Buscar

IESB - PENAL I - 5ª aula - LEI PENAL NO ESPAÇO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE 
BRASÍLIA 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE 
BRASÍLIA 
CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 
 
PROF. PAULO EMÍLIO 
 
IESB - DIREITO PENAL I – AULA V 
 
VI) TEMPO DO CRIME 
Existem três diferentes teorias a respeito do 
tempo do crime, quais sejam: 
a) a teoria da atividade (momento da ação 
ou omissão); 
b) a teoria do resultado (momento do 
resultado); 
c) a teoria mista (o momento do crime ou 
do resultado). 
Determina o art. 4º do Código Penal: 
“Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou da omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado”, o que 
revela que o nosso sistema consagrou a 
teoria da atividade, no que tange ao tempo 
do crime. 
Assim, por exemplo, se um menor com 17 
anos e 11 meses esfaqueia uma senhora que 
vem a falecer, desses golpes, 3 meses 
depois não responderá pelo crime, pois era 
inimputável à época da ação. 
Em nosso sistema, há três exceções à regra 
da atividade da ação ou omissão (teoria da 
atividade), com relação à contagem da 
prescrição, quais sejam: 1) o marco inicial 
da prescrição abstrata, em geral, é o 
momento da consumação e 2) nos crimes 
permanentes, é o momento em que cessa a 
permanência; 3) nos crimes de bigamia, de 
falsificação e alteração de assento do registro 
civil, da data em que o fato torna-se conhecido. 
V) A LEI PENAL NO ESPAÇO 
V.I) LUGAR DO CRIME. 
Nos diversos ordenamentos jurídicos modernos, 
há diversas teorias que procuram delimitar qual 
deve ser considerado o lugar do crime. As 
principais teorias são: a) teoria da atividade 
(lugar do crime é o lugar da ação ou omissão); 
b) teoria do resultado (lugar do crime é o lugar 
do resultado) e a teoria da ubiqüidade (lugar 
do crime é onde tenha ocorrido a ação ou 
omissão, bem como onde tenha ocorrido o 
resultado) 
O Direito Penal brasileiro adotou a teoria da 
ubiqüidade. Vale lembrar que ubíquo é aquilo 
ou aquele que está em todos os lugares ao 
mesmo tempo (Deus é ubíquo). Pela teoria da 
ubiqüidade, o lugar do crime tanto pode ser 
aquele da ação como o do resultado, ou ainda o 
lugar do bem jurídico atingido. 
A referida teoria foi albergada no artigo 6º do 
Código Penal, assim redigido: “Considera-se 
praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se 
o resultado”. 
Com a adoção dessa teoria, evita-se o 
inconveniente dos conflitos negativos de 
jurisdição (o Estado onde ocorreu o resultado 
adota a teoria da ação e o Estado onde ocorreu a 
ação adota a teoria do resultado) e soluciona-se 
a questão de crime à distância, em que a ação e 
resultado realizam-se em lugares diversos. A 
hipótese de vir a ocorrer julgamento em dois 
Estados, por dois julgamentos em países 
diversos, em relação ao mesmo crime, é 
solucionada pela regra do artigo 8º do Código 
Penal, que estabelece a compensação das penas. 
 
V.II) CONCEITO DE TERRITÓRIO 
NACIONAL. 
Território nacional, em sentido jurídico, 
deve ser entendido como o âmbito espacial 
sujeito ao poder soberano do Estado. 
O artigo 5º do Código Penal determina que: 
“Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem 
prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime cometido 
no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se 
extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro, onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em 
altomar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira 
aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de 
privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço 
aéreo correspondente, e estas em porto ou 
mar territorial do Brasil.” . 
“O território nacional – efetivo ou real – 
compreende: a superfície terrestre (solo e 
subsolo), as águas territoriais (fluviais, 
lacustres e marítimas) e o espaço aéreo 
correspondente. Entende-se, ainda, como 
sendo território nacional – por extensão 
ou flutuante – as embarcações e as 
aeronaves, por força de uma ficção 
jurídica”1. 
 
