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COOPERATIVISMO PASSO A PASSO

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Cooperativismo Passo a Passo 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COOPERATIVISMO 
PASSO A PASSO 
 
 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
Visite nossos sites na Internet 
www.jurua.com.br e 
www.editorialjurua.com 
e-mail: editora@jurua.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
ISBN: 978-85-362- 
 
 
 
Brasil – Av. Munhoz da Rocha, 143 – Juvevê – Fone: (41) 4009-3900 
Fax: (41) 3252-1311 – CEP: 80.030-475 – Curitiba – Paraná – Brasil 
Europa – Rua General Torres, 1.220 – Lojas 15 e 16 – Fone: (351) 223 710 600 – 
Centro Comercial D’Ouro – 4400-096 – Vila Nova de Gaia/Porto – Portugal 
 
Editor: José Ernani de Carvalho Pacheco 
 
 
Curitiba: Juruá, 2013. 
 
I. Título. 
 
 
 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
3 
Paulo Gonçalves Lins Vieira 
Andrea Mattos Pinheiro 
 
 
 
 
 
COOPERATIVISMO 
PASSO A PASSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
Juruá Editora 
2014 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
4 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
5 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
O cooperativismo é um eficiente instrumento de desenvolvimento 
social e econômico, por esse motivo a cada ano que passa esse movimento 
ganha novos membros. Para atender uma demanda cada vez maior de 
pessoas interessadas em informações básicas sobre o cooperativismo, a 
Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, em parceria com 
o SESCOOP/SP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo 
no Estado de São Paulo, desenvolveu o presente material. 
Nesta publicação, o leitor encontrará noções sobre o empreen-
dimento cooperativo, a sua estrutura e o seu funcionamento. Além disso, 
poderá utilizar-se dos modelos que auxiliarão no dia a dia da sociedade. 
Com isto, esperamos que este manual seja um objeto de consulta perma-
nente a todas as cooperativas, independentemente do ramo de atuação. 
Desejamos a todos uma ótima leitura. 
 
Edivaldo Del Grande 
Presidente do Sistema OCESP 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
6 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
7 
 
SUMÁRIO 
 
1 – HISTÓRICO ...................................................................................... 11 
2 – ÓRGÃOS DE REPRESENTAÇÃO DO COOPERATIVISMO ....... 13 
2.1 Aliança Cooperativista Internacional – ACI .................................. 13 
2.2 Aliança Cooperativa Internacional – ACI Américas ...................... 13 
2.3 Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB ......................... 13 
2.4 Organização das Cooperativas Estaduais ...................................... 14 
2.5 OCESP – Organização das Cooperativas do Estão de São Paulo.... 14 
2.6 Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – 
SESCOOP ................................................................................... 15 
3 – CONCEITO DE COOPERATIVA .................................................... 17 
3.1 Essência das Cooperativas ............................................................ 17 
3.2 Legislação Cooperativista............................................................. 18 
3.3 Ramos ......................................................................................... 19 
3.4 Gênero das Cooperativas .............................................................. 21 
4 – PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO .......................................... 23 
4.1 1º Princípio – Adesão Livre e Voluntária ...................................... 23 
4.2 2º Princípio – Gestão Democrática pelos Sócios............................ 25 
4.2.1 Prazo e pautas ................................................................. 26 
4.2.2 Convocação .................................................................... 26 
4.2.3 Instalação ....................................................................... 27 
4.2.4 Aprovação ...................................................................... 28 
4.2.5 Impedimentos ................................................................. 28 
4.2.6 Comprovação ................................................................. 28 
4.2.7 Não podem ser eleitos ..................................................... 28 
4.2.8 Atas e arquivamento ....................................................... 29 
4.3 3º Princípio – Participação Econômica dos Sócios ........................ 32 
4.4 4º Princípio – Autonomia e Independência .................................... 33 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
8 
4.4.1 Cooperativa singular ....................................................... 34 
4.4.2 Cooperativa – central ou federação .................................. 34 
4.4.3 Cooperativa – confederação ............................................ 34 
4.5 5º Princípio – Educação, Treinamento e Informação ..................... 35 
4.6 6º Princípio – Cooperação entre Cooperativas ............................... 35 
4.7 7º Princípio – Preocupação com a Comunidade............................. 35 
5 – CONSTITUIÇÃO DE UMA COOPERATIVA ................................. 37 
5.1 Da Ata de Constituição ................................................................. 37 
5.1.1 Denominação .................................................................. 38 
5.1.2 Sede ............................................................................... 38 
5.1.3 Objeto social ................................................................... 38 
5.1.4 Dos sócios fundadores .................................................... 39 
5.1.5 Aprovação do estatuto social ........................................... 39 
5.1.6 Direção dos trabalhos assembleares ................................. 39 
5.1.7 Finalidade ....................................................................... 39 
5.1.8 Da constituição da sociedade cooperativa ........................ 39 
5.1.9 Capital ............................................................................ 39 
5.1.10 Eleição dos órgãos diretivos ............................................ 40 
5.1.11 Sócios eleitos .................................................................. 40 
5.1.12 Declaração de desimpedimento ....................................... 40 
5.1.13 Posse dos eleitos ............................................................. 41 
6 – ELABORAÇÃO DO ESTATUTO SOCIAL ..................................... 43 
7 – REGISTRO NOS ÓRGÃOS .............................................................. 45 
8 – LIVROS OBRIGATÓRIOS ............................................................... 47 
8.1 Obrigatoriedade ........................................................................... 47 
8.2 Comuns ou Especiais ................................................................... 47 
8.3 Possibilidade de Adoção de Livros ou Folhas Soltas ..................... 47 
8.4 Normas para Escrituração ............................................................. 47 
9 – FUSÃO, INCORPORAÇÃO E DESMEMBRAMENTO .................. 49 
10 – DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE ..................................................... 51 
ANEXOS 
I – Modelo de ata de constituição ....................................................... 55 
II – Modelo de estatuto social – cooperativa singular ........................... 59 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
9 
III – Modelo de estatuto social de central / federação de cooperativas ... 73 
IV – Modelo de proposta de admissão de cooperados ........................... 87 
V – Modelo de livro ou ficha de matrícula........................................... 89 
VI – Modelo de recibo – capital social .................................................. 93 
VII – Modelo de pedido de demissão..................................................... 95 
VIII – Modelo de ciência de demissão do cooperado ............................... 97 
IX – Modelo de comunicado da eliminação .......................................... 99 
X – Modelo de interposição de recurso da eliminação........................ 101 
XI – Modelo de comunicado da exclusão do cooperado ...................... 103 
XII – Procedimentos recomendados para assembleias... ....................... 105 
XIII – Modelo de edital de convocação de AGO ................................... 109 
XIV – Modelo de edital de convocação da assembleia geral 
extraordinária ............................................................................. 111 
XV – Modelo de edital de convocação de AGO/AGE .......................... 113 
XVI – Modelo de livro de presença dos sócios nas assembleias ............. 115 
XVII – Modelo de declaração de elegibilidade........................................ 117 
XVIII – Modelo de declaração de desimpedimento .................................. 119 
XIX – Modelo de ata da assembleia geral ordinária ............................... 121 
XX – Modelo de ata da assembleia geral extraordinária da 
cooperativa ................................................................................ 125 
XXI – Modelo de regimento eleitoral .................................................... 129 
XXII – Modelo de regimento interno do órgão de administração ............. 134 
XXIII – Modelo da ata de reunião ordinária do conselho de 
administração ............................................................................. 138 
XXIV – Modelo do relatório de prestação de contas ................................. 140 
XXV – Modelo do regimento interno do conselho fiscal ......................... 142 
XXVI – Ata da primeira reunião do conselho fiscal .................................. 146 
XXVII – Modelo de ata da reunião do conselho fiscal ............................... 148 
XXVIII – Modelo de parecer mensal do conselho fiscal .............................. 150 
XXIX – Modelo de parecer anual do conselho fiscal ................................ 152 
XXX – Modelo regimento interno do RATES (antigo FATES)11 ............. 154 
XXXI – Modelo de termo de abertura dos livros sociais ........................... 158 
XXXII – Modelo de termo de encerramento dos livros sociais ................... 160 
XXXIII – Modelo de declaração de vontade ............................................... 162 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
10 
XXXIV – Modelo – edital – AGE – desmembramento ................................ 164 
XXXV – Modelo – edital – assembleia – relatório da comissão de 
estudos ....................................................................................... 166 
XXXVI – Modelo – edital – assembleia – fusão .......................................... 168 
XXXVII – Modelo – edital – assembleia – aprovação relatório da 
comissão – fusão ........................................................................ 170 
XXXVIII – Modelo – edital – assembleia – nova cooperativa – fusão ............ 172 
XXXIX – Modelo – edital – assembleia – incorporação .............................. 174 
XL – Modelo – edital – assembleia – incorporação .............................. 176 
XLI – Modelo edital – convocação para dissolução ............................... 178 
XLII – Modelo – termo de compromisso de liquidante ........................... 180 
XLIII – Modelo de petição – arquivamento junta comercial ..................... 182 
XLIV – Modelo de auto de arrecadação – liquidante ................................ 184 
XLV – Modelo de circular de convocação de credores ............................ 186 
XLVI – Modelo – requisição de documentos ........................................... 188 
XLVII – Modelo quadro geral de credores ................................................ 190 
XLVIII – Modelo – relatório do liquidante ................................................. 192 
XLIX – Modelo do edital de convocação – fase liquidação ...................... 194 
L – Modelo – relatório do liquidante II ............................................. 196 
LI – Modelo – AGE – prestação de contas finais do liquidante ........... 198 
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 200 
ÍNDICE ALFABÉTICO ............................................................................. 202 
 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
11 
 
