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ANTINEOPLÁSICOS Terapêutica Veterinária 1ª parte – Yathiaia Rolim Neoplasias: são massas anormais de tecido cujo crescimento excede o crescimento normal. O crescimento persiste mesmo quando cessada a causa que o provocou. -Benigno: localizado, baixa mitose e dificilmente põe a vida do indivíduo em risco (não câncer). -Maligno: poder invasivo devido a metástase, se multiplica rapidamente podendo se alojar e novas regiões formando novo tumor (câncer, pode haver cura). Nomenclatura e classificação -Comportamento clinico: benigno ou maligno -Aspecto microscópico / origem: histomorfológico ou histogenético -Sufixo: oma = neoplasia benigno Carcinoma = neoplasia maligna de origem epitelial Sarcoma = neoplasia maligna de origem mesenquimal Composição do nome das neoplasias se dá com relação ao tecido de origem + sufixo. Ex.: benignas – leiomioma, adenoma, lipoma, papiloma Malignas – leiomiosarcoma, adenocarcinoma, lipossarcoma, hemangiosarcoma Uma célula normal se torna cancerosa em decorrência de uma ou mais mutações em seu ácido desoxirribonucleico (DNA). A carcinogênese é um processo complexo de múltiplos estágios, em geral, envolvendo mudanças genéticas (ativação de protoncogenes a oncogênese ou inativação de genes de supressão tumoral). A inativação dos genes de supressão tumoral ou ativação dos protoncogenes em oncogênese pode se dá por alguns estímulos, como: radiação, alimentação, bebidas, estresse. Características especiais das células cancerosas - Proliferação descontrolada; - Resistência à apoptose; - Expressão da telomerase (telômeros são terminais que recobrem os cromossomos e telomerase é uma enzima que evita sua degradação lhe dando longevidade); - Angiogênese direcionada ao tumor; - Invasividade; - Capacidade de causar metástase; Antineoplásicos podem ser chamados de droga porque causa tanto efeito maléfico quanto benéfico e, o fármaco causa mais efeito benéfico que maléfico. O principal problema na quimioterapia do câncer é a seletividade. Os tecidos normais são particularmente susceptíveis aos efeitos deletérios da quimioterapia. Neoplasias primárias / metástase As células do tumor primário se desprendem, cai na corrente sanguínea ou linfática e segue para um órgão onde neste ela gera um novo tumor. Principais locais de metástases dependendo do foco original do tumor Mama Pulmão, ossos Pele Linfonodos regionais Boca Linfonodos e tórax Ossos Pulmão e outros ossos Ex.: o tumor de mama gera tumor no pulmão, então faz biopsia, se, por exemplo, o de mama for o primário, no tumor do pulmão haverá células mamárias. Síndrome paraneoplásica Alterações clínicas associadas a neoplasias que ocorrem em locais distantes do tumor primário ou de suas metástases. “Não tem relação direta” Síndrome paraneoplásica não é obrigatória de todo animal que tem câncer. Mas, quando o animal tem esta síndrome ela tem que ser tratada independente do tratamento neoplásico. Síndrome = conjunto de sinais clínicos. Principais síndromes paraneoplásica são anorexia, caquexia, ulceras TGI, trombocitopenia, perda de peso e anorexia que leva a caquexia, hipercalcemia, hiperglicemia, alopecia, neuropatias paraneoplásica. Nutrição do paciente com câncer O manejo nutricional do animal com câncer é fundamental para prevenir ou mesmo tratar a síndrome caquexia induzida pelo câncer, que é tão prejudicial para o tratamento do paciente, quanto para sua qualidade de vida. A caquexia do câncer descreve uma síndrome de perda de peso progressiva, involuntária, mesmo na fase de ingestão nutricional adequada, além de anorexia e erosão persistente da massa celular do corpo em resposta a crescimento maligno. Embora frequentemente associada com pacientes pré terminais, a caquexia pode estar nos estágios iniciais de crescimento do tumor também. As alterações bioquímicas são anemia, hipoalbuminemia, hipoglicemia, lactacidemia, hiperlipidemia e intolerância à glicose. A origem da desnutrição no câncer é multifatorial, advindo de anorexia decorrente de fatores anoréticos produzidos pelo tumor ou hospedeiro, dor e/ou obstrução do TGI. Principais formas de tratamento Radioterapia: é utilizada para neoplasias localizadas ou regionais, preferência em tumores pequenos, podendo ser associado a cirurgia ou quimioterapia. Ela se dá através de um aparelho que emite radiação com o propósito de queimar o tumor mas acaba afetando outras células. Tratamento radioterapia é ainda raro na MV. Imunoterapia: formas de tentar melhorar o sistema imune para que ela possa conter as neoplasias. A imunoterapia pode ocorrer através de três métodos que são ativa inespecífica, ativa especifica que é muito comum em grandes animais e a ativa passiva. -Ativa inespecífica: substâncias que vão estimular o sistema imune de forma direta. Ex.: BCG para neoplasias mamarias em cadelas, TVT (tumor venéreo transmissível), carcinoma epidermóide ocular em bovinos e sarcoide equino; Levamisol (2 a 15 mg/kg/dia, VO) endoparasiticida já foi utilizado em neoplasias mamárias e carcinoma intranasal. -Ativa específica para tipo