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INSTRUMENTOS DA POLÍTICA AMBIENTAL

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INSTRUMENTOS DA POLÍTICA AMBIENTAL
O Estado, em seu sentido amplo, como detentor das rédeas do governo social e da busca 
pelo interesse público deve, em sua atuação, desenvolver programas, políticas e ações que visem 
sempre melhorar a vida de seus cidadãos tendo como fim o bem comum. Neste sentido, é seu 
dever elaborar, implantar e efetivar políticas públicas que tenham como objetivo final a melhoria 
da qualidade de vida das pessoas.
O Poder Público tem o poder-dever de atuação. Sua inércia ou omissão frente a 
determinada previsão legal e/ou constitucional não tem fundamento ou respaldo no ordenamento 
jurídico pátrio e nos mais básicos conceitos de Estado Democrático de Direito. 
O parágrafo primeiro do artigo primeiro da Constituição Federal de 1988 determina que 
“todo o poder emana do povo (...)”. Todavia este poder deve ser total e efetivamente exercido em 
benefício do povo. E tal exercício, dentre outras atribuições e ações, tem sua forma consubstancial 
por meio das políticas públicas.
Visando ações mais específicas dentro da implantação de políticas públicas são criadas ou 
estipuladas ferramentas, as quais serão responsáveis por dar instrumentalidade aos planos e 
objetivos perseguidos pelos programas de ação.
Com a Política Nacional do Meio Ambiente não é diferente. Como já visto anteriormente, a 
Lei 6.938/1981 apresenta, dentre outras determinações, as ferramentas que são responsáveis pela 
efetivação dos objetivos da PNMA. 
Nesta altura, serão analisadas duas importantíssimas ferramentas: O Licenciamento 
Ambiental e a Avaliação de Impactos Ambientais.
Avaliação de Impactos Ambientais
Conceitos iniciais
Sendo o meio ambiente um bem difuso, de uso comum de todos e um patrimônio envolto 
pelo interesse público, qualquer instrumento que atue sobre si ou dite matéria ambiental deve ser 
público. Vale lembrar que o dever de preservação e defesa ambiental além de ser incumbido ao 
Estado é também delegado à população em geral.
Neste sentido, a avaliação de impactos ambientais – AIA, tem como objetivo fazer uma 
análise ampla das consequências, tanto maléficas quanto benéficas, provenientes de determinada 
ação humana sobre o meio ambiente, buscando reduzir tais análises e conclusões a termos 
técnicos capazes de informar e orientar a tomada de decisão sobre a viabilidade ou não daquilo 
que se pretende, apresentando também, em alguns casos, aquilo que já ocorreu como 
consequência de determinada atividade anterior.
Ao prever a avaliação de impactos ambientais, o ordenamento jurídico brasileiro, em sua 
Lei 6.938/1981 foi além de apenas criar uma política ambiental, criando também meios, métodos 
e instrumentos capazes de concretizar o pretendido pela referida política, não deixando para que 
posterior instrumento normativo criasse tais instrumentos, tendo em vista a urgência e a 
necessidade, já à época, pela preservação ambiental.
Como já visto em momento oportuno, o CONAMA é o órgão superior normativo dentro do 
SISNAMA. Assim, muitas matérias técnicas e de certa forma específicas sobre determinado 
assunto, ao invés de serem abordas por leis, na verdade são tratadas por meio de resoluções 
emitidas por tal órgão, como é o caso, a título exemplificativo, da Resolução 237/97 que trata de 
matéria relacionada ao licenciamento ambiental.
A AIA pode se dar de diversas formas, de acordo com cada um dos meios previstos como 
sendo capazes de avaliar determinados impactos ambientais. Assim, ao falarmos em AIA, não 
falamos de um único instrumento, mas sim de uma universalidade de instrumentos, formas e 
meios, que permitem avaliar determinados impactos sobre o meio ambiente provenientes de certa 
atividade ou empreendimento.
