governando. Na transição do século XVIII, a França também seu direito unificado, propriamente estatal, baseado na escola de exegese. Direito codificado é o direito pós revolução francesa. O direito pré-revolução francesa é o antigo regime. Constituição brasileira de 1824 é muito liberal pra época. Liberalismo político -> certeza do direito, garantias contratuais, etc. Formação do estado moderno -> tem a ver com a padronização (pessoas iguais submetidas ao mesmo Rei). Eles acreditavam que sociedades heterogêneas não se submeteriam aos monarcas, que não daria certo. Juridicamente, o Rei não governava nada na Idade Média, apenas seu feudo era controlado por ele mesmo (o acordo para governo de outros feudos era feito pela vassalagem com outros cavaleiros). Na Baixa Idade Média, o Rei tenta subir para o topo. Quando ele chega ao topo, forma-se o absolutismo. O Rei fica muito tecnocrata. No século XVI, existem reis criados para serem reis. Havia todo uma estrutura para manter exércitos treinados. Estado da Espanha -> Primeira formação de um Estado Moderno. Castela era um reino forte. Capital era Toledo, uma cidade do armamento bélico. Guerra contra os mouros. Reinos de Aragão e Castela eram os dois mais voltados na guerra contra os mouros (árabes). Os espanhóis fizeram um jogo político para expulsarem os mouros. Madri seria a capital dos espanhóis. Houve a unificação de territórios e enfim expulsam os mouros. Espanha era uma unidade, apesar de suas línguas diferentes. Rei Afonso (futuro Rei de Portugal) não quis se unificar com a Espanha. Ele também "desceu" varrendo os mouros. Algarve só é anexado a Portugal no século XIX. Foi feita capital Lisboa (a cidade do Porto era a capital anteriormente). Com a unificação do Estado Moderno, eles tentaram homogeneizar as pessoas (converteram os judeus, muçulmanos ao catolicismo, por exemplo). Perseguiram os ciganos, também. Direito canônico -> direito proposto por Tomás de Aquino, na primeira parte da segunda parte da Suma Teológica. É o direito católico. Direito romano -> direito comum. Common law -> direito consuetudinário, dos costumes Ordenações -> codificadas pelo monarca, muito confusas. Havia esses 4 direitos durante o Estado Moderno. Com o liberalismo, houve uma uniformização. No antigo regime, existiam tribunais régios e eclesiásticos, que podiam tomar decisões contrárias. Quando a burguesia começa a crescer, ela é a interessada num direito certo, porque certamente a favoreceria. Valorizava-se muito o direito canônico em Portugal durante o Antigo Regime. Nossos inconfidentes eram todos formados em direito canônico. Era mais sofisticado. O juiz tinha uma formação muito vaga. Em Portugal ouvia-se muito a vontade do Rei, então o direito régio (ordenações) era predominante. O liberalismo queria acabar com isso. O direito num único código geraria estabilidade jurídica, algo que a burguesia ansiava. Surgem contratos, pactos contratuais, algo liberal. Do século IV ao século VI, caiu o império romano. Surge a idade média. Do IX ao XI surge a baixa idade média (surge a burocracia estatal; uma nova tecnologia jurídica; técnicas jurídicas, etc.). No século XV, os estados modernos (revolução científica, chegada a América, antropocentrismo). Já começa a modernidade, com Estados Modernos. O direito é igual ao que foi durante a idade média. No século XVIII, começa o período da codificação, que possibilita um direito estatal totalmente. A partir do liberalismo, temos unicamente o direito estatal. Não importa mais o certo e o errado. O direito começa a ser mais pragmático, baseado num utilitarismo. Direito natural é um direito que está ligado a um discurso da verdade. Pretende dizer a essência humana. Também se diz que é uma verdade transcendental, ou seja, não experimental. Direito natural está no campo da metafísica (além da natureza, sobrenatural). Jusnaturalismo -> direito natural É transcendente, determina uma essência. Jus racionalismo -> mesma coisa que jusnaturalismo, só que baseado na razão Racionalidade de um Deus dizendo qual é o direito -> teocracia. Na antiguidade quase todos os povos eram teocráticos (direito teocrático). Gregos e romanos não eram teocráticos. Eles tinham um direito de ordem cosmológica (direito cosmológico). A escravidão era natural para gregos e romanos. Pro grego, você tem que enterrar o morto. Se não fizer isso, um tanto de consequências negativas recaem sobre quem descumpriu esse direito natural. "Aqui se faz, aqui se paga" -> frase oriunda de direito cosmológico (lógica cosmológica). Horóscopo -> muito ligado a essa ordem natural das coisas. Os gregos acreditavam muito em horóscopo. Na Idade Média, havia uma ordem teocrática. Deus legislador (cristianismo). Summa Theologica (I-II) - Sto. Tomás de Aquino (XIII). Nesse livro, Tomás de Aquino falava de Lex Eterna, Lex Naturalis, Lex Divina e Lex Humana. Lex Eterna -> pertence a Deus, só ele controlaria Lex Naturalis -> participação do homem na lei de Deus; o homem cria legislações, participando do plano de Deus; a Igreja, na visão de Tomás de Aquino, tinha o poder de expressar o direito natural Lex Divina -> as escrituras; o próprio Cristo, na mão dos apóstolos, legislando. Lex Humana -> direito positivo, direito dos humanos. Quando se aproxima do século XVI, ocorre uma efervescência cultural na Europa. Nesse movimento, a Igreja é colocada em xeque. "Humanismo" -> valorização do homem. "Renascença" -> retomada dos valores greco-romanos. Esse momento propicia uma oportunidade de aparecimento de teorias acerca do direito natural. Jusnaturalismo (no caso, jus racionalismo) -> existe um sistema pré-definido que regula a natureza humana; a razão predomina. Hobbes, Montesquieu, Voltaire pensavam nessa linha. Essa ordem era justificada racionalmente. No século XIX, a crença numa verdade imutável, numa natureza humana única e comum, está em crise. A escola histórica defende que o homem é local, muda no tempo. Abre caminho para uma escola do direito que está interessada no que pode ou que não pode. Busca uma atmosfera utilitarista. É objetivo, é o direito positivo (direito posto, obrigatório, sem um discurso de verdade). Do século XVI ao século XVIII, imperou o jusnaturalismo (essência humana em pauta). Nesse período, porém, é jus racionalismo, uma justificativa racional dessa verdade. Renascimento, descoberta da América, contra-reforma -> todos levaram a um jus racionalismo. 