de tumor (formas de tratamentos através de vacinas). Pode ser heterologa que utiliza para fabricação da vacina fragmentos do tumor de outro animal ou pode ser homologa (melhores resultados) que utiliza fragmento do tumor do próprio animal -Ativa passiva: estimula a produção de anticorpos. Utiliza-se para essa finalidade interferon. Principalmente para tratar felinos portadores de leucemia felina. Cirurgia normal e criocirurgia: que se baseia no congelamento local das células neoplásicas com nitrogênio. Terapêutica bem-sucedida no tratamento de neoplasias pequenas e superficiais como carcinoma de células escamosas comum em felinos (narinas, olhos e orelhas). Em câncer deve excisar 2 a 3 cm além do tumor quando a região permite. Hipertermia: queimar o tumor com altas temperaturas Quimioterapia: utilização das drogas antineoplásicas. Ela pode ser isolada onde o tratamento é exclusivo por quimioterápico ou pode ser adjuvante onde utiliza-se uma associação de técnicas, por exemplo, cirurgia + quimioterapia. O tratamento da quimioterapia pode ser curativo ou paliativo. Etiologia das dores em neoplasias é devido tumor primário (invasão, compressão, destruição tecidual), metástase (ossos, meninges e pleuras), inflamação, infecção secundaria, síndrome paraneoplásica, biopsia, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, outras associações da idade (osteoartrite) Regras para realizar a quimioterapia 1- Estar seguro da indicação: certeza que o paciente precisa de quimioterapia. - estado geral do animal. Ex.: anêmico não aguenta quimio. - extensão da neoplasia. Ex.: tamanho do tumor - natureza histológica do tumor. Ex.: exame histopatológico. OBS.: cirurgia pré-quimioterapia chama-se recrutamento celular. 2- Autorização do proprietário - custos - duração do tratamento - efeitos colaterais 3- Realizar de maneira rigorosa - medicamento adequado - dose, via de aplicação - intervalo entre aplicações - duração do tratamento (média pois pode variar) OBS.: deve fazer duas seções a mais após não ver mais a neoplasia. O tempo do tratamento varia com o tipo de neoplasia. Ex.: o TVT com 2 seções já desaparece e no máximo 5 seções, se com 5 não curou o que se deve fazer é uma segunda opção, ou seja, outro tipo de tratamento. 4- Monitorar toxicidade e efeito terapêutico Ex.: no TVT a doxorrubicina causa lesão cardíaca. A cada 4 seções tem que fazer um eletrocardiograma. Monitorar efeitosbenéficos se está funcionando e monitorar se está causando efeitos maléficos agudos. As doses dos fármacos Antineoplásicos são geralmente expressas em mg/m² (área de superfície corporal) e não por mg/kg. Este é método fisiologicamente mais acurado de dosificação por peso corporal na Medicina Veterinária, pois a variabilidade de pesos entre as raças é enorme. Além de que, calculando m² você exclui o peso do tecido adiposo e calcula apenas o peso real do animal. Como a quimioterapia é uma droga muito forte ao calcular em kg a dose da medicação irá ficar excedente ao ideal. Efeitos colaterais As células medulares, do TGI e pele estão sempre em crescimento e podem sofrer diversos efeitos colaterais, entre eles: 1- Medula Os efeitos colaterais dos antineoplásicos são inespecíficos: anemia, trombocitopenia e leucopenia. Ex.: doxorrubicina, vincristina, ciclofosfamida. Sempre deve fazer hemograma e pesar o animal antes de cada sessão e caso necessário readaptar a dose ao animal. Se o hemograma apresentar valores muito alterados não deve fazer a quimioterapia, o correto é medicar o animal para normalizar suas taxas e na outra semana continuar a quimioterapia de onde parou. Lembrando que tem limite para adiar o medicamento pois quando muito demorado pode levar a resistência. Menos de 5.000 plaquetas o tratamento tem que ser adiado, não se deve fazer porque tem risco de hemorragia. Com os leucócitos abaixo de 3.000 não se deve fazer porque tem alto risco de infecção. 2- TGI - vômito: cisplatina, dacarbazina - anorexia: ciclofosfamida - diarreia: doxorrubicina, metotrexato 3- Dermatológicos - alopecia - hiperpigmentação - perda de vibrissas Ex.: doxorrubicina e vincristina Manipulação segura dos antineoplásicos Todo antineoplásico é citotóxico, por isso a manipulação dessas drogas exige certos cuidado. - desembalar cuidadosamente o antineoplásico - durante procedimentos nunca comer, beber ou fumar - reconstituir em áreas bem ventiladas - manipulação em capela de fluxo laminar - usar sapatos fechado, calça comprida, mangas comprida, jaleco de algodão com descartável por cima, luvas, goro, máscara com filtro, óculos e, sem adornos. - no caso de administração intravenosa (IV) assegurar-se que o animal esteja bem contido e o vaso bem acessado para que não ocorra extravasamento. - no caso de manipulação de comprimidos ou cápsulas antineoplásicos sempre utilizar luvas para evitar contato com elas e nunca devem ser quebradas ao amassadas no caso de comprimido, ou abertas no caso de cápsulas. - jamais gestantes podem manipular - ao manipular desejos de animais sempre utilizar luvas.
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