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PART1 CAP4 - Efeitos do Fogo Sobre a Vegetação Lenhosa

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93
História, solo, fogo e fitofisionomias
Heloisa Sinátora Miranda
Margarete Naomi Sato
Departamento de Ecologia
Universidade de Brasília
Brasília, DF
Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4
Efeitos do
fogo na
vegetação
lenhosa do
Cerrado
FO
TO
: 
A
LD
IC
IR
 S
C
A
R
IO
TCapítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4
Efeitos do
fogo na
vegetação
lenhosa do
Cerrado
Heloisa Sinátora Miranda
Margarete Naomi Sato
Departamento de Ecologia
Universidade de Brasília
Brasília, DF
FO
TO
: 
A
LD
IC
IR
 S
C
A
R
IO
T
94
Henriques
História, solo, fogo e fitofisionomias
95
INTRODUÇÃO
As formas fisionômicas mais
comuns do Cerrado caracterizam-se por
possuir um estrato rasteiro bastante
desenvolvido, constituído princi-
palmente por gramíneas, e um estrato
lenhoso não muito denso, onde as copas
das árvores não formam um dossel
contínuo (Ribeiro & Walter, 1998). A
vegetação apresenta fenologia
marcadamente sazonal, havendo grande
produção de biomassa durante a estação
chuvosa (outubro a maio). Na estação
seca, as gramíneas, em sua maioria,
estão inativas e a maior parte de sua
biomassa aérea seca morre favorecendo
a ocorrência de incêndios (Klink &
Solbrig, 1996). O registro mais antigo de
fogo na região do Cerrado data de 32000
A.P. (Ferraz-Vicentini, 1993),
provavelmente sendo de origem natural.
Registros mais recentes, 13700 A.P. e
8600 A.P., são apresentados por Oliveira
(1992) e Coutinho (1981), podendo ser
de origem natural ou antrópica (Salgado-
Labouriau & Ferraz-Vicentini, 1994).
Estudos recentes realizados por Ramos
Neto & Pivello (2000), no Parque
Nacional de Emas (GO), mostram que
incêndios de Cerrado iniciados por raios
ocorrem de setembro a maio, no final
da estação seca e durante a estação
chuvosa. As queimadas destinadas ao
preparo da terra para o plantio de grãos
ou ao manejo de pastagens naturais ou
plantadas são, geralmente, realizadas
durante a estação seca (Coutinho, 1990).
Embora, a vegetação lenhosa do Cerrado
apresente características adaptativas ao
fogo (Eiten, 1994; Coutinho, 1990), as
queimadas durante a época seca podem
resultar em mudanças mais significativas
na estrutura e composição florística da
vegetação do que as queimadas
provocadas na época chuvosa.
Apresentamos neste capítulo uma
revisão dos dados disponíveis na
literatura sobre os efeitos do fogo na
vegetação lenhosa do Cerrado. Nesta
discussão, a expressão queimada está
restrita àquelas prescritas e os termos
fogo ou incêndio se referem às
queimadas não prescritas ou de origem
desconhecida.
Diferentes tipos de danos na
vegetação lenhosa têm sido relatados,
principalmente nos padrões repro-
dutivos, no recrutamento e estabele-
cimento de novos indivíduos e taxas de
mortalidade. Estes serão os efeitos do
fogo abordados neste capítulo.
96
Miranda & Sato
FLORAÇÃO
Uma intensa floração após a
passagem do fogo tem sido amplamente
relatada para a vegetação do estrato
rasteiro do Cerrado (Freitas, 1998;
Haddad & Válio, 1993; César, 1980;
Coutinho, 1976). Todavia, poucos são os
estudos sobre a resposta imediata da
vegetação lenhosa. Miranda (1995) em
estudo da fenologia de um cerrado sensu
stricto, em Alter-do-Chão (PA), registrou
que imediatamente após um incêndio
não houve alteração significativa na
floração do estrato arbóreo. Um mês
antes da ocorrência do fogo havia oito
espécies em floração, e cinco espécies
um mês após a queima. Para Byrsonima
crassifolia houve uma pequena redução
do número de indivíduos em floração
após a queima e Himatanthus falax
floresceu mais intensamente, com cerca
de 26% dos indivíduos apresentando
flores. Todavia, cerca de 60% dos
indivíduos com flor apresentavam mais
de 5m de altura, sendo portanto, bem
maiores que a altura média das chamas
(Frost & Robertson, 1987) e altos, o
suficiente, para não permanecerem, por
um período muito longo, expostos à
coluna de ar quente. Para queimada de
campo sujo, Freitas (1998) registrou a
floração de Erythroxylum suberosum,
Stryphnodendron adstringens, Byrsonima
coccolobifolia, Byrsonima verbascifolia e
Palicourea rigida entre 14 e 94 dias após
queimadas experimentais.