1616 - Hugo Grotius -> primeiro que diz a respeito do jus racionalismo. No século XVII, aparece uma ideologia nova: o iluminismo. John Locke -> traz a ideologia do liberalismo político (previsibilidade da lei, segurança da lei, completude da lei). Os sem berço começam a ter direitos (todos iguais perante a lei;). Bill of rights da Revolução Gloriosa. Thomas Hobbes -> jus racionalismo baseado na violência. No século XIX -> D.Pedro I iniciou a codificação no Brasil com a Constituição de 1824. Em 1830, o código penal foi codificado. D.Pedro I é o símbolo do liberalismo no Brasil (ou seja, da codificação). Código civil francês só vem em 1804 (Escola de Exegese). Com o código, é preciso sistematizar (aí vem a teoria da sistematização do direito). Quando um código é construído, ele tem o objetivo de unificar o direito de um país em um só. A partir desse momento, só o código pode ser usado (e tem de ser usado de forma sistêmica). Os códigos tem que ser coerentes e completos. Lacunas -> são resolvidas por analogia ("memo ratio") ou por outros métodos, pra gerar segurança jurídica. Normas conflitantes Princípios: - a lei específica regula a lei geral - A norma mais nova sobrepõe uma mais velha. Codificação -> novidade porque trouxe o conceito de UNIFICACÃO, única fonte do direito. Lacuna -> situação concreta que não é prevista pelo código. Analogia: interpreta-se a norma a partir de uma outra similar. Princípios: orientações gerais com força normativa. A partir de uma interpretação do artigo, toma-se uma decisão. Equidade: o juiz utiliza seu senso de justiça, desde que não seja contra a lei. Antinomia -> conflitos de normas; normas que tratam de situações idênticas, mas o ordenamento só pode dar uma decisão. Critério hierárquico: no topo, a constituição da República, abaixo dela, as leis federais, e na base, outras (leis estaduais, etc). Critério temporal: se não houver diferença de matéria, prevalece a mais recente (que anula a mais velha). Critério da especialidade: entre uma norma geral e uma especial (específica) prevalece a específica (código do consumidor sobrepõe o código civil, por exemplo). Liberalismo político -> ter garantias individuais, que não podem ser sobrepostas pelo soberano. Direitos de primeira geração -> autonomia de vontade, livre contratação, etc. No século XIX, o Estado começa a ficar forte demais, a efetivamente aparecer como fonte de direito. Ele era o autor e o executor do direito. É o efeito de direito positivo (direito obrigatório, direito estatal, direito posto). John Austin dizia que o direito devia dar previsibilidade (para funcionar), não estar preocupado com o que é justo ou injusto. Teoria do comando: o soberano determina a norma, que será seguida pelo súdito. O que fará com que os súditos cumpram é que eles são passíveis de sanção. Austin dizia que tinha que haver um vínculo (o mal da sanção), pois os laços morais e religiosos são mais tênues. Teoria do direito posto: troca do pressuposto de finalidade pelo de validade. No auge dos Estados totalitários (Estado de direito positivo), começa-se uma discussão de que o Estado não podia usurpar o direito da população. Isso desemboca num Estado democrático de direito. Questões relevantes sobre o texto do Bobbio (lembrem de que cairá na prova somente a primeira parte) -> Norma como fonte ativa de direito - A questão da diligência normativa (Jeremy Bentham) -> Teoria da sistematização do direito (Teoria do Ordenamento jurídico) - O uso da lógica para garantir a segurança jurídica -> Princípio da legalidade -> Teoria da autoesgotabilidade do direito (Teoria do direito positivo) ------ Documentários: 1 -> Verdade: 12.528 (Não tenho certeza do número) 2 -> Jango 3 -> Filme: 1984 (preto e branco); 1984 é obra de George Orwell ------ Norma como fonte ativa de direito -> a lei escrita, codificada transforma a sociedade. No Antigo Regime, o direito vinha da tradição, do passado. Ou seja, o direito não propunha mudanças, e sim estava ligado ao passado (manutenção de valores de séculos e séculos). Era o saber da tradição. A codificação parece um processo revolucionário, porque é um contrato (e muda as coisas). Jeremy Bentham conseguiu compreender esses processos, e disse que era possível transformar a sociedade através do direito (correção de vícios, mudanças econômicas, mudanças civis, etc). É a diligência normativa. P/exemplo: Código de defesa do consumidor: modificou muito a sociedade, pois antes a indústria nacional tinha muita preferência. Após isso, e depois de muitas mudanças econômicas, o Brasil abriu o mercado e deu uma guinada. Lei do desarmamento: criminalizou o uso de armas de fogo. Em suma, o direito passa a transformar e o Estado passa a controlar as pessoas. E definiu padrões, como, por exemplo, controle de estereótipos. O Estado cresceu muito, e isso é perigoso, danoso. Democracia é diretamente proporcional à riqueza. O Estado não pode ser o dono do direito, mas muitas vezes usurpa o direito, que é da sociedade civil. O juiz/promotor tem compromisso com o direito, com a sociedade, e não com o Estado. Teoria da sistematização do direito -> teoria do ordenamento jurídico; é a ideia do direito funcionar como uma máquina elíptica (fechada), um sistema. Uma produção específica, sem que as pessoas necessitassem intervir. O uso da lógica para garantir a segurança jurídica foi frustrada. O plano era reduzir tudo a um manual, onde tudo estava lá, e isso não é possível (pois somos cheios de particularidades, e é necessário a subjetividade). Princípio da legalidade -> ligado ao liberalismo; só vale o que está na lei. Autoesgotabilidade do sistema -> direito esgota em si mesmo (não tem porque, não tem justificativa); está ligado ao direito positivo; a norma é simplesmente posta. Matar é proibido pelo direito natural, e pelo direito positivo também. Mas ele não puxou isso do natural. Quando vira norma, não deve ser justificada (porque aí ela é enfraquecida, e o direito positivo quer fugir disso). Norma como fato, sem precisar justificar. Ela quer ser válida, e não legítima. O direito positivo não está preocupado com justiça, e sim com a norma. Tércio: Norma como proposição -> Se A é, B será Norma como prescrição -> Comando Norma como comunicação -> Intersubjetividade (Pg 75 e seguintes) -> Conceito de norma > e é preciso lembrar da ideia de sistema (pág. 72, ao final) - lei - significação de algo - Kelsen Norma pode funcionar como proposição (posição adiantada). Sistema justo de normas, pré-estabelecido. Kelsen foi um dos que propôs isso. Criou previsibilidade, e evita as tiranias, os excessos. É uma regra do jogo a seguir. É um dever ser, por isso deve ser seguida. Para Kelsen, a justiça é o que vale pra um valer pro outro. Mas não era suficiente. Precisava do entendimento que o direito não é do Estado, e sim dos cidadãos. Norma como prescrição. Alguém está prescrevendo, uma autoridade está estabelecendo um direito. Subjetivismo da autoridade. Norma como comunicação, como processo de nossa intersubjetividade. Sistema racional de direito, porque é dialógico, é construído numa razão argumentativa. É preciso entender a regra e participar dela. Parte do pressuposto que as leis são criadas a partir de nossa subjetividade partilhada, em acordo. Conceito de norma: é uma lei; usualmente usamos lei para a norma escrita. Norma implica num saber mais complexo, em como é feito. Norma é maior que lei. É uma palavra que significa o dever a ser cumprido. É uma significação de algo. Eu posso compreender o que o outro quer dizer porque mantemos uma subjetividade comum. A significação que ela porta é o ponto de partida, não a conclusão. A norma diz o que deve ser, o que se faz em determinada circunstância. É um saber público. Hans Kelsen -> ele entendeu muito bem a ideia de sistematização do direito. O direito é um sistema de normas. Há uma série de normas, e elas devem ser escolhidas de acordo com determinadas situações. O trabalho do jurista é escolher qual norma é melhor para cada momento. Ele nunca deu a significação que o direito é ponto de partida, até porque ele morreu antes de uma maior complexidade surgir. A norma é: Geral -> as normas são para todas pessoas; ela é sempre geral; Abstrata -> não são concretas; Bilateral -> dá um dever e um direito; sempre tem duas partes; Imperativa -> ela não é um conselho, e sim algo que se é obrigado a fazer; é uma ordem Coercitiva -> dá punição; 4.1.2 