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Resumo Doenças Infecto-Contagiosas

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1 HANSENÍASE
	A hanseníase é uma doença de fácil diagnóstico, tratamento e cura, porém, caso demore em se iniciar o tratamento, as sequelas causadas pelo desenvolvimento da doença não são revertidas, ou seja, é possível curar a doença, mas não as sequelas.
– Diagnóstico de casos de hanseníase:
	O indivíduo deve apresentar um ou mais das seguintes características: lesões com perda de sensibilidade, acometimento dos nervos com espessamento neural e baciloscopia positiva.
– Aspectos epidemiológicos:
	É uma doença de evolução lenta, aparecendo principalmente na pele e nervos periférico, mais comum nos olhos, mãos e pés. É uma doença com baixo potencial de infecção, porém com um alto período de manifestação. Seu principal comprometimento é nos nervos periféricos, levando a incapacitação física e podendo evoluir para deformidades.
	1.3 – Modo de transmissão:
	O modo de transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada e não tratada, sendo o trato respiratório a maior entrada para a infecção. Tem um período de incubação de 2 a 7 anos.
	Há maior incidência em homens que em mulheres, além de outros fatores que aumentam as chances de contaminação e desenvolvimento da doença, como condição socioeconômica baixa, condições de vida e saúde precárias e muitas pessoas convivendo no mesmo ambiente.
– Classificação por bacilos:
	Pode ser Paucibacilar, quando a carga bacilar é baixa, sendo que o indivíduo pode se curar espontaneamente. Assim como pode ser Multibacilar, sendo essas pessoas os hospedeiros transmissores, não possuindo resistência contra os bacilos.
– Aspectos clínicos:
Sinais e Sintomas Dermatológicos: Manchas pigmentares ou discrômicas, com perda de sensibilidade local; Placas, sendo uma lesão que se estende por vários centímetros; Nódulo, sendo uma lesão com aspecto de “alto relevo”; Tubérculo, sendo um nódulo que estourou.
Sinais e Sintomas Neurológicos: A doença atinge também os nervos periféricos, através de neurites causadas pelo bacilo, pela reação do organismo ao bacilo ou ambos. Podem se manifestar através de dor e espessamento neural; Perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos; Perda de força nos músculos inervados por esses nervos.
– Diagnóstico:
	Dá-se por meio de exame clínico, quando se busca os sinais dermatológicos da doença. Sendo que o diagnóstico clínico consiste em diagnóstico diferencial, anamnese, avaliação dermatológica, avaliação neurológica, entre outros.
– Tratamento:
Esquema Paucibacilar: Utiliza-se a Rifampicina e a Dapsona, onde a Rifampicina é uma dose mensal de 600mg com administração supervisionada, e a Dapsona uma dose mensal de 100mg e uma dose diária auto administrada. O tratamento é de 6 doses supervisionadas de Rifampicina, tendo alta após 6 doses supervisionadas em até 9 meses.
Esquema Multibacilar: Utiliza-se Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, onde a Rifampicina e a Dapsona seguem o mesmo esquema acima, a diferença é a Clofazimina, com um dose mensal supervisionada de 300mg e uma dose diária de 50mg auto administrada.
TUBERCULOSE
	Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da TB, como pobreza, multidrogarresistência, má condições de vida, etc.
	A transmissão da TB se dá por meio de perdigotos expelidos pela tosse/espirro por indivíduos bacilíferos.
	2.1 – Programa de controle da TB:
	Prioriza uma meta de 85% de cura e 5% de abandono, sendo que cerca de 10% dos pacientes desenvolvem multidrogarresistência. Existem algumas ações a serem tomadas para que essas metas possam ser atingidas, sendo essas:
Melhoria do acesso ao serviço;
Garantia de diagnóstico precoce e tratamento;
Sistema de notificação eficaz;
Tratamento Diretamente Observado (TDO);
Busca ativa de novos casos e recaídas.
	2.2 – Evidências importantes para o diagnóstico de TB:
	O fato de ser uma síndrome infecciosa de curso crônico, com febre baixa e vespertina; Emagrecimento visível; Tosse produtiva persistente por 3 semanas ou mais; Tosse com sangue e hemoptise; Idosos, diabéticos e HIV+ tem maiores chances de adoecer.
	2.3 – Indicações para internação:
	Sinais de dificuldade respiratória; Cianose, Hipoxemia; Vômitos em excesso e desidratação; Pneumotórax, derrame pleural ou pneumonia extensa; Sinais e sintomas de meningocefalite tuberculosa; Entre outros.
