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Competências para Ensinar - Didática

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Competências para ensinar (P. Perrenoud)
*Bibliografia Básica: PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
	Competência nº 1 - Organizar e dirigir situações de aprendizagem
	Tema: Organizar e Dirigir situações de aprendizagem
	Palavra-chave: aprendizagem 
Outras: professor, situação de aprendizagem, planejamento, objetivos, conteúdo e pesquisa.
	Descrição: Organizar e dirigir situações de aprendizagem é... manter um espaço justo para tais procedimentos (aula magistral e exercícios). Conhecer a disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem. Considerar o conhecimento dos alunos colocando-se no lugar de aprendiz, utilizando a competência didática para dialogar com ele. O professor tem que conhecer os saberes diferenciados, propondo situações de aprendizagem que levem o aluno além da sala de aula os saberes e o saber-fazer, e que possa resolver, explorando acontecimentos e interesses dos alunos para favorecer a apropriação ativa e a transferência dos saberes e propor ao aluno que traga acontecimento da sua vida cotidiana para a sala de aula. 
	Operações de pensamento: obtenção e organização de dados, aplicação de fatos e princípios a novas situações, decisão, planejamento. 
	Ideia Central: No ofício de professor é preciso despender energia e tempo e dispor de competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de situações de aprendizagem, encaradas como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e regulação, que requerem: - um método de pesquisa e de identificação e resolução de problemas. 
	Ideias secundárias:
Essa competência global mobiliza várias competências mais específicas:
Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem.
Trabalhar a partir das representações dos alunos.
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem.
Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas.
Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.
Algumas ideias:
Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem.
É importante conhecer os conteúdos a serem ensinados. Entretanto, é preciso ir além, relacionando os conteúdos a objetivos e estes às situações de aprendizagem.
Administrar situações e conteúdos de aprendizagem vai além do domínio pessoal sobre os saberes e dispositivos, é preciso captar a matriz disciplinar, isto é, manter a unidade dos saberes, dominando os conceitos, as questões e os paradigmas que estruturam esses saberes no seio de uma disciplina. Torna-se importante, também saber identificar noções-núcleo ou competências-chave, ou seja, em torno das quais serão organizadas as aprendizagens, em função das quais será orientado o trabalho em aula, assim como, o estabelecimento de prioridades.
Trabalhar a partir das representações dos alunos.
É preciso considerar essas representações, mas não para coletá-las e desvalorizá-las em seguida. O importante é dar espaço, interessar-se por elas, tentar compreender suas raízes e sua forma de coerência e não se surpreender se elas surgirem novamente, quando as julgávamos superadas. É fundamental o diálogo para ajudar o aluno a incorporar novos elementos às representações anteriores, reorganizando-as, se necessário.
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem.
Esta competência está ligada a anterior e baseia-se no entendimento de que aprender não é primeiramente memorizar, estocar informações, mas reestruturar seu sistema de compreensão do mundo. Um trabalho que se interessa cada vez mais pelos erros e tentando compreendê-los, propõe que se considere esse erro como uma ferramenta para ensinar, um mecanismo que revele os mecanismos de pensamento do aluno.
Construir e planejar dispositivos e sequências didáticas.
A partir de uma situação-problema, construir o conhecimento é uma trajetória coletiva onde o professor orienta, cria situações e auxilia, sem ser o especialista que transmite o saber, nem o guia que propõe a solução do problema.
Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.
Antes de ser uma competência didática precisa, ligada a conteúdos específicos, envolver os alunos em atividades de pesquisa e em projetos de conhecimento para por uma capacidade fundamental do professor: tornar acessível e desejável sua própria relação com o saber e com a pesquisa, encarnando um modelo plausível de aprendiz.
	*Bibliografia Básica: PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
2. Administrar a progressão das aprendizagens
Tema: Progressão das aprendizagens
Palavra chave: progressão
Outras: aluno, aprendizagem, professor, estratégico e abordagem formativa
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Observação, Crítica, Busca de suposições, levantamento de hipóteses, decisão.
Descrição:
Constatação de que a escola é organizada para favorecer a progressão das aprendizagens dos alunos para atingir determinados objetivos ao final de cada ciclo de estudos. Nesta organização tudo é proposto ou importo. Conclui-se que a progressão vem sendo assumida pelo sistema. ENTRETANTO, não é possível programar as atividades humanas como a produção de objetos industriais. Além da questão ÉTICA envolvida, na aprendizagem humana temos a diversidade dos alunos e à autonomia de sujeito. 