Teoria da Linguagem Como funciona as operações sistêmicas cognitivas? Nós funcionamos como um sistema cognitivo, e ele estabelece metáforas entre nosso sistema biológico e o de comunicação. Sistema operacional precisa de um certo input. Sem o input certo, o sistema operacional não funciona. O sistema exige que possamos fazer certa situação. O direito funciona como um sistema. Ele precisa de um input certo para funcionar corretamente. O sistema jurídico funciona por uma redução de complexidades. Precisa entrar com o input correto ou interpretar o output. Existe uma seletividade que seleciona as possibilidades para cada momento. Quando o sistema está funcionando, ele tem uma expectativa de sucesso. No direito, não interessa que soframos desilusões. O direito tenta estabelecer o sistema (estabilizar as expectativas) para não ocorrer desilusões. O ato humano é subjetivo. Mas o direito classifica essas subjetivações. Se eu tenho uma expectativa, uma contingência pode quebrá-la. Matar alguém é crime, mas em legítima defesa não é. Podem fazer a norma deixar de ser norma. Mas ela ainda continua valendo. -Sociedade como Sistema -Sistemas cognitivos -> palavra comportamento: depende da situação. Dependendo das situações o comportamento é interpretado de formas diferentes. -Expectativas de comportamento -> as ações estão dentro de uma rede de expectativas pré - definidas; podemos punir uma pessoa sabendo qual é a expectativa daquela ação. O advogado quando faz um pedido tem uma expectativa. O Estado quer ter mecanismos de alto grau de confiança que garantirá o cumprimento das expectativas. Ele cria uma seletividade, para as expectativas serem mantidas. Todas relações sociais são dinâmicas. As normas vão mudando à medida que as expectativas vão tendo mudanças. A forma como interpretamos a lei muda ao longo do tempo. Expectativas contrafáticas e metacomplementares: Contrafático -> aquilo que é suposto que todos deveriam fazer mas não é natural, logo é contrafático. Há suposição. As expectativas trabalham com situações contrafáticas. O ser humano trabalha com contrafaticidade. O direito estabelece todos ramos da contrafaticidade, como tudo deveria ocorrer. Metacomplementariedade -> às vezes uma regra só é entendida porque existe uma regra acima dela que a determina. Um contrato, antes de sê-lo, traz um dever. Ou seja, um contrato tem expectativas metacomplementares. É o encadeamento de regras que levam aos princípios. Os princípios são metacomplementares. Existem complementos, além da contrafaticidade, que vão organizando os sistemas. Direito -> Sistema cognitivo operacional; rede cognitiva cheia de expectativas, uma vez que é cheia de previsões. Nas relações civis, o Direito cria seleções, explicando cada situação. Norma jurídica -> normas institucionalizadas por um poder público. Eles ganham caráter de publicidade. As normas ganham caráter de metacomplementariedade (uma norma supõe a outra, que supõe a outra, ...) As normas também são contrafáticas. Elas quase sempre são normas de núcleos abstratos. A norma não é uma premissa, e sim um dizer que fale certa coisa. É um ponto de partida, um começo de conversa. Ela não concretiza a sentença, ela sugere. Para ter sentença é preciso ter concreção. A norma pode virar sentença ou não. Ordenamento jurídico Tem que ser entendido como um sistema. Noção de sistema vem desde o século XVI. Elementos hierarquizados, numa dinâmica, numa coordenação. O corpo humano é um sistema. O sistema normativo é formado por normas e por entendimento sobre como as normas são aplicadas e interpretadas. Ou seja, tem uma complexidade muito maior. Se uma norma for incompatível com o sistema, ela será expurgada. O ordenamento é dinâmico, pois sempre está alterando. O sistema ainda está em movimento, as normas vão caducando (quando uma outra norma aparece e as tornam incompatíveis ou o desenvolvimento da sociedade as torna incompatíveis). 4.2.3 -> sistema estático de normas: as grandes dicotomias Em nosso sistema jurídico, nas suas cortes diversas, há debates. O sistema jurídico está em movimento, não é estático. O que uma lei diz depende do intérprete. As palavras têm significados diferentes. Os juízes podem interpretar uma lei diferentemente, e uma lei em uma época pode ser interpretada de forma diferente de acordo com o contexto. A interpretação muda, então há sempre uma reelaboração de decisões. Teoria do ordenamento jurídico trabalha também com situações não normativas. Preâmbulo -> como as normas devem ser interpretadas; analisa o contexto histórico. O ordenamento jurídico também faz uso de princípios, de analogias. 4.3.1 -> hierarquia dos métodos para preencher as lacunas Uso dos princípios, de regras gerais, é a forma mais usada de se resolver lacunas e antinomias. Quais são as questões fundamentais do código. Muitas vezes os princípios não estão explicitados, mas em alguns sim. Uma norma nunca vai estar certa ou errada. Ela vai ser válida ou inválida (dentro de um sistema). A decisão (proposição) do juiz pode ser verdadeira ou falsa. O nosso sistema foi ficando mais complexo ao longo do tempo, estava se inserindo demais na vida social. O sistema ganhou complexidade tal que fez os indivíduos virarem objetos. O sistema jurídico se transformou num mecanismo de controle do Estado. O sistema jurídico (além de sua complexidade administrativa) domina um território e os corpos desse território, numa lógica de soberania. Os direitos são jogos de poder. Sistema de normas correlacionados, que nos controlam. Introdução à teoria de Carlos Campos -> O pensador -> A existência de fatores internos não aparentes no direito -> Direito como superestrutura - Técnica adequada à realização de interesses humanos - A lei é uma técnica de realidade -> Os elementos jurídicos não tem valor em si - O direito é sempre teleológico -> Realismo sociológico -> examinar os fatos sociais -> processos capazes de elaboração e realização de direitos. - Há uma inteligência oculta nos processos sociais Para ele, o direito é uma técnica de sobrevivência, dentro de um processo evolutivo social. É uma técnica, altamente funcional, que cada vez se consolidou, pra que pudéssemos nos organizar. Ele gostava muito de Mal Estar da Civilização e Totem e Tabu, livros de Freud. Dogmatizaram algumas condutas para o interesse social. Existência de uma superestrutura -> o Estado, para que os interesses de alguns sejam realizados. O mundo vai se elaborando inteligentimente, e os interesses vão fazendo aparecer alguns cargos jurídicos(policial, juiz). Os direitos importantes são cumpridos, e os não importantes são deixados de lado. O sistema opera de acordo com o que é importante para ele. O Estado não gasta energia e força em certos lugares, pois nao é importante para ele. O direito à propriedade, ao privado, é prioritário, mesmo não sendo pra maioria, uma vez que nem todos têm propriedade (é um direito fundamental). A Revolução Francesa trouxe direitos burgueses. Os poderosos têm seus direitos cumpridos de forma prioritária. Ter uma moradia é um direito fundamental de todos nós, mas nem todos têm e o Estado não se preocupa com todos (e foca em outras coisas, como o trânsito). Os direitos dos mais pobres não são pra eles, mas sim tendo em vista seu trabalho (na visão de Carlos Campos, no caso). Ou seja, a saúde pública não é para o bem dos pobres, e sim para o fim das doenças. pacto de núpcias (serve