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14. O Direito Canônico e a inquisição

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Prof. Fabrício Ferreira 
Igreja Católica 
  Maior proprietária de terras da Europa. 
  Para ela, o homem tinha um destino espiritual, ou seja, uma outra vida após a 
morte, seja no céu ou no inferno. Por isso, na Terra, ele deveria preocupar-se 
exclusivamente com sua salvação. 
  A Igreja passou a condenar o comércio que visava aos lucros, pois, segundo 
seus ensinamentos, os bens materiais foram dados ao homem como meios para 
facilitar sua salvação, e não seu enriquecimento. 
A finalidade do trabalho não era, portanto, o enriquecimento. 
Catedral de Speyer, 
na Alemanha 
(sec XI) 
Elite eclesiástica 
medieval 
Os objetos destinados à venda tinham seu 
preço justo. Não era permitido ao 
comerciante ter lucros. 
O comércio do dinheiro, ou seja, emprestar 
dinheiro a alguém cobrando-lhe juros, era 
algo ainda mais condenável. 
  O domínio da Igreja também era garantido por meio do 
controle do tempo. 
  De acordo com o tempo religioso, a história da 
humanidade dividia-se em duas etapas: antes e depois da 
vinda do salvador. 
  O ano era orientado segundo os atos do drama na vida 
de Cristo. (Natal, Quaresma,Páscoa e pelos dias santos) 
  O dia também tinha suas sub-divisões baseados na vida 
de Cristo. 
  A marcação das horas era dada pelo repique dos sinos, 
que convocava para os ofícios religiosos e reforçava o 
principal objetivo dos homens medievais: a salvação da 
alma. 
A Igreja Católica 
  O Casamento Cristão representava, desde os tempos 
medievais, uma das mas profundas formas de dominação 
social. 
  Desde então tratava-se de restringir o comportamento 
sexual e controlar a reprodução da comunidade. 
  O matrimônio público, dirigido pelo padre, salientava o 
caráter sagrado das relações sexo-sociais, levando-as muito 
além da esfera de decisões dos indivíduos envolvidos. 
  O casamento inscrevia-se no cotidiano medieval, como uma 
prática disciplinadora, das diversas ordens sociais, 
sobretudo a nobreza. 
  Para a nobreza era necessário controlar o comportamento 
feminino. 
A Igreja Católica 
  O clero era o portador da tradição cristã e devia zelar 
pela manutenção de seus princípios no seio da 
comunidade européia. Deveriam combater o mal e o 
pecado com armas da doutrina religiosa. 
  O controle da fé e das armas garantiam à nobreza e ao 
clero o poder sobre os demais grupos sociais. As divisões 
sociais eram justificadas como um ordenamento sagrado 
esclarecido a toda a sociedade por aqueles que se 
definiam como os intermediários entre Deus e os 
homens. 
A Igreja Católica 
Direito Canônico 
  “Direito Canônico é o nome dado ao Direito da 
Igreja Católica e é chamado canônico por causa da 
palavra "cânon" que em grego significa 
regra” (Castro, 2008). 
◦  Teve elevada influência na Idade Média, em razão da 
importância da Igreja Católica; 
◦  Era escrito, o que proporcionava uma primazia em 
relação ao direito consuetudinário de origem 
bárbara; 
◦  Dado o seu caráter unitário, universal e o domínio 
que esta exerceu sobre as populações da Europa nos 
Séculos VIII e XV, esta ofereceu o que nenhuma outra 
instituição poderia fazer no período. (unidade x 
fragmentação feudal) 
Direito Canônico 
  Dominou o direito privado durante vários séculos na Idade 
Média, em razão dos seguintes fatores: 
◦  Domínio da escrita; 
◦  Consolidação do poder ideológico; 
◦  Fragmentação do poder político na mão dos senhores feudais; 
  Fontes do direito Canônico: 
◦  Ius divinum: o conjunto de regras que podem ser extraídas da 
Bíblia e dos escritos dos doutores da Igreja; 
◦  Da Legislação Canônica: formada pelas decisões dos 
Concílios e dos escritos dos papas; 
◦  Costumes e princípios oriundos do Direito Romano; 
Os Tribunais Eclesiásticos. 
  As partes, voluntariamente, poderiam submeter-se à 
jurisdição do Bispo de sua região; 
◦  o julgamento eclesiástico possuía o mesmo valor de um 
julgamento laico; 
  Os membros do clero possuíam prerrogativa de foro – só 
poderiam ser julgados, independentemente da matéria sob 
exame, pelos tribunais da Igreja; 
  Os tribunais eclesiásticos eram onde se solucionava tudo 
aquilo que envolvesse temas religiosos (os Sacramentos): 
◦  casamentos e divórcios; 
◦  Legitimidade dos filhos; 
◦  Rapto; 
◦  Nulidade de casamento; 
◦  Heresias; 
•  Feitiçarias; 
•  Adultério; 
•  Usura; 
•  Testamento; 
•  Direito de Família 
Os Tribunais Eclesiásticos. 
  Nas querelas cíveis, “o queixoso devia entregar o seu pedido 
por escrito (libellus) a um oficial que convocava o réu. Em 
presença das duas partes, o oficial lia o libellus; o réu podia opor 
exceções; depois do exame destas, o contrato judiciário ficava 
fixado pela litis contestatio (...). As partes submetiam 
seguidamente as provas (...) das suas asserções ao juiz; na falta 
de prova suficiente, o juiz podia ordenar um juramento 
litisdecisório.“ 
 Nas demandas penais, o processo 
atrelava-se à queixa; 
◦ O sistema de provas baseava-se em um 
tipo de prova “irracional”; 
 Ordálios: ou Juízos de Deus eram considerados 
as principais provas para os povos bárbaros, na 
antiguidade, baseado "na crença de que Deus, 
conhecendo o passado, pode castigar aquele que 
jura falsamente". 