IDEIA CENTRAL
Todo ensino deveria ser ESTRATÉGICO, isto é ser concebido em uma perspectiva a longo prazo, cada ação sendo decidida em função de sua contribuição almejada à progressão ótima das aprendizagens de cada aluno.
Uma nova organização está sendo delineada – introdução de ciclos de aprendizagens plurianuais, onde a progressão da classe não é a única preocupação. Há um movimento rumo a pensar na progressão de cada aluno.
Ideias secundárias
É preciso ultrapassar o planejamento didático dia após dia. É preciso mobilizar competências mais específicas 
● Conceber e administrar situações-problema ajustadas ao nível e ás possibilidades dos alunos.
Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino.
Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem.
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa.
Algumas ideias para reflexão:
- Conceber e administrar situações-problema ajustadas ao nível e ás possibilidades dos alunos.
Caracterização do que vem a ser uma situação-problema, analisada frente a uma pedagogia diferenciada. Ver características de uma situação-problema pp42-43.
Em síntese torna-se importante propor situações-problema que favoreçam os objetivos visados, tomando onde o aluno onde se encontre e o levando um pouco mais adiante. (solicitar os alunos em sua zona de desenvolvimento proximal). Ver: Dificuldades. Competência do professor pp44-45.
- Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino.
Questões levantadas: a questão dos ciclos plurianuais de aprendizagem; visão longitudinal dos objetivos, o fechamento do professor em seu “programa” e consequências desse ato; a importância do trabalho em equipe.
Desafio: é o domínio da totalidade da formação de um ciclo de aprendizagem e, se possível da escolaridade básica, que exige um bom conhecimento das fases de desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente. Ideia central: gerir um ciclo.
- Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem.
Escolher e modular atividades de aprendizagem exigealém de um bom conhecimento dos mecanismos gerais de desenvolvimento e de aprendizagem, mas também um domínio didático. Ver exemplo do ditado. Ver rotinas.
- Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa.
Balanços periódicos das aquisições dos alunos (avaliação). Importância da observação contínua (função cumulativa e certificativa). Formativa, isto é considerar tudo o que pode auxiliar o aluno a aprender melhor (ver p. 49-51)
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Palavra-chave: diferenciação
Outras: aluno, aprendizagem, professor, organização, envolvimento e mobilização
Tema: Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Análise, Interpretação, Busca de suposições e aplicação de fatos e princípios e novas situações. 
Descrição
Para que cada aluno progrida na sua aprendizagem, convém que seja colocado com bastante frequência, em uma situação de aprendizagem ótima para ele. Não é suficiente que essa situação de aprendizagem o envolva e o mobilize. Não basta mostrar-se totalmente disponível para um aluno: é preciso também compreender o motivo de suas dificuldades de aprendizagem e saber como superá-las. O aluno deve ser solicitado, também, em sua zona de desenvolvimento próximo.
Dificuldades: n.º de alunos por classe, nível de desenvolvimento diferenciado, interesses diversos, conhecimentos anteriores diversificados...
IDEIA CENTRAL: 
Proposta: DIFERENCIAR rompendo com a pedagogia frontal, criar uma organização do trabalho e dos dispositivos didáticos que coloquem cada um dos alunos em uma ótima situação de aprendizagem, priorizando aqueles que têm mais a aprender.
MAS, diferenciar o ensino não é multiplicar aulas particulares. É preciso encontrar um meio-termo, acabar com a estruturação em níveis anuais, ampliando, criando NOVOS ESPAÇOS DE FORMAÇÃO:
- utilizando todos os recursos disponíveis,
organizando as interações e atividades de modo que cada aluno vivencie TÃO FREQUENTEMENTE, QUANTO POSSÍVEL, situações fecundas de aprendizagem.
Ideias secundárias (principais)
PARA TANTO, deve mobilizar competências mais específicas (ideias secundárias):
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma.
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto.
Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de dificuldades.
Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.
Estas competências específicas remetem diretamente a outras competências (1 a 5)
- Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma.
Homogeneidade X heterogeneidade.
O importante é a criação de dispositivos múltiplos, não baseando tudo na intervenção do professor. Sugestões de trabalho por plano semanal, atribuição de tarefas autocorretivas e o emprego de softwares, organização do espaço em oficinas e/ou “cantos”, divisão em grupos de necessidades, em outros momentos em grupos de projeto.
- Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto.
Não é possível inventar uma pedagogia diferenciada, ativa e cooperativa entre quatro paredes de uma sala de aula, durante oito ou nove meses de aula. O trabalho em espaços mais amplos exige novas competências: pensar, organizar, colaborar, ser criativo, garantir continuidade... Trabalho decente em novos espaços-tempos.
- Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de dificuldades.
Desenvolvimento de competências mais precisas em didática e avaliação, capacidades relacionais que permitam enfrentar, sem se desestabilizar, nem desencorajar, resistências medos, rejeições, mecanismos de defesa...
Ver lista p.61
- Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo.
O professor não pode se ver como única fonte de impulso e regulação das aprendizagens dos alunos, pois não conseguirão enfrentar todos os problemas. É interessante apostar na cooperação entre os alunos.
Importante saber que toda a competência individual é construída, não há como transmiti-la. Nasce da experiência e da reflexão sobre a experiência.
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
	
Competência nº. 4 – Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
	Palavra-chave: envolvimento/motivação
Outras: professor, relacionamento, motivação, aluno, aprendizagem, trabalho.
	Tema: Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho
	Operações de pensamento: observação, busca de suposições, decisão, aplicação de fatos e princípios a novas situações.
	 
Descrição: 
Como trabalhar com a motivação dos alunos? O prazer de aprender é uma delas, o desejo de saber é outra.
O professor espera que seus alunos se envolvam no trabalho, manifestem o desejo de saber e vontade de aprender e a motivação ainda é considerada, como uma preliminar, cuja força não depende do professor.
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver no aluno a capacidade de auto-avaliação, assim como envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho instituindo um conselho de alunos e negociar com eles diversos regras e contratos a serem seguidos trabalhando em equipe administrando crises ou conflitos interpessoais são alguns dos canais para um trabalho significativo nessa direção.
	Ideia Central: 
Como envolver mais alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho?
A competência necessária é de ordem didática, epistemológica e relacional.
Algumas atitudes: Desenvolver e conservar o desejo de saber, a decisão de aprender e capacidade de escolher e dar sentido ao processo.
Algumas condições: diminuir consideravelmente seus programas; ter mais tempo, de maneira a integrar em um capítulo tudo o que permita aos alunos dar-lhe sentido e ter vontade de apropriar-se desse conhecimento.
	Ideias secundárias: 
Competências específicas:
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver no aluno a capacidade de auto-avaliação.
Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (conselho de classe ou de escola) e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos.
Oferecer atividades opcionais de formação à lá carte.
Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.
- Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver no aluno a capacidade de auto-avaliação.
Ponto de partida quando se ensina:
Ensinar é: reforçar a decisão de aprender, sem agir como se ela estivesse tomada de uma vez por todas e estimular o desejo de saber.
- Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos (conselho de classe ou de escola) e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos.
É necessária a construção de sentido. Em cada classe, há um contrato pedagógico e didático (planejamento) que fixa regras do jogo em torno do saber para alunos e professores. O conselho de classe é um espaço onde é possível gerir abertamente a distância entre o programa e o sentido que os alunos dão ao seu trabalho. Objetivo: exercício essencial da mediação
Ver pag. 73 os direitos imprescritíveis do aprendiz (aluno).
- Oferecer atividades opcionais de formação à la carte
No trabalho educativo a padronização parece a regra, a diversificação das atividades pareceexceção.
Proposta: “a arte de fazer da diversidade a regra”
- Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno.
É legítimo incitar o aluno a se interrogar, a fazer projetos, realizá-los, avaliá-los, lembrando que este é um longo caminho e não pré-requisito para aprendizagem. 
	*Bibliografia Básica: PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
	
Competência nº 5 – Trabalhar em equipe
	Tema: Trabalhar em equipe
	Palavra-chave: cooperação
Outras: escola, intervenção, necessidade, partilha, resistência e equipe pedagógica.
	Operações de pensamento: observação, interpretação, decisão, aplicação de fatos e princípios a novas situações.