para controle de bebês, até que surgiu os métodos anticoncepcionais na revolução sexual dos anos 60 do século XX). Pelo nosso direito qualquer atentado à propriedade é grave. Fatores internos não aparentes no direito -> são valores cristalizados em leis (não matarás, não furtarás, etc) Direito é uma superestrutura, criou um Estado, fóruns, códigos, tudo para promover os interesses dominantes. A lei é uma técnica de realidade. Ele quer separar a lei da metafísica. Uma norma não vale por estar em si, ela representa algo que está oculto, às vezes nem aparente. Por isso ela é dogmatizada, para não ser colocada em xeque. O direito é sempre teleológico (sempre cumpre a um fim - teoria do realismo sociológico). Ele estava interessado em explicar o direito através dos fatos sociais. Os direitos não partem de uma autoridade, e sim de forças sociais, que as elaboram. Por mais que se proíbam as drogas, elas estão aí na sociedade. -------- IED - MATÉRIA DA PROVA Primeira parte do Bobbio (positivismo juridico) Tércio -> página 68 até 155 (tópico 4.3.1.3) Carlos Campos -> página 35 até 185 --------- Justiniano resgatou o que Roma tinha de relevante. Ele elaborou uma compilação. Código de Justiniano -> não era sistematizado, mas era uma reunião de leis romanas, que passaram a servir de base para o direito que se constituía na Europa. Com a ascenção das universidades, na Itália, começou-se a estudar o código de Justiniano, junto com o direito canônico. Ou seja, cada vez menos foi tendo o contraste entre os direitos. Os Estados Nacionais foram se formando, dando origem às Monarquias Absolutistas. Ainda não existia uma regularidade no direito, que ainda era o que o Rei achava, ou ainda era aplicado o direito canônico ou código de Justiniano. A Revolução Francesa veio para quebrar com a dispersão do direito (típica do Antigo Regime). A burguesia era a mais interessada em relações estáveis, acabar com as incertezas. Daí surgem os códigos, que carregavam uma tentativa de garantir a não frustração de expectativas. Ou seja, tenta-se dar cientificidade aos códigos, uma lógica dentro dos códigos, para que eles sejam compreendidos. Existia a crença que a lei poderia impedir arbitrariedades. Fez surgir alguns movimentos: - Escola de exegese (A lei surge como um elemento impeditivo de arbitrariedades; o direito é a lei, entao nem os juízes podem ir além da lei; os juízes são a boca da lei; a lei posta pelo Estado seria capaz de impedir qualquer arbitrariedade). Exegese ao positivismo -> lei posta pelo Estado deve caracterizar o Direito. Na essência do positivismo juridico, o Direito é aquilo que é posto pelo Estado. Vai ter seu ápice na teoria kelsiana. Kelsen coloca que não há de se pensar em Direito que não seja aquilo posto pelo Estado. Não há como se pensar o Direito fora do Estado, segundo ele. Norma fundamental -> a partir dela irradiam-se todas demais leis, todas decorrendo dela. Se há em um determinado Estado um tribunal capaz de mudar os limites do Direito, isso seria válido (pois é posto pelo Estado). Hitler subiu ao poder na Alemanha dentro da lei, e fez tudo que fez dentro da lei (ou seja, numa ótica positivista). Considera-se o surgimento de um Ordenamento. Passa-se a enxergar o Direito como um sistema, um ordenamento. Passa-se a considerar elementos dentro do Ordenamento que se comunicam. Da mesma maneira que se acreditava na completude do código, tem-se também a completude do ordenamento jurídico, ou seja, através de lacunas e antinomias é possível resolver possíveis falhas do ordenamento. Em síntese, havendo antinomia, o aplicador deve pensar se aquela norma, supostamente conflitante, tem uma especificidade (se tiver, ela sobrepõe a geral). Se não ocorrer, tem que ver se há uma acima na hierarquia. Sendo da mesma hierarquia, a mais nova se sobrepõe. Lacunas -> resolvidas através de Princípios, analogias e equidade. Não havendo normas para se resolver certo problema, procura-se mecanismos para resolvê-la. O que mais se usa atualmente são os princípios. Dentro do ordenamento existem critérios hermenêuticos não positivados. Ou ainda princípios não positivados que são aplicados. O Ordenamento absorve essas ideias, para que façam parte dele. Preâmbulos -> situações não normativas, que não possuem força normativa. Mesmo assim possui relevância ao Ordenamento, mesmo não sendo lei posta. Exposição de motivos também faz parte do Ordenamento, mesmo não sendo normativo. Elementos não normativos oriemtam a aplicação do direito. Para Foucault, em linhas gerais, tudo no mundo se baseia em jogos de poder. Assim, o Estado também faz/fez jogos de poder. No Tércio, Foucault é citado como um autor que defende que o Estado se tornou sujeito do Ordenamento, e que atende os direitos de alguns e faz práticas perversas (o sujeito vira objeto do Estado). O sujeito é objeto do Ordenamento e tudo é justificado pelo Ordenamento. Isso entra na linha do Carlos Campos, pois pra ele o Direito reflete o pensamento de uma mentalidade dominante. O Direito é instrumento de dominação e perversidade. Quem mora na periferia tem menos direitos porque mora na periferia. O próprio Estado delimita geograficamente a população que o interessa. Dessa forma, vê-se que o Estado é desagregador, preconceituoso (tudo na forma velada). Só há norma a partir da interpretação (isso na Teoria do Direito como Interpretação). Na Teoria do Direito como Norma, a interpretação vem da norma. Teoria do Luhmann -> as sociedades, de maneira que vão evoluindo, se tornam complexas. O direito surge como uma forma de se evitar contingências. A alta variabilidade de expectativas faz com que o direito tente reduzir contingências (permitir que as pessoas tenham certeza que determinada coisa aconteça). Direito vem para estabilizar as expectativas. Logo, ele vem para simplificar as sociedades e precisa se simplificar. Assim, as respostas são dadas a partir de um comando específico. Essa simplificação do sistema acaba tornando-o burro. Luhmann considera o direito um sistema autopoiético, ou seja, se alimenta de elementos internos. Toda lógica do direito vem de elementos já postos, internamente. A lógica do sistema é fechada. Revisão -> Sobre o Bobbio: - Escola Histórica - Escola de Exegese - Iluminismo e codificação (princípio da legalidade) - Teoria do ordenamento jurídico - Teoria da completude do ordenamento jurídico - Teoria da imperatividade da norma jurídica - Positivismo juridico; -> Tércio - Teoria da norma jurídica *propositiva *prescritiva *comunicação - Teoria do sistema * seletividade * desilusão * estrutura - Dinâmica do ordenamento - Dogmática e zetética Escola histórica -> dessacraliza o direito natural; o direito natural não é colocado mais como importante, pois não temos condições de afirmar qual seria a essência humana. É um discurso que está em desuso. Ela diz que existe uma historicidade para a organização de nosso direito. O direito regional é de cada área, e não universal. Ela afirmou o princípio de historicidade do direito. Escola de Exegese -> ligada ao código de 1804 (de Napoleão). Trabalha por meio do silogismo; é uma supervalorização da lei escrita, codificada; a lei codificada é uma máxima, algo inquebrável. Possui uma mentalidade altamente objetiva, constrói um saber objetivo. Ligada ao liberalismo, ligada ao princípio da legalidade. Ela dá ênfase numa interpretação objetiva da norma. Ela quer fazer o código ser