1
 Luiz Régis Prado e Cezar Roberto Bittencourt, 
Elementos de Direito Penal, Parte Especial, Ed. 
Revista dos Tribunais, vol. 1 
Calha dizer que mar territorial é a faixa de 12 
milhas marítimas2 de largura, medidas a partir 
da baixa-mar do litoral continental e insular 
brasileiro (art. 1º Lei 8.617/93) No mar 
territorial, o Brasil exerce sua soberania plena. 
A mesma lei estabelece a zona contígua (12 a 24 
milhas náuticas) e a Zona Econômica Exclusiva 
(12 a 200 milhas náuticas). Apesar de o Brasil 
não exercer soberania sobre tais zonas 
marítimas, existe direito, nessas áreas, de 
exploração econômica e fiscalização pelo Brasil. 
Espaço aéreo, por sua vez, é a dimensão estatal 
da altitude. O art. 11 da Lei 7.565/86 estatui que 
o Brasil exerce completa e exclusiva soberania 
sobre o espaço aéreo acima de seu território e do 
mar territorial”. 
Princípio do pavilhão ou da bandeira – pelo 
princípio, as embarcações e aeronaves são 
consideradas extensão do território do país onde 
se encontram matriculadas, quando se 
encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo que 
há sobre ele. 
Embarcações e Aeronaves privadas – Não 
serão assim consideras, as aeronaves e 
embarcações privadas quando adentrem o mar 
territorial ou espaço aéreo de outro Estado. 
Casos em que se aplicará a lei do Estado 
estrangeiro, em princípio (exceção é o caso de 
extraterritorialidade da lei brasileira, previsto no 
art. 7º, inciso II, c, estudado adiante). 
 
Embarcações e Aeronaves públicas – As 
aeronaves e embarcações de natureza pública 
(Exemplo: navio de guerra e outras que estejam 
a serviço do governo brasileiro) são 
consideradas extensão do território nacional, 
onde quer que se encontrem. 
 
2 A milha náutica mede, aproximada mente, 1.850 metros 
É válido deixar registrado que os crimes 
cometidos a bordo de aeronaves e 
embarcações serão julgados pela Justiça 
Federal, a teor do que dispõe o art. 109, X 
da Constituição Federal. 
V.III) PRINCÍPIO DA 
TERRITORIALIDADE. 
Tendo sido estudado o conceito de território 
nacional – em seus aspectos real e 
extensivo – cabe dizer que o Brasil adotou 
o critério (ou princípio) da territorialidade 
temperada, pelo qual a lei penal brasileira 
é aplicável aos crimes praticados no 
território nacional, salvo disposições 
constantes em convenções, tratados e 
regras de direito internacional. 
Diz-se temperada, e não absoluta, 
exatamente porque se admite a não-
aplicação da lei brasileira a crimes 
praticados em território nacional, quando 
assim esteja previsto em tratado ou 
convenção internacional, da qual o Brasil 
seja signatário, por óbvio. 
Assim, por exemplo, os crimes de 
terrorismo, ainda que a ação tenha se 
iniciado no Brasil, será aplicável a lei 
estrangeira (do país em que se verifica o 
resultado), por força de Convenção 
Internacional. 
 