A avaliação de impactos ambientais é regulamentada, direta e indiretamente, por alguns 
diplomas normativos, os quais estão dispostos segundo sua ordem cronológica. Seguem:
• Resolução 001/1986 do CONAMA: primeira resolução emitida pelo CONAMA sobre a 
Avaliação de Impactos Ambientais como instrumento necessário ao Licenciamento Ambiental. É 
responsável pela apresentação de alguns conceitos amplamente utilizados na área, como:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental 
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Importa destacar a diferença existente entre avaliação de impactos ambientais e estudo de 
impacto ambiental e seu consequente relatório de impacto ambiental, também conhecidos como 
EIA/RIMA. Em verdade, este se trata de uma das formas compreendidas como ferramentas de se 
executar a avaliação de impactos ambientais. Ambos não são sinônimos, uma vez que a AIA tem 
maior amplitude e abrange, dentre outras ferramentas, o EIA/RIMA.
Assim é apresentado o EIA/RIMA no artigo 2º da referida resolução:
Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e 
respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à 
aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter 
supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente 
[…]
• Resolução 006/1987 do CONAMA: É responsável pela regulamentação do uso da 
avaliação de impactos ambientais como instrumento da PNMA dirigindo-se especificamente ao 
Licenciamento Ambiental de obras de grande porte, com foco naquelas relacionadas ao setor 
energético.
• Resolução 009/1987 do CONAMA: Tem como objetivo regular matéria relacionada às 
audiências públicas previstas como necessárias à publicização e participação popular no EIA/RIMA 
de determinada atividade ou empreendimento. Seu conteúdo visa regulamentar previsão 
constante na Resolução 001/1986.
• Constituição Federal de 1988: A CF/88, reconhecendo a importância e o direito a um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, determinou a exigência, na forma da lei, para 
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, de estudo prévio de impacto ambiental, corrigindo o equívoco técnico cometido pela 
legislação infraconstitucional, consolidando o papel do EIA/RIMA como modalidade de avaliação 
de obras ou atividades capazes de provocar significativo impacto, e não de obras ou atividades 
simplesmente modificadoras do meio ambiente.
• Constituições estaduais de 1989: Com o advento da nova ordem constitucional 
implantada no ano anterior, rapidamente os Estados brasileiros elaboram e promulgaram suas 
novas constituições, as quais, na sua grande maioria, seguindo as premissas lançadas pela CF/88, 
também passaram a abordar matéria tocante à questão ambiental.
• Resolução 237/1997 do CONAMA: Tem como papel dar maior e melhor organicidade ao 
Licenciamento Ambiental no Brasil. Logo em seu artigo primeiro, a norma deixa claro que a AIA, 
tratada por ela como “estudos ambientais”, é gênero, de que são espécies todos os tipos de 
estudos relativos aos aspectos ambientais apresentados como subsídio para a análise da licença 
ambiental, tais como: Relatório Ambiental, Plano de Manejo, Plano de Recuperação de Área 
Degradada, etc.
Consagra-se também também que a AIA é exigível somente quando houver risco de 
significativa degradação ambiental, risco esse presumível, salvo prova em contrário,para as 
atividades relacionadas no Art. 2º da Resolução 001/86 do CONAMA.
Como modalidade de avaliação de impacto ambiental, o EIA/RIMA é hoje considerado um 
dos mais notáveis instrumentos de compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a 
preservação da qualidade ambiental, já que deve ser elaborado antes da instalação de obra ou 
atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental.
As expressões EIA, estudo de impacto ambiental, e RIMA, relatório de impacto ambiental, 
também tidas, vulgarmente, como sinônimas, representam, na verdade, documentos distintos, 
faces diversas de uma mesma moeda. “O estudo é de maior abrangência que o relatório e o 
engloba. O EIA compreende análises de laboratório e a própria redação do relatório”. O relatório é 
destinado especificamente ao esclarecimento das vantagens e consequências ambientais do 
empreendimento, refletindo as conclusões de todo o estudo.
