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Controle Mecânico da Placa Supragengival Prof Ms Antônio Carlos Garcia de Oliveira Controle mecânico da placa O estudo clássico de Löe et al., 1965 demonstrou que a inflamação gengival acompanha de forma consistente a intensidade do acúmulo da placa e que a sua remoção pode reverter esse processo. Isso demonstra não somente o papel central da placa na etiologia da doença periodontal, mas que a sua remoção através da higienização como o meio mais eficiente na prevenção das doenças periodontais e da cárie dentária. Controle mecânico da placa Então a base de qualquer tratamento periodontal consiste no controle dos biofilmes dentais, principalmente através da remoção mecânica da placa pelo paciente e pelo profissional. (Oppermam et al., 2001; Cobb 1996; Dahlén et al., 1995; Axelsson & Lindhe 1978). Controle da Placa Supragengival A remoção mecânica rotineira da placa dental supragengival, como método de desestabilização do biofilme microbiano, estabelece-se como recurso mais Eficaz e Decisivo para a prevenção e tratamento da gengivite, bem como para a prevenção da instalação ou recidiva da periodontite. (PILLON, 2001) Controle Mecânico Profissional Aplicado pelo paciente Controle Profissional do Biofilme Profilaxia Profissional Caneta de baixa-rotação (contra-ângulo) Taças de borracha Escovas Pedra-pomes, pastas profiláticas Fio-dental Tiras-de-lixa Profilaxia Profissional Higiene Oral Objetivos: Controle da placa; Reduzir número de microrganismos supra e sub- gengival; Retardar a formação do cálculo; Impedir a recorrência da doença periodontal; Manutenção da saúde periodontal; Prevenção da cárie dental. Recursos para Higiene Agentes reveladores de placa; Escova Dental; Fio e Fita dental; Escova Interproximal; Escova Unitufo; Escova Elétrica; Alça ou Passador de fio dental; Palito; Estimulador de Borracha; Limpador de língua. Escova dental A escova dental convencional é o instrumento mais freqüentemente utilizado para remover a placa dental. A eficácia da escova é baseada em três fatores principais: 1) O desenho da escova; 2) A habilidade do operador; 3) A freqüência e duração da escovação. (Frandsen 1986) Escova dental No Workshop Europeu (1998) sobre controle mecânico da placa, chegou-se ao consenso da escova dental manual ideal deve apresentar: Escova dental No Workshop Europeu (1998) sobre controle mecânico da placa, chegou-se ao consenso da escova dental manual ideal deve apresentar: 1) Tamanho do cabo ideal para a idade e destreza do usuário; 2) Tamanho da cabeça apropriada ao paciente; 3) Cerdas arredondadas, náilon ou poliéster não superior a 0,009 polegadas; 4) Cerdas macias (padrão ISO); 5) Modelos de cerdas que aumentem a remoção de placa ao longo da margem gengival. Quando trocar a escova ???????? Recomenda-se que as escovas fossem substituídas quando começassem a mostrar sinais de emaranhamento das cerdas, sem levar em consideração quanto tempo estivessem sendo usadas Kreifeldt et al., 1980. Quando trocar a escova ???????? Métodos de escovação Os métodos podem ser classificados em diferentes categorias, de acordo com o tipo de movimento que a escova realiza. Técnicas de escovação Escovação horizontal (Técnica Scrub); Escovação vertical (Técnica Leonard); Escovação circular (Técnica de Fones); Escovação vibratória (Técnica de Stillman, Charters, Bass); Técnica de rotação (Técnica de Stillman modificada); Técnica de Bass modificada. Técnica de Charters A cabeça da escova é posicionada numa direção oblíqua à superfície dentária, com a direção das cerdas voltada para a superfície oclusal. A escova é deslocada para trás e para frente com movimentos rotatórios. Esse método é efetivo nos casos de recessão da papila interdental, visto que as cerdas podem penetrar nos espaços interproximais. Técnica Scrub É a técnica mais comumente utilizada, muitos indivíduos usam essa técnica por ser a mais simples. A cabeça da escova é posicionada num ângulo de 90° com relação à superfície dentária, sendo aplicado um movimento horizontal contra a superfície dentária. x Técnica Leonard É semelhante à técnica de escovação horizontal, mas o movimento é aplicado na direção vertical usando um movimento para baixo e para cima. Técnica de Fones É mais indicado para crianças em idade pré escolar e com pouca habilidade manual. Consiste em escovar com movimentos amplos e circulares, os dentes em topo com a escova colocada perpendicularmente a face dos dentes. Técnica de Stillman A cabeça da escova é posicionada numa direção oblíqua voltada para o ápice da raiz, com as cerdas localizadas parcialmente na gengiva e na superfície dentária. Uma leve pressão e aplicada juntamente com um movimento vibratório, é então aplicada sobre o cabo, sem que a escova seja deslocada da sua posição original. Técnica de Stillman modificada A escova é posicionada de uma maneira semelhante à técnica de Stillman, após aplicar um pequeno movimento vibratório, a cabeça da escova é girada progressivamente na direção oclusal. Técnica de Bass Técnica de Bass A cabeça da escova é posicionada numa direção oblíqua voltada para o ápice da raiz com o objetivo de introduzir as cerdas no sulco gengival A escova é então deslocada numa direção ântero-posterior, utilizando movimentos rítmicos curtos. Essa técnica é útil para remover a placa não somente da margem gengival mas também no sulco gengival. Técnica de Bass Está associada com a retração gengival (O’Leary 1980), dificilmente ela seria indicada para indivíduos apresentando um biótipo gengival fino com hábitos enérgicos de escovação. Técnica de Bass modificada A escova é posicionada semelhante à técnica de Bass, mas após aplicar o curto movimento em direção ântero-posterior, a cabeça da