II.A)EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA 
TERRITORIALIDADE DA LEI 
BRASILEIRA. 
1) Imunidades diplomáticas – o diplomata 
é dotado de inviolabilidade pessoal, não 
podendo ser preso, nem responde a 
processo sem a autorização de seu país. As 
sedes diplomáticas não são consideradas 
extensão do território do país da representação 
diplomática, mas também são dotadas de 
inviolabilidades (não podem ser objeto de busca 
e apreensão, embargo ou medida de execução) 
decorrentes da Convenção de Viena (aprovada 
no Brasil através do Decreto Legislativo 
103/64). Não haverá, todavia, inviolabilidade se 
o crime for cometido no interior das sedes por 
pessoa estranha à missão diplomática. 
Entes abrangidos pela imunidade 
diplomática: agentes diplomáticos 
(embaixador, secretários, pessoal técnico e 
administrativo das representações); membros dafamília dos agentes diplomáticos; membros das 
organizações internacionais (ONU, OEA, etc); 
chefe do Estado estrangeiro que visita o país, 
inclusive comitiva) Empregados particulares 
dos agentes diplomáticos não gozam de 
imunidade, ainda que sejam estrangeiros e 
contratados no exterior. 
2) Imunidade parlamentar – (Após a EC 
35/01) Existem duas modalidades de imunidade 
parlamentar: a material (também denominada 
penal) e a formal (também denominada 
processual) 
Imunidade parlamentar material – os 
parlamentares (deputados e senadores) são 
invioláveis, civil e penalmente, em quaisquer de 
suas manifestações (palavras, opiniões e votos) 
proferidas no exercício das funções. (Art 53, 
caput, Constituição Federal). Tutela-se, com tal 
imunidade, o exercício da função parlamentar. 
Antes da EC 35/01, a imunidade se restringia à 
esfera penal, mas com a Emenda, foi ampliada 
para a esfera civil, o que importa dizer que os 
parlamentares não mais respondem por danos 
materiais ou morais decorrentes de suas 
manifestações. 
Para que exista a referida imunidade é 
necessário o nexo funcional a ligar as 
manifestações imunes à atividade 
parlamentar Se o parlamentar, por exemplo, 
está assistindo a um jogo de futebol e nessa 
ocasião (privada) emite conceitos injuriosos 
contra o adversário ou o árbitro, não há 
imunidade material a acobertar sua conduta. 
O suplente de parlamentar não tem direito à 
imunidade porque não está no exercício de 
suas funções. 
A imunidade material é irrenunciável, mas 
não alcança o parlamentar que se licencia 
para ocupar outro cargo na Administração 
Pública. 
Imunidade processual – A imunidade 
processual subdivide-se em: a) garantia 
contra a instauração de processo (Art 53, 
§§ 3º, 4º e 5º da CF); b) direito de não ser 
preso, salvo em caso de flagrante por 
crime inafiançável (Art 53, §2º da CF); c) 
foro privilegiado (competência originária 
STF – Art 53, § 1º, da CF); d) imunidade 
para servir como testemunha (Art. 53, § 
6º da CF). Garantia contra a instauração 
de processo criminal - Antes da EC 35/01 
a imunidade processual consistia na 
exigência de prévia licença da Casa 
respectiva para processar o parlamentar; ou 
seja, após o oferecimento da denúncia, o 
STF encaminhava pedido de licença à 
Câmara dos Deputados ou Senado e o 
processo criminal somente tramitava após a 
licença. 
A alteração feita pela EC 35/01 determinou 
que: “Art 53, §3º da CF – Recebida a 
denúncia contra senador ou deputado, por 
crime ocorrido após a diplomação, o 
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva que, por iniciativa de partido político 
nela representado e pelo voto da maioria de 
seus membros poderá, até a decisão final, 
sustar o andamento da ação”. 
Os parágrafos 3º e 4º do mesmo artigo 
estipulam que: “O pedido de sustação será 
apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do 
seu recebimento pela Mesa Diretora”; “a 
sustação do processo suspende a prescrição 
enquanto durar o mandato”. 
O controle legislativo deixou de ser prévio, 
passando a ser posterior. Todavia, é de se ver 
que somente é cabível a sustação para os crimes 
cometidos após a diplomação dos 
parlamentares. Os anteriores prosseguirão 
normalmente, bastando que se enviem os autos 
do processo criminal para o Supremo Tribunal 
Federal. 
No que tange aos crimes cometidos pelo 
Presidente da República e Governadores, 
todavia, permanece a necessidade de 
autorização prévia pela Câmara dos Deputados, 
um caso, e pelas Assembléias Legislativas em 
outro. (Art. 85 da CF) 
Quanto aos Deputados Estaduais aplicam-se as 
regras de inviolabilidades da Constituição (Art 
27, § 1º), com a ressalva de que o foro 
privilegiado não será o Supremo Tribunal 
Federal, mas pelos Tribunais de Justiça dos 
Estados. É certo, ainda, que as Constituições 
Estaduais não podem ampliar as prerrogativas e 
imunidades de Deputados Estaduais (vide 
Informativo de Jurisprudência do STF, n.º 112) 
Quanto aos vereadores há somente imunidade 
material no que toca às suas manifestações 
(palavras, opiniões e votos) proferidos no 
exercício do mandato e na circunscrição 
do Município (art. 29, inciso VIII da CF). 
Imunidade prisional - O art 53, § 2º da 
Constituição Federal dispõe que “desde a 
expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser 
presos, salvo em flagrante de crime 
inafiançável. Neste caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à 
Casa respectiva para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a 
prisão”. 
Ou seja, nos crimes afiançáveis os 
parlamentares não sofrerão prisão 
processual. Nos casos de crimes 
inafiançáveis, somente será admitida a 
prisão em flagrante (não se admite, pois, 
prisão temporária, preventiva, 
administrativa, por pronúncia, etc). Nem 
mesmo a prisão civil (alimentos ou 
depositário infiel) pode ser decretada contra 
parlamentar. 
A votação acerca da prisão em flagrante do 
parlamentar em crime inafiançável será 
feita por votação aberta e não mais secreta. 
 
