Prévia do material em texto
Automatização com controladores lógicos programáveis Você conhecerá as características básicas e a estrutura fundamental de um controlador lógico programável, os tipos de linguagens de programação utilizados em controladores lógicos programáveis e as funções e circuitos com a linguagem Ladder. Prof. Raphael de Souza dos Santos 1. Itens iniciais Propósito O entendimento da estrutura básica de um controlador lógico programável, suas principais linguagens de programação e funções básicas, o uso dos dispositivos de acionamento em conjunto com os controladores lógicos programáveis e as aplicações com controladores no acionamento de cargas e sua integração com contadores e dispositivos de proteção, é de fundamental importância para o engenheiro. Preparação Para acompanhamento do tema é necessário ter em mãos o software gratuitoClic02 Edit, disponibilizado pela empresa WEG. Objetivos Definir as características básicas de um controlador lógico programável. Descrever os tipos de linguagens de programação utilizados em controladores lógicos programáveis. Empregar funções e circuitos com a linguagem Ladder. Introdução Neste vídeo, você vai conhecer controladores lógicos programáveis e os sistemas eletromecânicos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. • • • 1. Características básicas de um controlador lógico programável Características e estrutura funcional de um CLP Veja, neste vídeo, a definição de controlador lógico programável (CLP), suas principais características, sua estrutura funcional e suas aplicações. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Controlador lógico programável (CLP) A evolução dos controladores industriais Neste vídeo, conheça a aplicação dos controladores lógicos programáveis na automação industrial e o funcionamento do controle em malha aberta e controle em malha fechada. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Os controladores lógicos programáveis (CLPs) são equipamentos eletrônicos utilizados na automatização de processos industriais (de pequena e larga escala) e domésticos. São equipamentos altamente flexíveis, podendo ser adaptados aos mais diversos segmentos da indústria e, por essa razão, são utilizados em diversas atividades industriais. Os CLPs empregam programações flexíveis para que suas saídas atuem em função de diversas entradas (analógicas ou digitais) e possam atuar em sistemas de malha aberta ou fechada. Os CLPs na automação industrial A utilização de um controlador em um sistema industrial pode variar da obtenção de informações do processo, desde o monitoramento de variáveis (temperatura, umidade, pressão, status de válvulas, entre outras) até o comando para os elementos atuadores (motores, válvulas etc.). O controle de um processo envolve promover alterações em suas variáveis (temperatura, velocidade, pressão, entre outras), com o objetivo de obter ou manter uma condição desejada. Considere um sistema de refrigeração: O controle de uma variável, por vezes, pode ser realizado de forma manual. Nesse caso, um operador (humano) é responsável por promover alterações nas variáveis físicas desse processo por meio de um atuador (válvula, chave, alavanca, entre outras). Nesse caso, é desejável que o operador possua algum conhecimento prévio do processo, de maneira a ser capaz de atuar no processo, promovendo as modificações necessárias de maneira segura. Com o avanço das tecnologias industriais e o advento de novos equipamentos, acompanhados da integração entre as diferentes etapas da cadeia produtiva, da evolução dos processos produtivos industriais (com exigências cada vez maiores nos padrões de qualidade) e dos aumentos nas demandas, intensificados pela globalização, surgiu a necessidade da automatização dos processos, com implementações de equipamentos e tecnologias inovadoras. A automatização de um processo consiste, basicamente, na capacidade desse processo de responder de forma autônoma (independente da ação de um operador) a um estímulo promovido por um sensor. Dessa forma, a partir de um sinal enviado por esse sensor, o controlador lógico programável é responsável por produzir a resposta para promover a mudança necessária ao processo. Essa resposta será produzida por um atuador, responsável por atuar sobre o processo, modificando suas características. Uma grandeza física pode então ser controlada, ou seja, ter seu valor modificado de maneira intencional por um controlador, quando um estímulo é recebido por ele a partir de um sensor. Esse desenvolvimento nos processos