Qualificar e, quanto possível quantificar antecipadamente o impacto ambiental é o papel 
reservado ao EIA, como suporte para um adequado planejamento de obras ou atividades que 
interferem no ambiente. Daí a correta consideração do EIA como procedimento administrativo de 
prevenção e monitoramento dos danos ambientais.
Para bem cumprir seu objetivo básico ( a prevenção da danosidade ambiental) sujeita-se o 
EIA a três condicionantes básicas: a transparência administrativa, a consulta aos interessados e a 
motivação da decisão ambiental.
Dentro da seara da avaliação de impacto ambiental o EIA pode ser visto como o 
instrumento de avaliação que requer mais técnica e mais profundidade nos estudos desenvolvidos, 
uma vez que através do EIA busca-se exaurir, ou ao menos tenta-se, os estudos e análises acerca 
dos danos e impactos ambientais que determinada projeto, atividade ou empreendimento irá 
causar ao meio ambiente.
Nestes termos, o EIA é o todo, complexo, técnico e apurado, profundo, com linguagem, 
dados e apresentações incompreensíveis aos leigos; o RIMA, ao seu tempo, é a parte visível ou 
compreensível aos leigos e à sociedade em geral do que se produziu e concluiu ao longo do EIA, 
tratando-se de um instrumento, de uma ponte, de comunicação entre a complexidade técnica e a 
publicidade entendível a ser apresentado ao administrador e ao público.
O legislador buscou enumerar as obras e atividades capazes de produzir efeitos ambientais 
indesejáveis. Assim procedeu, basicamente, por meio do artigo 2º da Resolução 001/1986. 
Todavia, nada obsta que o órgão ambiental, defrontando-se com atividade não constante no rol 
mencionado, mas capaz de causar sensível degeneração do ambiente, determine a realização do 
EIA. Em verdade, o rol em questão é meramente exemplificativo. 
A doutrina entende que, naqueles casos previstos não há que se questionar se a atividade 
ou empreendimento exerce ou não degradação ambiental: se está na norma, deve ser 
obrigatoriamente realizado o EIA.
Já a questão da prova em matéria ambiental, tanto no âmbito administrativo quanto 
judicial, se diferencia do conceito predominante em outras áreas do direito. Naquelas, incumbe 
produzir prova quem alega determinado fato ou direito. Já nas questões ambientais, dado o 
interesse público sobre o equilíbrio ambiental há a inversão de tal ônus. 
Assim, cabe à parte que pretende instalar determinada atividade ou empreendimento 
provar seu enquadramento nos requisitos legais e também provar que a atividade que pretende 
instalar não causará degradação ambiental significativa. Trata-se de um instituto originário no 
direito comercial, com o Código de Defesa do Consumidor, sabiamente trazido, de forma 
subsidiária, ao bojo do direito ambiental.
Além do EIA/RIMA, são também, a título exemplificativo, formas de avaliação de impactos 
ambientais o relatório ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada, 
estudo de impacto da vizinhança e seu consequente relatório de impacto da vizinhança, dente 
outros.
Aspectos técnicos sobre o EIA/RIMA
Dado o seu papel de instrumento preventivo de danos, é claro que, para atingir sua missão, 
o EIA deve ser elaborado antes da decisão administrativa sobre a concessão ou não da licença para 
a implementação de obras ou atividades que exerçam efeitos no meio ambiente. Tal fato decorre, 
fundamentalmente, do termo “prévio” utilizado pela CF/88 em seu artigo 225, parágrafo 1º, IV: 
“estudo prévio de impacto ambiental”.
Todavia, se a obra ou atividade já estiver em andamento ou funcionamento, evidentemente 
não mais terá cabimento o EIA em sua forma prevista na Resolução 001/1986 do CONAMA, mas 
sim outras espécies de estudos de avaliação destinados a acompanhar ou controlar os possíveis 
impactos ambientais.