Efeitos do fogo na produção de flores
no período seguinte à ocorrência de
incêndios ou queimadas têm sido
relatados com maior freqüência. O fogo
parece não alterar a produção de flores
de Kielmeyera coriacea, Roupala
montana e Stryphnodendron adstringens.
Landim & Hay (1996) observaram que,
um ano após a ocorrência do fogo, não
há diferença significativa na produção
de botões florais e flores de K. coriacea
entre uma área protegida de queima e
outra queimada no final da estação seca.
Felfili et al. (1999) em estudo de longa
duração sobre fenologia de S.
adstringens, não observaram diferença
significativa para a produção de flores,
um ano após um incêndio em área de
cerrado sensu stricto. Ao comparar
resultados obtidos em uma área de
cerrado sensu stricto protegida de queima
por mais de sete anos e áreas queimadas
há um, dois e três anos, Hoffmann
(1998) mostra que o período após
queima não resultou em diferenças
significativas na produção de flores de
R. montana, embora tenha ocorrido uma
redução na porcentagem de indivíduos
com flores. Miyanishi & Kellman (1986)
observaram que o máximo da floração
de Miconia albicans ocorreu no terceiro
período reprodutivo após a passagem do
fogo, enquanto Hoffmann (1998) e
Sanaiotti & Magnusson (1995)
observaram a produção máxima de flores
ao final de um período de dois anos após
a queima. Piptocarpha rotundifolia
apresenta uma resposta positiva à
ocorrência de queimadas, sendo o
número de capítulos produzidos no
primeiro ano após a queimada,
significativamente maior do que em uma
área sem queima (Hoffmann, 1998).
Embora sem registrar as espécies,
Miranda (1995) relata que um ano após
um incêndio em cerrado sensu stricto o
número de espécies em floração não
diferiu significativamente do registrado
antes da ocorrência do fogo.
Os diferentes efeitos do fogo na
produção de flores podem estar
refletindo a fenofase da espécie no
momento da queima: danos parciais,
como morte de ramos resultando na
diminuição no porte do indivíduo; ou a
ocorrência de morte total da parte aérea,
com investimento preferencial na
97
Fogo e vegetação lenhosa
produção de rebrotas, ao invés de em
órgãos reprodutivos (Medeiros, 2002;
Hoffmann, 1998).
PRODUÇÃO DE FRUTOS E DE
SEMENTES
Na vegetação do Cerrado, algumas
espécies apresentam frutos tolerantes às
altas temperaturas durante a passagem
da frente de fogo (Cirne, 2002; Landim
& Hay, 1996; Coutinho 1977), porém
muitas sofrem um efeito negativo (Felfili
et al., 1999; Miranda, 1995; Sanaiotti &
Magnusson, 1995). Landim & Hay (1996)
observaram que para indivíduos de K.
coriacea, com altura entre um e três
metros, o fogo danificou cerca de 60%
dos frutos, enquanto que em uma área
protegida contra a queima apenas 8%
dos frutos apresentavam dano. Cirne
(2002) mostrou que os frutos de K.
coriacea são eficientes na proteção das
sementes durante queimadas. A
temperatura máxima externa dos frutos
pode atingir valores entre 390oC a 730oC,
dependendo da sua posição na copa,
enquanto que no interior do fruto a
temperatura máxima é da ordem de 62oC,
sendo de cerca de 100s a permanência
de temperatura superior a 60oC, não
afetando a viabilidade das sementes. O
autor também registrou um aumento
significativo na deiscência de frutos após
a passagem do fogo, confirmando que o
fogo promove a abertura de frutos de
algumas espécies do Cerrado, como já
reportado para Anemopaegma arvenses,
Gomphrena macrocephala, Jacaranda
decurrens e Nautonia nummularia,
espécies anemocóricas do estrato
herbáceo-subarbustivo (Coutinho,
1977).
Sanaiotti & Magnusson (1995)
apresentam resultados sobre o efeitode
diferentes regimes de queima (duas
queimadas anuais, dois anos sem
queima e mais duas queimadas anuais)
na produção de frutos em árvores e
arbustos em um cerrado na Amazônia.
