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06. Direito Grego

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CURSO DE DIREITO 
Disciplina: História do Direito 
Prof. Fabrício Ferreira 
Direito Antiguidade Clássica: O Direito na Grécia 
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!  Período Arcaico: surgimento da “pólis”; 
!  Fruto direto do processo de sedentarização surgido em 
razão da desintegração dos sistemas clânicos; 
!  “Era a associação religiosa e política das famílias e das 
tribos” (COULANGES, 1975) 
!   Cidades mais conhecidas: Athenas e Esparta; 
!   Organização política: monarquia; 
!   Rei: receptor do poder de Zeus; 
!   Chefe de guerra que os conduz ao combate. Não é 
juiz ou legislador; 
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Fonte: PALMA, 2008; KLABIN, 2004 
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Fonte: PALMA, 2008; 
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!   Tal fato, aliado à gratuidade da “profissão de 
advogado”, contribuiu para a pequena participação 
grega na história do direito; 
!   Competia à parte lesada, ou a seu representante 
legal, intentar “ação” contra seu ofensor, fazer a 
citação e tomar a palavra em audiência; 
!  Os gregos davam prioridade à arbitragem ao invés 
de contendas judiciais; 
!   Não existe a concepção da origem divina do 
direito. As leis podiam ser revogadas pelos 
próprios homens que as fizeram; 
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!   Ausente, também, a figura do juiz e do promotor. Os 
julgamentos eram realizados perante o Areópago (conselho 
dos idosos); 
!   Figura dos “logógrafos”: pessoas dotadas de notável 
retórica e conhecedoras dos costumes, incumbido da 
redação de discursos forenses. 
!   Diferente de Roma, na Grécia não há uma classe de 
juristas, nem um treinamento jurídico (escolas de juristas, 
ensino do direito como técnica especial). Há escolas de 
retórica, dialética e filosofia (argumentação dialética que 
vai ter uso forense). 
!   Entretanto, os Atenienses distinguiam o homicídio culposo do 
doloso; 
!   Durante a época de Drácon houve a substituição da fase 
privada da vingança, pelo exercício da ação pública pelo 
estado. 
Fonte: PALMA, 2008; LOPES, 2002 
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!   Drácon – Século VII a.C. 
!   Coube a Drácon codificar as leis que anteriormente eram aplicadas 
pelos eupátridas (os bem nascidos), recebendo poderes 
extraordinários para tanto. 
!   Basicamente, compilou os antigos costumes e tradições; 
!   Sua intenção foi combater os abusos da vingança familiar 
(vindita), substituindo a guerra privada pela repressão social. 
!   Somente os parentes próximos (pais, irmãos e filhos) tinham o 
direito de vingança e, em caso de composição, teria que haver 
acordo unânime. 
!   Os crimes, eram punidos com a morte do agente. 
!   Daí nasceu a reputação sinistra de sanguinário, até hoje vista: 
“legislação draconiana” 
!   Sólon – 638 a.C. 
!   Reformou a legislação de seu antecessor, que culminou com a 
democracia em Atenas 
!   Interesse de incrementar as relações comerciais 
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!   Na legislação grega, em resumo, observa-se: 
!   Relações de família: 
–  O casamento é monogâmico, mas as concubinas são freqüentes 
(notadamente as escravas); 
–  A mulher não pode ser prometida em casamento sem a sua vontade; 
–  Permanece proprietária do dote em caso de dissolução do matrimônio; 
–  Em caso de adultério, era ilícito ao marido traído continuar a viver com a 
adúltera – perda dos direitos civis; 
–  Era proibida a prostituição masculina – pena: perda dos direitos políticos; 
em caso de reincidência: pena capital; 
–  conhecia-se o divórcio recíproco, com iguais direitos para homens e 
mulheres (equiparação dos cônjuges no casamento). 
–  Era legal (não se sabe se costumeiro) abandonar crianças recém-nascidas. 
–  As roupas eram uniformes para homens livres e escravos, não se 
percebendo a diferença entre eles (era possível, isto sim, saber a 
diferença entre ricos e pobres). 
–  Limitou o direito de herança dos primogênitos, que eram os herdeiros 
universais; 
•  Continuando a mulher impossibilitada de herdar; 
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!   O testamento era desconhecido – sua introdução na 
legislação é obra de Sólon; 
!   O direito público autorizada a rebelião contra o 
governante corrupto e prevaricador; 
!   Tinham o costume de aprender de cor (recitando em forma 
de poemas) textos jurídicos, assim como os poemas de 
Homero. 
!   As leis de Sólon eram ensinadas como poemas. A 
literatura “jurídica” era fonte de instrução e prazer. 
!   Presumia-se que o direito devia ser aprendido 
vivenciando-o. As leis, então, deveriam fazer parte da 
educação do cidadão. 
!   As discussões sobre justiça versavam sobre a justiça da 
cidade, entre cidadãos e iguais. As leis menores não 
importavam para a discussão pública. 
Fonte: LOPEZ, 2002; PALMA, 2008; 
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!   A partir do reformador Sólon, foi abolida a 
propriedade familiar, aparecendo, pela 
primeira vez, a figura da propriedade 
individual; 
!   Tal fato possibilitou a disposição dos bens 
de forma “inter vivos” ou “causa mortis” – 
Surgimento do testamento; 
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!   As leis de Drácon, de 621, pôem fim à 
solidariedade familiar e tornam obrigatório o 
recurso aos tribunais para os conflitos entre clãs. 
!   As leis de Sólon, de 594-593 a.C. instauram a 
igualdade civil, suprimem a propriedade coletiva 
dos clãs e a servidão por dívidas, limitam o poder 
paternal, estabelecem o testamento e a adoção. 
!   Com Clístenes e Péricles, o direito ateniense 
galga à democracia clássica (por volta de 580 a 
338 a.C.). Os cidadãos governam diretamente, no 
seio da assembléia e exprimindo sua vontade 
através da lei. 
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!   Atribui-se aos gregos a origem da hipoteca, tendo 
os romanos copiado o instituto. Para dar 
publicidade ao ônus existente no imóvel, cravavam 
um pequeno bastão na frente da propriedade, 
chamado “oros”, que tinha na parte superior a efíge 
de um Deus. 
!   OSTRACISMO: A cada ano, no sexto mês, a 
Assembléia Popular podia aplicar a pena a todo 
aquele que se destacasse por seu brilho político, 
militar, artístico, intelectual, fato que, por sua 
excessiva popularidade, ameaçava o equilíbrio das 
forças que deveriam reinar na democracia. Pena: 
abandono da cidade por 10 anos. 
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!   Sinalagmático – vínculo contratual que obriga 
reciprocamente às partes; 
!   Quirográfico – ato escrito do devedor; 
!   Enfiteuse – Direito real alienável e transmissível aos 
herdeiros, e que confere a alguém o pleno gozo do imóvel 
mediante a obrigação de não deteriorá-lo e de pagar um 
foro anual, em numerário ou em frutos; 
!   Anticrese - Contrato pelo qual o devedor entrega ao credor 
um imóvel, dando-lhe o direito de receber os frutos e 
rendimentos como compensação da dívida; consignação de 
rendimento; 
!   Hipoteca – Gravação de ônus real sobre um bem, para 
garantir pagamento de dívida;

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