completo, assim, afirma a completude do código. A escola é muito ligada à dimensão literal da norma, à lógica do silogismo. É uma escola francesa. Aquilo que a norma não dispôs não é direito, segundo a Escola de Exegese. A escola de exegese era demasiadamente engessada, ao mecanicismo. Era demasiadamente liberal. Ela não considera a existência de lacunas, uma vez que não existia a noção de uma sistematização do direito. Iluminismo e codificação -> a codificação é efeito do iluminismo; o iluminismo é um discurso de direito natural (jus racionalista - "Recta Ratio"). A codificação decorre daí, apesar de não ser direito natural. Códigos que se parecem contratos -> direito estatal, Estado como fonte do direito, ideia de unificação do direito. O iluminismo rompe com o sistema plural, com a unificação do direito com regras imanentes, como direito estatal. O liberalismo, que estava ligado à lógica comercial, queria previsibilidade. Princípio da legalidade: "não há crime sem lei que preceda"; o que vale é o que está na norma. Teoria do completude do ordenamento jurídico -> o ordenamento seria completo, teria de tudo que precisava dizer; assim, é usada uma racionalidade inclusa no ordenamento para a resolução de lacunas. "Memo Ratio". Teoria da imperatividade da norma jurídica -> a norma jurídica escrita vai valer mais; fez o direito escrito valer mais que todos. Positivismo juridico -> direito posto, imposto pelo Estado, obrigatório. Não se preocupa com certo ou errado, preocupa-se com regras que estabilizem o sistema. "Jus Postum". O importante é dar à sociedade segurança, objetividade. Teoria da norma jurídica -> a norma pode ser propositiva (quando está em posição de prontidão; não é o juiz que dá a pena a alguém, mas sim a pessoa que puxou o gatilho do sistema, uma vez que ele já estava pronto), prescritiva (aparição do comando) ou de comunicação (sistema de comunicação; ligação entre os indivíduos; a norma serve para nos fazer entender os limites do nosso contato; assim, ela assenta a nossa sociedade) A norma funciona como um estabilizador, ela diz o que pode fazer e o que não pode. Teoria do sistema: Tércio mostra que o direito é um sistema operacional cognitivo (que mostra uma seleção de possibilidades cognitivas do que acontecerá ali). Seletividade -> possibilidades que o sistema lhe produz Desilusão -> o sistema cria mecanismos para estabilizar as expectativas e não deixar que ocorram desilusões dessas expectativas Estrutura -> Estado, que mantém a estrutura; o Estado é a superestrutura que mantém o sistema jurídico. Sistema jurídico é dinâmico, é transformável. A todo ponto o direito se redefine. O ordenamento é dogmático (cumprimento das normas objetivamente) e zetético (interpretação das regras). Direiro objetivo -> não depende da minha vontade, eu preciso fazer, cumprir etc. Direito subjetivo -> quando eu posso escolher. Traz uma certa subjetividade. Austin -> foi o primeiro que pensou em direito positivo, exclusivamente vindo do Estado. Bentham -> diligência normativa; sistema que traz progresso (norma como fonte ativa de direito). ------------------------- Paulo Bonavides Ele trabalha com uma lógica de novo constitucionalismo -> pós positivismo. O positivismo trabalha o conceito de direito estatal. O Estado estruturava a sociedade, era uma autoridade. O processo vai se tornando muito forte, logo, Estados autoritários vão surgindo. Aproxima-se de uma lógica totalitária. Alguns se tornaram totalitários (Alemanha nazista e URSS). Welfare State -> dava suporte à sociedade, mas não fazia para a população, e sim para o desenvolvimento do capitalismo. As escolas eram pra formar os trabalhadores, o sistema de transporte era para o povo ir trabalhar, o sistema sanitário para diminuir a mortalidade etc. No Estado capitalista do início do século XX, os estereótipos diferentes do trabalhador eram punidos. As populações diferentes (grupos dissidentes) eram marginalizadas, pois atrapalhavam a homogeneização da sociedade. Todos tinham que ser felizes, dóceis. O Estado democrático de direito vem para defender as minorias. Ele tem de proteger as minorias, para que elas podem se emancipar. A população negra, por exemplo, chegou ao Brasil como escrava. Quando a escravidão acabou, ainda existia o preconceito de que o negro tinha que fazer os trabalhos braçais. Para acabar com a desvantagem histórica, o Estado fez ações para compensar esse desequilíbrio de muito tempo (cotas). As mulheres são uma minoria política no Brasil. Estado democrático de direito -> reserva a autonomia, emancipação, direito a diferença Sociedade livre emergiu de alguns movimentos civis, como o rock 'n' roll, o movimento hippie, movimento black power. Eles foram grupos de insurreição social. --- Quando a Espanha se unificou, ela foi o primeiro Estado Moderno, pois ela juntou o Reino de Castela e Aragão com um casamento. Eles se juntaram para expulsar os mouros, que ficavam em califados (atual Andaluzia). Eles se unificaram para atacar os muçulmanos. Em Portugal aconteceu a mesma coisa. Um duque (de Bragança) se transformou em um Rei. Ele conquista a cidade do Porto, cidade que era muçulmana. Eles foram descendo e expulsando os muçulmanos. Assim que a Espanha se unifica, eles constroem Madri, capital dos espanhóis )e não dos castelos). Catalões e bascos eram parecidos com os castelos, enquanto os judeus eram mais diferentes. Aí começa o problema com os judeus, eles começam a ser perseguidos. Assim, eles começam a fugir. Isso também ocorreu em Portugal. Ou seja, isso foi uma perseguição a estereótipos. É a política dos estereótipos, que começou a se formar nessa época. Isso gerou um senso de unidade política, que era importante para concorrer no capitalismo. Assim, os dissidentes tinham que ser destruídos, perseguidos. ---------- Estado democrático de direito (ou apenas de direito, como é usado no mundo todo) - Possui ideias centrais: - Constitucionalizacão; Assembleia constituinte -> eleita para votar a nova Constituição; deve ser feita por meio de plenárias. O povo é chamado de poder originário, e as constituintes são chamadas de poderes derivados. A Constituição é a norma que o povo mais pode participar (na sua formação), por isso é a mais importante. - O direito não pertence ao Estado, e sim à sociedade civil. Antes, entendia-se que o direito emanava do Estado/Soberano. Um promotor de justiça, por exemplo, nao é um servidor conectado a defender alguma instituição de Governo, e sim tem compromisso com a sociedade civil. - Fortalecimento das instituições públicas; Supremo Tribunal Federal -> ministros que têm por dever guardar a Constituição Federal. Eles julgam matéria constitucional; é uma instituição autônoma; Caso Mensalão é muito importante, pois foi um caso onde o STF se desgarrou do Governo. Ministério Público -> fazem operações contra corrupção; fiscaliza o poder público. - Liberdade de expressão e livre imprensa; pro Estado ser democrático, a liberdade de expressão e a livre imprensa são muito necessárias. O Brasil não é considerado um país democrático a partir do ponto de vista da liberdade de expressão e livre imprensa. Quem manda na nossa imprensa é o Estado. O maior cliente dos jornais são os governos. - Educação; a democracia só é possível com um grande programa de educação (formação da população), para que ocorra emancipação/autonomia da população (para que ela possa escolher); Para Jürgen Habermas, para que se chegue à democracia radical, é necessário uma iniciativa radical no que diz respeito à educação. A ditadura fez muito mal ao Brasil. Em quase 30 anos de democracia pós-ditadura, ainda não vivemos em uma democracia plena. O Brasil não fez propriamente a justiça de transição. A ditadura não foi apurada propriamente. O Brasil ainda possui níveis altíssimos de violência policial. Os Estados de direito só são possíveis com total liberdade de expressão e livre imprensa. O Estado é muito aparelhado, o que não deixa as autarquias autônomas. Calendário: - Segunda avaliação: 11/05 - Segunda chamada das 1a e 2as avaliações: 27/05 - Final: 03/06 - Especial: 15/06 Trabalhos de 10 pontos: - Cadastro na Izidora - Fórum do Idoso (27/28/29 maio) Jürgen Habermas -> pactos, para ele, devem ter racionalidade. Por sermos racionais, devemos ter equidade. Os compromentimentos/acordos devem levar a um mundo melhor. O estabelecimento deles deve ser justificado por algo. Dentro de um acordo linguístico existem outros reconhecimentos. O mundo se estabelece todo pela comunicação. 