Os diferentes regimes de queima
resultaram em diferentes efeitos na
produção de frutos para as espécies
arbóreas e arbustivas. Considerando as
espécies arbóreas presentes na área,
Anacardium occidentale, Byrsonima
coccolobifolia, B. crassifolia, Myrcia sp.,
Pouteria ramiflora e Simarouba amara,
os autores concluíram que o fogo não
alterou o número de espécies
frutificando, quando comparado ao
período sem queima. Sanaiotti &
Magnusson (1995) atribuem essa
resposta à altura das copas, geralmente
acima 1,5m (evitando a ação direta das
chamas), e à eficiente proteção oferecida
pela casca espessa destas espécies. Não
foi observado um único padrão de
produção de frutos pós-fogo para as
espécies arbustivas. Algumas espécies
não tiveram a produção de frutos
alterada pela queimada, outras
apresentaram um atraso no período de
frutificação ou somente produziram
frutos no ano seguinte à ocorrência do
fogo, e algumas espécies, como
conseqüência da grande redução da parte
vegetativa, necessitariam de três ou mais
anos para retornar a situação pré-fogo.
Em um estudo sobre o sucesso
reprodutivo de Byrsonima crassa, após
a ocorrência de um incêndio no final da
estação seca em área de cerrado sensu
stricto, Silva et al. (1996) concluíram que
o fogo estaria estimulando a produção
de botões e frutos. Hoffmann (1998)
observou que os frutos e sementes de
Miconia albicans, Myrsine guianensis,
Roupala montana, Periandra
mediterranea, Rourea induta e
Piptocarpha rotundifolia foram
danificados por uma queimada ocorrida
no final da estação seca. Todas as
98
Miranda & Sato
espécies, exceto P. rotundifolia,
apresentaram um declínio na produção
de sementes como resposta à queimada.
Segundo o autor, o decréscimo no
número de sementes é conseqüência da
redução no tamanho dos indivíduos e
do investimento em reprodução
vegetativa. Andrade (2002), em estudo
sobre a recuperação do banco de
sementes no solo de uma área de cerrado
sensu stricto queimada em agosto, no
meio da estação seca, determinou que
10 meses após a queima o número de
sementes viáveis de M. albicans era de
40 sementes/m2, quatro vezes maior do
que o determinado no dia anterior à
queimada. Felfili et al. (1999), em estudo
sobre fenologia de Stryphnodendron
adstringens, observaram que um
incêndio ocorrido no final da estação
seca, afetou a produção de frutos. A
frutificação ocorreu no segundo ano após
o incêndio e o número de frutos
produzidos foi a metade daquele
registrado no período pré-fogo. Miranda
(1995) em estudo da fenologia de um
cerrado sensu stricto registrou que, um
mês após a ocorrência de um incêndio,
houve uma redução de 33% no número
de espécies com frutos, e que após um
ano, apenas sete das 19 espécies
inventariadas apresentavam frutos.
Embora esses estudos avaliem efeitos do
fogo na produção de frutos e sementes
para várias espécies lenhosas do
Cerrado, há ainda a necessidade de
estudos de longa duração para melhor
avaliação desses efeitos quando
associados às variações temporais na
fenologia das espécies.
SOBREVIVÊNCIA DE PLÂNTULAS E
INDIVÍDUOS JOVENS
Embora na literatura sobre
estratégias reprodutivas da vegetação do
Cerrado seja dada ênfase para a
reprodução vegetativa de um grande
número de espécies lenhosas (Rizzini,
1971; Ferri, 1961), Kanegae et al. (2000),
Braz et al. (2000), Nardoto et al. (1998),
Oliveira & Silva (1993) reportam que as
plântulas de espécies lenhosas do
Cerrado são capazes de sobreviver ao
estresse imposto pela longa estação seca.
Durante esse período, o fogo também
pode representar mais um fator a
dificultar o estabelecimento das plântulas
(Braz et al., 2000; Oliveira & Silva, 1993).
Hoffmann (1996) investigou o efeito
de diferentes regimes de queima no
estabelecimento de plântulas de
Brosimum gaudichaudii, Guapira noxia,
Kielmeyera coriacea, Miconia albicans,
Myrsine guianensis, Periandra
mediterranea, Roupala montana, Rourea
induta e Zeyheria montana. Para isso, o
sucesso no estabelecimento foi
comparado entre uma área de cerrado
sensu stricto protegida de queima por
mais de sete anos, e áreas queimadas há
um ano, dois anos, e na estação seca
anterior. Os resultados mostram que,
para todas as espécies, o estabelecimento
de plântulas foi menor na área
recentemente queimada do que nos
outros tratamentos, mas que não houve
diferença significativa no estabeleci-
mento entre a área protegida e aquelas
queimadas há um e dois anos.
