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8- Trabalho x Emprego

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A EC n.45 ampliou a competência da justiça do trabalho, que antes somente tratava sobre casos que envolvessem relação de emprego. Para diferenciarmos a relação de emprego de relação de trabalho precisamos verificar se existe as seguintes características na relação: (SHOPP) subordinação, habitualidade (ou não eventualidade), onerosidade, pessoalidade, pessoa física. Destaque-se que a exclusividade na prestação dos serviços para um único empregador não é requisito indispensável para configuração de relação de emprego. Outrossim, registre-se que os custos e riscos de exploração da atividade econômica corre às expensas do empregador.
A subordinação ora versada é a jurídica, não necessariamente técnica ou econômica. A definição de empregado pela CLT encontra-se no seu art. 3˚ e de empregador no art. 2˚ do mesmo Códex. Não obstante o caput do art. 2˚ expressar que apenas empresas podem ser empregadoras, adiante, no § 1˚, explicita-se que os profissionais liberais (pessoas físicas) também podem ser empregadores. Hodiernamente, sabe-se que as famílias também caracterizam-se como empregadoras (pessoas físicas que admitem e assalariam outras pessoas físicas sem finalidade lucrativa stricto sensu).
 Antes de adentrar no cerne do assunto empregado e empregador, vejamos, sucintamente, algumas relações de trabalho que não são tidas como geradoras de vínculos empregatícios.
Quem são os trabalhadores avulsos?
Segundo a Instrução Normativa RFB (Receita Federal Brasileira) N. 971/ 09 considera-se:
I- trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou , quando se tratar de atividade portuária, do OGMO.
II - trabalhador avulso não-portuário, aquele que: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.453, de 24 de fevereiro de 2014)
a) presta serviços de carga e descarga de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios), o amarrador de embarcação, o ensacador de café, cacau, sal e similares, aquele que trabalha na indústria de extração de sal, o carregador de bagagem em porto, o prático de barra em porto, o guindasteiro, o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.453, de 24 de fevereiro de 2014)
b) exerce atividade de movimentação de mercadorias em geral, nas atividades de costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras, operações de equipamentos de carga e descarga, pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.453, de 24 de fevereiro de 2014)
III - trabalhador avulso portuário, aquele que presta serviços de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações na área dos portos organizados e de instalações portuárias de uso privativo, com intermediação obrigatória do OGMO, assim conceituados na alínea "a" do inciso VI do art. 9º do RPS, podendo ser:
a) segurado trabalhador avulso quando, sem vínculo empregatício, registrado ou cadastrado no OGMO, em conformidade com a Lei nº 8.630, de 1993, presta serviços a diversos operadores portuários;
b) segurado empregado quando, registrado no OGMO, contratado com vínculo empregatício e a prazo indeterminado, na forma do parágrafo único do art. 26 da Lei nº 8.630, de 1993, é cedido a operador portuário;
Noutras palavras, o trabalhador avulso atualmente pode trabalhar no porto ou fora do porto (urbano ou rural). O seu trabalho é intermediado pelo OGM (Órgão Gestor de Mão de Obra – somente nos casos dos portuários), ou pela Entidade Sindical. A Constituição da Republica garante a tais trabalhadores os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, mesmo sem existir vínculo empregatício nesta relação.
Existe uma relação triangular: OGM ou Sindicato – Tomador de Serviço ( que pode ser o operador portuário ou não) – Trabalhador Avulso. Nesta circunstância, todos os direitos, inclusive FGTS, encargos previdenciários, fiscais, são pagos pelo Tomador ao OGM ou ao Sindicato dentro de 24h da realização do serviço. Esses intermediários têm 48h do término do serviço para pagar as parcelas diretamente ao trabalhador avulso.