permitiu a adoção de uma nova estratégia de controle, definida como controle em malha fechada. Controle em malha aberta e em malha fechada Um sistema de controle é composto por elementos estruturais básicos: Controlador É o elemento da malha de controle que funciona como o cérebro do sistema. É ele quem recebe a informação proveniente de um sensor e processa esse dado. Esse dispositivo possui diversas estruturas internas, que serão discutidas em detalhes mais adiante. Monitoramento de variáveis Manter a temperatura de um determinado local sob controle implica no recebimento da informação da temperatura local por meio de um sensor de temperatura. Comando O acionamento ou não dos elementos de ventilação (compressores e ventiladores) para promover a mudança na temperatura ambiente. Sensor É o elemento da malha responsável pelo monitoramento das variáveis do processo (temperatura, umidade, pressão, vazão etc.). Pode ou não ser associado a uma ou mais unidades de processamento (transdutores, conversores, amplificadores etc.), que são responsáveis por realizarem qualquer tratamento aos dados para que sejam disponibilizados ao controlador. Atuadores São os componentes da malha que recebem os dados do controlador e convertem em ações necessárias para adequar o processo (abertura e fechamento de válvulas, ligar ou desligar bombas ou compressores, entre outras). A maneira como esses elementos são conectados define se o sistema de controle consiste em uma malha aberta ou fechada. Malha aberta O controle em malha aberta consiste na ausência de um sistema de realimentação, ou seja, o controlador não é capaz de perceber os efeitos da sua atuação sobre o processo. Observe: Diagrama de um sistema em malha aberta. É possível observar que o operador fornece o dado de entrada para o controlador (valor de referência). O controlador, por sua vez, recebe o dado do operador e envia os comandos para o atuador, que exerce uma ação sobre o processo. Atenção O controlador não recebe qualquer retorno sobre as condições do processo, dependendo da ação de um operador para efetuar correções nas mudanças no processo produtivo. Malha fechada Quando é realizada uma adaptação na malha de controle, com a inclusão de um retorno para o controlador acerca dos impactos promovidos pela ação dos atuadores sobre o processo produtivo, diz-se que o sistema está operando em malha fechada. Observe o diagrama: Diagrama de um sistema em malha fechada. Nesse diagrama é possível observar que as informações do processo são atualizadas para a entrada do controlador por meio de um elemento sensor. Esse envio de informações do processo para a entrada do controlador é denominado de realimentação (feedback). Por meio dessa realimentação, o controlador tem condições de modificar as instruções para o atuador, conforme as necessidades do processo. A estrutura básica de um CLP Neste vídeo, apresentamos a estrutura básica de um controlador lógico programável (CLP), além dos aspectos que compõem sua arquitetura interna. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Existem vários fabricantes de controladores lógicos programáveis, dentre os quais podemos citar: Siemens, Schneider, Rockwell, ABB, WEG, Omron e Panasonic. Para empregar um CLP na automatização de um processo, é necessário desenvolver um programa que faça com que o controlador tome ações com base em uma determinadalógica, relacionando os dados de entrada e de saída. Essa lógica é informada ao controlador por meio de um software, utilizado para a elaboração do programa que será executado por esse controlador. Esse programa será responsável por todas as instruções que o controlador deverá seguir, como: Leitura das entradas (analógicas e/ou digitais). Armazenamento das informações, operações lógicas e aritméticas. Comandos para as saídas (analógicas e/ou digitais). Cada fabricante de CLP tem um software específico para sua família de controladores, sendo responsável por desenvolver um ambiente interativo e agradável para o programador. Comentário É interessante observar que, nos últimos anos, tem sido feito um grande esforço por parte dos fabricantes para desenvolverem programas cada vez mais simples e intuitivos, tornando desnecessário que o responsável pela programação do controlador seja especialista em programação. Em alguns casos, realizando a programação em linguagem gráfica (linguagem G). • • • Os controladores podem ser do tipo modular ou compacto. Vamos conhecer cada um deles: Modular São aqueles que possuem seus componentes essenciais (fonte de