 
1 
 
HISTÓRICO 
 
 
O trabalho em equipe sempre existiu, pois o ser humano é um 
ser social, ou seja, ele precisa do outro para sobreviver e para garantir seu 
desenvolvimento. 
Em plena Revolução Industrial, período de grande exploração do 
ser humano, surgiu oficialmente no ano de 1844 no bairro de Rochdale, em 
Manchester (Inglaterra), o primeiro grupo que formalizou a prática da 
cooperação. 
O grupo formado por 28 (vinte e oito) pessoas, na sua maioria 
tecelões, se uniram para adquirir coletivamente bens de consumo. Duran-
te um ano fizeram o planejamento, estabeleceram normas e metas, guar-
daram recursos e investiram capital para dar início ao funcionamento da 
sociedade que recebeu o nome de “Sociedade Rochdale dos Pioneiros 
Equitativos”. 
Coletivamente os trabalhadores poderiam negociar melhores 
condições de consumo, buscando melhores preços, prazos, quantidade e 
qualidade dos produtos. 
Observa-se na ilustração acima, que o grupo reuniu-se para ir 
direitamente ao fornecedor, eliminando os intermediários da relação eco-
nômica. Esse fato é importante, pois em regra, todas as cooperativas sur-
gem para substituir os atravessadores. 
 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
12 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
13 
 
 
2 
 
ÓRGÃOS DE REPRESENTAÇÃO 
DO COOPERATIVISMO 
2.1 ALIANÇA COOPERATIVISTA INTERNACIONAL – ACI 
A ACI – Aliança Cooperativista Internacional, é o órgão máxi-
mo de representação do cooperativismo constituído em 1895 com o obje-
tivo de continuar o trabalho dos pioneiros de Rochdale. Trata-se de uma 
organização não governamental que congrega organizações de cooperati-
vas de todo o mundo, com sede em Genebra (Suíça). 
Saiba mais pelo site: <http://www.ica.coop/>. 
2.2 ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL – 
ACI AMÉRICAS 
A ACI – Américas, com sede em Bogotá – Colômbia, é o órgão 
de representação do cooperativismo nas Américas, vinculado à ACI – 
Aliança Cooperativista Internacional. 
Saiba mais pelo site: <http://www.aciamericas.coop/>. 
2.3 ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS 
BRASILEIRAS – OCB 
A OCB é o órgão máximo de representação das cooperativas no 
Brasil. É a guardiã da doutrina e dos princípios do cooperativismo. Trata- 
-se de uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Brasília. Funcio-
na como órgão técnico consultivo do governo, atua na representação, 
fortalecimento, integração, promoção, fomento e defesa do Sistema Coo-
perativista Brasileiro. 
Saiba mais pelo site: <www.brasilcooperativo.coop.br>. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
14 
2.4 ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS ESTADUAIS 
Em cada Estado Brasileiro existe uma unidade estadual da Or-
ganização das Cooperativas Brasileiras – OCB. A Organização das Coo-
perativas Estadual – OCE, é constituída pelas cooperativas singulares, 
centrais, federações e confederações de todos os ramos. De acordo com o 
art. 107 da Lei 5.764, de 16.12.1971, todas as cooperativas são obrigadas 
a registrar-se na OCB, ou na unidade estadual. 
2.5 OCESP – ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO 
ESTÃO DE SÃO PAULO 
A OCESP, uma unidade estadual da OCB – Organização das 
Cooperativas Brasileiras, tem comoobjetivo representar, integrar, forta-
lecer e defender os interesses das cooperativas em âmbito estadual. 
É uma entidade sem fins lucrativos, formada por cooperativas 
singulares, centrais, federações e confederações de cooperativas localiza-
das no Estado de São Paulo. 
O órgão máximo da OCESP é a Assembleia Geral que ocorre 
uma vez por ano, até o mês de abril, para deliberar sobre as ações do ano 
anterior, bem como aprovar o plano para o exercício seguinte. 
A OCESP possui uma Diretoria constituída por um representan-
te de cada ramo do cooperativismo paulista, todos eleitos pela Assem-
bleia Geral, para um mandato de 04 (quatro) anos. 
A gestão da OCESP é fiscalizada de maneira assídua e minucio-
sa por um Conselho Fiscal constituído de 03 (três) membros efetivos e de 
03 (três) membros suplentes, com um mandato de 04 (quatro) anos. 
A OCESP, em parceria com o SESCOOP/SP, firmou a missão 
de “Promover permanentemente a excelência do cooperativismo paulista, 
viabilizando e realizando ações de educação, integração, comunicação, 
representação e orientação”. 
A OCESP possui uma parceria com a FESCOOP/SP – Federa-
ção dos Sindicatos das Cooperativas no Estado de São Paulo, para defesa 
dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, utilizando- 
-se das prerrogativas como sindicato. 
A Federação de Sindicatos tem como base territorial o Estado 
de São Paulo e a função de defender os interesses individuais e coletivos 
da categoria e coordenar as negociações coletivas realizadas pelos sindi-
catos filiados. A Federação pode celebrar acordo e convenção coletiva, 
quando ausente ou inexistente o sindicato. 
Saiba mais pelo site: <www.ocesp.org.br/>. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
15 
2.6 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO 
COOPERATIVISMO – SESCOOP 
O SESCOOP, criado em 1998, é uma instituição que faz parte 
do Sistema “S” – Serviço Social Autônomo, que tem o objetivo de orga-
nizar, administrar e executar em todo território nacional, o ensino de for-
mação profissional, desenvolvimento, monitoramento e promoção social 
do trabalhador em cooperativa e dos cooperados. 
Em cada Estado do Brasil o SESCOOP possui uma unidade 
atuando em parceria com as unidades estaduais da OCB. 
Saiba mais pelo site: <www.brasilcooperativo.coop.br>. 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
16 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
17 
 
 
3 
 
CONCEITO DE COOPERATIVA 
 
 
Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas unidas vo-
luntariamente para fazer frente às suas necessidades e aspirações econô-
micas, sociais e culturais comuns por meio de uma empresa de proprie-
dade conjunta e democraticamente controlada. Tal conceito foi definido 
pela ACI – Aliança Cooperativista Internacional. 
A união de pessoas em torno de um negócio (atividade econô-
mica) de interesse comum é o que faz surgir um empreendimento coope-
rativo. A cooperativa é um sistema diferenciado e democrático de organi-
zação social que busca melhores condições sociais e econômicas. 
Pela legislação brasileira (Lei 5.764/71), para uma cooperativa 
constituir-se são necessárias 20 (vinte) pessoas que se obriguem a contri-
buir para o exercício de uma atividade econômica de proveito comum, 
sem o objetivo de remunerar o capital de seus sócios, ou seja, sem finali-
dade de lucro. A cooperativa é criada para gerar benefícios aos seus só-
cios, tendo características legais e doutrinarias própria. 
Em 19.07.2012, foi promulgada a Lei 12.690, que surgiu com o 
objetivo de disciplinar a organização e o funcionamento das cooperativas 
de trabalho e, especificamente para este ramo, reduziu o número mínimo 
de sócios para constituição de uma cooperativa de trabalho da previsão 
geral anterior de 20 (vinte) para apenas 07 (sete) sócios. 
3.1 ESSÊNCIA DAS COOPERATIVAS 
Cooperativa é uma forma de organização social para exercício 
de uma atividade econômica de proveito comum, baseada na igualdade de 
direitos e não na apropriação do trabalho alheio, cujo cooperado é o dono 
e usuário do empreendimento. 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
18 
 Exercício de uma atividade de proveito comum – Os sócios 
devem oferecer ou adquirir um produto ou serviço do mer-
cado de forma coletiva. A atividade econômica refere-se ao 
negócio da cooperativa resultante da organização dos se-
guintes fatores: capital, insumos, tecnologia, competência, 
relacionamento e trabalho; 
 Dupla Qualidade – Os cooperados são ao mesmo tempo do-
nos e usuários (trabalhadores/consumidores) do empreendi-
mento cooperativo. Na figura de usuário o cooperado utiliza-
se dos benefícios oferecidos pelo empreendimento coopera-
tivo, na figura de dono ele participa das decisões, assume os 
riscos do negócio e se apropria dos resultados. Tais papéis 
são complementares e indissociáveis; 
 Igualdade de Direitos – Na cooperativa a relação é baseada 
no trabalho e não no capital de seus sócios. Cada membro 
tem direito a um só voto, independentemente do capital so-
cial integralizado, ou seja, todos têm direito de participar das 
decisões, de operar com a cooperativa, votar e ser votado pa-
ra os cargos sociais. 
 Não apropriação do trabalho alheio – A cooperativa busca 
remunerar o trabalho de seus cooperados, eliminando o in-
termediário da relação econômica, assumindo os riscos da 
atividade e apropriando-se do excedente do trabalho que é 
divido entre os cooperados. Ela não visa o lucro que é carac-
terizado pela apropriação do excedente do trabalho em fun-
ção do capital. 
3.2 LEGISLAÇÃO COOPERATIVISTA 
Como vimos, existem normas internacionais e nacionais que re-
gulam o cooperativismo, segue abaixo uma tabela sobre as principais 
normativas: 
Normativa Observações 
Recomendação 193 da OIT – Orga-
nização Internacional do Trabalho 
Aprovado em 2002 na conferência da 
OIT. 
Lei Marco para as Cooperativas da 
América Latina 
Aprovado em 2008 pela Aliança Coo-
perativa Internacional – Américas. 
Constituição da República Federa-
tiva do Brasil 
A Constituição em diversos disposi-
tivos tratou sobre o cooperativismo. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
19 
3.3 RAMOS 
Para classificação dos ramos da cooperativa é necessário fixar 
critérios, buscando identificar as semelhanças. Não existe um único crité-
rio de classificação das cooperativas. 
Pode-se utilizar como um critério a forma de relacionamento 
com o mercado, assim as cooperativas se classificam como organização 
do consumo ou organização do trabalho. 
Pode-se, ainda, utilizar o critério atividade econômica, desta 
forma teremos inúmeros ramos: transporte, produção, mineração, turismo 
e lazer; consumo, trabalho, agropecuário, crédito, educacional, habitacio-
nal, infraestrutura, etc. 
Atualmente a OCB classifica as cooperativas em 13 (treze) ra-
mos, são eles: 
Agropecuário: destinado a receber transportar, classificar, pa-
dronizar, armazenar, beneficiar, industrializar e comercializar a produção 
de seus cooperados. A cooperativa pode ainda adquirir e repassar aos 
sócios bens de produção e insumos necessários ao desenvolvimento de 
suas atividades. Dentro deste ramo existem diversas culturas: arroz, fei-
jão, café, soja, milho, trigo, cana-de-açúcar etc. 
Lei 5.764/71 
A principal legislação brasileira sobre 
o cooperativismo. 
Lei Complementar 130/09 
Dispõe sobre o cooperativismo de 
crédito. 
Lei 12.690/12 
Dispõe sobre a organização e o fun-
cionamento das Cooperativas de 
Trabalho. 
Lei 10.406/02 
Trata-se do novo Código Civil que 
trouxe um capítulo específico “Das 
Sociedades Cooperativas”. 
Lei 11.488/07 
Estendeu alguns benefícios do estatu-
to da micro e pequena empresa para 
as cooperativas. 
Lei 9.867/99 
Dispõe sobre a criação e funciona-mento das cooperativas sociais. 
Medida Provisória 1.715/98 
Autorizou a criação do SESCOOP – 
Serviço Nacional de Aprendizagem 
do Cooperativismo. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
20 
Consumo: destinado a aquisição de bens de consumo e forne-
cimento ao seu quadro social. Este ramo realiza compras em comum de 
diversos produtos de uso diário. 
Crédito: destinado a estimular a poupança e o desenvolvimento 
de programas de assistência financeira e geração de benefícios financei-
ros a seus sócios. Neste ramo existem cooperativas de crédito rural, crédi-
to mútuo (urbano), cooperativa de crédito de empresários e crédito aberta, 
esta última também denominada de “cooperativa de crédito do tipo 
Luzzatti”, em homenagem a um de seus idealizadores, o italiano Luigi 
Luzzatti. 
O cooperativismo de crédito, além de observar as normas do 
Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil, possui legis-
lação específica, a Lei Complementar 130, de 19.07.2009, que dispõe 
sobre o sistema nacional de crédito cooperativo. 
Educacional: destinado a desenvolver atividades educacionais. 
A cooperativa educacional pode ser constituída por professores para pres-
tação de serviços. Também pode ser constituída por pais e/ou responsá-
veis de alunos ou pelos próprios alunos para aquisição coletiva de servi-
ços de educação. A cooperativa deste ramo pode criar, organizar, manter 
e dirigir instituições de ensino e educação, bem como adquirir material 
educacional para fornecimento aos cooperados, seus filhos e dependentes. 
Este ramo deve observar as normas do MEC – Ministério da Educação e 
Cultura. 
Habitacional: destinado a atuar no ramo imobiliário. A coopera-
tiva habitacional quando constituída por trabalhadores pretende construir 
e comercializar unidades habitacionais. Quando constituída por consumi-
dores, a cooperativa visa propiciar a construção e aquisição da casa pró-
pria a preço de custo. Na vertente consumo, a cooperativa pode funcionar 
pelo sistema de autofinanciamento, financiamento externo e ainda por 
meio de mutirão. 
Infraestrutura: composto por cooperativas destinadas à aquisi-
ção ou comercialização de serviços de energia elétrica, saneamento bási-
co, telefonia e abastecimento de água. A atividade de telefonia precisa 
observar as regras da ANATEL – Agência Nacional de Telecomunica-
ções e a atividade de energia elétrica regras da ANEEL – Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica. 
Mineral: as cooperativas inseridas nesse ramo buscam pesqui-
sar, extrair, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos 
minerais. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
21 
Produção: destinado a produção, beneficiamento, industrializa-
ção e comercialização de produtos. Os produtos oferecidos pelas coopera-
tivas precisam observar a legislação vigente, bem como as regras do IN-
METRO. Estão enquadradas no ramo produção as cooperativas da linha 
industrial, artesanal e de reciclagem – coletiva seletiva. 
Saúde: quando formado por profissionais da área da saúde, visa 
à prestação de serviços de saúde bem com a preservação e a promoção da 
saúde humana; quando formada por usuários de serviços de saúde, visa a 
aquisição coletiva do serviço. As cooperativas que comercializam planos 
de saúde devem observar as regras da ANS – Agência Nacional de Saúde. 
Transporte: destinado à prestação ou aquisição de serviços de 
transportes de cargas e de passageiros. Deste ramo, destacamos as seguin-
tes modalidades: táxi, escolar, transporte alternativo (perua/vans), moto-
táxi, aéreo e marítimo. As cooperativas de transporte terrestre devem 
observar as regras da ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre. 
Turismo e Lazer: destinado à prestação ou aquisição de serviços 
turísticos, artísticos, de entretenimento desportivo e de hotelaria. As coo-
perativas deverão observar as normas do Ministério do Turismo de Lazer. 
Trabalho: ramo residual, o que não se enquadra nos serviços es-
pecíficos (transporte, educacional, saúde, produção, agropecuário, habita-
cional, etc.) enquadra-se neste ramo. A cooperativa surge a partir de um 
grupo empreendedor para realizar uma atividade econômica. A coopera-
tiva organiza o trabalho e demais recursos necessários para viabilizar um 
negócio, na forma de serviços e/ou produtos, oferecendo-os ao mercado e 
remunerando o quadro social por meio dos resultados financeiros obtidos. 
Este ramo conta uma legislação específica, a Lei 12.690/12, que discipli-
na e organiza o funcionamento dessas cooperativas. 
Social/Especial: Regido pela Lei 9.867, de 10.11.1999, objetiva 
a integração social de pessoas que se encontre em desvantagem frente ao 
mercado de trabalho. Qualquer ramo acima citado pode se enquadrar 
como uma cooperativa social, desde que a maioria do quadro social seja 
composta por deficientes físicos, mentais e sensoriais, dependentes quí-
micos, egressos de prisões, condenados a penas alternativas e adolescen-
tes em idade adequada para o trabalho. 
3.4 GÊNERO DAS COOPERATIVAS 
A cooperativa é constituída para o exercício de uma atividade 
econômica de proveito comum. Assim, todos os ramos do cooperativismo 
poderiam ser classificados em duas vertentes: 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
22 
– Trabalho: inclui as cooperativas agropecuárias em sua atua-
ção, educacionais quando formadas por profissionais de 
educação, produção, transporte, saúde e trabalho; 
– Consumo: inclui as cooperativas agropecuárias em sua atua-
ção na aquisição de insumos e serviços, educacionais forma-
das por alunos ou responsáveis, infraestrutura, habitacionais, 
crédito e consumo. 
Tal conclusão decorre da percepção de que as cooperativas se 
organizam a partir da necessidade de oferecer o resultado do trabalho das 
pessoas ao mercado, bem como de buscar nele as mercadorias ou os ser-
viços necessários aos seus cooperados, isto é, necessidades de oferta ou 
de demanda. 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
23 
 
 
4 
 
PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO 
 
 
Os princípios básicos do cooperativismo foram criados pelos 
“Probos Pioneiros de Rochdale”. Em 1995 a ACI realizou a última adapta-
ção e atualização dos conceitos. Importante frisar que os princípios regem 
todas as cooperativas do mundo, independente do ramo de atuação. 
4.1 1º PRINCÍPIO – ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA 
“Cooperativas são organizações voluntárias abertas a todas as 
pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabili-
dades de sócios, sem discriminação social, racial, política, religiosa e de 
qualquer gênero” – ACI. 
O princípio da Adesão Livre e voluntária, também chamado de 
“princípio das portas abertas”, estabelece que ninguém é obrigado a in-
gressar ou permanecer como sócio da cooperativa. Desta forma, qualquer 
pessoa que atenda ao objeto social (negócio) do empreendimento pode 
ser cooperado. 
A cooperativa tem como característica o número ilimitado de 
sócios, assim não existe um número máximo de sócios, desde que tenha 
capacidade técnica para atender a todos. 
Para quem pretende ingressar na cooperativa é importante veri-
ficar se a mesma está regularmente registrada na unidade estadual da 
Organização das Cooperativas Brasileira e demais órgãos públicos, além 
disso, o interessado deve procurar conhecer a legislação cooperativista e 
o estatuto da sociedade. A unidade estadual da OCB oferece palestras, 
cursos e treinamentos sobre o cooperativismo. 
A cooperativa deve ter um procedimento de admissão de novos 
membros. Assim, o interessado deve preencher uma proposta de adesão 
que será analisada pelo órgão de administração da sociedade. Este órgão 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
24 
precisa verificar se o interessado não é um concorrente da cooperativa, seo mesmo tem condições de praticar o negócio de interesse comum, se 
preenche as condições previstas no estatuto e, por fim, se existe possibili-
dade técnica (estrutura) para admissão de novos cooperados. 
Ressalta-se que a decisão sobre o ingresso de novos associados 
é de competência do órgão de administração, sendo desnecessária a con-
vocação de uma Assembleia Geral. 
Aceito o pedido de admissão, o novo cooperado assinará o livro 
de matrícula, junto com o representante da cooperativa, caso ainda não 
tenha recebido, deverá receber no ato uma cópia do estatuto social e ou-
tros documentos educativos e normativos internos da sociedade. Nesse 
momento o cooperado poderá firmar um documento manifestando sua 
concordância com as disposições estatutárias e com as normas internas da 
cooperativa. 
Cumprindo o procedimento de ingresso, o cooperado adquire 
todos os direitos e assume os deveres e obrigações decorrentes da lei, do 
estatuto e das deliberações tomadas pela Assembleia Geral. 
No momento de ingresso o cooperado deverá adquirir (subscre-
ver) as quotas partes do capital, observando o mínimo e o máximo previs-
to no estatuto. É importante que a cooperativa forneça um recibo ao coo-
perado da integralização (pagamento) das quotas parte do capital. 
Observa-se que apesar do princípio da adesão livre e voluntária 
(princípio das portas abertas) a cooperativa pode negar o pedido de in-
gresso de novos sócios baseando-se em critérios técnicos, objetivos, le-
gais e estatutários. Para tanto, é indispensável a elaboração de um estudo 
de viabilidade econômica e social. As unidades estaduais da OCB podem 
auxiliar o grupo na elaboração de tal estudo. 
O critério para admissão de novos membros nunca poderá ser 
discriminatório. O empreendimento cooperativo é regido pela indiscrimi-
nação de qualquer espécie, isto significa dizer que a cooperativa não pode 
utilizar como critério para admissão de novos sócios a questões política, 
social, religiosa ou de qualquer gênero. A sociedade é constituída para o 
exercício de uma atividade econômica e não em torno de uma instituição 
religiosa, política ou social. 
Vide Anexo IV – Proposta de Admissão de Cooperados. 
Vide Anexo V – Modelo do Livro / Ficha de Matrícula. 
Vide Anexo VI – Modelo de Recibo – Capital Social. 
Desligamento da Cooperativa: Assim, como a adesão é livre e 
voluntária, ninguém é obrigado a permanecer filiado à cooperativa. O 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
25 
cooperado, para se desligar da sociedade, pode pedir demissão, ser elimi-
nado ou excluído. 
Demissão: É também livre e voluntária, esse pedido do sócio 
não pode ser negado. 
Eliminação: Será realizada em virtude de infração legal e/ou 
estatutária, mediante deliberação pelo órgão de administração que terá 30 
(trinta) dias para comunicar tal fato. O eliminado poderá interpor recurso, 
dentro do prazo fixado no estatuto, que terá efeito suspensivo até a pró-
xima Assembleia Geral. 
Exclusão: Ocorre por fatos previstos na lei, em seu art. 35, co-
mo: por morte da pessoa física, por incapacidade civil não suprida, por 
deixar de atender os requisitos de ingresso e permanência na sociedade e 
dissolução da pessoa jurídica. 
Independentemente da forma de desligamento o cooperado tem 
o direito à restituição do capital social integralizado, que em regra, acon-
tecerá após a aprovação de contas do exercício pela Assembleia Geral, 
bem como deve ser levado a registro o fato no Livro de Matrícula. 
Vide Anexo VII – Pedido de Demissão. 
Vide Anexo VIII – Ciência de Demissão de Cooperado. 
Vide Anexo IX – Comunicado da eliminação. 
Vide Anexo X – Interposição do Recurso de Eliminação. 
Vide Anexo XI – Comunicado de Exclusão do Cooperado. 
4.2 2º PRINCÍPIO – GESTÃO DEMOCRÁTICA PELOS 
SÓCIOS 
“As cooperativas são organizações democráticas controladas 
por seus sócios os quais participam ativamente no estabelecimento de 
suas políticas e na tomada de decisões”. – ACI. 
A cooperativa deve desenvolver suas atividades empreendedo-
ras com base no princípio da Gestão Democrática, isso significa dizer que 
deve ser gerida e administrada pelos seus membros. 
A gestão democrática na cooperativa é com base na pessoa e 
não no capital, isto significa dizer, que cada pessoa tem o mesmo direito 
independente do capital integralizado na sociedade. 
Para cumprir a gestão democrática a cooperativa é obrigada a 
realizar anualmente uma Assembleia Geral Ordinária de cooperados e 
sempre que necessário uma Assembleia Geral Extraordinária. As coope-
rativas de trabalho, nos termos da Lei 12.690/12, têm também a obrigato-
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
26 
riedade de realizar ao menos uma Assembleia Geral Especial anual, sem 
exclusão das já previstas na Lei 5.764/71 (Ordinária e Extraordinária), 
para tratar de assuntos específicos como: disciplina, direitos e deveres dos 
sócios, dentre outros. A realização de uma Assembleia depende de vários 
procedimentos que devem ser seguidos pelos sócios. 
4.2.1 Prazo e Pautas 
A Assembleia Geral Ordinária deve ocorrer nos 03 (três) pri-
meiros meses após o término do exercício social – salvo nas cooperativas 
de crédito, que pode ocorrer nos 04 (quatro) primeiros meses após o tér-
mino do exercício social –, para deliberar sobre a prestação de contas do 
exercício anterior, destinação das sobras ou perdas, eleição dos órgãos de 
administração e conselho fiscal, fixação de honorários dos cargos sociais, 
bem como outros assuntos de interesse da sociedade. 
A Assembleia Geral Extraordinária pode ser realizada sempre 
que necessário, porém conforme a Lei 5.764/71 as pautas reforma de 
estatuto, dissolução da cooperativa, fusão, incorporação, desmembramen-
to, aprovação de contas do liquidante só podem ser discutidos neste tipo 
de Assembleia e precisam 2/3 (dois terços) dos cooperados presentes para 
tornar válidas as deliberações. 
A Assembleia Geral Especial, de realização obrigatória para as 
cooperativas de trabalho, ao menos uma vez por ano, sempre no segundo 
semestre do ano, para deliberar sobre assuntos específicos, dentre outros 
previstos no edital de convocação, a saber: gestão da cooperativa; discipli-
na; direitos e deveres dos sócios; planejamento e resultado econômico dos 
projetos e contratos firmados; além da organização do trabalho, como por 
exemplo, a fixação das regras para afastamento remunerado do sócio em 
algumas hipóteses, como casamento, nascimento de filho, dentre outras. 
4.2.2 Convocação 
Independente do tipo de Assembleia, ela deve ser convocada 
com antecedência de no mínimo 10 (dez) dias (na contagem dos dias 
exclui-se o dia da publicação e inclui o dia de vencimento) mediante edi-
tais fixados em locais mais frequentados pelos sócios, publicado em jor-
nal de acordo com a área de ação para admissão de cooperados e entregue 
aos associados por intermédio de circulares. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
27 
Para as cooperativas de trabalho, a Lei 12.690/12 prevê sucessi-
vas possibilidades de notificação, eliminando a forma tríplice de convo-
cação estabelecidas para as demais cooperativas na Lei 5.764/71: 
– A notificação pessoal do associado com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias de sua realização (nessa hipótese, deve-
rá, necessariamente, ser colhida uma declaração de ciência 
do sócio, devidamente datada, no ato da comunicação); 
– Na impossibilidade de notificação pessoal, a mesma dar-se-á 
pela via postal, devendo o recebimento pelo sócio ocorrer 
com antecedência mínima de 10 (dez) dias de sua realização 
(neste caso é imprescindível que a notificação seja encami-
nhada com Aviso de Recebimento (AR), como forma de 
prova do cumprimento do prazo legal); 
– Na impossibilidade de realização das notificações antece-
dentes, os sócios serão notificados medianteedital afixado 
na sede e em outros locais previstos no estatuto e publicado 
em jornal de grande circulação na região da sede da coopera-
tiva ou na região onde ela exerça suas atividades, respeitada 
a antecedência de 10 (dez) dias da data de realização da As-
sembleia Geral. 
 