	Breve Descrição: 
Trabalhar em equipe é uma necessidade. A intervenção na escola de diversos outros profissionais; o aumento da divisão de trabalho na escola; continuidade das pedagogias; organização dos pais; a emergência de papéis específicos, entre outros, provoca novas colaborações. Saber trabalhar eficazmente em equipe; saber discernir os problemas que requerem uma cooperação intensiva, participar de uma cultura de cooperação, estar aberto para ela, saber encontrar e negociar as modalidades ótimas de trabalho em função dos problemas a serem resolvidos; saber perceber, analisar e combater resistências, obstáculos e impasses ligados à cooperação, saber se auto-avaliar, exige a cooperação profissional. 
	Ideia Central:
A evolução da escola caminha para a cooperação profissional. Constatação: O trabalho em equipe é uma necessidade.
A que leva um trabalho em equipe? A partilhar recursos, ideias, práticas e alunos.
Trabalhar em equipe é uma questão de competências e pressupõe igualmente a convicção de que a cooperação é um valor profissional
	Ideias secundárias: 
Para tanto, Perrenoud apresenta: Saber trabalhar eficazmente em equipe e passar de uma “pseudo equipe” a uma equipe verdadeira. Níveis de interdependência do trabalho em equipe: Primeiro define: pseudo-equipe; equipe lato sensu e equipe stricto sensu. Algumas “equipes pedagógicas” são constituídas compartilham um crédito, um espaço, um professor de apoio ou um especialista, não passam de arranjo não tem nenhuma substância, fala-se de pseudo-equipe.
Equipes Stricto-Sensu: estas equipes vão além dos arranjos materiais ou das práticas de intercâmbio, são formadas de pessoas que agem juntas, colaboram com um mesmo trabalho, constituem um sistema de ação coletiva. Coordenam suas práticas/assumem responsabilidade por um grupo de alunos. Consideração de níveis de interdependência do trabalho em equipe
Saber discernir os problemas que requerem cooperação intensiva, participando de uma cultura de cooperação, estar aberto para ela...
Saber perceber, analisar e combater resistências, obstáculos, impasses ligados à cooperação, saber se auto-avaliar...
Uma equipe duradoura tem um saber insubstituível: dar a seus membros uma ampla autonomia de concepções ou de realização cada vez que não for indispensável darem-se as mãos.
Saber trabalhar em equipe é também, saber não trabalhar em equipe quando não valer a pena.
. Perrenoud enumera competências mais precisas:
 Elaborar um projeto em equipe.
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões.
Formar e renovar uma equipe pedagógica.
Confrontar e analisar em conjunto situações complexas, prática e problemas profissionais.
Administrar crises ou conflitos interpessoais.
- Elaborar um projeto de equipe, representações comuns
Os projetos que se organizam em torno de uma atividade pedagógica necessitam de cooperação, e esta é, então, o meio para realizar um empreendimento.
- Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões
Situações mais comuns enfrentadas: todo o mundo falar ao mesmo tempo, interromper e não se escutar mais o outro; ninguém fala, conversas começam em vários cantos, não se sabe mais quem escuta quem; os participantes não sabem mais muito bem por que se reuniram; a discussão toma diversos rumos... Este é um desafio que requer competência.
- Formar e renovar uma equipe pedagógica
Renovar uma equipe pedagógica requer ainda outras competências. Trata-se de saber administrar, ao mesmo tempo, as partidas e as chegadas das pessoas.
- Enfrentar e analisar, em conjunto, situações complexas, práticas e problemas profissionais
“O verdadeiro trabalho de equipe começa quando os membros se afastam do ‘muro de lamentações’ para agir, utilizando toda a zona de autonomia disponível e toda a capacidade de negociação de um ator coletivo que está determinado, para realizar seu projeto, a afastar as restrições institucionais e a obter os recursos e os apoios necessários”. p. 89
 - Administrar crises ou conflitos interpessoais
Em todos os grupos existem pessoas que são mediadores e que antecipam e atenuam os confrontos. “Viver com as neuroses dos outros exige não apenas uma certa tolerância e uma forma de afeição, mas também competências de regulação que evitam o pior” p. 91.
	*Bibliografia Básica: PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
6. Participar da administração da escola
Palavra chave: participação
Outras: escola, administração, professor, trabalho em equipe, projetos e recursos.
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Observação, Organização, Decisão, 
Aplicação de fatos e princípios e novas situações.
Descrição:
Ponto de partida: confrontar questões que envolvam os componentes desta competência: e a participação da administração da escola. Hoje, solicita-se realmente aos professores que participem da administração da escola? Aliás, terão eles esse desejo?