alimentação, entradas, saídas, unidades de processamento etc.) em módulos distintos e que são interligados por meio de um rack (barramento para conexão dos módulos que compõe um CLP). Compacto São aqueles que possuem toda a sua estrutura (fonte de alimentação, CPU e módulos de entrada e saída) em único equipamento, como pode ser visto na imagem. Podem contar com módulos de expansão que permitem ao controlador receber um número maior de entradas e/ou saídas. De maneira geral, os controladores lógicos apresentam entradas para a tensão de alimentação (energização) com níveis de 12 ou 24 Vdc ou 110 ou 220 Vca (50 ou 60 Hz). Essa tensão é utilizada para energizar o controlador e sua estrutura interna. As entradas e saídas de um controlador lógico programável podem ser analógicas ou digitais. Os módulos digitais podem ser estruturados por relés, acopladores ópticos ou transistores. Arquitetura interna do CLP A estrutura interna de um CLP é composta, essencialmente, pelos seguintes blocos: Uma unidade central de processamento (CPU). As memórias (RAM, ROM, EPROM, etc.). Uma fonte de alimentação. Uma bateria interna. Módulos de entrada e de saída. E, associados a esses blocos, podem ser incorporados: Módulos especiais. Módulos de expansão. • • • • • • • Imagem dos blocos de um controlador. CPU A CPU é a unidade responsável por executar as instruções inseridas pelo programador por meio do programa na memória. É ela que: Ordena A leitura dos dados dos módulos de entrada. Processa As informações recebidas (de acordo com seu programa interno). Comanda Os módulos de saída. Memória A memória do programa central não pode ser modificada pelo operador do processo ou usuário. Ela armazena o programa atualizado pelo programador para que o controlador seja capaz de executar as instruções necessárias. Cabe destacar que o programa a ser executado pelo CLP e o programa básico do controlador são armazenados em memórias diferentes: uma volátil e outra não volátil. Entenda: Sensores de pressão - pressostatos. Volátil O programa desenvolvido para a operação do processo de controle é armazenado em uma memória volátil, que pode ser alterada pelo programador e que se mantém armazenada na memória enquanto o controlador estiver energizado (um dos motivos pelo qual o CLP possui uma bateria interna, além da manutenção do seu relógio interno – clock). Não volátil A memória que retém o software básico do CLP, responsável pela inicialização das instruções básicas de funcionamento quando ele é energizado, é do tipo ROM, ou seja, não volátil, não podendo ser alterada. É ela que inicia a operação do controlador, quando energizado, e determina a execução das instruções do programa de controle. Também são armazenados em memórias todos os dados e valores que resultam do programa do usuário, como senhas, valores de temporizadores, dados de contadores, códigos de erros e dados dos módulos de entrada e de saída. Fonte de alimentação A fonte de alimentação fornece a energia necessária para que a CPU, a memória e os módulos de entrada e de saída possam funcionar. Bloco de comunicação Os controladores lógicos programáveis também possuem um bloco de comunicação, que permite não apenas sua comunicação com o computador utilizado para inserir o programa interno, como também a comunicação com outros controladores, com os módulos de expansão e periféricos (atuadores, sensores etc.). Unidades de entrada e saída Sinais analógicos e digitais Este vídeo vai ajudar você a compreender os conceitos de entrada de sinal e saída de sinal em CLPs - digitais e analógicas. Você vai entender ainda como é feito o cálculo das resistências de pull-up e pull-down e conhecer a importância dos CLPs para a automatização. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. As entradas (I - input) e as saídas (O – output) de um controlador lógico programável podem ser classificadas em analógicas ou digitais. Sendo específicas para cada tipo de sensor e de atuador. Por exemplo, uma chave de pressão (pressostato) é um sensor de pressão que funciona como uma chave. Ela fecha ou abre de acordo com a pressão sobre ela. Um sensor de pressão é responsável por realizar o monitoramento da pressão em um determinado ponto, informando os valores da pressão a cada instante de leitura do controlador. Entenda a seguir as tensões aplicáveis às entradas e às saídas: Considerando que essas faixas de tensão são: Entradas e saídas digitais As entradas digitais de um controlador podem receber apenas níveis lógicos. Ou seja, elas podem apenas receber informações de entrada