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Sonho, Freud e Skinner

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Introdução:
O texto que se segue, procura explicar de forma objetiva, o que é o sonho dentro das teorias de psicanalise e da análise do comportamento. De maneira a não concluir que uma seja superior a outra, pois, entendem-se que são visões diferente e que fazem uso de distintos mecanismos, para abordar um mesmo assunto. 
Psicanálise:
Para Freud, em seu livro “Interpretações dos sonhos”, o sonho é um ato psíquico que ocorre devido a uma força motivadora para a realização de um desejo reprimido (sexual infantil). Uma experiência de necessidade e uma experiência de satisfação são o que formam esse desejo, que é proporcionado pelo inconsciente. Normalmente com uma aparência incoerente e bizarra devido a censura onírica, a condensação (fusão de diversas ideias de conteúdo latente, para formação de uma única imagem de conteúdo manifesto), ao deslocamento (transformação de elementos primordiais do conteúdo latente em elementos secundários no conteúdo manifesto), as considerações de representabilidade (elaboração onírica), a necessidade de uma estrutura externa (conteúdo manifesto) e que tenha uma aparência de racionalidade (elaboração segundaria); é como o sonho é apresentado.
Não há nada de insignificante e de arbitrário em um sonho, por isso, se diz que há um determinismo psíquico, que o sonho é sobredeterminadado, ou seja, nada é ao acaso ou aleatório. 
Como dito anteriormente, o que motiva o sonho a se formar é um desejo reprimido que se encontra no inconsciente, este é constituído por conteúdos recalcados. Contudo, o sonho se concretiza/encontra no pré-consciente. Dificilmente conseguimos chegar na fonte de desejo infantil reprimido, pois o pré-consciente serve de barreira junto com a censura e os mecanismos de defesa, levando em consideração que o sonho é regressivo, pois, parte do inconsciente para o sistema perceptivo (imagem sensorial) e não vai em direção ao sistema motor, por tudo isso, que o conteúdo reprimido não é claramente evidente e explicito ao sonhador. 
Restos diurnos, preocupações, algo que não foi resolvido durante o dia, desejos tanto internos quanto externos (fisiológicos, do pré-consciente, inconsciente) fazem parte do sonho, pois, todo sonho se trata de um problema atual da pessoa, cuja solução só pode ser expressa (realizada) no tempo presente. 
Análise do Comportamento:
Para a análise do comportamento, o sonho é comportamento em que o indivíduo está sobre influencias de contingências de reforço. O sonho seria produtos das histórias de condicionamento respondente e operante que se desenvolveram a partir de três níveis diferenciados de seleção e variação que respondem pela determinação do comportamento: filogênese, ontogênese e cultura. Nível filogenético, o sonhar tem função de fortalecer a memória, reposição de certas substâncias bioquímicas e como se um comportamento selecionado, contribuiu na sobrevivência da espécie. Em nível ontogenético, o sonhar pode ser considerado tanto um comportamento consciente como inconsciente. Comportamento consciente entendido como autoconhecimento, que equivale à discriminação das variáveis que controlam o comportamento, e os comportamentos inconscientes são aqueles que ocorrem sem que respondamos discriminadamente às variáveis relacionadas com o responder (ou seja, não sabemos o que controla nossos comportamentos). No nível cultural, aprendemos a relatar o que sentimos e imaginamos. O conteúdo a ser expresso nos sonhos é aqui entendido com base nestes três níveis, e a interpretações faz correlação a história de vida de cada pessoa. 
Diferentemente das teorias sobre símbolos em Freud, a análise do comportamento entende que os sonhos não têm um significado, mas sim que o significado é resultado de interpretações que diferem de acordo com a abordagem teórica ou filosófica do interpretador, enquanto um psicanalista vai interpretar os sonhos como, por exemplo, constituído de natureza sexual, um behaviorista vai interpretar os sonhos a partir das contingências de reforçamento responsáveis por eles. Desta maneira o sonho se torna de individual interpretações, visto que, cada indivíduo apresenta um contexto histórico diferente. 
Conclusão:
As duas teorias apresentam uma forma diferente no que se diz respeito a interpretação dos sonhos. Em psicanalise o sonho é algo interno do indivíduo, no qual conteúdos censurados presentes no inconsciente, podem ser expressados através do sonho (pré-consciente). Já a análise do comportamento entende, que o sonho é um comportamento encoberto e que seu conteúdo está relacionado a uma história filogenética, ontogenética e a cultura do indivíduo, e que pode ser expresso pelo comportamento verbal e sobre o controle de contingências reforçadoras que fazem parte da história deste indivíduo. 
Resquícios diurnos podem se tornar sonhos, tanto para a teoria psicanalítica como para a análise do comportamento, e a privação e emoções nas duas abordagens, são também motivos para que o sonho possa ser realizado. 
As duas teorias são de grande importância para a psicologia, e apesar de se apresentarem muitas vezes distintas, os conteúdos que são apresentados pela sociedade podem ser satisfatoriamente estudados por elas. 
Referências: 
FREUD, Sigmund. A Interpretação dos Sonhos (segunda parte) e sobre os sonhos. Rio de Janeiro, Imago, 1972, v. 5, 773 p.
SILVA, Francynete Melo e. Uma análise behaviorista radical dos sonhos. Revista Psicologia: Reflexão e Critica, 2000, vol.13, no.3, p.435-449. ISSN 0102-7972.

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