Os professores e pessoal administrativo devem construir novas competências. O professor deve sair do espaço sala de aula e demonstrar seu interesse pela comunidade educativa, na participação de projetos, fazer escolhas e tomar decisões coletivas em prol da sua formação contínua e à formação do aluno cidadão. 
Ideia central
Antes de pensar na formação dos professores para participarem da escola, deve-se esperar que essa evolução, ocorra plenamente nas mentes, nas normas jurídicas, nos procedimentos orçamentários e nos modos de trabalho?
Não! A mudança ocorrerá por meio da junção de dois procedimentos que são complementares:
de um lado uma adesão progressiva dos atores a novos modelos;
de outro, a construção, igualmente progressiva, dos saberes e competências capazes de fazê-los funcionarem na prática.
Observação: Os professores não são os únicos atores da educação chamados a construir novas competências. O pessoal administrativo também deve aprender a delegar, conduzir, suscitar, negociar projetos etc.
Para descrever uma competência, é preciso explicitar práticas de referência:
Trabalho de equipe – deve-se sair da sala de aula, interessando-se pela comunidade educativa em seu conjunto, pois a totalidade do funcionamento de uma escola faz parte do currículo real e contribui para formação dos alunos. Administrar a escola é sempre, indiretamente, ordenar espaços e experiências de formação.
Ideias secundárias:
Elaborar, negociar um projeto da instituição.
Administrar os recursos da escola.
Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros (serviços para escolares, bairro, associação de pais, professores...).
Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos.
Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem.
É preciso ver o sentido desses funcionamentos.
Elaborar, negociar um projeto da instituição.
 (discute a questão do projeto, limites e possibilidades).
(Palavras chaves: cultura de projeto - ator coletivo - aideia de mandato e projeto - processo de negociação – mandato e contrato – saberes da inovação.).
Administrar os recursos da escola.
 (Administrar os recursos de uma escola é fazer escolhas, tomar decisões coletivas, preservando uma equidade na repartição de recursos, a partir de um projeto). É uma competência que compromete a responsabilidade individual e coletiva dos professores da mesma forma que manifestar valores ou defender ideias pedagógicas.
Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros (serviços para escolares, bairro, associação de pais, professores...).
Coordenar é, primeiramente, contribuir para instituir e para que funcionem os locais de discussão, para que as coisas sejam ditas e debatidas abertamente e com respeito mútuo.
Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos.
Participação dos alunos justifica-se por um duplo ponto de vista: exercício de um direito do ser humano e é uma forma de educação para cidadania.
Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem
Uma nova organização de trabalho modifica o equilíbrio entre responsabilidades individuais e coletivas e torna necessário um trabalho em equipe, mas a cooperação do estabelecimento a partir de um projeto.
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
7. Informar e envolver os pais
	Palavra chave: envolvimento
Outras: pais, professores, alunos, escola, relacionamento, diálogo.
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: 
Observação, Interpretação, Busca de suposições, Decisão, Aplicação de fatos e princípios e novas situações.
	
TEMA: Informar e envolver os pais
Descrição:
	
	
	Uma discussão histórica, a partir da ideia de - escolaridade obrigatória. A lei obriga os pais não somente proverem a educação de seus filhos, mas a cederem uma parte dela à escola. Em nossos dias, se a obrigação legal de frequentar a escola fosse suspensa, é provável que a maioria continuasse a mandar seus filhos para a escola, porque a ideia é que sem instrução, sem diploma, não há salvação. As relações pais-professores funcionam segundo um modelo – preocupação em fazer o bem dos alunos, nem que seja sem o seu consentimento. Mas essa relação não é simples, pois os pais não são simples usuários, não tem o poder de renunciar à escolaridade. 
 O diálogo com os pais é fácil de ser assumido na teoria, pois na prática, quando não há confiança e aparecem preconceitos, dúvidas, suspeitas, manobras desleais, a tentação de esgotar o diálogo é real. Esse diálogo não é vivenciado com satisfação por todos os professores. Alguns o temem ou não acreditam nele. Os professores é que no cotidiano, encarnam o poder da escola (caráter restritivo de seus horários, de suas disciplinas, da avaliação etc.). Eles carregam, quer queiram, quer saibam ou não disso, um poder institucional e os pais o abuso de uma minoria de seus pares. Toda esta discussão mostra que não é possível fazer das relações entre famílias e a escola uma mera questão de competências, embora ambas as partes, com competências extras poderiam ajudar e criar ou a manter esse diálogo.