Como procedimento público que é, a coordenação do processo de exigência do EIA foi 
entregue aos órgãos estaduais competentes, exceção feita aos casos de expressa competência 
federal, da alçada do IBAMA, ou de exclusivo interesse local, de responsabilidade dos órgãos 
municipais.
Como documento científico complexo, envolvendo área de conhecimento de setores 
diversos da técnica e da ciência, não poderia o EIA ficar a cargo de uma única pessoa, de um mega-
profissional. As exigências tanto técnicas como de conhecimentos para o desenvolvimento do EIA, 
são tamanhas, devido a infinidade de possibilidades e peculiaridades de cada caso, que são 
necessários diversos profissionais a fim de desenvolvê-lo, sendo praticamente impossível apenas 
um indivíduo ter conhecimento técnico suficiente para desenvolvê-lo.
A habilitação da equipe multidisciplinar se da com a inscrição de seus membros, no 
Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, sob a administração 
do IBAMA, conforme definido pela Resolução 001/1988. Segundo essa Resolução, somente serão 
aceitos, para fins de análise, estudos de impacto ambiental cujos elaboradores sejam profissionais, 
empresas ou sociedades civis regularmente registrados nesse cadastro.
Quanto ao vínculo de responsabilidade dos envolvidos na elaboração do estudo, diz a 
Resolução 237/97 do CONANA que o empreendedor e os profissionais que subscreverem os 
estudos necessários ao processo de licenciamento serão responsáveis pelas informações 
apresentadas, sujeitando-se às sanções civis, administrativas e penais.
A responsabilidade técnica referida em tal resolução em tela não abrange os pareceres, 
opiniões, ainda que discutíveis tecnicamente, mas apenas os erros derivados de culpa ou dolo de 
inserir ou induzir dados ou informações incorretas para justificar conclusões distorcidas. 
Na esfera administrativa, sujeita-se o empreendedor às sanções estabelecidas no artigo 72 
da Lei 9605/1988, a Lei dos Crimes Ambientais, enquanto os técnicos, através de procedimentos 
próprios de sanção, respondem aos Conselhos Profissionais de sua respectiva categoria e ao 
IBAMA, já que para realizar e subscrever estudo de impacto ambiental, além de registro no órgão 
de classe correspondente, carecem também de inscrição no Cadastro Técnico Federal de 
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, 
observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, 
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza 
utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de vendae fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
Quanto ao custeio, todas as despesas e custas referentes à realização do EIA correrão por 
conta do proponente do projeto. O mesmo se diz em relação ao custo de análise para a obtenção 
de licença ambiental. Realmente, não teria sentido imputar tal responsabilidade a outro órgão ou 
ente que não o direto interessado no projeto, que é quem, no mais das vezes, irá lucrar com a 
atividade.
O EIA se insere na categoria dos atos formais, dado que preso a diretrizes e atividades 
técnicas mínimas previstas em lei, que não podem, em hipótese alguma, ser inobservadas, sob 
pena de invalidação.
Seu procedimento deve ser simples e objetivo, obedecendo basicamente às seguintes 
premissas gerais:
a) Contemplar as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-se 
com a hipótese de sua não execução: a discussão de alternativas tecnológicas locacionais constituí 
o coração do EIA, dado que, muitas vezes, a melhor opção será a não execução do projeto, em 
função dos altos custos sociais e ecológicos dele decorrentes.
b) Identificar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação 
e operação da atividade: trata-se da operação tendente a definir as medidas corretivas e 
mitigadoras dos impactos negativos ao ambiente, para eventual responsabilização do autor do 
projeto.
c) Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos 
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia 
hidrográfica na qual se localiza: cuida-se de estabelecer as áreas de incidência dos impactos, 
abrangendo os distintos contornos para as diversas variáveis enfocadas, considerando-se, sempre, 
a bacia hidrográfica correspondente. A administração do meio ambiente no âmbito das bacias 
hidrográficas constituí a mais moderna concepção de gerenciamento dos recursos públicos, posto 
que conduz a um planejamento coordenado das ações de todos os órgãos de governo, com 
expressiva diminuição de custos.
d) Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na 
área de influência do projeto, e sua compatibilidade: importa ter presente, na execução do EIA, a 
conformidade do projetado empreendimento com eventuais programas e planos, inclusive os 
plurianuais e aqueles decorrentes do zoneamento ambiental. 
Por sua vez, o conteúdo apresentado pelo estudo deve conter, ao menos, os requisitos 
mínimos estabelecidos por lei. São eles: 
a) Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto. Implica o inventário do meio 
ambiente anterior à ação proposta, buscando informações que permitam uma avaliação eficiente 
dos efeitos do projeto. Faz-se uma exposição das interações dos fatores ambientais físicos, 
biológicos e socioeconômicos, indicando os métodos adotados para sua análise, com o objetivo de 
descrever as inter-relações entre os componentes bióticos, abióticos e antrópicos do sistema a ser 
afetado pelo empreendimento.
b) Análise dos impactos ambientais. Essa fase destina-se à apresentação da análise dos 
prováveis impactos ambientais ocorridos nas fases de planejamento, implantação, operação e, se 
for o caso, da desativação do empreendimento, sobre os meios físico, biológico e antrópico. O 
resultado desta análise constituirá em um prognóstico da qualidade ambiental da área de 
influência do empreendimento, útil não só para os casos de adoção do projeto e suas alternativas 
como, também, na hipótese de sua não-implementação.
c) Definição das medidas mitigadoras. Busca-se aqui explicitar as medidas que visam a 
minimizar os impactos adversos identificados e quantificados.
d) Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais. 
Apresentam-se aqui os programas de acompanhamento da evolução dos impactos ambientais 
causados pelo empreendimento em todas as suas fases: Planejamento, implantação e operação, 
inclusive na eventual desativação e, quando for o caso, na de acidentes.
Já o relatório de impacto ambiental - RIMA, responsável por traduzir e apresentar em 
termos acessíveis ao público o que foi abordado no estudo de impacto ambiental - EIA, deverá 
conter como requisitos mínimos:
a) Objetivos e justificativas do projeto, sua relação de compatibilidade com as políticas 
setoriais, planos e programas governamentais.
b) Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para 
cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área de influência, matérias-primas, mão de 
obra, fontes de energia, processos e técnicas operacionais, efluentes, emissões e resíduos, perdas 
de energia, empregos diretos e indiretos a serem gerados, relação custo/benefício de ônus e 
benefícios sociais/ambientais.
c) Síntese do diagnóstico ambiental da área de influência do projeto.
d)Descrição dos impactos ambientais, considerando o projeto, as suas alternativas, os 
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios 
adotados para sua identificação, quantificação e interpretação.
e) Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as 
diferentes situações de adoção do projeto e suas alternativas, bem como a hipótese de sua não 
realização.
f) Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos 
impactos negativos, mencionando aqueles que não puderem ser evitados e o grau de alteração 
esperado.
g) Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.
h) Recomendação quanto à alternativa mais favorável. Conclusões e comentários de 
ordem geral.
Publicidade e participação popular no EIA/RIMA
No campo do EIA/RIMA, dois princípios fundamentais se destacam: o da publicidade e o da 
participação pública. O primeiro diz respeito ao direito que qualquer cidadão tem de conhecer os 
atos praticados pelos seus agentes públicos. O segundo, de maneira extensiva, aplica-se ao direito 
que tem o cidadão, organizado ou não, de intervir no procedimento de tomada de decisão 
ambiental, pois se trata de parte interessada.