Os trabalhadores avulsos portuários devem estar registrados ou cadastrados no OGM, os registrados têm prioridade. Na medida em que os tomadores de serviço (operadores portuários) precisam de trabalhadores, há uma escala de revezamento entre os registrados para atenderem a demanda de mão-de-obra, esse rodízio existe para atender ao princípio da igualdade. Configurada uma demanda por trabalho maior que o número dos registrados, abre-se vagas para os trabalhadores cadastrados. Caso um Operador Portuário queira contratar por tempo indeterminado um trabalhador avulso, logo, gerar um emprego, deverá escolher um dentre os trabalhadores registrados, em caso de inexistência de registrados é que abre-se espaço para os cadastrados.
O OGM é responsável pela escalação dos trabalhadores avulsos, registro, rodízio, capacitação profissional desenvolvendo a multifuncionalidade dos mesmos. O OGM é reputado de utilidade pública, sendo-lhe vedado ter fins lucrativos, prestar serviços a terceiros ou exercer qualquer atividade não vinculada à gestão de mão de obra, sendo um órgão que concentra a administração do trabalho do porto. Trata-se de entidade civil de utilidade pública, sem fins lucrativos, constituída pelos operadores portuários, tendo por finalidade administrar o fornecimento de mão de obra do trabalhador avulso portuário.
Cabe esclarecer, conforme o art. 17 da Lei 12.815/13 que “a administração do porto é exercida diretamente pela União, pela delegatária ou pela entidade concessionária do porto organizado.” Frise-se, por arremate, que a remuneração, a definição das funções, a composição dos termos, a multifuncionalidade e as demais condições de trabalho avulso devem ser objeto de negociação entre as entidades representativas dos trabalhadores portuários e as representativas dos operadores portuários, consoante dispõe o art. 43 da Lei supramencionada.
Quem são os estagiários?
	O estagiário não possui vínculo de emprego, a Lei que rege essa relação é a Lei 11.788/08. Trata-se de um vínculo educativo, cujo objetivo é formar um profissional, para tanto assina-se um termo de compromisso entre o educando, a instituição de ensino e o cedente do estágio. O estágio pode ser obrigatório ou facultativo, somente é devido bolsa ou congênere no caso dos estágios facultativos, hipótese em que também deve-se pagar auxílio transporte; no caso dos estágios obrigatórios – aqueles que são requisitos imprescindíveis para formação do curso – as contraprestação esmiuçadas não são devidas. A eventual concessão de benefícios relacionados à alimentação, saúde, dentre outros, não caracteriza vínculo empregatício. Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo no Regime Geral de Previdência Social. Ao estagiário é garantido férias proporcionais e integrais, bem como, toda a segurança e higiene do trabalho devida aos demais trabalhadores, cuja responsabilidade pelo cumprimento é imputada ao cedente do estágio.
Deve haver compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso, bem como, deve ser comprovada a matrícula e a freqüência regular do educando no curso de Educação Superior, de Educação Profissional, de Ensino Médio, de Educação Especial e nos Anos Finais do Ensino Fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de
ensino. O descumprimento dos requisitos caracterizadores do estágio configura vínculo de emprego do educando com o cedente do estágio (art.3˚ da Lei 11.788/08). A realização dos estágios aplica-se aos estudantes estrangeiros regularmente matriculados em cursos superiores no país, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário do estudante.
	Existe a figura dos agentes de integração para facilitar a alocação dos estagiários, porém, os mesmos não podem funcionar como representantes ou assistente dos menores estagiários ao firmarem os respectivos termos de compromisso. Cabem aos agentes as seguintes atribuições: identificar oportunidades de estágio, cadastrar os estudantes, ajustar as condições de sua realização, fazer o acompanhamento administrativo, encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais.
	No caso de estágios obrigatórios o seguro pessoal contra acidentes pode ser contratado pela instituição de ensino, sendo o estágio facultativo, quem deve arcar com os custos é a parte cedente do estágio.