de nível alto ou de nível baixo Para isso, geralmente utilizamos alguns circuitos específicos, que impedem que outro nível de tensão seja aplicado à entrada do controlador, situação conhecida como terceiro estado, ou estado indefinido. Esses circuitos são denominados pull-up e pull-down. Pull-up O circuito pull-up é utilizado para ajustar em nível lógico alto (1 ou ) as entradas lógicas de circuitos digitais quando estão desconectadas ou desligadas. Podemos observar que, com a chave aberta, a tensão da fonte de alimentação é colocada na entrada do circuito lógico (nível lógico alto), tendo em vista que a queda de tensão no resistor R é desprezível (não há corrente passando pelo resistor). Quando a chave é fechada, a entrada do circuito lógico será conectada diretamente ao terra (nível lógico baixo). A queda de tensão da fonte de alimentação será integralmente sobre a resistência R. Pull-down O circuito pull-down garante um nível lógico baixo na entrada do circuito lógico até que a chave seja acionada. Com a chave aberta, a entrada do circuito lógico é conectada ao “terra” (GND) por meio do resistor. Contudo, como a corrente de entrada se aproxima de zero, não há queda de tensão no resistor, fazendo com que a entrada lógica esteja ligada ao terra. Quando a chave é acionada, a tensão da fonte é aplicada diretamente à entrada do circuito lógico. O resistor possui um valor elevado, de maneira que a corrente que atravessa o resistor seja desprezível. Cálculo das resistências de pull-up e pull-down Analógicas Podem assumir quaisquer valores (dentro de uma faixa limitada), a qualquer instante de tempo, sendo as faixas: 0 a 10 Vdc; 0 a 100/240 Vca ou 4 a 20 mA. Digitais Podem assumir apenas dois valores: 0 ou 10 Vdc; 0 ou 100/240 Vca. Esses valores são equivalentes aos níveis lógicos 0 ou 1 (desligado ou ligado, aberto ou fechado, entre outros). Contúnuas (0 a 10 Vdc) São típicas de controladores alimentados com tensão contínua (12 Vdc ou 24 Vdc). Alternadas (100/240 Vca) São aplicáveis a controladores alimentados com tensões alternadas. O valor da resistência é definido pelo valor da tensão de alimentação aplicada ao circuito. Essa resistência deve ser capaz de dissipara potência da tensão quando esta é integralmente aplicada sobre ela, ou seja, deverá possuir uma tolerância (potência ou watts) capaz de suportar a corrente sobre ela sem se danificar. Por exemplo, suponha uma tensão de 10 Vdc na alimentação de um circuito pull-up e limitando-se a corrente a 1 mA (esse limite é definido pela corrente máxima drenada pela entrada do controlador). É possível determinar a resistência através da Lei de Ohm: Também é possível definir que a potência dissipada sobre essa resistência será igual a: As saídas digitais, por sua vez, podem ser baseadas em: Relés. Optoacopladores. Transistores polarizados como chave (operando nas regiões de corte e saturação apenas). Dessa maneira, esses dispositivos funcionam como chaves abertas ou fechadas, permitindo que as saídas apresentem níveis lógicos altos ou baixos, dependendo da lógica implementada no controlador. Na imagem a seguir, é possível observar a saída de um controlador lógico programável baseado em relé. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ver mais detalhes da imagem abaixo. Ilustração da saída de um controlador baseada em relé. Enquanto a bobina do relé não for acionada, a saída do CLP não é energizada. Entretanto, quando a bobina é energizada, a saída do CLP é colocada em +V ou 0V, dependendo do desejado para a operação do circuito. • • • Como exemplos de entradas digitais, podemos citar: Botões. Termostatos (chaves de temperatura). Boias de nível. Chaves de nível. Chaves de fim de curso. Sensores capacitivos. Sensores indutivos. As saídas digitais são específicas para acionamentos de: Bombas. Motores (liga e desliga). Compressores (liga e desliga). Válvulas solenoides (abre e fecha). Indicadores luminosos. Indicadores sonoros. O acionamento de cargas com maiores consumos de energia (tensão e corrente) deverá ser feito indiretamente pelo controlador. Na prática, a saída do controlador deverá acionar um contato auxiliar que, por sua vez, será responsável por conectar a carga à fonte de alimentação. Entradas e saídas analógicas As entradas e saídas analógicas são aquelas que podem assumir infinitos valores dentro de um determinado intervalo. No geral, são baseadas em transistores polarizados na região ativa e disponibilizam um sinal na saída proporcional ao sinal de entrada recebido. Como exemplos de entradas analógicas, podemos citar: Sensores de umidade. Sensores contínuos de nível (capazes de informar o nível de um tanque ou reservatório a cada instante de tempo). Sensores de pressão. Sensores de temperatura. As saídas analógicas podem ser utilizadas no controle de velocidade de motores e bombas, abertura e fechamento de válvulas proporcionais, entre diversos outros atuadores que não possuem apenas níveis lógicos. Verificando o aprendizado Questão 1 Os controladores lógicos programáveis são amplamente empregados nos processos industriais, podendo ser utilizados em sistemas de controle em malha aberta ou malha fechada. Observando e interpretando o diagrama de uma malha de controle da figura a seguir, é possível afirmar que • • • • • • • • • • • • • • • • • A o elemento sensor é responsável por modificar diretamente as variáveis do processo produtivo enquanto o atuador monitora as mudanças nessas variáveis. B o controlador recebe as informações do atuador e envia as instruções para o operador. C o sistema de controle opera em malha aberta, tornando o operador responsável diretamente pela ação do atuador. D o sistema de controle opera em malha fechada, onde o sensor é responsável pelo envio do feedback para o controlador. E o operador recebe a informação do atuador e modifica as condições do sensor para controlar o processo produtivo. A alternativa D está correta. Observando o diagrama, é possível observar que o retorno das informações do sensor faz com que o sistema opere em malha fechada, enviando os dados para o controlador e ajustando o processo produtivo de acordo com a lógica de controle. Questão 2 Na utilização de controladores digitais (CLPS, FPGAs, relés programáveis, PICs, entre outros), a definição do estado da entrada (alto ou baixo) é fundamental para a operação adequada do controlador. Para garantir essa condição, são empregados circuitos do tipo pull-up e pull-down. Observando o circuito a seguir, diga qual é o seu tipo e qual o valor da sua resistência em ohms : A Pull-up e . B Pull-up e . C Pull-down e . D Pull-down e . E Pull-up e . A alternativa A está correta. A configuração é do tipo pull-up, pois essa configuração é utilizada para entradas lógicas nos circuitos digitais quando essas entradas se encontram desconectadas ou desligadas. E para calcular o valor da resistência, é necessário se aplicar: É possível determinar a resistência por meio da Lei de Ohm: 2. Linguagens de programação utilizadas em CLPs Linguagens de programação para CLPs Neste vídeo, você vai conhecer as linguagens utilizadas para a programação dos CLps. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Tipos de linguagens de programação aplicáveis aos CLPs Exemplo de programação em linguagem Ladder Neste vídeo, descubra quais são os tipos de linguagens de programação aplicáveis aos CLPs e quais as principais instruções em linguagem Ladder. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Os controladores lógicos programáveis (CLPs) são amplamente empregados na automatização de processos industriais. Nos sistemas de automação e controle, são necessários 3 elementos fundamentais: Sensores São utilizados para obtenção das informações referentes às variáveis do processo. Por exemplo, em um sistema de controle de temperatura, são necessários sensores capazes de monitorar continuamente a temperatura local (sensores analógicos) ou sensores capazes de executarem uma ação quando determinada temperatura é atingida (sensores digitais). Atuadores São os dispositivos utilizados para interação com o meio, modificando suas propriedades e, consequentemente, alterando as variáveis monitoradas. Seguindo o exemplo do sistema de controle de temperatura, podemos citar um ventilador ou aquecedor, capazes de modificar a temperatura do ambiente monitorado. Controlador É o “cérebro” do sistema de controle, responsável por receber a informação dos sensores, processá- la e enviar os comandos necessários aos atuadores, de acordo com a lógica inserida nos controladores pela programação utilizada. A relação entre as informações provenientes dos sensores e a ação dos elementos atuadores é estabelecida pelo controlador. Os programas empregados nos CLPs podem ser escritos em diferentes linguagens de programação, tais como: Ladder, FBD, Grafcet, entre outras. Cada fabricante oferece um ambiente de programação com uma interface própria, com o objetivo de tornar o ambiente mais agradável para o programador e, simultaneamente, fazer com que a programação seja intuitiva. Essa característica faz com que a capacidade de programar um CLP não fique limitada aos programadores, mas que pessoas com uma noção básica de lógica computacional também sejam capazes de programá-los. Instruções em Ladder A linguagem Ladder consiste em uma linguagem de programação que utiliza elementos de circuitos elétricos para o desenvolvimento dos programas. Por esse motivo, a linguagem Ladder tornou-se bastante popular, tendo em vista que pessoas com noções de circuitos elétricos são capazes de utilizarem esse tipo de linguagem por sua similaridade com diagramas empregados em circuitos elétricos. Um exemplo de programa em Ladder pode ser visto na imagem: Exemplo de instrução na linguagem Ladder. Como observado na imagem, dois elementos de entrada (input) I01 e I02 são empregados no acionamento de uma saída (Q01). As entradas na linguagem Ladder são representadas como contatos abertos ou fechados, como pode ser visto a seguir: Contato aberto Confira a sua simbologia na lógica Ladder e o equivalente em contatoselétricos. Contato fechado Confira a sua simbologia na lógica Ladder e o equivalente em contatos elétricos. Saída Confira a sua simbologia na lógica Ladder e o equivalente em contatos elétricos. Os contatos abertos apresentam comportamento similar aos contatos de circuitos elétricos, ou seja, fazem com que a saída permaneça desligada até que sejam acionados. Uma lógica simples de acionamento de uma carga pode ser vista a seguir: Lógica de acionamento de um circuito com contato aberto no acionamento de uma carga. É possível observar por meio do circuito elétrico que o acionamento do botão B1 promoverá a energização da carga. Ao implementar o mesmo circuito com uso de um controlador, será necessário utilizar o botão (B1) conectado a uma das entradas digitais desse controlador, tendo em vista que será necessário apenas identificar se o botão foi acionado ou não. Uma das saídas do controlador será utilizada no acionamento da carga. Além das conexões físicas dos componentes com o controlador, é necessário inserir uma lógica de programação no controlador. Como o propósito desse sistema de controle é ligar a carga com o acionamento do botão, o programa deverá considerar um contato aberto e uma saída conectados em série. Assim, o acionamento do botão energizará a carga, como podemos ver a seguir: Programa em Ladder para acionamento de 1 saída com 1 contato aberto: (a) botão não acionado e (b) botão acionado. Na próxima imagem, podemos observar as ligações elétricas com o controlador: Conexões elétricas com o controlador lógico programável: (a) botão não acionado e (b) botão acionado. O contato Ladder fechado mantém a saída energizada, enquanto o contato elétrico colocado na entrada do CLP não for acionado. Se um botão normalmente aberto for colocado no controlador, quando o botão for acionado a carga será desligada. Enquanto o botão não for acionado, a carga permanecerá ligada. Um exemplo de programa com um contato normalmente fechado pode ser visto na imagem: Lógica de acionamento de um circuito com contato fechado no acionamento de uma carga. Com um contato normalmente fechado, a carga permanecerá energizada até que seja acionado o botão conectado na entrada do controlador, como vemos a seguir: Programa em Ladder para acionamento de 1 saída com 1 contato fechado: (a) botão não acionado e (b) botão acionado. É possível perceber que, utilizando um contato fechado na lógica Ladder, mesmo que um contato aberto seja colocado na entrada do controlador, a carga permanecerá acionada. Quando o botão for acionado, a carga desligará. Vejamos um exemplo de conexão com o controlador: Conexões elétricas com o controlador lógico programável: (a) botão não acionado e (b) botão acionado. Entradas em série devem ser colocadas em uma mesma linha, como vimos na imagem (a). Entradas em paralelo devem ser colocadas em linhas paralelas e unidas antes da saída, como na imagem (b): Programa em Ladder para acionamento de 1 saída com 2 contatos fechados: (a) contatos em série e (b) contatos em paralelo. Cabe destacar que, embora as lógicas sejam diferentes, os circuitos montados serão idênticos. Veja: Conexões elétricas com o controlador lógico programável com 2 entradas e 1 saída. Além das entradas e saídas analógicas e digitais, os controladores possuem diversas outras funcionalidades. Por meio da programação em Ladder é possível utilizar: Contadores São empregados na contagem (crescente ou decrescente) do número de vezes em que uma ou mais entradas de um controlador são acionadas. Esses blocos possuem diversas funcionalidades, como