Coerente com os princípios da publicidade e da participação comunitária, e na linha do 
comando estabelecido pelo artigo 225 da Constituição Federal, que obriga o Poder Público a dar 
publicidade ao EIA/RIMA, a resolução 237/1977 do CONAMA, em seu artigo 3º, determina que ao 
EIA/RIMA dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas.
A Constituição cuidou não somente de exigir a realização do estudo prévio, mas de 
expressamente determinar a sua publicidade. 
Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental é o processo exigido para a obtenção da licença ambiental, ato 
administrativo vinculado ao Poder Executivo que se resume, genericamente, na permissão por 
parte do Poder Público para a idealização/realização de determinada atividade ou 
empreendimento. Como será visto adiante, não se trata de uma permissão definitiva nem una. 
Compreende basicamente três fases/tipos de licença: Licença prévia, licença de instalação e licença 
de operação.
Na esteira do já preconizado pela Lei 6938/81, depreende-se da Resolução CONAMA 
237/97 que o critério para a identificação do órgão preponderantemente habilitado para o 
licenciamento é determinado pela área de influência direta do impacto ambiental. Anote-se que o 
raio de influência ambiental é que indicará o interessegerador da fixação da atribuição, traçando-
se uma identificação de competência licenciadora com a competência jurisdicional.
Em todos os tipos de licença e em todos os níveis de competência, há um caráter não 
vinculativo dos estudos técnicos emanados dos outros órgãos envolvidos no licenciamento. O que 
não se pode é prescindir de justificação e fundamentação para a recusa, de modo a se evitarem 
medidas arbitrárias.
• O licenciamento federal: Configurando-se impacto de âmbito nacional ou regional, a 
competência para licenciar é do órgão da esfera federal da Administração, isto é, do Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Segundo a Resolução 
237/1997, podem ser enxergados como tais os seguintes empreendimentos/atividades:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país 
limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica 
exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio 
da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do 
País ou de um ou mais Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que 
utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, 
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a 
legislação específica.
• O licenciamento estadual ou distrital: Aos órgãos ambientais estaduais ou do Distrito 
Federal está afeto, como regra, o licenciamento dos empreendimentos e atividades com impacto 
microrregional, a saber:
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades 
de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de 
vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da 
Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem 
consideradas por normas federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por 
instrumento legal ou convênio.
• O licenciamento municipal: Segundo a Resolução 237/1997, compete ao órgão ambiental 
municipal o licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto local e daqueles que lhe 
forem delegados pelo Estado, por instrumento legal ou convênio. A oitiva dos demais órgãos 
públicos envolvidos é também aqui exigida.
Advirta-se, porém, que o Município, para cumprir tal desiderato, deve ter implementado o 
Conselho de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em 
seus quadros ou à sua disposição, profissionais legalmente habilitados.
Aspectos técnicos
Quanto aos prazos para análise das licenças, diz a Resolução 237/1997: 
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de 
análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em 
função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como 
para a formulação de exigências complementares, desde que observado o 
prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o 
requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos 
em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de 
até 12 (doze) meses.
Carecendo o órgão ambiental de esclarecimentos ou mesmo de estudos ambientais 
complementares, a contagem dos prazos referidos será suspensa até a superação do incidente 
procedimental, o que deverá ocorrer dentro do prazo máximo de quatro meses a contar da data 
em que tiver sido notificado o empreendedor. Ademais, desde que justificados e com a 
concordância do empreendedor e do órgão ambiental, poderão os prazos ser alterados segundo a 
conveniência ditada pelo caso concreto.
Essas regras, importa adiantar, dizem respeito ao licenciamento ordinário, pois, como 
veremos mais adiante, o legislador estabeleceu também regras especiais para o licenciamento de 
alguns empreendimentos, obras ou atividades que, por conta de suas peculiaridades, merecem 
disciplina própria.