	No que tange a jornada de trabalho dos nobres estudantes, a Lei em foco estipula o seguinte:
Art. 10.  A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: 
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; 
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. 
§ 1o  O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino. 
§ 2o  Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante. 
	Diante da possível ideia de contratar-se estagiários para suprir a necessidade de pessoal na empresa, a Lei estipulou as máximas de números de estagiários por estabelecimentos:
Art. 17.  O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: 
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; 
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; 
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; 
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiários. 
§ 1o  Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes no estabelecimento do estágio. 
§ 2o  Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles. 
§ 3o  Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente  superior. 
§ 4o  Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível médio profissional. 
§ 5o  Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio. 
	Dessa forma, vê-se que a Lei veio regular a situação dos trabalhadores estagiários, apartando de cena pública o jargão jurídico “ escraviários”, que comparava-lhes com os escravos.
Trabalhador Autônomo x Trabalhador Eventual
	O trabalhador autônomo é “ aquele que não transfere para terceiro o poder de organização da sua atividade”. Ex: médico em sua clínica, dentista em seu consultório, advogado em seu escritório. Não há subordinação jurídica quanto ao modo de concretização do trabalho pactuado. O empreiteiro e o representante comercial podem ser considerado autônomos dadas as análises das condições que os mesmos trabalham.
	A não habitualidade pode ser o fator chave de diferenciação entre o trabalhador autônomo e o trabalhador eventual, vez que este é chamado eventualmente para desenvolver atividade que não se confunde com o fim da empresa, já o autônomo, pode exercer habitualmente sua atividade.
Trabalho voluntário
	O trabalho voluntário é aquele exercido sem ânimo de receber remuneração, mas por outros valores de cunho educacionais, culturais, cívicos, científicos, assistenciais, religiosos, dentre outros. É regulado pela Lei 9.608/98. A relação firma-se por meio de um termo de adesão e o possível ressarcimento pelas despesas ou concessão de ajuda de custo não descaracteriza a voluntariedade.
Trabalho Temporário
	É regido pela 6.019/74. Sua contratação máxima é de 03 meses prorrogáveis por mais 03 meses a depender de vistoria do Ministério do Trabalho. É um contrato excepcional, só pode ser celebrado para suprir uma necessidade momentânea, pois fere o princípio da proteção integral do trabalhador, visto que, a priori, os contratos de trabalho devem ser celebrados por tempo indeterminado. 
	Haverá subordinação do trabalhador temporário com o tomador dos serviços, o qual dirigirá a relação, muito embora não se configure a relação de emprego. O trabalhador temporário poderá desenvolver atividade fim ou meio da empresa, sendo essa situação irrelevante.
	Trata-se de uma relação triangular, onde há num ponto a Empresa Fornecedora de Mao de Obra (ETT – Empresa de Trabalho Temporário), noutro pólo o Trabalhador Temporário e no último vértice, o Tomador dos Serviços. Quem assina a carteira de trabalho do trabalhador temporário é a ETT. Esta empresa tem que ser urbana, com registro no MT, ressaltando que não poderá haver contratação direta do trabalhador temporário pela empresa tomadora de serviço sob pena de caracterizar o vínculo empregatício. A condição de trabalhador temporário deve estar anotada na CTPS e o mesmo faz jus ao salário de um empregado efetivo que presta serviço nas mesmas hipóteses.
	O trabalhador temporário não tem direito ao aviso prévio e a multa de 40% do FGTS. Tem direito a uma jornada de, no máximo, 44h semanais e horas extras com acréscimo de 50%, no máximo 2h a mais por dia, repouso semanal remunerado, adicional por trabalho noturno, décimo terceiro salário e seguros de acidente de trabalho. Em casos de falência ou inadimplência da Empresa Fornecedora de Mão de Obra, a legislação dispõe que as empresas tomadoras dos serviços são solidariamente responsáveis pelos direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados contratados temporariamente.
Terceirizados
A terceirização é um serviço regulado pela Súmula 331 do TST, in verbis:
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). 