Foro especial por prerrogativa de função 
– O art 53, § 1º da CF dispõe que “os 
deputados e senadores, desde a expedição 
do diploma serão submetidos a julgamento 
perante o STF”. Se na data da diplomação 
há inquérito ou ação penal em curso contra 
o parlamentar, deve ser imediatamente 
encaminhada ao STF, aproveitando-se os 
atos processuais que já tenham sido 
praticados. Com o fim da função 
parlamentar, cessa automaticamente o foro 
por prerrogativa de função (cancelada a 
Súmula 394/STF que dispunha de forma 
diversa) O foro especial restringe-se às causas 
penais, não alcançando as de natureza civil. 
Imunidade para servir como testemunha – 
Os deputados e senadores não são obrigados a 
testemunhar sobre informações recebidas ou 
prestadas em razão do exercício do mandato, 
nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou 
deles receberam informações (CF 53, § 6º) 
3) Imunidade do advogado – é denominada 
imunidade judiciária. O art 133 da Constituição 
Federal determina que “o advogado é 
indispensável à administração da justiça, sendo 
inviolável por seus atos e 
manifestações no exercício da profissão, nos 
limites da lei”. A Lei 8.906/94 (Estatuto da 
OAB) dispõe que: “o advogado tem imunidade 
profissional, não constituindo injúria, 
difamação ou desacato puníveis qualquer 
manifestação de sua parte, no exercício da 
atividade, em juízo ou fora dele” 
(art 7º, §2º EOAB).3 
 
III – EXTRATERRITORIALIDADE DA 
LEI PENAL BRASILEIRA. 
Pode, ainda, em casos extraordinários previstos 
na lei (brasileira) aplicar-se a lei penal brasileira 
sobre crimes praticados, em território 
estrangeiro. 
Dessas hipóteses de extraterritorialidade da lei 
penal, que pode ser condicionada ou 
incondicionada, cuida o artigo 7º do Código 
Penal, assim redigido: 
“Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, 
embora cometidos no estrangeiro: 
 