	2.4 – Ações de prevenção:
	BCG; Descoberta precoce de novos casos e tratamento; Quimioprofilaxia; Educação continuada; entre outros.
	2.5 – Fluxograma de contatos domiciliares de adultos e crianças:
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	2.6 – Quimioprofilaxia:
	Isoniazida 10mg/kg, sendo 300mg o máximo diário, por 6 meses. Indicado para crianças até 15 anos não vacinados e coabitante de TB ativo, imunodeprimidos, contatos domiciliares de bacilíferos, fontes reatoras do PPD sem sinais de TB, mas em condição de risco.
	2.7 – Diagnóstico e Tratamento:
	O diagnóstico se dá por meio de Baciloscopia positiva para TB, Cultura e RX. O tratamento é realizado de acordo com a fase em que o indivíduo se encontra:
1ª Fase (até 2 meses): RHZE (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol);
2ª Fase (até 4 meses): RHE (Rifampicina, Isoniazida e Etambutol).
COQUELUCHE
	Doença infecciosa aguda, transmissível, que compromete o aparelho respiratório, com paroxismo e tosse seca. Se divide em 3 fases, cada uma com sua característica específica.
1ª Fase (Catarral): Dura 1 ou 2 semanas, com febre baixa, mal estar, coriza e tosse seca gradativamente mais frequente;
2ª Fase (Paroxística): Caracterizada pela tosse paroxística, onde o indivíduo começa a tossir e não consegue parar, até atingir um estado de apnéia breve, com congestão facial, face cianótica e sensação de asfixia. Dura até 6 meses, sendo que no final desta fase a criança pode desmaiar ou vomitar.
3ª Fase (Convalescença): Termina a tosse paroxística e volta para a tosse comum, de 2 semana até 3 meses. Infecções respiratórias de outra natureza podem trazer de volta a tosse paroxística.
	3.1 – Transmissão:
	Contato com gotículas de secreção eliminadas pela orofaringe de pessoa infectada, podendo ocorre também por fômites. Seu período de transmissibilidade é de 5 dias após o contato até 3 semanas após início da fase paroxística, com maior transmissibilidade na fase catarral.
1 DIAS 5 ATÉ 3 SEMANAS APÓS FASE 2
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	3.2 – Complicações:
	Convulsões, coma, ativação de TB latente, pneumotórax, surdez, hérnias, estrabismo, etc.
	3.3 – Diagnóstico:
	Cultura de material da nasofaringe, sendo coletado antes da antibioticoterapia, ou no máximo 3 dias após o início.
– Definição de casos:
Suspeito: Tosse seca a 14 dias ou mais, com um ou mais dos demais sintomas (Respiração em guincho, Tosse paroxística, vômitos pós tosse). Ou então todo indivíduo que apresentar tosse seca a 14 dias ou mais e tem vínculo epidemiológico com pessoa com coqueluche confirmada.
Confirmado: Todo indivíduo que apresentar B. pertussis no resultado da coleta de escarro. Todo caso suspeito que tiver vínculo epidemiológico com indivíduo confirmado por coleta de escarro no período de transmissibilidade.
VARICELA
	Doença aguda e febril, caracterizada pela aparição de lesões maculopapulares e pustulares, que evolvem formando crostas em 3 a 4 dias. Sua principal característica é o polimorfismo das lesões, que são acompanhadas de prurido.
	O vírus da varicela permanece no corpo mesmo após a cura, podendo voltar, em alguns casos, como Herpes Zoster. A principal diferença da Varicela para as outra doenças febris exantemáticas está nas lesões cutâneas, que apresentam todas as 3 características (Maculas > Pápulas > Pústulas). Sendo Mácula (Manchas Avermelhadas), Pápulas (Bolhas) e Pústulas (Bolha estoura e vaza pus).
	4.1 – Características:
	Sua transmissão se dá por meio de secreções respiratórias e, muito raramente, por contatocom as secreções das lesões. Tem período de incubação de 10 a 20 dias e período de transmissibilidade de 1 a 2 antes das erupções, até 5 dias após surgimento das vesículas.
	4.2 – Diagnóstico e Tratamento:
	O diagnóstico se dá pela presença dos 3 tipos de lesão simultaneamente ou teste sorológico. Seu tratamento é realizado com banho de permanganato de potássio (1:40,000) e água boricada a 2% várias vezes ao dia.
	Em crianças maiores de 12 anos, com evolução moderada ou grave, indica-se o Aciclovir.
5 SARAMPO
	É uma doença viral aguda altamente transmissível, possuindo 3 períodos bem definidos, sendo estes:
Período Catarral: Duração de até 6 dias, surgindo com febre acompanhada de tosse produtiva, corrimento seromucoso no nariz, conjuntivite e fotofobia. Os linfonodos estão um pouco aumentados na região cervical, além de presença de manchas brancas na região pré-molar nas próximas 24h.
Período Exantemático: Acentuação dos sintomas anteriores, além de surgimento de exantema maculopapular, principalmente na face, se alastrando para o restante do corpo após 3 dias. Tem duração de cerca de 5 dias.
Período de Convalescença: As manchas se tornam escurecidas e começam a descamar.
	5.1 – Características:
	Sua transmissão se dá por meio de contato com secreções nasofaríngeas, expelidas pela tosse, por exemplo. Seu período de incubação é de 10 dias, até o surgimento da febre. Seu período de transmissibilidade é de 4 a 6 dias antes do surgimento até 4 dias após o aparecimento do exantema.
	5.2 – Complicações:
	Laringite, diarreia, pneumonia, encefalites, entre outras.
	5.3 – Diagnóstico e Tratamento:
	O diagnóstico se dá por meio da aparição dos sinais e sintomas característicos, sorologia e diagnóstico diferencial para doenças febris exantemáticas. O tratamento é realizado de acordo com os sintomas que a pessoa apresenta, não havendo tratamento específico.
	5.4 – Definição de casos:
Suspeito: Toda pessoa que apresentar febre exantemática maculopapular, acompanhado de um ou mais sintomas (Tosse, coriza, conjutivitite).
Confirmado: Todo sujeito confirmado para sarampo por IgM+ para Sarampo, vínculo epidemiológico com pessoa confirmada com sarampo ou em caso do paciente evoluir para óbito antes da confirmação.
6 RUBÉOLA
	Doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantemas maculopapulares, se iniciando na face, couro cabeludo e pescoço, se espalhando pelo corpo. É uma doença de curso curto e sem maiores complicações, exceto no caso de Rubéola Congênita. Apresenta linfadenopatia generalizada, principalmente nas áreas subocipital e pós-auricular.
	Sua transmissão se dá por contato direto com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. Possui período de incubação de 14 a 21 dias, e período de transmissibilidade de 5 a 7 dias antes do exantema até 5 a 7 dias após o exantema.
	6.1 – Diagnóstico:
	Pesquisa de IgM específico para rubéola até o 28º dia do início do exantema. No caso de sorológico realizado após o 28º dia do surgimento do exantema, caso o IgM não seja reagente, não se descarta a possibilidade da doença.
	6.2 – Definição de casos:
Suspeito: Toda pessoa que apresentar febre, exantema maculopapular e linfadenopatia.
Confirmado: IgM reativo para rubéola, vínculo epidemiológico com pessoa confirmada para rubéola, 
	6.3 – Avaliação de IgM:
 
>> DIFERENCIAÇÃO DE DOENÇAS FEBRIS EXATEMÁTICAS <<
	DOENÇAS
	EXANTEMAS
	SINAIS E SINTOMAS
	LOCAL DAS LESÕES
	Varicela
	Mácula, Pápula e Pústula
	Febre antes das lesões
	Aleatoriamente no corpo
	Sarampo
	Mácula e Pápula
	Conjuntivite e fotofobia. Febre com as lesões
	Iniciam na face e no final esfarelam
	Rubéola
	Mácula e Pápula
	Linfadenopatia generalizada
	Iniciam na face, couro cabeludo e pescoço
>> CARACTERÍSTICAS DAS DOENÇAS <<
	DOENÇAS
	PERÍODO DE INCUBAÇÃO
	PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
	Hanseníase
	2 a 7 anos
	Início da doença até a primeira dose de Rifampicina
	Tuberculose
	Cerca de 6 semana após exposição
	Enquanto o tratamento não for iniciado
	Coqueluche
	5 dias
	Até 3 semanas após início da fase paroxística
	Varicela
	10 a 20 dias
	1 a 2 dias após o aparecimento das lesões
	Sarampo
	10 dias até surgimento da febre
	4 a 6 dias antes do surgimento e 4 dias após o surgimento do exantema
	Rubéola
	14 a 21 dias
	5 a 7 dias antes do exantema até 5 a 7 dias após o exantema

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