  
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). 
  
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
  
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária
do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
  
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
  
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.
	Por meio da aludida Súmula extrai-se o entendimento de que só é lícita a terceirização de atividades meio e não fins. Sabe-se que atividades fins da empresa são aquelas que condizem com o objeto social da empresa, com a finalidade de sua criação. Logo, atividades meio são aquelas periféricas, as que são necessárias para o bom andamento da mesma, porém, não se confunde com o objetivo da investida. Exemplificando algumas atividades meio poderíamos destacar: limpeza, vigilância, conservação, recepção, portaria. Destarte, é lícita a terceirização de atividades meio e ilícita a terceirização de atividades fins.
	Quando a terceirização é lícita, temos que a responsabilidade da tomadora de serviços é subsidiária, ou seja, dado o inadimplemento de verbas devidas ao trabalhador, a responsabilidade pelo pagamento por parte da tomadora faz-se apenas num segundo momento, desde que a empresa fornecedora da Mão de obra terceirizada não tenha patrimônio suficiente para arcar com suas obrigações. Situação diferente configura-se caso a tomadora de serviços tente uma fraude, contratando uma terceirizada para prestar-lhe serviços condizentes com a finalidade da empresa. Ora, neste último caso justo é chamar a tomadora de serviços para que responda solidariamente com a empresa fornecedora da terceirização, vez que configurou-se uma terceirização ilícita e há uma relação empregatícia entre a tomadora e o terceirizado esperando seu reconhecimento perante a Justiça.
	Interessante, pois, notar que caso peculiar é a Administração Pública, visto que caso contrate um terceirizado para desenvolver uma atividade fim inerente a um de seus Órgãos, ainda que isso seja uma fraude trabalhista, não há como se reconhecer o vínculo empregatício do terceirizado com a Administração Pública, já que a mesma deveria contratar por meio de Concurso Público. No caso em comento, o terceirizado teria direito ao seu salário, bem como, ao FGTS. Neste ponto, cabe indagar se a Administração Pública contrata uma terceirização lícita, ou seja, um serviço correspondente a uma atividade meio, ela responderia subsidiariamente? A resposta é sim, mas apenas, e somente só, caso fique comprovado sua culpa in eligendo ou in vigilando, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.
Questões
	 
OAB 2014
Questão I 
ABC Manutenção e Limpeza manteve contrato de fornecimento de mão de obra de limpeza com Aeroportos Brasileiros, empresa pública federal. Por ocasião da ruptura do contrato entre as empresas, Paulo, funcionário da ABC Manutenção e Limpeza, e que prestava serviços para Aeroportos Brasileiros, foi dispensado sem receber as verbas rescisórias.
 Ajuizou ação trabalhista em face de ambas as empresas, sendo a empregadora revel.
 A tomadora dos serviços apresentou defesa com robusta documentação, demonstrando a efetiva fiscalização do cumprimento do contrato e de aspectos legais, sendo certo que o contrato foi cancelado justamente em razão desta fiscalização. 
Diante deste caso, assinale a afirmativa correta. 
A) A empresa pública federal responde solidariamente por força da terceirização. 
B) A empresa pública federal responde subsidiariamente por força da terceirização, haja vista o inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador. 
C) A empresa pública federal é parte ilegítima para figurar no polo passivo da demanda porque não tem vínculo de emprego com Paulo. 
D) A empresa pública federal não responde pelo inadimplemento das verbas trabalhistas porque sua responsabilidade não decorre do simples inadimplemento contratual, tendo ficado provado, no caso, que houve efetiva fiscalização por parte da tomadora dos serviços.
