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Processos de formação do solo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE 
CURSOS: Eng. Agronômica e Eng. Florestal 
 
 Unidade IV 
 
 
- Processos de Formação: Adição, Remoção, Translocação e Transformação. 
 
 
 
 
Lya Januária Vasconcelos Beiruth1 
José de Ribamar T. da Silva2 
 
 
 
Rio Branco-AC, 2015. 
 
 
1
 Professora do CCBN/UFAC. Engenheira Agrônoma, Mestre em Produção Vegetal. 
2
 Professor do CCBN/UFAC. Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos. 
 
P á g i n a | 2 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO 
 
1. CONCEITO 
São reações e/ou mecanismos (químico, físico e biológico) que produzem no solum (A+B) 
características correlacionadas com os Fatores de Formação. 
 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO: Adição 
 
Difere: 
. Tipo de material 
. Origem do material 
 
1. Classes de Materiais 
a. Matéria orgânica: 
. Parte aérea e raízes dos vegetais (75-85 % das adições anuais). 
. Contribuição em profundidade. 
. Acumulações moderadas de matéria orgânica na superfície do solo. 
. Para formação de solos orgânicos, contribuem: 
 - Excesso de água e reduzida velocidade de decomposição da matéria orgânica. 
 - Baixas temperaturas (regiões frias). 
 - pH baixo (fungo < velocidade de decomposição que bactérias). 
 
b. Produtos erosionados e levados pelas águas nos declives; 
c. Adições de materiais aluviais depositados em áreas planas pelos rios e mares; 
d. Adições de materiais eólicos; 
e. Adições de certos íons por movimentação lateral de solos adjacentes; 
f. Adição de Nitrogênio (chuva, agentes eólicos, etc...); 
g. Adição de sais (EP > P); 
h. Adição de fertilizantes e corretivos. 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 3 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
RESUMINDO: 
 
Figura 1. Processos de adição em um perfil de solo. 
 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO: Remoção 
 
. Ocorre quando: P > EP. 
. Envolve: lixiviação. 
 
1. Classes de Materiais 
a. Sais solúveis: 
. CO3
2-, HCO3
-, Cl-, NO3
- e SO4
2- de metais alcalinos e alcalinos terrosos. 
b. Sílica (SiO2): 
. Na etapa final da evolução dos solos  grandes perdas. 
c. Quelatos–Fe: 
. Sob condições de redução. 
d. Absorção pelas plantas. 
 
RESUMINDO: 
 
Figura 2. Processos de remoção em um perfil de solo. 
 
P á g i n a | 4 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO: Translocação 
 
 Movimento de materiais e substâncias dentro do perfil  conseqüente acumulações e modifica-
ções visíveis na distribuição desses materiais no solo. 
 
É atribuída às seguintes condições: 
. Precipitações inadequadas; 
. Retardamento da lixiviação por impedimento à percolação da água e à eliminação da mesma por 
drenagem. 
 
1. Principais Translocações 
a. Sais: Carbonatos, bicarbonatos, cloretos e sulfatos acompanhados de K, Na, Mg e Ca. Estes se 
acumulam no solo (manchas brancas), quando a produção é maior que a lavagem. 
 
b. Argilas: 
Condições: . Existir água suficiente para mover a argila no perfil. 
 . A argila não esteja agregada ou cimentada, ou em quantidade insuficiente para mover-se. 
 . Existam macroporos para realmente haver a translocação da argila e visibilidade do processo. 
 
c. Óxidos: Al, Mn e Fe por quelação com a matéria orgânica, deslocam-se para camada sub-superficial (A 
 B), onde decompõem-se ou precipitam-se. 
 
d. Matéria orgânica: Através: poros, fendas, lavagem e organismos vivos (minhocas). 
 
e. Sub-produtos da decomposição da matéria orgânica: Ácidos húmicos e fúlvicos  Complexos com 
cátions como: Fe, Al, Mn, Zn e Ca na forma de quelatos e translocam-se. 
 
Zona de Acumulação: 
A constituição da zona de acumulação se tem atribuído a várias possíveis causas: 
. Destruição dos quelatos pela ação microbiológica; 
. Adsorção pelas partículas de argila; 
. Mudanças de pH. 
 
P á g i n a | 5 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
RESUMINDO: 
 
Figura 3. Processos de translocação em um perfil de solo. 
 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO: Transformação 
 
São processos pedogenéticos mais extensos e complicados. 
 
Podem ser de caráter: 
. Físico ou mecânico 
. Causados por intemperização (Fenômeno Químico) 
 
1. Físico ou Mecânico 
 Os materiais são desagregados. Partes da rocha são segregadas ou separadas (fragmentadas) sem 
que haja qualquer alteração química dos minerais. Esse tipo de intemperismo pode ser realizado a partir 
dos seguintes mecanismos: 
. Variação de temperatura  Principal agente: Calor; 
. Variação de umidade Principal agente: Água; 
. Agentes Físico-biológicos  Principais agentes: Raízes dos Vegetais; 
. Cristalização de sais  Principais agentes: Sais. 
 
a. Formação de Estrutura (agregados): 
 
É necessário: 
. Colóides floculem; 
 
P á g i n a | 6 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
. Mudanças de volume (umedecimento e secagem); 
. Efeito das raízes se faça presente para que ocorra formação de estrutura; 
. Ação da microbiota (fungos, bactérias...) do solo. 
. Estabilidade dos agregados é função, principalmente: 
- Compostos orgânicos 
- Óxidos de Fe e Al 
- Carbonatos 
- Argila 
 
b. Bioturbação 
 
c. Fendilhamento e Auto-inversão: Solos com elevado teor de argila 2:1 (Montmorilonita...)  
Microrrelevo (gilgai). 
 