	IDEIA CENTRAL 
PERRENOUD coloca que estas questões nos levam a refletir e a indicar que o diálogo com os pais, antes de ser um problema de competências, é uma questão de IDENTIDADE, DE RELAÇÃO COM A PROFISSÃO, DE CONCEPÇÃO DE DIÁLOGO E DE DIVISÃO DE TAREFAS COM A FAMÍLIA.
Para que serviria ter competências para um diálogo no qual não se vê sentido ou legitimidade?
INFORMAR E ENVOLVER OS PAIS É, portanto, uma expressão de ordem e, ao mesmo tempo, uma competência.
	IDEIAS SECUNDÁRIAS (principais):
Perrenoud retém três componentes dessa competência global:
Dirigir reuniões de informação e de debate.
A competência dos professores consiste em aceitar os pais como eles são em sua diversidade!
Fazer entrevistas.
Saber situar-se claramente, não gastar toda sua energia em se defender, para afastar o outro, mas, ao contrário, aceitar negociar, ouvir e compreender o que os pais têm a dizer, sem renunciar a defender suas próprias convicções. 
Envolver os pais na construção dos saberes. 
Não se limitar a convidá-los a desempenharem o papel de controle do trabalho escolar de seus filhos ou mobilizando-os, somente para oficinas, excursões ou participação ativa e inteligente nos deveres de casa. Tudo isso pode facilitar o diálogo etc., mas... A democratização do ensino só será possível através de uma pedagogia ativa e diferenciada, a qual pais e alunos devam aderir, pelo menos globalmente. A competência de um professor consiste em conseguir o mais depressa possível a adesão dos pais que lhe parecem refratários à sua pedagogia... sem abandonar os outros! Um diálogo entre equipe e o conjunto de pais envolvidos pode ser instaurado. Coerência e continuidade das pedagogias tranquilizam os pais... 
Esses três componentes não esgotam as formas de relação entre a família e a escola. A proposta global é construir uma relação equilibrada com os pais, baseada na estima recíproca – base da relação professores - alunos. 
Saber informar e envolver os pais é ser capaz de utilizar raramente, muito raramente as receitas (ver pp123-124), não por ignorá-las, mas por rejeitá-las deliberadamente, ainda mais porque não se precisa delas.
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
8. Utilizar novas tecnologias.
	Tema: Utilização das novas tecnologias.
	ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Obtenção e organização de dados, Busca de suposições, Decisão, Planejamento e Aplicação de fatos e princípios e novas situações.
Descrição: “A verdadeira incógnita é saber se os professores irão apossar-se das tecnologias como um auxílio ao ensino, para dar aulas cada vez mais bem ilustradas por apresentações multimídia, ou para mudar de paradigma e concentrar-se na criação, na gestão e na regulação de situações de aprendizagem” p. 139
Preparar para as novas tecnologias é, segundo Perrenoud, para uma proporção crescente de alunos, atingirem mais plenamente os mais ambiciosos objetivos da escola. O caminho mais interessante para iniciar os alunos na informática seria inseri-la completamente nas diversas atividades intelectuais, levando os alunos à cooperação e participação, assim como partilharem tais recursos.
“As crianças nascem em uma cultura em que se clica, e o dever dos professores é inserir-se no universo de seus alunos”. 
	IDEIA CENTRAL: (considerações)
A escola não pode ignorar o que se passa no mundo. Nova tecnologia da informação e da comunicação transforma a nossa forma de COMUNICAR, TRABALHAR, DECIDIR e PENSAR. Entretanto, cabe uma reflexão crítica sobre as NOVAS TECNOLOGIAS.
Não considerar essa questão na formação de professores é inconcebível, mas colocá-la como centro da evolução dessa formação seria desproporcional em relação a outros aspectos.
A informática na escola: uma disciplina como qualquer outra, um savoir-faire ou um simples meio de ensino? 
Que espaço conceder às novas tecnologias quando não se visa ensiná-las como tal?
Esta questão remete a muitas outras:
- A verdadeira incógnita é saber de os professores irão tomar posse das tecnologias em prol do ensino ou para uma mudança de paradigma para gestão, criação e controle das situações de aprendizagem.