3 O STF declarou a inconstitucionalidade parcial do artigo, 
excluindo o desacato da imunidade legal prevista no art. 7º, 
§ 2º do EOAB) 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; (princípio da 
proteção) 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo 
Poder Público; (princípio da proteção) 
c) contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço; (princípio da 
proteção); 
d) de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
(princípio da justiça universal) 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil 
se obrigou a reprimir; (princípio da justiça 
universal) 
b) praticados por brasileiro; (princípio da 
nacionalidade). 
c) praticados em aeronaves ou 
embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados 
(princípio da representação) 
§ 1º - Noscasos do inciso I, o agente é 
punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da 
lei brasileira depende do concurso das 
seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em 
que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos 
quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil (princípio da 
proteção), se, reunidas as condições previstas 
no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.”. 
Da redação do artigo 7º do Código Penal, colhe-
se que as hipóteses previstas no inciso I do 
artigo independem do atendimento de qualquer 
condição para que a lei penal brasileira se 
aplique aos atos praticados no território 
estrangeiro (extraterritorialidade 
incondicionada). 
Tais hipóteses (inciso I) são regidas pelo 
princípio da proteção (alienas a, b e c) e pelo 
princípio da justiça universal (alínea d), 
puníveis independentemente de condenação ou 
absolvição no exterior. 
Pelo princípio da proteção autoriza-se que um 
determinado Estado puna crimes cometidos 
contra bens jurídicos de elevada importância, 
mesmo que cometidos em outros Estados; 
Pelo princípio da justiça universal, permite-se 
a punição de crimes que são de extrema 
repugnância e merecem reprimenda por toda a 
comunidade internacional, que é firmada por 
meio de cooperação internacional para sua 
punição (ex: crime de genocídio). 
O inciso II e o parágrafo 3º do artigo 7º, por 
sua vez, estabelecem as hipóteses de 
extraterritorialidade condicionada, uma 
vez que dependem do implemento das 
condições fixadas pelos parágrafos 2º e 3º 
do mesmo artigo. 
Os casos de extraterritorialidade 
condicionada são regidos pelos princípio da 
justiça universal (II, a), da nacionalidade 
(II, b), da representação (II, c) e da proteção 
(parágrafo 3º). 
Pelo princípio da nacionalidade, o Estado 
sanciona segundo a sua lei penal todos os 
fatos cometidos por (nacionalidade ativa) 
ou contra seus nacionais, sendo indiferente 
o lugar da ação, omissão ou resultado. 
Por fim, pelo princípio da representação, 
o Estado pune as infrações cometidas a 
bordo de aeronaves e embarcações privadas 
que se achem em território nacional e aí não 
sejam julgados. 
Difere o princípio da representação 
(critério de extraterritorialidade), aplicável 
às embarcações e aeronaves brasileira, da 
forma seguinte: 
se a aeronave ou embarcação é pública, 
onde quer que se encontre será aplicável a 
lei brasileira (art 5º, parágrafo 1º do CP) 
- se a aeronave ou embarcação é privada e 
encontra-se no mar territorial ou espaço 
aéreo brasileiro ou em alto-mar, a lei 
brasileira também é aplicável; 
- se a aeronave ou embarcação é privada e 
se encontra em mar territorial, espaço aéreo 
ou território estrangeiro, aplica-se, em 
princípio, a lei estrangeira. Caso ocorra a 
hipótese do art. 7º, inciso II, aliena c 
(“praticados em aeronaves ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí 
não sejam julgados”), é de se reconhecer a 
extraterritorialidade da lei penal brasileira, 
que será aplicada se presentes, 
cumulativamente, os requisitos do parágrafo 2º 
do artigo 7º. 
Por fim, cabe dizer que, pelo critério do 
parágrafo 3º do artigo 7º, o crime praticado por 
estrangeiro contra brasileiro, fora do território 
nacional, ensejará a aplicação a lei brasileira se 
presentes os requisitos do parágrafo 2º do 
mesmo artigo e, ainda: a) não foi pedida ou 
negada a extradição e b) houve requisição do 
Ministro da Justiça.(art. 7º, parágrafo 3º, CP). 
 
IV. PENA CUMPRIDA NO 
ESTRANGEIRO. 
Por força do princípio do non bis in idem, a 
pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou é nela computada, quando idênticas 
(art. 8º, CP).

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes