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TRABALHO SOBRE CONDOMÍNIO

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TRABALHO SOBRE CONDOMÍNIO
Aluna: Michele Alice de Alencar 
Matricula: 201307208551 
Conceito
Trata-se de uma propriedade simultânea e concorrente, de modo que todos são donos ao mesmo tempo (por isso é simultânea), e todos podem usar a coisa toda (por isso é concorrente), dentro dos limites da convivência harmônica
Natureza jurídica 
 Duas teorias principais procuram explicar a natureza jurídica do condomínio: a individualista e a coletivista.
A propriedade é um direito exclusivo. Por esta razão, aparentemente parece inconcebível que várias pessoas possam ter simultaneamente o domínio da mesma coisa. Uma excluiria a outra, eis que não pode ser comum o que é próprio por natureza e essência. Para conciliar essa antítese, a teoria individualista divide idealmente a coisa, atribuindo a cada sujeito o direito de propriedade sobre a parte abstrata resultante da divisão ideal. A teoria coletiva vê na comunhão um só direito, tendo como sujeito a coletividade constituída pelos interessados. Não há titulares individuais. A coisa é realmente comum, sendo, então, a propriedade denominada como coletiva. O bem não pertence a várias pessoas, cada qual tendo a sua parte, mas a todos os comunheiros em conjunto, ainda que não seja orgânico o estado de indivisão.
1 - Classificação do condomínio:
a) Condomínio Necessário
É o tipo de condomínio que se estabelece sem ou contra a vontade dos sujeitos. Também pode ser chamado de condomínio legal, subdividindo-se em forçado e fortuito. A condição forçada do condomínio necessário se dá justamente na situação em que determinada coisa ou bem não pode ser dividida, como no caso de muros divisórios, paredes, cercas (art. 1327, C.C.), ficando impedidas as partes ideais dos diversos condôminos de serem transferidas isoladamente. 
Será fortuito o condomínio quando for estabelecido pela relação entre herdeiros quando da abertura do testamento para dar início ao processo sucessório, sendo finalizado o condomínio ao término da partilha. A indivisibilidade hereditária estabelece uma comunhão eventual, forçada e transitória. Se o bem é indivisível, a partilha estabelece o condomínio. No caso de a herança recair sobre todo o patrimônio do de cujus, o que ocorre é uma comunhão hereditária, visto que o condomínio deve recair sobre coisa determinada. A comunhão hereditária (que é transitória) só se transforma em condomínio quando há a partilha. Neste caso, o estado de comunhão (gênero) transforma-se em condomínio (espécie). 
Para a relação condominial forçada ou fortuita (situações de condomínio necessário) não é estabelecida atemporalidade de existência, sendo, pois, de caráter transitório ou perpétuo. O condomínio poderá ser exercido de forma pro diviso, para os bens que puderem ser divididos ou ainda, a contrário senso, a forma pro indiviso, ocorrerá quando a coisa ou bem não puder ser dividida. 
O direito real de propriedade se conserva intacto, apenas se estendendo a cada um dos co-proprietários o exercício de sua parte ideal no direito comum sobre o mesmo bem. Assim, considerando-se desta maneira, a propriedade de um bem vai pertencer, pro indiviso, a mais de um titular, o mesmo ocorrendo, ainda que materialmente seja divisível a coisa comum.
b) Condomínio Voluntário
O condomínio voluntário ou convencional ocorre quando duas ou mais pessoas decidem, por livre deliberação de vontade, se tornar proprietários comuns de uma mesma coisa ou bem a fim de usarem e fruírem tal coisa. Justamente por seu caráter voluntário é que assim quiseram as partes criar, usufruir, dispor e reivindicar o bem ou objeto de acordo com as suas vontades deliberadas, sem que um agente externo os obrigassem a isso. Pode ter por objeto bens móveis e imóveis. Por contrato, a pluralidade de sujeitos adquire o mesmo objeto e por testamento, o testador pode instituir vários legatários sobre a mesma coisa. 
Esse tipo de condomínio não pode ser acordado senão pelo prazo relativamente curto de 5 anos, atendendo, dessa forma, ao caráter instável e provisório do condomínio. Este prazo poderá ser prorrogado por força do artigo 1.320, par.1º do Código Civil: “Podem os condôminos acordar que a coisa fique indivisa por prazo maior de cinco ano, suscetível de prorrogação ulterior”. 
2 - Classificação quanto às formas de condomínio:
O condomínio pode ser pro diviso e pro indiviso. Na primeira forma, há apenas mera aparência de condomínio, pois os condôminos se localizam em parte certa e determinada da coisa, sobre a qual exercem exclusivamente o direito de propriedade. Ex: edifícios de apartamentos onde cada unidade é autônoma. 
Na segunda forma, a comunhão perdura de fato e de direito, todos os condôminos permanecem na indivisão, tanto juridicamente como de fato. Ex: áreas comuns dos prédios, incluindo a comunhão do terreno, dos alicerces, das paredes externas, do pórtico de entrada, das áreas de serviço, dos elevadores, daquilo enfim que se torna indispensável à coesão orgânica de um conjunto econômico-jurídico.
3 - Classificação quanto ao objeto do condomínio:
O condomínio também pode ser universal ou particular. Será universal quando abranger a totalidade da coisa, incluindo frutos e rendimentos. Por outro lado, será particular quando se limitar a determinadas coisas ou efeitos.
4- Classificação quanto á à sua origem:
 pode ser convencional (se resultar de acordo de vontade dos consortes, nescendo de um negócio jurídico pelo qual 2 ou mais pessoas adquirem ou colocam um bem em comum para dele usar e gozar), incidente ou eventual (quando ela vier a lume em razão de causas alheias à vontade dos condôminos, como ocorre com a doação em comum a 2 ou mais pessoas) e forçado ou legal (quando derivar de imposição de ordem jurídica, como conseqüência inevitável do estado de indivisão da coisa).
5- Classificação quanto à sua necessidade, tem-se o condomínio ordinário ou transitório (denomina-se assim, aquele que, oriundo ou não de convenção, vigora durante um certo lapso de tempo ou enquanto não se lhe ponha termo, mas que sempre e em qualquer momento pode cessar) e o permanente (não poderá extinguir-se dada a natureza do bem ou em virtude da relação jurídica que o gerou ou do exercício do direito correlativo).
Direitos e deveres do condômino - art. 1.335
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - Contribuir para as despesas do condomínio, na proporção de suas frações ideais;
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses jurídicas – Direito das Coisas. São Paulo: Saraiva, 2012.
1 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Direitos Reais, Volume V, ed. Atlas S.A., São Paulo, p.353.

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