Oliveira & Silva (1993) em estudos
sobre biologia reprodutiva de K. coriacea
mostraram que apenas 5% das plântulas
morreram como conseqüência do fogo
acidental que ocorreu na primeira
estação seca após o estabelecimento. Os
autores atribuem a alta taxa de
sobrevivência dessa espécie ao rápido
desenvolvimento do sistema radicular,
acumulando água e reservas de amido,
nos primeiros estádios de desenvol-
vimento da plântula. Braz et al. (2000),
em estudo sobre estabelecimento e
99
Fogo e vegetação lenhosa
desenvolvimento de plântulas de
Dalbergia miscolobium, em uma área de
cerrado sensu stricto, também
determinaram baixa taxa de mortalidade
(14%) após um incêndio, no final da
estação seca e seguinte ao estabe-
lecimento. As plântulas sobre-
viventes rebrotaram a partir da base,
ocorrendo crescimento acentuado da
parte aérea nos primeiros meses após o
fogo, resultando em um incremento de
5,5cm na parte aérea ao final da estação
chuvosa.
Para Blepharocalyx salicifolius,
Matos (1994) determinou após
queimadas prescritas, taxas de
mortalidade de cerca de 90% para
plântulas e 50% para os indivíduos
jovens. As rebrotas a partir da base foram
da ordem de 10% e 4% para plântulas e
para juvenis, respectivamente. O
tamanho crítico para sobrevivência de
juvenis foi estimado em 50cm de altura
e 0,6cm de diâmetro basal. Para plântulas
de M. albicans, Miyanishi & Kellman
(1986) determinaram mortalidade de
40% após queima, e estabeleceram a
altura crítica para tolerância ao fogo
como sendo entre 4,3 e 7,5cm. Hoffmann
(1998) observou que queimadas bienais
resultavam em altas taxas de mortalidade
para plântulas e vergônteas de cinco
espécies lenhosas do Cerrado. Para
plântulas de M. albicans a mortalidade
foi de aproximadamente 100%, 86%
para M. guianensis, 64% para R.
montana, 50% para P. mediterranea e
de 33% para R. induta. Entretanto, para
vergônteas de M. guianensis, R. montana
e R. induta, com diâmetro entre 1,7 e
2,4mm, foi observada alta taxa de
sobrevivência. Esses estudos mostram
que o estabelecimento e desenvol-
vimento das plântulas estão relacionados
ao intervalo entre queimas, com
queimadas freqüentes favorecendo a
reprodução vegetativa. Com curtos
intervalos entre queimadas, as plântulas
não se desenvolvem o suficiente para
atingir o tamanho crítico de escape ao
fogo, e as sucessivas rebrotas resultam
em exaustão dos órgãos de reserva
(Whelan, 1995).
TAXAS DE MORTALIDADE E
SOBREVIVÊNCIA DE REBROTAS
Embora muitas espécies do Cerrado
apresentem características morfológicas
de resistência ao fogo - como casca
espessa, proteção de gemas e órgãos
subterrâneos - e fisiológicas como a
translocação de nutrientes para tecidos
subterrâneos no início da seca
(Coutinho, 1990), diferentes tipos de
danos na vegetação lenhosa têm sido
relatados. Esses danos são classificados
como leves, com chamuscamento e
queda das folhas, ou morte dos ramos
mais finos (Ramos, 1990); severos, que
incluem a morte da parte aérea com
rebrota basal e(ou) subterrânea
(“topkill”); ou permanentes, resultando
na morte do indivíduo (Sato, 2003; 1996;
Rocha e Silva, 1999; Souza & Soares,
1983). O conjunto desses danos resulta
na alteração da composição de espécies
e na estrutura da vegetação (Sato, 2003;
Satoet al., 1998).
A rápida recuperação pós-fogo, via
rebrotas na parte epigéia, a partir de
raízes gemíparas ou da parte basal do
tronco tem sido amplamente reportada
na literatura (Sato, 2003; 1996; Rocha e
Silva, 1999; Cardinot, 1998; Coutinho,
1990; Ramos, 1990; Souza & Soares,
1983). Para espécies lenhosas de campo
sujo, Rocha e Silva (1999) mostrou que,
após três queimadas bienais, cerca de
35 a 65% dos indivíduos apresentaram
exclusivamente rebrotas na parte epigéia
e que apenas 19% dos indivíduos
apresentavam rebrotas basais ou
100
Miranda & Sato
subterrâneas. Para o cerrado sensu
stricto, Sato (1996) observou que, após
duas queimadas bienais, cerca de 66%
da vegetação lenhosa apresentou rebrota
na parte epigéia e 20% rebrotas basais
ou subterrâneas. Para cerradão, após um
incêndio em área que estava protegida
contra o fogo por 50 anos, Souza &
Soares (1983) observaram um padrão
inverso, 3% dos indivíduos apresen-
taram rebrotas na parte epigéia e 77%
exclusivamente rebrotas basais.
Queimadas recorrentes podem ter
um grande impacto na sobrevivência de
rebrotas. Medeiros (2002) mostrou que
cerca de 60% das rebrotas que morrem
em conseqüência de queimadas
apresentam altura de até 60cm, que
corresponde à zona de temperaturas
máximas determinadas para queimadas
de Cerrado (Sato, 1996; Miranda et al.,
1996; 1993). Medeiros (2002) mostrou
também que cerca de 70% dessas
rebrotas apresentam diâmetro basal entre
0,5 e 1,5cm, indicando que as rebrotas
não apresentam uma proteção efetiva da
casca contra as altas temperaturas. Rocha
e Silva & Miranda (1996) e Guedes
(1993) determinaram uma espessura
mínima de 6 a 8mm para que a casca
ofereça uma proteção efetiva ao câmbio
durante queimadas de Cerrado. Nos
ramos mais baixos, nas rebrotas ou nos
indivíduos jovens que não apresentem
casca espessa, a temperatura no câmbio
pode ultrapassar 60oC por períodos
longos o suficiente para causar a morte
do tecido (Rocha e Silva & Miranda,
1996; Guedes, 1993).
O efeito de duas queimadas anuais
em indivíduos de pequeno porte, isto é,
entre 20 e 100cm de altura e diâmetro
basal maior que 1,5cm, foi investigado
por Armando (1994) para nove espécies
lenhosas em área de cerrado sensu
stricto. As duas queimadas resultaram
em uma redução de cerca de 4% no
número de indivíduos. O autor mostrou
também que ocorreu uma redução da
ordem de 10cm na altura dos indivíduos,
indicando que queimadas freqüentes
podem atrasar o crescimento dos
indivíduos retardando a passagem para
o estádio reprodutivo. Ramos (1990)
observou que indivíduos lenhosos com
altura até 128cm e com diâmetro, a 30cm
do solo, menores de 3cm são seriamente
danificados durante queimadas. Sato
(1996), em estudo sobre mortalidade da
vegetação lenhosa em cerrado sensu
stricto, mostrou que após uma queimada
os indivíduos com altura entre 30 e
200cm, foram aqueles que apresentaram
maior taxa de mortalidade (40%) e que,
como conseqüência dos danos sofridos,
uma queimada realizada dois anos
depois, fez com que a mortalidade para
os indivíduos com altura inferior a 2m
aumentasse para cerca de 70%.
Sato (2003) calculou taxas de
mortalidade para a vegetação lenhosa de
cerrado sensu stricto submetida a
queimadas prescritas nos meses de
junho, agosto e setembro. Após cinco
queimadas bienais a mortalidade foi de
39% na área queimada em junho, e
cerca de 45% nas áreas queimadas em
agosto e setembro. Ao considerar
o total de caules destruídos
(“topkill” + mortos) estes valores
passam a ser da ordem de 44% para a
área queimada em junho, 59% para a
queimada em agosto e 75% para a
queimada em setembro, indicando um
efeito diferenciado do fogo na vegetação
lenhosa em relação à época da queima,
isto porque várias espécies lenhosas do
Cerrado renovam as folhas, florescem ou
frutificam durante a estação seca
(Oliveira & Gibbs, 2000).
 Para campo sujo, Medeiros (2002)
mostrou que três queimadas anuais
101
Fogo e vegetação lenhosa
realizadas no meio da estação seca, após
25 anos de proteção contra o fogo,
resultaram na morte de 37% dos
indivíduos lenhosos presentes na área e
77% de caules destruídos. Rocha e Silva
(1999) em estudo sobre o efeito de
diferentes regimes de queima na
vegetação lenhosa de campo sujo
mostrou que, após proteção contra fogo
por 18 anos, três queimadas bienais em
meados da estação seca, reduziram em
20% o número de indivíduos lenhosos
na área de estudo e, em área adjacente,
submetida a duas queimadas qua-
drienais, a mortalidade foi de 21%.