 Unilaterais ou Bilaterais, dependendo da prova 
envolvida; 
Os Tribunais Eclesiásticos. 
Ordálios 
 Exemplos de ordálios: 
◦ o acusado é arremessado à água: 
 se submergir, era inocente; 
 se permanecesse à superfície, era culpado. 
◦ O duelo judicial também era considerado um 
Juízo de Deus: 
 se o acusado vencesse, seria absolvido, pois era 
inocente. 
◦ A prova da água fervente: o réu era obrigado 
a colocar o braço dentro da água fervente: 
 se, ao tirá-lo, não houvesse sofrido nenhuma lesão, 
era inocente. 
◦ A prova do "ferro em brasa“; 
A inquisição 
A Igreja Católica perseguiu 
todos que buscaram 
contestar suas posturas 
durante a Idade Média. 
O instrumento utilizado para 
perseguição ficou conhecido 
como Tribunal de Inquisição, 
que condenava os hereges à 
morte. 
14 
  “Durante a Idade Média a Inquisição ou, o Tribunal do Santo 
Ofício da Inquisição (nome completo da Inquisição) era o 
tribunal especial para julgar e condenar os hereges, 
pessoas ou grupos que acreditavam em um catolicismo 
considerado "desviado" ou praticavam atos que, naquele período 
em que a superstição reinava, eram indicados como bruxaria e 
feitiçaria.” (Castro, 2008) 
  Na Idade Moderna este teve uma utilização política, auxiliando a 
formação de vários Estados Absolutistas, perseguindo opositores 
em diversos planos, ou utilizando-o como meio de arrecadar 
fundos quando precisavam (judeus). 
14 
15 
  Havia uma similitude entre os processos judiciais da Idade 
Média e da Idade Moderna e os processos inquisitoriais; 
◦  Vigorava o sistema acusatório: não havia um “interesse público” em jogo 
– era na verdade uma batalha, ou um confronto entre acusador e 
acusado; 
  Procedimento público, oral e formalista; 
  Em alguns momentos, assemelhava-se a um duelo, e a vitória, ou o direito, 
estaria ao lado de quem vencesse o embate; 
  “O mentiroso, consciente de sua culpa, combateria com menos veemência até 
por que Deus, sabedor de quem era a razão, facilitaria a sua derrota” (Castro, 
2008) 
15 
O Tribunal do Santo Ofício e os 
Tribunais Seculares 
16 
O processo 
 Inicialmente, as pessoas não eram iguais 
perante a lei – os nobres, o clero e os 
servos, eram diferentes entre si, para o 
direito. 
  A s a c u s a ç õ e s , b e m c o m o o s 
procedimentos envolvendo o julgamento 
do feito eram sigilosos 
17 
As provas 
 As provas eram classificadas pelo valor a 
elas atribuído: 
◦ Quanto à natureza poderiam ser: 
 Vocais: testemunhos e confissão 
  Instrumentais: documentos e objetos 
 Conjecturais: presunções 
◦ Quanto à espécie, poderiam ser: 
 Perfeitas; 
  Imperfeitas; 
18 
As provas 
 A prova testemunhal era a prova utilizada 
em mais larga escala, em razão das 
particularidadespróprias época; 
◦ Uma só testemunha não bastava, assim como, 
não eram cons iderados vá l i dos os 
testemunhos de mulheres, criminosos, pobres 
e mendigos; 
 A confissão era considerada a rainha das 
provas – a probatio probatissima. 
 A tortura, então, era um meio de prova 
admitido à época para alcançar a 
confissão; 
19 
A tortura 
 “Lançava-se mão da tortura colocando o 
réu na situação de seu próprio 
juiz” (Castro, 2008) 
◦  “Algumas leis dispunham que o réu somente deveria 
ser suplicado várias horas após haver ingerido 
al imentos, quando já se achasse portanto 
enfraquecido. Exigiam-lhe então, primeiro, o 
juramento de que diria a verdade. Em seguida, lhe 
apresentavam os instrumentos que seriam utilizados, 
com explicações sobre o seu funcionamento. Se, para 
evitar o tormento, ou no seu desenrolar, o paciente 
confessasse o que lhe era exigido, levavam-no para 
outro lugar, seguro e confortável, onde ele deveria 
ratificar a confissão. Se esta não fosse ratificada, 
voltava-se à tortura, em dias subseqüentes” 
20 
21 
As penas 
  Além da tortura, que era uma pena em si, após a 
condenação, o acusado seria submetido a diversos tipos 
de sanção, tais como, tortura, banimento, trabalhos 
forçados, etc; 
  Um outro tipo de pena aplicado à época, era a “morte 
civil” do indivíduo, na qual eram suprimidos todos os 
direitos civis da pessoa: 
◦  Desapareciam os laços maritais e patriarcais; 
◦  A cidadania e os direitos patrimoniais; 
◦  Era aberto o processo sucessório; 
◦  Tudo o que o condenado conseguisse adquiria após a 
condenação não poderia ser utilizado por ele; 
22 
A Mascara da infâmia 
23 
As penas 
 Os culpados de heresias mais graves que 
se arrependiam recebiam prisão perpétua 
e tinham os bens confiscados; 
 Outros eram mandados para a fogueira 
em uma procissão e cerimônia da Igreja 
denominada “autos de fé”; 
 As execuções em si eram realizadas por 
autoridades civis, e não pelos padres, 
como forma de preservar a santidade da 
Igreja. 
Fonte: Palma, 2008 
24

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