- São essas novas tecnologias simplesmente recursos, instrumentos de trabalho como o quadro negro?Será uma finalidade da escola, ou só um benefício secundário, ainda que valioso?
O progresso das tecnologias oferece novos campos de desenvolvimento a essas competênciasfundamentais, mas sem dúvida aumenta o alcance das desigualdades no domínio das relações sociais, da informação e do mundo.
ENTÃO, coloca Perrenoud:
PROPOSTA:
Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo, a faculdade de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias e comunicação. 
	Algumas ideias secundárias:
Para tentar respondê-las são necessárias algumas considerações:
- A escola tem dificuldade para atingir seus objetivos atuais, mesmo os mais fundamentais, como o domínio da leitura e do raciocínio. E então?
- Outra questão: que cultura informática deve ser dada no ensino fundamental e médio?
- Ensinar o uso de um software atual que logo estará ultrapassado, é uma maneira de entrar no mundo da informática?
- Pensar que, desde que se saiba ler fluentemente é possível por tentativa e erro ou graças aos manuais e auxílios. 
 on-line entra nesse mundo?
Esta competência nos remete a quatro entradas práticas (competências secundárias):
Utilizar editores de texto;
Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino;
Comunicar-se à distância por meio da telemática;
Utilizar as ferramentas multimídia no ensino.
Utilizar editores de texto
Formar para novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, pensamento hipotético e dedutivo entre outras habilidades. Um dos caminhos é inserir o aluno nas diversas atividades intelectuais com o objetivo de liberá-lo de tarefas rotineiras.
Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino
A utilização de programas orientados para a aprendizagem oferecem espaços mais abertos e facilitam o acesso a outros desses espaços.
Comunicar-se à distância por meio da telemática
Considerar as questões éticas envolvidas esta comunicação envolve habilidades didáticas e de relação com o saber
Utilizar as ferramentas multimídia no ensino
Grande interesse e possibilidades para pesquisa. Equipar as escolas é interessante, mas deve considerar as finalidades didáticas.
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
Palavra-chave: equilíbrio
Outras: escola, professor, profissão, deveres, direitos, dilemas éticos, cidadania.
Tema: Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Observação, Analisar, Comparação, Crítica, Busca de suposições, Decisão. 
Descrição: O professor não pode negar a dimensão educativa de seu trabalho, mas, também não é possível considerá-lo o único responsável pelo processo educativo.
“uma sociedade não pode ensinar, é que esta sociedade não pode ensinar-se; é que ela tem vergonha, tem medo de ensinar-se a si mesma; para toda a humanidade, ensinar, no fundo, é ensinar-se; uma sociedade que não ensina é uma sociedade que não se ama, que não se estima; e este é precisamente o caso da sociedade moderna.” (Charles Péguy)
O mundo que aí está é confuso, onde a violência, brutalidade, preconceitos, desigualdades estão presentes e exibidas cotidianamente.
Qual a nossa posição? Desistir? Alienar-se à confusão? Partir para o cinismo? Como incutir uma moral em um mundo no qual se massacra violentamente?
IDEIA CENTRAL:
PROPOSTA enfrentar abertamente a CONTRADIÇÃO entre os valores que afirma e os costumes ambientais
Como ensinar serenamente em tal sociedade? E como não ensiná-la?
Em uma sociedade em crise e que tem vergonha de si mesma, a educação é um EXERCÍCIO DE EQUILIBRISTA. 
Perrenoud questiona: Educar para cidadania?
Esse educar para cidadania não pode ficar limitado a uma grade horária, é preciso criar situações que facilitem verdadeiras aprendizagens, tomadas de consciência, construção de valores, de uma identidade moral e cívica.
Essa formação está na construção dos saberes, passa pelo conjunto do currículo ( explicito ou oculto)
Como prevenir a violência na sociedade, se ela é tolerada no recinto da escola?
Como transmitir o gosto pela justiça, se ela não é praticada em aula?
Como incutir o respeito, sem encarnar este valor no dia-a-dia? 
“ENSINA-SE O QUE SE É”
Trabalhar esta competência é trabalhar o presente e o futuro.
 
Ideias secundárias (algumas)
São cinco as competências específicas estudadas por Perrenoud para uma educação coerente com a cidadania. 
Prevenir a violência na escola e fora dela;
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais.
