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BEM DE FAMÍLIA CONCEITO – a parte do patrimônio da entidade familiar que, por deliberação voluntária ou por determinação legal, fica isenta da penhora para pagamento de dívidas. BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO (arts. 1.711 e ss., CC) Requisitos: 1. Consentimento dos cônjuges ou da entidade familiar (união estável), por isso que é voluntário. 2. Mediante escritura pública ou testamento. Terceiro interessado pode instituir bem de família em favor de outra entidade familiar, por testamento ou doação. 3. O imóvel deve constituir residência. Pode ser urbano ou rural. Não pode ser terreno, galpão industrial, loja comercial, posto de gasolina. 4. No máximo, um terço do patrimônio líquido. Extensão: o bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. A referida isenção durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade. Administração: a administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor. Extinção: extingue-se o bem de família voluntário com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos à curatela. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família, todavia, dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal. BEM DE FAMÍLIA INVOLUNTÁRIO, LEGAL, OU OBRIGATÓRIO (Lei 8.009/90) Conceito: bem de família legal é o imóvel residencial próprio do casal ou da entidade familiar que não pode ser penhorado para pagamento de dívidas. Para os efeitos de impenhorabilidade, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis. Características: 1. Instituído pelo próprio Estado. 2. Independe de ato constitutivo e, portanto, de registro no Registro de Imóveis. 3. Beneficia, também, a família monoparental, bem como o solteiro (Súmula 364, STJ). 4. Impenhorabilidade oponível em qualquer tipo de processo de execução civil, comercial fiscal, previdenciária, trabalhista (arts. 1º e 3º). Algumas exceções à impenhorabilidade: 1. créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias. 2. pensão alimentícia. 3. impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar. Apesar da falha e omissão da Lei 8.009/90, tem a jurisprudência admitido a penhora do bem de família por não pagamento de despesas condominiais, apregoando-se que o vocábulo “contribuições”, mencionado no inciso IV do art. 3º, não exprime apenas a contribuição de melhoria, mas também a mensalidade correspondente ao rateio condominial. 4. veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos (art. 2º).
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