• Prazo de validade das licenças: Regulamentando a matéria no âmbito de sua 
competência, o CONAMA, pela Resolução 237/1997, fixou os prazos de validade das licenças 
ambientais, estatuindo às expressas:
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade 
de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, 
levando em consideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e 
projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser 
superior a 5 (cinco) anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, 
o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os 
planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no 
máximo, 10 (dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os 
prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos 
máximos estabelecidos nos incisos I e II
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de 
validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos 
ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a 
encerramento ou modificação em prazos inferiores.
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante 
decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após 
avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no 
período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso 
III.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 
(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na 
respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a 
manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
• Alteração e Retirada das Licenças: A licença ambiental, validamente outorgada, assegura 
ao seu titular uma responsabilidade meramente temporal, não um direito adquirido de operar 
para sempre. Na verdade, o licenciamento ambiental foi concebido e deve ser entendido como se 
fosse um compromisso estabelecido entre o empregador e o Poder Público. De um lado, o 
empresário se compromete a implantar e operar a atividade segundo as condicionantes constantes 
dos alvarás de licença recebidos e, de outro lado, o Poder Público lhe garante que durante o prazo 
de vigência da licença, obedecidas as condicionantes, em circunstâncias normais, nada mais lhe 
será exigido a título de proteção ambiental.
Assim, enquanto as condições fixadas pela licença ambiental atenderem ao fim maior que é 
a preservação ambiental, a licença será mantida, caso deixe de assim atender, a licença deverá ser 
revista. Infere-se , portanto, que a licença ambiental é dotada, implicitamente,de uma verdadeira 
cláusula que prevê que se as condições originais que deram ensejo à concessão da licença 
mudarem, esta também pode ser alterada ou até mesmo retirada.
• Suspensão da Licença: O termo suspender é empregado no sentido jurídico de 
interromper, sustar, sobrestar, impedir, privar, proibir, sempre em sentido temporário ou limitado. 
Suspender a licença é sustá-la ou sobrestá-la até que a obra ou atividade esteja adequada aos 
requerimentos ambientais exigidos. Terá ensejo nas hipóteses de omissão de informações 
relevantes durante o processo de licenciamento, passível de sanação, e superveniência de graves 
riscos para o ambiente e a saúde, superáveis mediante a adoção de medidas de controle e 
adequação.
Também neste caso, as medidas recomendadas para adaptação serão suportadas pelo 
empreendedor, segundo os já referidos princípios constitucionais da função socioambiental da 
propriedade e do meio ambiente hígido como direito fundamental da pessoa humana.
• Cancelamento da Licença: Cancelar em sentido amplo significa o ato pelo qual se desfaz, 
se anula ou se torna ineficaz ato anteriormente praticado, ou porque tenha ele cumprido já sua 
finalidade ou porque se tenha motivo para essa anulação. Tem pertinência nos casos em que a 
licença é expedida em flagrante dissonância com a ordem jurídica, é subsidiada por falsa descrição 
de informações relevantes, ou, ainda, pela superveniência de graves riscos para o ambiente e a 
saúde, não havendo possibilidade de superação mediante adoção de medidas de controle e 
adequação. 
Aqui há que se verificar se a invalidade é fruto ou não da má fé do empreendedor para se 
aferir quanto a eventual indenização administrativa.
• A Publicidade no Licenciamento Ambiental: Já que a melhor maneira de tratar as 
questões ambientais é assegurar a participação democrática no processo de decisão, o 
ordenamento jurídico brasileiro, para a efetividade dessa participação, exige que todo o 
procedimento de licenciamento se desenvolva às claras, com pleno conhecimento do público 
interessado. Sem ter o conhecimento da existência da solicitação da licença ambiental, não haverá 
como as pessoas e associações ambientalistas interessadas reunirem elementos para intervirem 
qualificadamente no processo.
Este o sentido do preceito contido no art. 10, parágrafo 1º da Lei 6938/1981, que comanda 
que os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no 
jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação.

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