escova é girada aplicando um movimento em direção oclusal. Combinação das técnicas de Bass e de Stillman modificada. Escova Elétrica Indicações: Pessoas com limitações físicas, deficiências mentais ou hospitalizados. Apesar de algumas evidências terem revelado que escovas elétricas favorecem um melhor controle quando comparado às escova convencionais manuais, contudo o poder de remoção da placa bacteriana está concentrado na adequada aplicação das cerdas no sulco gengival e não no artifício utilizado. Deery et al., 2004 Escova Elétrica Outro aspecto importante é a velocidade de limpeza das superfícies dentárias. É importante considerar o estímulo na motivação de muitas pessoas quando adquirem uma escova dental elétrica. Essa motivação desaparece após a perda do efeito da novidade (Ash 1963). Fio dental Dos métodos de remoção interproximal o fio dental é o mais universal, quando utilizado com a escova dental mais placa é removida da superfície interproximal quando comparada com a escova sozinha (Kinane et al., 1992; Reitman et al., 1980). Quando utilizado de forma correta remove 80% da placa interproximal, até a placa subgengival – 2,0mm (Waerhaug1981). Fio dental com cera X sem cera não observaram diferenças significativas. Fio dental A fita dental é um fio dental mais largo, são úteis onde a papila interdental preenche completamente o espaço interproximal. O fio dental não tem acesso a superfície côncavas, como cavitações de cárie, estrias, ranhuras e depressões radiculares. Pacientes que fazem uso de aparelho ortodôntico fixos ou prótese parciais fixas devem ser orientados quanto a indicação do uso do passa fio. Pacientes com dificuldades motoras são indicados o uso da “forquilha”. Escova interproximal Indicações: Pacientes com perda de papila interproximal; Pacientes em tratamento ortodôntico; Envolvimento de bifurcação grau IV; Controle de placa em próteses parciais fixas, implantes e contenções dentais. Palito dental Os palitos de dente são excelentes substitutos do fio dental para os espaços interproximais abertos (Bergernholtz et al., 1980). São utilizados na prevenção primária, visto que são fácil manuseio se comparados ao fio dental, por essa razão são mais utilizados do que o fio dental (Escandinávia). Contudo quando utilizados em dentição saudável podem retrair a margem gengival em 2 mm ou mais, levando perda permanente da papila e abertura dos espaços interproximais. X x Palito dental São fabricados em madeira macia ou plástico e apresentam o formato triangular (secção triangular) para se adaptar aos espaços interproximais (Mandel 1990). Alguns palitos são impregnados de substancias químicas como clorexidina. Estimulador gengival Unitufo Constitui um único tufo, arredondadas, com diâmetro entre 0,15mm e 0,20 mm. Indicações: Áreas de grande retrações gengivais; Presença de abrasão dental; Região de furca; Dentes mal posicionados; Dentes submetidos a rizectomia; Pacientes portadores de aparelhos ortodônticos. Limpadores de língua São instrumentos idealizados para permitir uma adequada remoção de resíduos alimentares do dorso de língua e microorganismos durante os processos de higienização. Esses raspadores começaram a ser utilizados na Europa, no século XVIII à partir de 1770, feitos com casco de tartaruga ou marfim. Limpadores de língua O dorso da língua abriga um grande número de microorganismos que podem servir como fonte de disseminação bacteriana. A escovação da língua tem sido defendida como parte da higiene oral diária juntamente com a escovação dentária e o uso do fio dental, isso pode reduzir um provável reservatório de microorganismo que contribui para formação da placa (Christian & Swanson 1978). Limpadores de língua A escova dental vem sendo freqüentemente recomendada pelos dentistas como dispositivo para a limpeza do dorso da língua (ROSENBERG, 1996). Colheres plásticas e limpadores especificamente idealizados são apresentados na literatura como bons recursos de higienização bucal. Limpadores de língua O dorso da língua é a fonte mais importante dos gases sulfetos voláteis responsáveis pelo odor fétido (van Steenberghe & Rosenberg 1996). Indicada para pacientes portadores de halitose (Spielman et al.,1996). Limpadores de língua Existem dois tipos básicos de instrumentos no mercado brasileiro: 1) Raspadores linguais: feitos de plásticos ou metálicos, afinados na ponta ativa, que raspa as papilas para remoção da saburra. 2) Higienizadores linguais: extremidade totalmente arredondadas e polidas não causando qualquer dano ao epitélio lingual. Escova dental ideal Seja qual for a escova indicada, o ideal é que ela possa proporcionar uma remoção mais eficiente em um maior número possível de superfícies dentárias, sem provocar danos aos tecidos moles/duros da cavidade bucal. Cabeça pequena ou compatível com a arcada dentária do paciente, arredondada, cerdas macias e cabo que permita uma boa empunhadura da escova. Técnica de escovação ideal A técnica de escovação ideal é aquela que permite uma completa remoção da placa dental no menor tempo possível, sem causar qualquer dano ao tecidos (Hansen & Gjermo 1971). A técnica de Bass modificada proporciona uma melhor remoção da placa na margem gengival (dentro do sulco), além da remoção da placa nas superfícies livres dos dentes. Limpeza interproximal Sempre que houver espaço para o uso da escova interdental, esta deverá ser indicada, devido a evidente superioridade de resultados clínicos no controle da placa bacteriana quando comparados aos resultados obtidos com o uso do fio dental. Podemos concluir que o uso da escova interproximal juntamente com o fio dental é o método mais eficaz para o controle da placa interproximal.
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