Entretanto, ao considerar o número de
caules destruídos o autor obteve valores
da ordem de 33% para a área sob regime
bienal e de 54% para a área sob regime
quadrienal. A diferença no número de
caules destruídos apresentados por
Medeiros (2002) e Rocha e Silva (1999)
pode ser consequência do limite mínimo
adotado para o diâmetro dos indivíduos
inventariados. Medeiros (2002) incluiu
todos os indivíduos com diâmetro igual
ou superior a 2,0cm, enquanto que
Rocha e Silva (1999) adotou 5,0cm como
diâmetro mínimo. Estes estudos mostram
que, embora a vegetação lenhosa
apresente adaptações de proteção contra
o fogo, queimadas sucessivas com
intervalos de um a quatro anos, comuns
na região do Cerrado (Coutinho, 1990;
1982), resultam em altas taxas de
mortalidade e de “topkill” com alterações
significativas na estrutura da vegetação.
A alteração na estrutura e
composição da vegetação resultante de
queimadas sucessivas foi investigada por
Andrade (2002) em estudo do banco de
sementes do solo em uma área de
cerrado sensu stricto submetida a quatro
queimadas bienais e em outra protegida
do fogo por 25 anos. A autora mostra
que o banco de sementes nas duas áreas
é significativamente diferente. O banco
de sementes viáveis de mono-
cotiledôneas da área queimada
apresentou cerca de 103 sementes/m2
enquanto que o da área protegida apenas
23 sementes/m2. Já o banco de sementes
de dicotiledôneas foi maior na área
protegida (23 sementes/m2) do que na
área queimada (6 sementes/m2). O
favorecimento das gramíneas também foi
observado por Sato (2003) ao mostrar
que após 18 anos de proteção contra o
fogo, as gramíneas representavam cerca
de 45% do total de biomassa do estrato
rasteiro, e que após cinco queimadas
bienais passaram a representar cerca de
70%. Estes estudos indicam que a
alteração na estrutura da vegetação
lenhosa resultante de queimadas
sucessivas, via altas taxas de mortalidade
e “topkill”, resultam em sistemas com
fisionomias mais abertas, com o
favorecimento das gramíneas em relação
às lenhosas. O que por sua vez, pode
tornar o sistema mais susceptível a
queimadas durante a estação seca
dificultando a regeneração do sistema
para sua forma fisionômica pré-fogo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora ainda não tenhamos
informação sobre a frequência de eventos
de incêndios naturais no Cerrado, vários
estudos mostram que o fogo vem
ocorrendo há milhares de anos. Estudos
recentes mostram também que os
incêndios causados por raios ocorrem
preferencialmente no período de
transição entre a estação seca e chuvosa
e, em maior frequência, durante a
estação chuvosa. Porém, com a ocupação
do Cerrado para fins agropastoris o
regime natural de queima tem sofrido
alterações, com as queimadas sendo
realizadas durante a estação seca e com
intervalo entre queima de um a quatro
anos. O conhecimento sobre os efeitos
102
Miranda & Sato
do fogo na vegetação lenhosa do
Cerrado, sintetizado nesta revisão,
sugere que estas alterações no regime de
queima resultam em fisionomias mais
abertas como consequência das altas
taxas de mortalidade, alterações nas
taxas de recrutamento e favorecimento
da vegetação do estrato rasteiro. Embora
a literatura sobre o assunto seja
considerável, fica evidente o pequeno
número de espécies estudadas, quanto
à resposta ao fogo, em relação à alta
diversidade de espécies lenhosasdeste
Bioma. Poucos são os estudos de longa
duração que analisam o efeito do fogo
em populações e comunidades e raros
aqueles que investigam os efeitos do fogo
no funcionamento do sistema, quer seja
na taxa de absorção de carbono ou de
uso de água (Breyer, 2001; Santos, 1999;
Silva, 1999; Miranda et al., 1997), bem
como estudos relacionados à
recuperação do sistema. Portanto, é
necessário ampliar o número de espécies
estudadas, iniciar estudos sobre
recuperação de áreas submetidas a
queimadas freqüentes e também sobre
aqueles relacionados aos processos e
funcionamentos do sistema, para que o
fogo, como ferramenta de manejo, possa
ser utilizado com critério e segurança
para a manutenção da diversidade da
vegetação lenhosa do Cerrado.
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