2. Intemperização 
a. Alteração Química por Oxidação e Redução 
. Oxigênio  máxima importância. 
  agente de decomposição. 
  
Efeito sobre os minerais de ferro e manganês (reação química). 
 
. Compostos ferrosos e manganosos  férricos e mangânicos. 
. Reduzidos (Fe2+)  solos: escuros, esverdeados ou cinzas. 
. Oxidados (Fe3+)  solos: amarelos, brunados ou vermelhos. 
 
Importância: 
. Favorece alteração de muitas rochas, cujas transformações químicas tornam as rochas mais facilmente 
fragmentáveis. 
. Permite identificar nos solos: 
 Zonas de oxidação  favoráveis para suporte de vegetais superiores. 
 Zonas de redução  geralmente mais profunda e em presença de água estagnada e matéria 
orgânica. 
 Nas transformações da matéria orgânica e no desenvolvimento biológico do solo. 
 
P á g i n a | 7 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
 
Condições Climáticas Favoráveis: Clima Quente e Úmido. 
 Em ambiente de oxidação: Pode originar produtos prejudiciais às plantas (H2SO4 e FeSO4)  
nocivos aos vegetais (excesso). 
  Em ambiente de redução: FeSO4  FeS  S 
 
b. Alteração Química por Dissolução, Hidrólise e Hidratação. 
Dissolução: 
. Água  ação dissolvente e hidrolítica  em contatocom minerais  transformações. 
. Águas (litosfera)  impregnadas de CO2 e ácidos orgânicos complexos  têm poder dissolvente sobre 
certos minerais. 
 
Hidrólise: 
. Maior parte dos compostos da crosta terrestre (silicatos)  intemperismo químico pela água  
Hidrólise (agente ativo: íon H+)  oriundo da ionização da água e dos ácidos húmicos e fúlvicos da 
matéria orgânica. 
 Ex: Fe2O3 + H2O  2 FeOOH 
 Hematita Goethita 
 
Hidratação: 
. Fixação de moléculas de água pelas estruturas de alguns minerais. 
 Ex: Fe2O3 + H2O  Fe2O3.H2O 
 Hematita Limonita 
 
c. Alteração Química por Carbonatação 
. Combinação dos íons carbonatos (CO3
2-) e bicarbonatos (HCO3
-) com o material geológico. 
. Processo de decomposição das rochas e minerais que resulta da ação do anidrido carbônico, 
principalmente dissolvido em água, sobre os carbonatos, transformando-os em bicarbonatos. 
 
3 CO2 + 3 H2O  H2CO3 + H
+ + CO3
2- + HCO3
- 
 Parte ativa 
. Rochas ricas em Fe, Mg e Ca  sofrem Intemperização por carbonatação. 
 
P á g i n a | 8 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
. Se a água carbonatada reagir com os minerais dolomita e/ou calcita estes podem posteriormente  
dissolvidos como bicarbonatos relativamente solúveis. 
 
CaMg(CO3)2 + 2CO2 + 2H2O  Ca(HCO3)2 + Mg(HCO3)2 
 Dolomita 
 
 CaCO3 + CO2 + H2O  Ca(HCO3)2 
 Calcita 
 
d. Intemperismo Biológico 
. Verdadeiramente não existe  o que ocorre são ações físicas e químicas desenvolvidas pelos 
organismos vivos, que contribuem para a desagregação das rochas e transformações que ocorrem nos 
solos. 
. Principal papel dos organismos vivos: 
 Ação química  CO2 resultante da atividade vital e da decomposição da Matéria Orgânica. 
 Seres vivos aeróbicos  respiração  consomem O2 e eliminam CO2  importância da 
carbonatação originada pela respiração das raízes, microflora e microfauna do solo.
 
P á g i n a | 9 SOLOS I – Unidade 4 
 
 
Profa. Lya Januária Vasconcelos Beiruth – Eng. Agr. – Me. Produção Vegetal – CREA-AC 8496 D-AC 
Prof. José Ribamar Torres da Silva – Eng. Agr. – Dr. em Solos – CREA-AC 839-D 
 
EXERCÍCIO: 
 
01. Quais os processos de formação do solo? 
02. Comente o processo de adição na formação dos solos que ocorrem no topo e na planície aluvial? 
03. Faça um croqui de uma superfície composta de topo, escarpa e planície aluvial e indique os principais 
processos pedogenéticos que influenciam na formação dos solos desenvolvidos nas diferentes 
posições da paisagem (relevo) e explique a forma de atuação destes. 
 
Topo 
Escarpa 
Planície Aluvial 
A 
B 
C 
 
04. Diferencie: Hidrólise x Hidratação. 
 Lixiviação x Eluviação x Iluviação.

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