A convocação será feita pelo Presidente, ou por qualquer dos 
órgãos de administração, pelo conselho fiscal, ou após solicitação não 
atendida, por 1/5 (um quinto) dos cooperados. 
4.2.3 Instalação 
Para iniciar uma Assembleia é necessário ter 2/3 (dois terços) 
dos cooperados em primeira chamada; em segunda convocação metade 
mais um dos cooperados, e em terceira e última chamada no mínimo 10 
(dez). A cooperativa deve observar o intervalo mínimo de 01 (uma) hora 
entre cada convocação. 
O quorum de instalação das Assembleias Gerais para as coope-
rativas de trabalho também obedece uma formalidade específica: 2/3 
(dois terços) do número de cooperados, em primeira chamada; metade 
mais um dos cooperados, em segunda chamada, e em terceira e última 
chamada 50 (cinquenta) sócios ou, no mínimo, 20% (vinte por cento) do 
total dos sócios, prevalecendo o menor número, em terceira convocação, 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
28 
exigida a presença de, no mínimo, 04 (quatro) sócios para as cooperativas 
que possuam até 19 (dezenove) sócios matriculados. 
4.2.4 Aprovação 
As pautas das Assembleias serão aprovadas por maioria de vo-
tos dos associados presentes com direito de voto, salvo os assuntos exclu-
sivos de Assembleia Geral Extraordinária que precisam de 2/3 (dois ter-
ços) dos cooperados presentes. 
4.2.5 Impedimentos 
O cooperado que estabelecer relação de emprego perde o direito 
de votar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em 
que ele deixou o emprego. 
Os membros dos órgãos de administração e fiscalização na 
prestação de contas e na fixação de honorários. 
São impedidos também de votar os cooperados que tenham in-
teresse direto na matéria. 
4.2.6 Comprovação 
Para comprovar o número de pessoas presentes em cada As-
sembleia a cooperativa deve ter o livro de presença. Para comprovar a 
realização da Assembleia e as deliberações tomadas a cooperativa deve 
ter o livro de atas de Assembleias. Para comprovar a inscrição de chapas 
e/ou de candidatos que participaram das eleições concorrendo aos cargos 
eleitos, a cooperativa deve ter um livro de inscrição de chapas. 
4.2.7 Não Podem ser Eleitos 
Não podem ser eleitos, além das pessoas impedidas por lei, os 
condenados a pena que vede o acesso a cargos públicos, ou por crime 
falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou 
contra a econômica popular, a fé pública ou a propriedade. 
Os candidatos devem declarar que são elegíveis e que não estão 
impedidos de exercer atividade empresarial (desimpedimento). 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
29 
4.2.8 Atas e Arquivamento 
Tudo que for deliberado em Assembleia deve constar em Ata. 
Para que as decisões possam ser oponíveis contra terceiros, é necessário o 
arquivamento na Junta Comercial do Estado. 
Vide Anexo XII – Procedimentos Recomendados para As-
sembleias. 
Vide Anexo XIII – Edital de Convocação da Assembleia Geral 
Ordinária. 
Vide Anexo XIV – Edital de Convocação da Assembleia Geral 
Extraordinária. 
Vide Anexo XV – Edital de Convocação da Assembleia Geral 
Ordinária e Extraordinária Conjuntas. 
Vide Anexo XVI – Livro de Presença dos Sócios nas Assem-
bleias. 
Vide Anexo XVII – Declaração de Elegibilidade. 
Vide Anexo XVIII – Declaração de Desimpedimento. 
Vide Anexo XIX – Ata da Assembleia Geral Ordinária. 
Vide Anexo XX – Ata da Assembleia Geral Extraordinária. 
Vide Anexo XXI – Modelo de Regimento Eleitoral. 
Vide Anexo XXXIII – Modelo de Declaração de Vontade. 
 
A democracia denota que o poder de gestão do negócio emana 
dos cooperados, que exercem diretamente ou por meio de seus represen-
tantes legitimamente eleitos. Essa é uma característica que distinguem a 
cooperativa de outras formas de organizações econômicas, constituindo 
um dos alicerces da filosofia cooperativista, onde impera a vontade da 
maioria. 
Assim, a cooperativa será administrada por um Conselho de 
Administração e/ou Diretoria eleitos pela Assembleia Geral, com um 
mandato de até 04 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação a cada 
período de 1/3 (um terço) dos membros. 
No caso das cooperativas de crédito, que tenham conselho de 
administração, a lei permite que seja criada diretoria executiva a ele su-
bordinado, na qualidade de órgão estatutário composto por pessoas físicas 
associadas ou não, indicadas por aquele conselho. Assim, a cooperativa 
deste ramo pode ter uma diretoria contratada pelo conselho e não eleita 
em Assembleia. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
30 
Para as cooperativas de trabalho constituídas com menos de 19 
(dezenove) sócios, a Lei 12.690/12 expressamente autoriza que a compo-
sição dos Conselhos de Administração e Fiscalização seja distinta daque-
la prevista na Lei 5.764/71. 
O órgão de administração deve se reunir constantemente para 
deliberar sobre os assuntos de sua competência, conforme definido no 
estatuto da entidade, devendo sempre realizar as atas de reunião. O Livro 
de Ata de reuniões é também um livro obrigatório pela lei. 
A lei não determina a nomenclatura dos cargos, assim, o estatu-
to deve definir quantos membros formarão órgão de administração, sendo 
recomendável ser constituído por no mínimo 03 (três) membros, devendo 
as atribuições de cada um estar definidas no estatuto. Geralmente, as coo-
perativas possuem um presidente, um vice e um secretário. 
Ao final de cada exercício o órgão de administração deverá ela-
borar um relatório de prestação de contas para ser aprovado pela Assem-
bleia Geral. 
A lei determina que não pode haver entre o órgão de adminis-
tração e o conselho fiscal parentes até 2º grau, seja em linha reta (pais, 
avôs, filhos, netos) ou em linha colateral (irmãos). 
O cônjuge ou companheiro não são legalmente parentes, no en-
tanto, deve-se eliminar os vínculos familiares na administração da coope-
rativa, evitando assim influências que viciem a postura de isenção e com-
prometimento com a finalidade social do empreendimento. 
Vide Anexo XXII – Modelo do Regimento Interno do Órgão de 
Administração. 
Vide Anexo XXIII – Ata da Reunião Ordinária do Conselho de 
Administração. 
Vide Anexo XXIV – Roteiro de Prestação de Contas – Órgão de 
Administração da Cooperativa. 
 
A cooperativa é fiscalizada pelos seus próprios membros, que 
podem fazê-lo diretamente e/ou por meio do Conselho Fiscal. 
O Conselho Fiscal é constituído por 03 (três) membros efetivos 
e 03 (três) suplentes, eleitos em Assembleia Geral, para um mandato de 
01 (um) ano, sendo obrigatória a renovação de 2/3 (dois terços) dos seus 
membros. 
No caso das cooperativas de crédito, a administração será fisca-
lizada, por um conselho fiscal, constituído de 03 (três) membros efetivos 
e 03 (três) suplentes, cujo o mandato será de até 03 (três) anos, observada 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
31 
a renovação de, ao menos, 02 (dois) membros da cada eleição, sendo 01 
(um) efetivo e 01 (um) suplente. 
As cooperativas de trabalho, constituídas com menos de 19 (de-
zenove) sócios, apesar de lhes expressamente autorizada composição do 
Conselho Fiscal distinta da prevista na Lei 5.764/71, deve assegurar que 
esse órgão tenha composição mínima de 03 (três) membros. 
O Conselho Fiscal são os “olhos e ouvidos” dos cooperados, ele 
deve fiscalizar assídua e minuciosamente as operações, ações e atividades 
do empreendimento cooperativo, comunicando possíveis irregularidades. 
Sua atuação será no sentido de contribuir para que a cooperativaresponda às necessidades individuais e coletivas dos associados, consta-
tando também, a satisfação ou não destes sócios nos serviços prestados 
pela cooperativa e a forma em que estes são oferecidos. Além disso, o 
Conselho Fiscal tem, por premissa, a função pedagógica, ou seja, auxiliar 
o órgão de Administração em sua gestão e estreitar as relações entre os 
cooperados e a Administração da Sociedade Cooperativa. 
É importante salientar que o Conselho Fiscal não é um parcei-
rista de final de exercício, assim, acreditamos que a reunião do Conselho 
Fiscal deva ocorrer mensalmente. O livro de ata de reunião do conselho 
fiscal também é um livro obrigatório. 
Ao final de cada exercício, o Conselho Fiscal deverá realizar 
um parecer sobre as contas do órgão de administração, sugerindo a apro-
vação ou reprovação de contas. 
Vide Anexo XXV – Regimento Interno do Conselho Fiscal. 
Vide Anexo XXVI – Ata da Primeira Reunião do Conselho Fiscal. 
Vide Anexo XXVIII – Parecer Mensal do Conselho Fiscal. 
Vide Anexo XXVII – Ata da Reunião do Conselho Fiscal. 
Vide Anexo XXIX – Parecer Anual do Conselho Fiscal. 
 
A Assembleia Geral é o órgão supremo da sociedade, que será 
administrada por uma Diretoria ou Conselho de Administração compos-
tos em regra, de associados eleitos justamente pela Assembleia Geral. 
Esta Assembleia também elege o Conselho Fiscal. No entanto, os órgãos 
de administração, para melhor administrar à cooperativa, poderão contra-
tar gerentes técnicos que deverão constituir-se em empregados de catego-
ria, sujeito às normas da legislação trabalhista. 
Verifica-se, através do organograma acima, que não há hierar-
quia entre o Conselho de Administração (Diretoria) e o Conselho Fiscal, 
já que são órgãos independentes e distintos. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
32 
4.3 3º PRINCÍPIO – PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA 
DOS SÓCIOS 
“Os sócios contribuem de forma equitativa e controlam demo-
craticamente o capital de suas cooperativas” – ACI. 
A cooperativa é constituída para o exercício de uma atividade 
econômica de proveito comum, assim, ela deve ser economicamente viá-
vel, e para tanto é necessário um estudo de viabilidade. 
Cada atividade exige um investimento necessário para torná-la 
possível, esse recurso (investimento) recebe o nome de capital social que 
será divido pelos sócios, essa divisão recebe o nome de quota parte, de-
vendo o estatuto definir quanto que cada sócio deve subscrever (adquirir) 
e integralizar (pagar) para fazer parte da cooperativa. 
Assim, o capital social será dividido em quotas partes, sendo 
que cada quota não pode ser superior ao salário mínimo. Apesar desta 
observação, é recomendável que a quota seja estabelecida no valor de 
R$ 1,00 (um real) para facilitar a contabilização. 
Para evitar a concentração do poder econômico, em regra, 
nenhum cooperado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total 
das quotas partes. A lei estabelece ainda, que é proibida a distribuição 
de qualquer espécie de beneficio às quotas partes do capital ou vanta-
gem ou privilégios, financeiros ou não, favor de qualquer cooperado 
ou terceiros, salvo a distribuição de juros de 12% (doze por cento) ao 
ano que incidirão sobre a parte integralizada. Ressalta-se que a coope-
rativa somente poderá distribuir juros ao capital se houver sobras ao 
final do exercício. 
No caso das cooperativas de crédito pode existir a distribuição 
de juros limitada ao valor da taxa SELIC – Sistema Especial de Liquida-
ção e de Custódia para Títulos Federais. 
O “Princípio da Participação Econômica” também determina 
que as despesas da sociedade sejam cobertas pelos cooperados mediante 
rateio na proporção direta da fruição dos serviços. 
A cooperativa poderá, para melhor atender à igualdade da co-
bertura das despesas da sociedade, estabelecer que as despesas fixas 
sejam rateadas entre os cooperados, quer tenham ou não, no ano, usu-
fruído dos benefícios por ela prestados e as despesas variáveis em razão 
direta e proporcional da fruição dos serviços. Para realizar tal operação, 
a cooperativa deve levantar separadamente as despesas fixas e as despe-
sas variáveis. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
33 
Esse rateio de despesas entre os cooperados é chamado geral-
mente de “taxa de administração” ou de “contribuição de manutenção”. 
No exemplo acima, a cooperativa fixou que cada cooperado iria 
contribuir com 10% (dez por cento) sobre remuneração. Ao final do exer-
cício apurou-se que houve um ingresso de R$ 700,00 (setecentos reais) e 
uma despesa de R$ 500,00 (quinhentos reais), sobrando R$ 200,00 (du-
zentos reais). Observa-se que na cooperativa existem sobras que são re-
sultado do ingresso menos as despesas, e não lucro, pois este é o resulta-
do da exploração do capital sobre o trabalho, a mais-valia, ou simples-
mente a remuneração do capital. 
Desta sobra, a lei determina que 10% (dez por cento) devem ser 
levados para o Fundo de Reserva e 5% (cinco por cento) para o FATES – 
Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social. As sobras líquidas 
do exercício devem retornar proporcionalmente às operações realizadas 
pelo cooperado, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral. 
4.4 4º PRINCÍPIO – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA 
“As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, 
controladas pelos seus sócios” – ACI. 
As cooperativas devem ser autônomas tanto no aspecto econô-
mico como no aspecto social. As decisões, riscos e resultados devem ser 
assumidos pelos sócios e não por terceiros. O controle da gestão deve ser 
feita pelos próprios sócios. 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que as cooperativas 
independessem de autorização e proibiu a interferência estatal em seu 
funcionamento. Isto significa que o Estado não pode tomar as decisões, 
gerir, destituir dirigentes, apropriar-se dos resultados do empreendimento 
cooperativo. 
Atualmente não existe nenhum órgão que fiscalize as cooperati-
vas, tal atividade é de competência dos próprios sócios, que podem fazê-
lo diretamente ou por meio de seus representantes eleitos para o Conselho 
Fiscal. Observa-se que as atividades econômicas desenvolvidas pelas 
cooperativas são fiscalizadas, conforme dispõe a legislação brasileira. 
Como exemplo, podemos citar que o ramo financeiro é fiscalizado pelo 
Banco Central; o de saúde pela ANS; o de telefonia pela ANATEL; o de 
energia rural pela ANEEL e as relações de trabalho pelo Ministério do 
Trabalho Emprego e Renda. Observa-se que a fiscalização ocorre em 
função da atividade econômica e não pelo fato de ser cooperativa, como 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
34 
acontecia antes de 1988, onde todas as cooperativas eram fiscalizadas 
pelo INCRA – Instituto Nacional de Reforma Agrária. 
Para fortalecer o cooperativismo a lei obrigou que todas coope-
rativas devem ser registradas na OCB ou em sua entidade estadual. Tal 
fato, não fere a autonomia e independência da cooperativa, pois a OCB 
não tem o papel de fiscalização, mas sim de representação e orientação 
para as cooperativas. Visando garantir maior autonomia e desenvolvi-
mento de suas atividades a cooperativa pode ser estruturar em cooperati-
vas centrais, federações e confederações. 
4.4.1 Cooperativa Singular 
A cooperativa singular, também denominada de cooperativa de 
primeiro grau, está na base do sistema cooperativista. Pela lei, ela é cons-
tituída por um número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas com o objeti-
vo de prestação de serviços aos seus sócios. 
Vide Anexo II – Modelo de Estatuto Cooperativa Singular. 
4.4.2 Cooperativa – Central ou Federação 
A cooperativa central ou federação formam o segundo grau do 
sistema cooperativista. São constituídas por, no mínimo, 03 (três) coope-
rativas singulares com o objetivo de organizar em comume em maior 
escala os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, 
integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utiliza-
ção recíproca dos serviços. 
Vide Anexo III – Modelo de Estatuto de Central/Federação de 
Cooperativas. 
4.4.3 Cooperativa – Confederação 
As confederações de cooperativas formam o terceiro grau do 
sistema cooperativista. São constituídas de, no mínimo, 03 (três) coopera-
tivas centrais e ou federações com objetivo de orientar e coordenar as 
atividades das filiadas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos 
ultrapassar o âmbito de capacidade ou conveniência de atuação das cen-
trais e federações. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
35 
4.5 5º PRINCÍPIO – EDUCAÇÃO, TREINAMENTO E 
INFORMAÇÃO 
“As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus 
membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que 
estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas 
cooperativas” – ACI. 
Desde a primeira cooperativa, em Rochadle, os pioneiros do 
cooperativismo já destinavam um percentual para um fundo destinado à 
educação e formação de seus membros. Atualmente, as cooperativas são 
obrigadas a constituir um fundo que tem como objetivo a assistência so-
cial aos seus cooperados, familiares e quando previsto no estatuto, aos 
empregados da cooperativa. 
Em uma sociedade em que a pessoa é treinada para competir, 
ganhar, para chegar em primeiro lugar é muito difícil trabalhar em equi-
pe, falar de cooperação, de ajuda mútua, colaboração. Assim, é impres-
cindível a atuação da cooperativa na formação e treinamento, principal-
mente, de seus membros no que tange à prática da cooperação. 
Vide Anexo XXX – Modelo de Regimento Interno de Utiliza-
ção do FATES. 
4.6 6º PRINCÍPIO – COOPERAÇÃO ENTRE 
COOPERATIVAS 
Muitas pessoas se dizem cooperativas, entretanto, não operam e 
não adquirem produtos e/ou serviços de cooperativas. Este princípio se 
apresenta no sentido de que as cooperativas precisam contratar e operar 
com outras cooperativas. 
Desta forma, uma cooperativa agropecuária deve dar preferên-
cia na contração de uma cooperativa de transportes de cargas. Uma coo-
perativa de trabalho deve preferencialmente adquirir seus produtos em 
uma cooperativa de consumo e operar com cooperativas de crédito. Uma 
cooperativa de produção industrial, artesanal e de reciclagem deve colo-
car seus filhos em uma cooperativa educacional. O fomento pelo consu-
mo consciente reflete muito bem o princípio da intercooperação. 
4.7 7º PRINCÍPIO – PREOCUPAÇÃO COM A COMUNIDADE 
A cooperativa possui em sua essência a preocupação com o 
próximo, o que atualmente tem recebido o nome de responsabilidade 
social. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
36 
Algumas pesquisas apontam que onde existe uma cooperati-
va há um índice melhor de desenvolvimento humano; que as coopera-
tivas de crédito melhoram as condições dos serviços financeiros; a 
cooperativa de trabalho remunera melhor seus sócios; a de consumo 
permite negociar mais qualidade através da compra em comum; que as 
cooperativas educacionais apresentam maior participação dos pais na 
educação de seus filhos; enfim, a cooperativa torna-se uma referência 
na comunidade. 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
37 
 