Questão II
A empresa Infohoje Ltda. firmou contrato com Paulo, pelo qual ele prestaria consultoria e suporte de serviços técnicos de informática a clientes da empresa. Para tanto, Paulo receberia 20% do valor de cada atendimento, sendo certo que trabalharia em sua própria residência, realizando os contatos e trabalhos por via remota ou telefônica. Paulo deveria estarconectado durante o horário comercial de segunda a sextafeira, sendo exigida sua assinatura digital pessoal e intransferível para cada trabalho, bem como exclusividade na área de informática. Sobre o caso sugerido, assinale a afirmativa correta.
A) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente a subordinação, já que inexistente fiscalização efetiva física.
B) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente o pagamento de salário fixo.
C) Paulo é prestador de serviços autônomo, não tendo vínculo de emprego, pois ausente o requisito da
pessoalidade, já que impossível saber se era Paulo quem efetivamente estaria trabalhando.
D) Paulo é empregado da empresa, pois presentes todos os requisitos caracterizadores da relação de emprego.
Questão III
Pedro, estivador, logo trabalhador avulso, está insatisfeito com os repasses que lhe são feitos pelos trabalhos no Porto de Tubarão. Pretende ajuizar ação em face do operador portuário e do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO. Como advogado de Pedro, indique a Justiça competente para o processamento e julgamento da demanda a ser proposta.
A) Justiça Comum Federal, dado que o avulso não tem vínculo de emprego com os réus e a matéria portuária é de âmbito nacional.
B) Justiça do Trabalho.
C) Justiça Comum Estadual, pela ausência de relação empregatícia, sendo o avulso uma espécie de trabalhador autônomo.
D) Poderá optar pela Justiça Comum Estadual ou Justiça do Trabalho, caso pretenda o reconhecimento de vínculo de emprego.
OAB 2011
Questão IV
Paulo, empregado da empresa Alegria Ltda., trabalha para a empresa Boa Sorte Ltda., em decorrência de contrato de prestação de serviços celebrado entre as respectivas empresas. As atribuições por ele exercidas inserem-se na atividade-meio da tomadora, a qual efetua o controle de sua jornada de trabalho e dirige a prestação pessoal dos serviços, emitindo ordens diretas ao trabalhador no desempenho de suas tarefas.
Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.
	a)
	A terceirização é ilícita, acarretando a nulidade do vínculo de emprego com a empresa prestadora e o reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com a empresa tomadora.
	b)
	A terceirização é ilícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.
	c)
	A terceirização é lícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.
	d)
	A terceirização é lícita, não acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.
OAB 2010
Questão V
João da Silva decidiu ampliar o seu consultório médico e, para isso, contratou o serviço do empreiteiro Vivaldo Fortuna. Ambos ajustaram o valor de R$ 5.000,00, cujo pagamento seria
feito da seguinte maneira: metade de imediato e a outra metade quando do encerramento do serviço. Logo no início dos trabalhos, Vivaldo contratou os serventes Reginaldo Nonato e Simplício de Deus, prometendo-lhes o pagamento de um salário mínimo mensal. Ocorre que, passados três meses, Reginaldo e Simplício nada receberam. Tentaram entrar em contato com Vivaldo, mas este tinha desaparecido. Por conta disso, abandonaram a obra e ajuizaram uma ação trabalhista em face de João da Silva, pleiteando os três meses de salários atrasados, além das verbas resilitórias decorrentes da rescisão indireta provocada por Vivaldo.
Diante desse caso concreto, é correto afirmar que João da Silva
	a)
	deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias decorrentes da rescisão indireta, uma vez que é o sucessor trabalhista de Vivaldo Fortuna.
	b)
	deve ser condenado a pagar apenas os salários atrasados, mas não as verbas resilitórias, uma vez que não foi ele quem deu causa à rescisão indireta.
	c)
	não deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias decorrentes da rescisão indireta, uma vez que a obra não foi devidamente encerrada.
	d)
	não deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias decorrentes da rescisão indireta, uma vez que é o dono da obra e não desenvolve atividade de construção ou incorporação. 
Gabarito: d- d - b- a - d

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