2 pressupostos importantes: - intersubjetividade (subjetividade criada através de uma parceria, interação; assim, não existe direito natural) - racionalidade (discursiva; pois ela aparece através de nossa comunicação; nós racionalizamos, no direito, por meio da linguagem). Nós somos seres radicalmente cognitivos, comunicativos. Criamos o universo cognitivo. Habermas diz que os seres cognitivos celebram acordos, justificam a existência desses acordos, portanto, é uma racionalização. Habermas diz que é o direito que o mecanismo que possibilita a construção de um mundo melhor (e isso está ligado à racionalização de nossos comprometimentos). Por meio de uma intersubjetividade (coerência), você não pode fazer o que você quiser. Habermas tem muito medo das contradições perfomativas (se o acordo é feito, os direitos devem ser cumpridos; se eles não são, são chamados de contradições perfomativas). No nosso sistema legal, temos uma hierarquia das normas. A Constituição é hierarquicamente maior e possui maior qualidade. Além disso, os direitos fundamentais (cláusulas pétreas) não podem ser mexidos (a não ser por uma nova Assembleia Nacional Constituinte). Dentro das cláusulas petreas, existe um artigo (6°) que diz que moradia é direito de todos. Se o Governo expulsa algumas famílias de habitações, ele está fazendo uma contradição perfomativa. Retomando Carlos Campos: -> Sociologia Jurídica (análise do direito como um fenômeno social) - O "realismo": É, ainda, um tipo de positivismo (mas não estatal; há certo determinismo; saber explicar a razão) -> Modo de realização humana; - cristalização de valores: eis a "norma jurídica" (manifestação acrisolada de realidade) -> A psicologia social - a teoria freudiana: tabus, dogmas -> A Dogmática jurídica (objetivismo de León Dugnit) Processo de realização humana -> relacionado à posse de certas coisas -> assim, isso vira um direito. O direito do trabalho é uma conquista social. O trabalho é dado como uma conquista coletiva. Manifestação de lutas sociais. O Direito vai aflorando como uma justiça social, e, assim, se confunde com o justo. Carlos Campos quer buscar a realidade do mundo. E ela está muito relacionada aos nossos impulsos, e não à razão (como a escola histórica). Existem normas que existem, mas que são descumpridas pela sociedade por não ter sido construída a realidade aonde certo crime seria punido (como a de agenciamento de prostitutas ou a de agiotagem). Não é o Estado que diz, mas são as forças reais que legitimam. O realismo é aquilo que realmente se consolidou como realidade no mundo. É um tipo de positivismo não estatal, há um certo determinismo (existe uma certa realidade que se consolida) e que precisa saber explicar a razão. O direito, para Carlos Campos, é essencialmente político. Direito vai aflorando como uma técnica para resolver a complexidade da nossa sociedade. Cristalização de valores por meio das normas jurídicas (manifestação purificada, objetiva, mitificada da realidade). A norma jurídica funciona como tabus, dogmas. A dogmática jurídica criou o objetivismo para o direito ser elíptico (com sentido autônomo). ------- Carlos Campos (ler até a 164): Superestrutura -> está no nosso mundo cognitivo; a formiga vive no mundo natural, nós criamos um mundo fictício, cognitivo. Inúmeras coisas no nosso mundo fictício não valem nada no mundo natural (como o dinheiro). O dinheiro é uma superestrutura fictícia. O plano da nossa realidade é inventado, cognitivo, produzido pela nossa intelectualidade. É legitimado pela nossa imanência. A superestrutura foi criada para dar cabo de nossos interesses políticos, é uma forma de cumprimento dos interesses, é uma forma de manifestação organizacional. A superestrutura é esse mundo fictício em que vivemos (a norma é uma superestrutura). A religião chegou a ser a superestrutura mais importante do mundo humano. Direito como fenômeno político -> o direito é uma técnica adequada às necessidades humanas da forma mais eficaz no nosso contexto histórico. A norma não é problematizada, é uma simplificação de pressupostos. Por meio das normas somos mais objetivos. Dentro de um contexto da macropolítica, escolhemos uma lógica mais objetiva, o que deu pra fazer. Para ele, direito é uma técnica humana para satisfação das nossas necessidades. Bonavides: Diferença entre princípio e regra -> o princípio é um tipo de norma diferente da lei. Os princípios são um tipo de norma, as regras de direito são outros. O princípio é o que guia nossa vida (nosso alicerce), enquanto as regras dizem o que pode e o que não pode. A regra vale sempre, está relacionada a uma mecânica da nossa vida. O princípio é flexível, é mais tênue, generalizante, enquanto a regra é objetiva. Os princípios são aplicados ou não (somos livres para nos expressar, mas não somos livres para caluniar outra pessoa). O princípio tem uma certa relatividade. O princípio é importante porque orienta as regras (ou seja, estruturam o direito). No estado democrático de direito, a inclusão é um princípio. Contemporaneamente, o direito é visto como um princípio, e não regras. Pequenas regras podem ser quebradas a partir dos princípios. Ou seja, o princípio é visto como mais importante que a regra. Os princípios coexistem, as regras não. Se existem regras contraditórias, ocorrem antinomia. Os princípios são modeladores das regras. O conceito de princípio constitucional > a Constituição é uma forma de participação do povo na formação do direito (por meio da Constituinte). STF é o tribunal guardião da Constituição (é fundamentalmente um corpo de princípios, que ensina a ler todas as normas) -> Texto do Habermas * Importância da democracia, radicalização dos seus pressupostos * Todos cidadãos devem ser muito capacitados (educação) para se manifestar * Sem a comunicação a democracia não funciona * Garantia dos direitos individuais, autonomia das pessoas, liberdade de discernimento/cognitiva * Artigo 5° da Constituição, conquistas históricas que não podem ser alienadas * Necessidade de distribuição dos direitos, direito de inclusão * Estado pluralista - várias culturas diferentes que tem um direito próprio; Habermas é contra, ele acredita em um Estado unificado * Ao mesmo que a pessoa é diferente, todos são iguais - Estado Democrático * Direito jurídico como fenômeno social -> não estatal * Normas ganham validade pois emergem do processo DIALÓGICO (lógica de dois) * Ponto comum que une, subjetivamente, para fazer a norma * Habermas tem consciência da utopia de seu pensamento e o reconhece como contrafático (funciona teoricamente) * Norma jurídica não é válida apenas pelo fato de ter sido posta por um soberano, Habermas acredita na desobediência civil contra normas autoritárias e/ou injustas * O direito não precisa explicitar, precisa apenas construir meios justificados com base na Constituição * Autonomia privada = Direitos privados de primeira geração (liberdades individuais) * Direito é igual ao futebol, as regras não te dão a habilidade, apenas mostram o que não se pode fazer. -> Bonavides * Princípio constitucional como base de todo o Direito, todos os demais direitos serão entendidos de acordo com esses princípios * As regras não são obrigadas a serem cumpridas se conflitarem com princípios * Direito constitucional é o fundamental e serve de base para os outros, os princípios podem, momentaneamente, ou não, acabar com normas. * Também é utópico Texto do Habermas: -> Conceito de moral hoje; Ele também fala de ética (ligada a determinado interesse); moral está ligada a uma verdade universal, é a pretensão de fazer as coisas certas de uma forma universal. Alguns grupos profissionais possuem uma ética própria. A moral se pensa de forma universal. -> Conceito de moral para Kant; * A lógica Kantiana para proposição dos direitos (liberal e "in propria persona" - juízo imparcial) Aja como se sua conduta fosse assumida por qualquer pessoa naquele momento. Kant tem uma moral dentro de uma filosofia metafísica, que saberíamos por um pressuposto natural como agiríamos. Kant fala que tanto ele, que era uma pessoa estudada, como um pescador analfabeto sabiam certas condutas. Pra ele, trazemos o imperativo categórico dentro de nós. Nós temos o livre arbítrio, mas possuímos a capacidade fenomênica de distinguir o certo do errado. Kant diz que não somos livres para fazer o mau. Para ele, os seres humanos sabem naturalmente que não podem mentir. A moral pra Kant traz informações metafísicas que todos seres humanos teríamos dentro de nós. O juízo imparcial, numa lógica liberal, é inviável. Foi superado historicamente. -> A lógica republicana rousseniana Luta de interesses, onde eles são acomodados (eu aceito coisas que não concordo, enquanto meus "oponentes" também). Tudo isso se dá num plano de justificação, na comunicação. -> O Direito trabalha numa lógica política, justificada. É uma razão política, justificada. * Demarcação de limites, demarcação de objetivos Nem tudo que o direito quer é alcançado, mas ele também cria objetivos. ----------- Conceito de Autonomia Política Na democracia tem o perigo de haver a colonização política por forças ocultas. É a cooptação do sistema por fatores que não são feitos através de debates públicos. Democracia e Direito Poder político "domesticado" pela democracia -> Participação popular -> Acordos -> Autonomia Espaços públicos e privados (a construção do espaço público depende do espaço público; o espaço privado não pode prevalecer sobre o público, e vice-versa; a dialética desses espaços que faz funcionar a democracia) A ideia de autores (enunciadores de propostas; negociadores de consensos) do Direito. Matéria para prova final: -> Pensar o Direito como uma prática e não como uma ideia; -> Introdução ao pensador Michel Foucault; -> Teoria biopolítica ou teoria do biopoder; Políticas que se aplicam sobre a vida; é quando o Estado começa a intervir na sociedade, com objetivo de melhorar o rendimento no trabalho, por exemplo. -> O funcionamento do poder (não há o poder em si, mas ele funciona) Para ele, não existem pessoas com poderes. Existe uma estrutura social que permite o funcionamento do poder. E todos aceitam essa estrutura de poder, pois usufruem de benefícios disso. É uma rede funcional de poder (como uma rede capilar). O poder é um sistema que se organiza. E o Direito é um mecanismo que ajuda nessa estrutura, ele permite esse funcionamento. -> Alguns assuntos introdutórios: - A ideia de verdade (um discurso) A ideia de verdade é estrutural do poder - A ideia de direito (uma tecnologia de subjetivação) O Direito cria uma uma ideia de certo, devido, natural. O Direito nos conforma assim como a natureza. Se você não consegue ler alguma coisa, você não fica indignado, apenas se conforma -> Alguns temas: - A cidade - A polícia - A nossa forma de entender as regras * Teoria dos valores de Geertz - Introdução à teoria do Reconhecimento Os humanos criam abstrações para as coisas (ex.: refrigerante para alguns é apenas refrigerante, para outras é uma coisa demonizada, mas nunca é apenas um copo com líquido preto). As coisas não são como elas são, elas são como nós às enxergamos. Nós construímos um sistema jurídico baseados em valores culturais. Sempre vai existir grande flexibilidade sobre o que achamos que seja certo ou errado. * Teoria de Axel Hanneth Foucault: Ele diz que existia a teoria disciplinar (quando um soberano matava alguém de forma espetacular - sob um suplício enorme; gastavam 1 dia para a execução). Acreditava-se que havia a homogeneidade, e os transgressores tinham que ser eliminados. Num determinado momento a morte não era mais bem vista. O soberano garantiria a vida da população, o protetor da vida. As execuções iam parando. Esse proteger a vida era pros sadios, dóceis. Os pobres poderiam ser deixados pra morrer, abandonados à própria sorte. Essa é a estrutura da sociedade contemporânea. Existe um orçamento da segurança, que não protege a todos. Grupos sociais deixados pra morrer -> crianças de rua, pessoas nas penitenciárias etc. A população pobre, se morrer, melhor, pois ela é escória (na visão do soberano). Racismo de Estado -> não é propriamente um racismo étnico, e sim um racismo contra um grupo social (em regra, os pobres). É igual ao racismo, mitificado. O racismo não é uma coisa concreta, e sim mitificada. Mitifica-se, para serem considerados inimigos. É irracional e mítico. E é de Estado porque é sobre um inimigo público dentro da sociedade. Antes, era guerra de raças (países). Agora, o que existe é um racismo interno. Prender, para Foucault, é suspender a vida, ou seja, é uma morte provisória. Cria-se um ódio entre grupos polarizados na sociedade, e isso leva a conflitos. Ele diz que a Alemanha é muito biopolítica. Quanto mais racista, mais assassino é um país. Purificação de sua raça -> Eugenia (construção da sociedade perfeita) Ele diz que há racismo dentro do socialismo, pois dentro dos movimentos de esquerda, há preconceito contra os burgueses. Ele faz uma reflexão sobre o regime stalinista. "Live and let it die" -> frase biopolítica de Reis ingleses; O soberano é quem tinha o poder sobre a morte. Pro medieval, a morte é o centro da vida. Assim, quem controla a morte é muito importante. O soberano do mundo é quem governa essa parte da vida. Por meados do século 18, matar não é mais interessante. É necessária mão de obra. O soberano não pode mais é deixar morrer. É dever dele segregar os doentes, os delinquentes. O poder se renova pela regulamentação (todos são obrigados à, é proibido etc). O Estado vira o protetor da vida, mas nem toda vida. É igual podar uma árvore (você deixa uma parte de fora). Pra prosperar uma sociedade, tem de se culturar a vida e a morte. Gottfrid Helnwein -> pintor que retrata a biopolítica Ver A Queda (filme) -> explica a lógica biopolítica Texto de introdução ao livro Vigiar e Punir. -------- Habermas: Pluralismo jurídico -> sociedade diversificada; não existe a ideia de uma verdade no Direito, e sim de várias verdades. Em sociedades complexas é necessário dar reconhecimento a todas as divergências. Sociedade de sujeitos autônomos -> Teoria do agir comunicativo Para estabelecer acordos, as pessoas têm de se considerar sujeitos autônomos. Autonomia tem que ser equitativa. Leis paternalistas sobre as mulheres no mercado de trabalho -> levou aos piores empregos pras mulheres e maior desemprego a elas. Por exemplo, licença de maternidade. É o próprio grupo que tem que falar o que ele precisa. Somos autônomos porque participamos da construção das normas (p/ Habermas). Existe um meio que dá grande legitimidade ao sistema -> Assembleia Constituinte; nesse momento a população se mobiliza. A Constituição é feita de um novo tecido. Habermas prevê uma sociedade de atores políticos ativos. Política contemporânea tem que haver radicalização do espaço público -> tornar os cidadãos atores políticos, para que uns entendam os outros. Uma sociedade tem que estabelecer um sistema de conversação que seja possível o entendimento entre os cidadãos, para que seja feito um acordo. Habermas fala que a razão da moral (que é universal) não serve para a sociedade contemporânea. Direito não se confunde com a moral, ele trabalha com o interesse das pessoas. Rodeios, p/ex -> imoral mas legal. Moral -> coisa certa a ser feita universalmente Razão kantiana -> razão da consciência; O nosso comprimento é com a liberdade. Seríamos autônomos pra escolher o sentido de vida boa pra gente (manutenção da vida privada). Sociedade tem que ser construída a partir do que ela quer. Tem de haver garantia jurídica (autonomia pública), mas também direitos fundamentais (autonomia privada). É preciso que o homem diga o que ele quer, mas que ele entre em acordo com o próximo. A legitimidade do direito é a liberdade. Kant dizia que a liberdade é a chave de tudo. ------ Conceitos usados no texto: -> Governamentalidade -> funcionamento do governo; o governo trabalha pro desenvolvimento do mercado (prosperidade); explica porque a legislação é simbólica; governo trabalha pra determinados governos sociais; a governamentalidade seria o sentido último do governo; o governo não governa pra si (não está em si), ele é limitado pelo mercado; é uma tese foucaltiana sobre a relação entre mercado e governo. -> Dispositivos de segurança ("safety devices")-> todos os dispositivos que vão gerar segurança na sua complexidade; a poda das árvores, a restauração de uma área degradada, um projeto de reurbanização de uma área, o cálculo de quantas vezes uma viatura passa por determinada região, a polícia em si, o código penal, câmeras de segurança etc (tudo isso para controlar ameaças). A polícia é um poder regulamentar (e não crítico); ela mantém a ordem. Espaço crítico cabe ao Judiciário. -> "Homo sacer" e "vida nua" -> "Vida nua" (conceito de Agamben) -> é quem não tem salvação; deixado para morrer, largado para morrer (população carcerária, crianças pobres etc). No nosso contexto tem a ver com pobreza. "Homo sacer" (conceito de Agamben) -> vida matável; aquela pessoa que você matar (traficante, terrorista etc); não dá problema se matá-lo (ninguém apura muita coisa sobre isso); era uma figura do direito romano (homem sacro); no latim, quer dizer homem morto (que já foi alma penada encarnada); pessoa julgada foragida declarada homo sacer; uma pessoa que matava um homo sacer não cometia um assassinato. -> Tecnologias de subjetivação -> todos os sistemas que nos acomodam em uma determinada lógica; nós damos naturalidade a esses sistemas todos; nós vamos subjetivando como as coisas ocorrem no mundo (vamos nos conformando); o sistema legislativo vai nos conformando; o direito vai nos influenciar como uma tecnologia de subjetivação (ele dá naturalidade a certas coisas) -> Positividade -> como uma determinada época se coloca no mundo (qual é a finalidade da vida, como se pensa etc); a positividade das mulheres da primeira metade do século XX era o casamento. -> Racismo de Estado -> é um racismo contra as minorias, contra os grupos sociais que podem ser identificados como inimigos. Fala-se racismo porque funciona miticamente como o racismo, e de Estado porque é um inimigo interno, o sabotador. -> "Tanatospoder" -> tanatos é o deus da morte grego; quando a gente prende uma pessoa, esconde uma pessoa, a gente tá provocando um tipo de morte. Morte gerada pelo poder. -> Biopolítica e saber científico ("saber-poder") -> biopolítica é uma forma de preservar a vida cientificamente; é um tipo de saber-poder; ao mesmo tempo objetifica a população (um objeto de controle) -> Legislação simbólica -> tese de Marcelo Neves, professor da UnB. Ele diz que quando a legislação não tem normatividade ela atrapalha o direito. Tem o efeito de arrefecer, mimetizar o obstáculo que precisa ser enfrentado. Acaba desestruturando o campo de combate de um determinado movimento social. A lei aparece para não ser cumprida, aparece de forma estratégica, perversa. Características da legislação simbólica: supremacia de determinado grupo político; redução de anseios sociais; posterga ações de grupos sociais que tentam mudanças. Legislação álibi -> forma do Estado dar respostas à população devido a suas próprias deficiências. Mas o Estado não está comprometido com respostas eficientes. Ele quer arrefecer os movimentos sociais. -------- Teoria do Reconhecimento -> Axel Honneth (professor de Frankfurt) e George Mead (ligado à primeira geração dos pragmatistas) Honneth trabalha com conceitos hegelianos. Mead estabelece que somos ligados a alguns grupos de ser humano (por semelhança, compatibilidade, reconhecimento). Certas características que nos botam dentro de um padrão, onde assumimos deveres, direitos, comprometimentos. As empregadas domésticas acabam sendo um grupo social a parte, p/exemplo. Dentro dessa padronização, existem pessoas que exercem uma maior influência. Elas podem acabar levando a um sentimento de mudança nas outras pessoas. Existem certos comportamentos que são conformados pelas pessoas, mas existe um "Eu forte" que impõe uma frustração nos padrões de comportamento e, por conseguinte, muda normas, regras comportamentais etc. -> Eu sei quem sou pelo olhar do outro -> lógica dessa interação; nós sabemos o que podemos fazer, o que podemos reagir, porque o outro possui uma expectativa do que vamos fazer em determinada situação. Somos o que o outro espera que sejamos. Definimos o outro como gostaríamos que nos definissem. Sabemos exatamente quem somos e o que podemos fazer. Ou seja, se sairmos dessa lógica, o outro se frusta e procura entender a ação. -> A construção do "eu" e do "me" (e o "me" coletivo) -> o "eu" é o "eu forte", enquanto o "me" é coletivizado, o "me" é o que está arraigado. O "eu forte" redefine os "me", ele é o modificador da sociedade. -> Compromentimento social e auto-sujeição às normas -> todas pessoas se comprometem a seguir as regras de certos grupos; as pessoas se submetem às regras de certo grupo desde que se sintam parte desse grupo. Há a confusão entre uns e outros. -> Sentimento de coletividade e modificação das regras sociais.
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