 
5 
 
CONSTITUIÇÃO DE UMA COOPERATIVA 
 
 
Antes de realizar a Assembleia de Constituição de uma coope-
rativa, deve existir um grupo que queira exercer uma atividade econômica 
(negócio) de proveito comum, baseada na prática do trabalho em equipe. 
É recomendável que o grupo busque orientações junto à Orga-
nização das Cooperativas Brasileiras de seu Estado, elabore uma proposta 
do estatuto social com assessoria de um advogado e realize um plano de 
viabilidade econômica e social. 
A primeira formalidade a ser observada pelo grupo é a realiza-
ção de uma Assembleia de Constituição, a qual deverá ter no mínimo 20 
(vinte) pessoas ou 07 (sete) caso se trata de uma cooperativa de trabalho. 
A Assembleia de Constituição é o momento adequado para que 
o estatuto social seja lido, discutido e aprovado por todos os sócios fun-
dadores. Este documento regulamentará o funcionamento da sociedade. 
Nesta ocasião também deverá ser realizada a eleição dos membros do 
órgão de Administração e do Conselho Fiscal. 
As decisões ali tomadas deverão ser transcritas em uma Ata de 
Constituição, inclusive o estatuto social, que a ela poderá ser transcrito ou 
anexado. Além disso, os documentos deverão ser assinados por todos os 
fundadores e por um advogado. 
A Assembleia Inaugural dispensa o cumprimento das formalida-
des do art. 38, § 1º da Lei 5.764/71, quais sejam: convocação com antece-
dência mínima de 10 (dez) dias e publicação em editais de forma tríplice 
(jornal, circulares e afixação em local de circulação dos cooperados). 
5.1 DA ATA DE CONSTITUIÇÃO 
A Ata é um documento formal e será escrita de modo a repro-
duzir os fatos e as decisões da Assembleia. Caso ocorram discordâncias 
ou protestos, recomenda-se que sejam transcritos em Ata. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
38 
As Juntas Comerciais somente arquivarão as atas que não tive-
rem “emendas, rasuras e entrelinhas”1. Outra exigência é que deverá ser 
transcrita de forma corrida e sem espaços. A Ata de Constituição deverá 
conter a assinatura de todos os fundadores, identificados com o nome por 
extenso, devendo as demais folhas ser rubricadas. A Ata deverá ser trans-
crita apenas no anverso das folhas que deverão ser datilografadas ou im-
pressas nas cores pretas ou azuis, obedecendo aos padrões técnicos de 
legibilidade e de nitidez para permitir sua reprodução, microfilmagem ou 
digitalização. 
Ao final, só poderá ser admitida o registro nos órgãos compe-
tentes quando receber o visto de um advogado, conforme determina a lei, 
devendo constar a indicação do nome e número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil – OAB. 
A Ata de Constituição da Sociedade cooperativa deverá abordar 
os seguintes assuntos: 
5.1.1 Denominação 
Deverá conter a expressão “cooperativa”. No caso das coopera-
tivas de crédito é proibido adotar a expressão “banco”. As cooperativas 
de trabalho devem observar a utilização obrigatória da expressão “coope-
rativa de trabalho”. É recomendável a identificação da atividade econô-
mica, o ramo de atuação e também a realização de uma busca de nomes 
na Junta Comercial do Estado, para verificar a não existência de outra 
sociedade com a mesma denominação. 
5.1.2 Sede 
Local de funcionamento da cooperativa. 
5.1.3 Objeto Social 
Refere-se ao negócio do empreendimento cooperativo. O negó-
cio é a atividade econômica, operação de mercado, que a cooperativa 
pretende realizar em benefício de seus sócios. De modo geral, o grupo 
precisa definir se irá ao mercado oferecer e/ou adquirir produtos e/ou 
serviços. 
 
1 Art. 35 do Decreto 1.800, de 30.01.1996, que dispõe quanto ao “Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins”. 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
39 
5.1.4 Dos Sócios Fundadores 
A qualificação completa dos sócios fundadores: nome, naciona-
lidade, idade, estado civil, profissão e residência. 
Atenção especial dever ser conferida quanto à nacionalidade, 
pois somente poderão ser cooperados os estrangeiros que possuam per-
manência legalizada em território nacional. 
Cabe ressaltar que a profissão descrita na Ata de Constituição 
deve ser aquela que o cooperado irá exercer na cooperativa, assim, deverá 
estar em conformidade com o objeto social. 
5.1.5 Aprovação do Estatuto Social 
O estatuto social deverá ser aprovado na Assembleia de Constitui-
ção. Importante salientar que o estatuto social fixaas regras da sociedade. 
5.1.6 Direção dos Trabalhos Assembleares 
Será escolhida uma pessoa para dirigir os trabalhos, denomina-
do coordenador, e outra, denominado secretário, para lavrar a respectiva 
Ata. 
5.1.7 Finalidade 
O motivo pelo quais os interessados se reuniram, ou seja, o fim 
de constituir uma sociedade cooperativa. 
5.1.8 Da Constituição da Sociedade Cooperativa 
Descrever a denominação da cooperativa, a partir daquela data; 
endereço da sede; objeto social da mesma, ou seja, descrição em resumo, 
das operações e serviços que a cooperativa se propõe a executar, prestar 
ou desempenhar. 
5.1.9 Capital 
É o investimento necessário para viabilizar a constituição e o 
desenvolvimento da cooperativa, como a compra de equipamentos e rea-
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
40 
lização das instalações necessárias ao seu funcionamento. O grupo poderá 
definir o valor do capital social da cooperativa com maior precisão com 
base no plano de viabilidade econômica. Lembramos que tal plano deve 
ser realizado antes mesmo de constituir a cooperativa. 
5.1.10 Eleição dos Órgãos Diretivos 
É necessária a qualificação completa (nome, nacionalidade, 
idade, estado civil, profissão e residência) dos membros eleitos para os 
cargos do Conselho de Administração/ Diretoria e Conselho Fiscal. 
O Conselho de administração/Diretoria será composto por no 
mínimo, 03 (três) pessoas e seu mandato não poderá ultrapassar o prazo 
de 04 (quatro) anos. Já o Conselho Fiscal será composto por 06 (seis) 
membros, sendo 03 (três) efetivos e 03 (três) suplentes, com mandato 
anual, com exceção das cooperativas de crédito onde o mandato do Con-
selho Fiscal poderá ter até 03 (três) anos. 
No caso das cooperativas de trabalho com menos de 19 (deze-
nove) sócios, a lei expressamente autoriza que a composição dos conse-
lhos de Administração e Fiscal seja distinta daquela prevista na Lei 
5.764/71, obrigando a mesma a manter um número mínimo de 03 (três) 
conselheiros fiscais e omitindo-se com relação à composição mínima dos 
demais órgãos sociais. 
5.1.11 Sócios Eleitos 
Deverá ser descrita a qualificação completa (conforme mencio-
nado acima) dos eleitos para os cargos sociais ou apenas seus nomes 
completos, ocasião em que se mencionará “todos devidamente qualifica-
dos na presente Ata”, desde que anteriormente qualificado. 
5.1.12 Declaração de Desimpedimento 
Os concorrentes deverão apresentar declaração de desimpedi-
mento para os cargos eletivos e declaração de elegibilidade, que mencio-
nará o constante no art. 51 da Lei 5.764/71, combinado com § 1º do art. 
1.011 do Código Civil Brasileiro. 
Art. 51 São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os conde-
nados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a car-
gos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou su-
Cooperativismo Passo a Passo 
 
41 
borno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, a fé pú-
blica ou a propriedade. 
Parágrafo único: Não podem compor uma mesma Diretoria ou Con-
selho de Administração, os parentes entre si até o 2º (segundo) grau, 
em linha reta ou colateral. 
5.1.13 Posse dos Eleitos 
A ata deverá declarar empossados os membros eleitos pela As-
sembleia em seus respectivos cargos. 
Vide Anexo I – Modelo da Ata de Constituição. 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
42 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
43 
 
 
6 
 
ELABORAÇÃO DO ESTATUTO SOCIAL 
 
 
O estatuto social estabelece as regras da sociedade cooperativa. 
Ele deve observar a lei e os princípios cooperativistas. É importante que 
todos os sócios o conheçam, para isso é recomendável que na sua elabo-
ração seja adotada uma linguagem clara e concisa. 
Vide Anexo II – Modelo de Estatuto Social – Cooperativa Sin-
gular. 
Vide Anexo III – Modelo de Estatuto de Central/Federação de 
Cooperativas. 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
44 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
45 
 
 
7 
 
REGISTRO NOS ÓRGÃOS 
 
 
Antes de encaminhar a documentação para o arquivamento no 
Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI (antigo 
DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio), através da 
Junta Comercial do Estado, o grupo pode obter orientação junto à unida-
de estadual da OCB. Essa análise prévia evita dificuldades junto aos ou-
tros órgãos e facilita na obtenção do registro como entidade cooperativa. 
Mais informações, acesse: <www.brasilcooperativo.coop.br>. 
Em São Paulo, acesse: <www.ocesp.org.br>. 
 
Após a realização da Assembleia Geral de constituição é neces-
sário providenciar o arquivamento da ata de constituição e do estatuto 
social no Departamento de Registro Empresarial e Integração, através da 
Junta Comercial do Estado. 
Mais informações, acesse: <http://drei.smpe.gov.br>. 
Em São Paulo, acesse: <www.jucesp.sp.gov.br>. 
Vide Anexo XLIII – Modelo de Petição de Arquivamento na 
Junta Comercial. 
 
Com o registro na Junta Comercial, a cooperativa deverá obter a 
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ, junto à 
Receita Federal do Brasil. 
Mais informações, acesse: <www.receita.fazenda.gov.br>. 
 
Com o CNPJ, se a cooperativa tiver como atividade a comercia-
lização de mercadorias, ou a prestação de serviços de transporte interes-
tadual ou intermunicipal ou de comunicação deverá obter a inscrição 
estadual junto à Secretaria da Fazenda do Estado. 
Mais informações, acesse: <http://www.fazenda.sp.gov.br>. 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
46 
Com o CNPJ, se a cooperativa tiver como atividade econômica 
a prestação de serviços deverá obter sua inscrição junto a Prefeitura. 
Além do registro para recolhimento do ISS, a cooperativa deve-
rá obter o alvará de funcionamento. 
A cooperativa deve providenciar também o cadastro junto à 
Previdência Social. 
Mais informações, acesse: <http://www.previdenciasocial.gov.br>. 
 