Se um jovem sai de uma escola obrigatória, persuadido de que as moças, os negros ou os mulçumanos são categorias inferiores, pouco importa que saiba gramática, álgebra ou uma língua estrangeira. A escola terá falhado drasticamente, porque nenhum dos professores que pode intervir em diversos estágios do curso terá considerado que isso era prioritário” p. 149.
Participar da criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta.
Saber como negociar, saber como agir – faz parte do seu ofício.
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula.
“Sua competência é saber o que faz o que supõe idealmente um trabalho regular de desenvolvimento pessoal e de análise das práticas” p. 152
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça.
“A solidariedade e o senso de responsabilidade são estreitamente dependentes do sentimento de justiça. Não se pode ser solidários com aqueles que se julga infinitamente privilegiados e mobilizar-se em seu favor quando sua sorte muda. Ainda aqui, os princípios de formação disputam com as lógicas de ação. Até um professor indiferente ao desenvolvimento do sentimento de justiça fora da escola não pode ignorá-lo... porque seu trabalho cotidiano depende disto...” p. 153
*PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
A noção de competência designará aqui uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situações (Perrenoud, 2000:15).
10. Administrar sua própria formação contínua.
Tema: Administrar formação contínua docente
Palavra-chave: formação contínua
Outras: professor, competências, envolvimento, organização e mudança.
 
ALGUMAS DAS MUITAS OPERAÇÕES DE PENSAMENTO ENVOLVIDAS: Organizar, Administrar, Conceber, Envolver, Participar, Informar, Enfrentar, Decidir, Administrar e Aplicação de fatos e princípios e novas situações etc.
Breve descrição: Por que incluir esta competência entre as 10 famílias de Competências
Porque ela CONDICIONA a atualização e o desenvolvimento de todas as outras competências e, porque todos os recursos mobilizados pelas competências devem ser atualizados, adaptados às condições de trabalho em evolução.
Competências:
Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
Administrar a progressão das aprendizagens. 
Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho. 
Trabalhar em equipe. 
Participar da administração da escola. 
Informar e envolver os pais. 
Utilizar novas tecnologias. 
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 
Administrar sua própria formação contínua.
 
Ideia central 
Competências que podem ser conservadas graças a um exercício constante.
Em face dos desafios atuais, esperamos evoluções mais rápidas, mas apesar da aparente morosidade no ato educativo, há MUDANÇAS, que exigem:
- renovação e desenvolvimento de competências adquiridas na formação inicial;construção de novas competências.	
DESTAQUE:
Saber explicitar as próprias práticas
Na formação contínua ir além de somente referir-se a elas, mas partir delas para fazê-las mudarem (REFLEXIVO). 
Aprender a ANALISAR E EXPLICITAR (troca significativa), a tomar consciência do que se faz (suas práticas) > base de uma autoformação.
 LUCIDEZ PROFISSIONAL ( p.160)
O que é importante? Mais professores sentirem-se responsáveis pela política de formação contínua, intervindo individual e coletivamente nos processos de decisão.
Em síntese: é preciso administrar a progressão das aprendizagens concebendo e administrar situações-problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos, a adquirirem uma visão longitudinal (ampla) dos objetivos do ensino e estabelecer laços com as teorias de aprendizagem observando e avaliando os alunos de acordo com uma abordagem informativa.
Devemos conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação administrando a heterogeneidade no âmbito de uma turma; Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto fornecendo apoio integrado para trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho instituindo um conselho de alunos e negociar com eles diversos regras e contratos a serem seguidos trabalhando em equipe administrando crises ou conflitos interpessoais. Participar da administração da escola elaborando negociar e administrar um projeto da instituição no âmbito escolar, lembrando de Informar e envolver os pais (sempre) dirigindo reuniões de informação e de debate.
Fazer uso de novas tecnologias utilizando editores de texto, explorar as potencialidades dos programas em relação e seus objetivos de ensino, utilizando ferramentas multimídia no ensino. Lembrar que temos deveres e os dilemas éticos da profissão a serem seguidos, como prevenir a violência na escola e (se possível) fora dela lutando contra os preconceitos.
Algumas ideias secundárias importantes:
Segundo Perrenoud, saber administrar sua formação contínua, hoje, compreende distinguir cinco componentes principais dessa Competência:
Saber explicitar as próprias práticas.
Estabelecer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação contínua.
Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede).
Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo.
 Acolher a formação dos colegas e participar dela.

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