As cooperativas devem também realizar seu registro junto à 
OCB, ou na unidade estadual. 
Mais informações, acesse: <www.brasilcooperativo.coop.br>. 
Em São Paulo, acesse: <www.ocesp.org.br>. 
 
Obs.: Independente da atividade, a cooperativa deve ter registro 
nos órgãos citados. O registro em outras instituições irá depender da aná-
lise da atividade econômica da cooperativa. Conforme o ramo de sua 
atuação deverá obter outros registros. 
 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
47 
 
 
8 
 
LIVROS OBRIGATÓRIOS 
8.1 OBRIGATORIEDADE 
Os livros sociais servem de prova dos atos sociais, gerando pre-
sunção de veracidade. 
8.2 COMUNS OU ESPECIAIS 
Os especiais são os que se referem à atividade econômica da 
cooperativa, e os comuns são os que devem ser adotados por todas as 
cooperativas, independentemente do ramo de atuação. 
8.3 POSSIBILIDADE DE ADOÇÃO DE LIVROS OU 
FOLHAS SOLTAS 
Podem os livros ser substituídos por registros em folhas soltas, 
por sistemas mecanizados ou por processos eletrônicos de computação de 
dados. 
Ressaltamos que cada folha ou ficha deverá ser rubricada ou as-
sinada pelo presidente da cooperativa para atestar sua autenticidade. 
8.4 NORMAS PARA ESCRITURAÇÃO 
No Livro de Matrícula, os associados serão inscritos por ordem 
cronológica de admissão, dele constando: I – o nome, idade, estado civil, 
nacionalidade, profissão e residência do associado; II – a data de sua ad-
missão e, quando for o caso, de sua demissão a pedido, eliminação ou ex-
clusão; III – a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social. 
Vide Anexos XXXI e XXXII – Modelo de Termo de Abertura e 
Encerramento dos Livros Sociais. 
Paulo Gonçalves LinsVieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
48 
 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
49 
 
 
9 
 
FUSÃO, INCORPORAÇÃO 
E DESMEMBRAMENTO 
 
 
Fusão é o ato pelo qual duas ou mais cooperativas formam nova 
sociedade. 
Após deliberação da fusão, cada empreendimento cooperativo 
indicará nomes para comporem uma comissão mista que procederá aos 
estudos necessários à constituição da nova sociedade, como por exemplo, 
o levantamento patrimonial, balanço geral, plano de distribuição de quo-
tas, destino dos fundos de reserva e outros e o projeto de estatuto. 
Portanto, a fusão determina a extinção das cooperativas que se 
uniram para formar a nova sociedade que lhe sucederá nos direitos e 
obrigações. 
Vide Anexo XXXVI – Modelos de Edital para Convocação de 
Assembleia em que se Efetivará a Fusão. 
Vide Anexo XXXVII – Edital para Convocação da Assembleia 
que Aprovará o Relatório da Comissão para Fusão. 
Vide Anexo XXXVIII – Edital para Convocação da Assembleia 
que Aprovará a Nova Cooperativa. 
 
Incorporação é a operação pelo qual uma sociedade absorve o 
patrimônio de outra, recebe os associados e lhe sucede em todos os direi-
tos e obrigações. A incorporação deve observar o mesmo procedimento 
da fusão. 
Vide Anexo XXXIX – Modelo – Edital – AGE – Desmem-
bramento. 
Vide Anexo XL – Modelo – Edital Assembleia de Incorporação. 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
50 
Desmembramento é a operação pela qual a sociedade transfere 
parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedade. A transferência 
pode ser parcial ou total, neste caso extinguirá a sociedade cindida. 
A cooperativa pode se desmembrar em quantas for necessária pa-
ra atender aos interesses dos seus sócios, podendo uma das novas entidades 
ser constituída como cooperativa central ou federação de cooperativas. 
Aprovado o desmembramento, a Assembleia designará uma 
comissão para estudar as providências necessárias à efetivação da medi-
da. O relatório apresentado pela comissão, acompanhado dos projetos de 
estatutos das novas cooperativas, será apreciado em nova Assembleia 
especialmente convocada para esse fim. 
Vide Anexo XXXIV – Modelo de Edital – AGE – Desmem-
bramento. 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
51 
 
 
10 
 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
 
 
Dissolução é o encerramento da pessoa jurídica cooperativa. 
Nos seguintes casos a cooperativa deverá ser dissolvida: 
I) quando aprovado pela Assembleia, exceto se cooperados 
totalizando o número mínimo legal, não se disponham a 
assegurar a sua continuidade; 
II) pelo decurso do prazo de duração; 
III) devido à alteração de sua forma jurídica; 
IV) pela redução do número mínimo de sócios; 
V) pela redução do capital social mínimo; 
VI) pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento 
e vinte) dias. 
 
Nos casos IV e V, a cooperativa tem até 06 (seis) meses para 
restabelecer o patamar mínimo. 
A dissolução pode ser promovida extrajudicialmente ou judicial-
mente. Quando a dissolução for extrajudicial, a mesma deve ser aprovada 
pela Assembleia Geral Extraordinária, com aprovação de 2/3 (dois terços) 
dos presentes, devendo a mesma nomear um liquidante ou mais, e um 
Conselho Fiscal de 03 (três) membros para proceder a liquidação. 
Em todos os atos e operações, os liquidantes deverão usar a de-
nominação da cooperativa, seguida da expressão: “Em liquidação”. 
Os liquidantes terão todos os poderes normais de administração 
podendo praticar atos e operações necessários à realização do ativo e 
pagamento do passivo. 
Solucionado o passivo, reembolsados os cooperados até o va-
lor de suas quotas partes e encaminhado o remanescente na forma da 
lei, convocará o liquidante Assembleia Geral Extraordinária para pres-
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
52 
tação final de contas. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a 
sociedade se extingue, devendo a ata da Assembleia ser arquivada na 
Junta Comercial. 
Vide Anexo XLI – Modelo de Edital de Convocação de Assem-
bleia Geral Extraordinária para Dissolução da Cooperativa. 
Vide Anexo XLII – Modelo de Termo de Compromisso do Li-
quidante. 
Vide Anexo XLV – Modelo de Circular de Convocação de 
Credores. 
Vide Anexo XLVI – Modelo de Requisição de Documentos. 
Vide Anexo XLIV – Modelo de Auto de Arrecadação do Li-
quidante. 
Vide Anexo XLVII – Modelo de Quadro Geral de Credores. 
Vide Anexo XLVIII – Modelo de Relatório do Liquidante. 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
53 
 
ANEXOS 
 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
54 
 
Cooperativismo Passo a Passo 
 
55 
 
 
I 
 
MODELO DE ATA DE CONSTITUIÇÃO 
 
 
Ata da Assembleia Geral de Constituição da Cooperativa 
________________________ realizada no dia _____ de _____ de 20__. 
 
 
Aos................dias do mês de...................do ano de dois mil ......, 
Município de ....................., do Estado de São Paulo, às ................. horas, 
à Rua (ou avenida) ......................................... nº...................., reuniram-
se, em Assembleia Geral para o fim específico de constituir uma socie-
dade cooperativa, nos termos da Lei 5.764/71, os seguintes senhores: 
(descrever nesse campo todos os dados pessoais dos que participaram da 
reunião) (Nome) ................................., (idade)....... 
de) .........................., (Estado Civil) .........................., 
são) ................., RG n º.................., CPF nº ................................, residente 
e domiciliado na Rua (Avenida)............................ Foi aclamado(a) para 
presidir a Assembleia, o(a) senhor(a) ............................................., que 
assumiu a presidência dos trabalhos, convidando o(a) 
nhor(a) ........................ para secretariá-los e redigir a respectiva Ata, fi-
cando, assim, constituída a mesa. Em sequência, o(a) senhor(a) presiden-
te, declarando iniciada a sessão, disse que a finalidade da presente reuni-
ão era a fundação de uma cooperativa e deliberação sobre o estatuto soci-
al que, se aprovado, passará a reger a vida dessa sociedade e as relações 
dos associados. Em seguida, o(a) senhor(a) presidente solicitou que o 
projeto do estatuto da cooperativa, cujas cópias foram distribuídas, previ-
amente, para exame a cada um dos presentes, fosse lido, explicado e de-
batido, o que foi feito artigo por artigo. Terminada a leitura e análise, foi 
o mesmo posto em discussão e como ninguém manifestou objeção sobre 
qualquer de seus dispositivos, foi o respectivo estatuto submetido à vota-
ção, sendo aprovado por unanimidade. Então, o(a) senhor(a) presidente 
Paulo Gonçalves Lins Vieira / Andrea Mattos Pinheiro 
 
56 
da Assembleia, após consultar os presentes, declarou definitivamente 
constituída, a partir desta data, a COOPERATIVA (transcrever a deno-
minação da cooperativa e sigla, se houver) ................. com sede na cidade 
de .............................. no estado de São Paulo, tendo por objetivo a pres-
tação de serviços aos seus associados e como objeto social (descrever, 
resumidamente, as operações e serviços que a cooperativa se propõe a 
executar, prestar ou desempenhar no mercado. Esse objeto será o mesmo 
descrito no estatuto social já aprovado), sendo seus fundadores, os associ-
ados anteriormente discriminados e qualificados no corpo da presente Ata, 
os quais ora subscrevem, quotas-partes de Capital, como segue e de con-
formidade com a respectiva lista nominativa, que fica fazendo parte inte-
grante deste Ato Constitutivo: Cada associado subscreveu (número de quo-
tas-partes) .....(.............) quotas-partes, no valor unitário de R$ ................. 
(............),

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