contagem crescente, decrescente, com retenção, sem retenção, entre outras. Temporizadores São utilizados para promover atrasos na energização ou na desenergização de cargas, mesmo quando os contatos para ligar ou desligar são pressionados. Esses atrasos são inseridos por meio do ajuste do parâmetro tempo no bloco temporizador do programa, podendo ser em milissegundos, segundos, minutos, entre outras unidades de tempo, dependendo do fabricante. Comparadores São blocos funcionais empregados na comparação entre entradas analógicas ou digitais em relação a um valor de referência, inserido como parâmetro do bloco de função. Contatos auxiliares São contatos internos do controlador e que podem ser empregados em circuitos diversos. O propósito de um contato interno é utilizar um contato aberto ou fechado interno ao controlador, ou seja, sem a necessidade de utilização de uma entrada física do controlador, tendo em vista que o contato auxiliar é virtual, ou seja, utiliza espaços da memória interna do controlador. Para exemplificação dos programas desenvolvidos na linguagem Ladder, o programa utilizado foi o Clic-02 Edit, da WEG. Diagrama de blocos funcionais (FBD) Exemplo de programação em linguagem FBD Neste vídeo, você compreenderá os conceitos de programação em linguagem FDB e suas funcionalidades. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. A programação em blocos funcionais é baseada em uma abordagem gráfica e estruturada na interligação de blocos com funcionalidades específicas, como portas lógicas, temporizadores, contadores, entre outros. A interligação entre os blocos é feita como uma linha de fluxo de informação entre os blocos do sistema de controle. Um exemplo de programa em linguagem FBD pode ser visto a seguir: Exemplo de um programa escrito em linguagem de blocos funcionais. Por se tratar de uma linguagem gráfica, a programação em FBD permite que seus elementos de programação (blocos funcionais) sejam conectados entre si através de linhas. A utilização dos blocos funcionais é bastante similar ao uso de portas lógicas (empregadas em circuitos digitais). Instruções em FBD O programa a ser colocado em execução em um CLP também pode ser desenvolvido em FBD. Bloco E (AND) Equivale a uma conexão em série de todas as entradas do bloco. Nesse caso, para que a saída seja acionada, todos os botões considerados como entradas do bloco deverão ser acionados simultaneamente. Tome como referência uma lógica em que 3 botões normalmente abertos sejam empregados no acionamento de 1 saída, como pode ser visto na imagem: Exemplo de um programa escrito em FBD com o bloco E. Nesse caso, a saída Q01 somente será ligada quando todas as entradas (I01, I02 e I03) forem acionadas simultaneamente. Em qualquer outra opção, a saída permanecerá desligada. Bloco OU (OR) Esse bloco realiza uma conexão em paralelo entre todas as entradas. Sendo assim, para que a saída seja acionada, basta que qualquer uma das entradas seja acionada. Vamos utilizar o mesmo exemplo anterior, mas com um bloco OU no lugar de um bloco E. Veja na imagem: Exemplo de um programa escrito em FBD com o bloco OU. No exemplo, basta que uma das entradas (I01, I02 ou I03) seja acionada para que a saída Q01 seja ligada. Bloco NÃO (NOT) Na linguagem FBD, caso seja necessário inverter a lógica de um comando (converter um contato aberto em fechado ou vice-versa), é necessário utilizar um bloco lógico NÃO (NOT), como pode ser visto na imagem: Exemplo de um programa escrito em FBD com o bloco NÃO. Também é importante destacar que existem diferentes tipos de entradas na programação em blocos funcionais: Cabe destacar que as conexões no controlador são idênticas às ligações feitas para a programação em Ladder. Apenas o programa dentro do controlador é modificado. Entradas sensíveis ao nível alto do sinal de entrada Entradas sensíveis ao nível baixo do sinal de entrada Entradas sensíveis às bordas de transição: bordas de subida Entradas sensíveis às bordas de transição: bordas de descida Grafcet Exemplo de programação em Grafcet Neste vídeo, você verá alguns exemplos de programação de CLPs utilizando a linguagem Grafcet. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. A linguagem de programação Grafcet, também conhecida como diagrama de funções sequenciais (DFS), é baseada em processos sequenciais. Sua lógica se baseia na decomposição em etapasde todas as funções do processo. Por ser uma lógica facilmente modificável, não depende de conhecimentos especializados em automação ou eletricidade/eletrônica para seu entendimento. Para sua compreensão, basta que se visualize que a execução de um processo pode ser feita em etapas sequenciais. Instruções em Grafcet Vamos utilizar como exemplo de programação em Grafcet um programa para acionamento de uma bomba. A seguir, conheceremos as principais instruções. Etapas Cada etapa de um programa em Grafcet é um estado que pode estar ligado a uma determinada ação. As etapas ilustram as ações a serem adotadas pelo controlador (em relação às entradas ou saídas), dependendo das condições estabelecidas. Transições As mudanças entre etapas ocorrem por meio das chamadas transições, que podem ser produzidas por comandos (acionamento de botões, sensores, chaves de fim de curso etc.), a partir de resultados de ações ligadas às etapas (caso a etapa esteja ligada a um temporizador com retardo na energização, a transição pode ocorrer ao término da contagem de tempo), entre outras opções. Ações As ações do controlador podem estar vinculadas às etapas e implicam no que será executado pelo controlador naquela etapa específica. Por exemplo, uma saída poderá ser ligada ou desligada, um temporizador poderá ser acionado, entre outras ações. Ainda utilizando esse mesmo exemplo de programação em Grafcet, vamos entender o que acontece em cada uma de suas etapas: Etapa 0 O início do ciclo de programação é marcado pela etapa 0. No exemplo, na etapa 0 o programa fica aguardando até que o botão seja pressionado. Etapa 1 Quando o botão conectado ao controlador for pressionado, será autorizada a transição entre a etapa 0 e a etapa 1 que, por sua vez, está conectada a uma ação - ligar a bomba. Etapa 2 Após a conclusão da etapa 1, caso o botão não tenha sido pressionado novamente, haverá a transição para a etapa 2. Nessa etapa, o controlador permanece monitorando o botão para saber se será ou não pressionado. O controlador permanecerá na etapa 2 até que o botão seja pressionado novamente. Etapa 3 Quando o botão é pressionado novamente, ocorre a transição para a etapa 3 - desligar a bomba. Caso o botão não seja acionado, o programa retornará ao início e o ciclo será reiniciado. Esse retorno ao início de maneira cíclica é definido como looping. É importante observar que não há mudança nas conexões do controlador com os periféricos, somente na programação. Verificando o aprendizado Questão 1 Os controladores lógicos programáveis são empregados na automatização dos processos industriais, desde os mais simples aos mais complexos. A programação da lógica necessária aos CLPs para implementação da lógica de controle pode ser escrita em diversas linguagens de programação. Considerando-se a programação na linguagem em Ladder, para realizar o acionamento da saída Q01 a partir do acionamento das entradas I01 (normalmente aberta) e I02 (normalmente fechada) pode-se escrever um programa do tipo A Lorem Ipsum B Lorem Ipsum C Lorem Ipsum D Lorem Ipsum E Lorem Ipsum A alternativa A está correta. Como o contato ligado à entrada I01 é normalmente aberto, um contato NA deverá ser ligado na lógica Ladder. Se o contato da entrada I02 for fechado, demandará que um contato normalmente fechado seja utilizado. Dessa forma, ao ligar-se o circuito, os contatos da lógica permanecerão abertos. Contudo, ao acionar-se os comandos I01 e I02, os dois contatos serão fechados e a carga será ligada. Questão 2 Outra linguagem amplamente empregada na programação dos controladores lógicos programáveis é a programação em diagramas de blocos funcionais (FBD). Observando o trecho de programação mostrado na imagem, é possível afirmar que A é preciso acionar as entradas I01, I02 e I03 para ligar a saída Q01. B é necessário acionar as entradas I01 e I03 e não acionar a entrada I02 para acionar a saída Q01. C é necessário acionar as entradas I01 e I02 e não acionar a entrada I03 para acionar a saída Q01. D é necessário acionar as entradas I02 e I03 e não acionar a entrada I01 para acionar a saída Q01. E para acionar a saída Q01 não é necessário acionar nenhuma das entradas. A alternativa B está correta. Com o uso do bloco E (AND) é necessário que todas as entradas estejam em nível lógico alto para que a saída seja acionada. Como a entrada I02 está conectada a um bloco inversor, ela precisa não estar acionada para que seja colocada em nível alto na entrada do bloco E. 3. Aplicações da linguagem Ladder Exemplos simples de aplicações da lógica Ladder Neste vídeo, você conhecerá as aplicações da linguagem Ladder em CPLs e automatização. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Acionamentos simples com a lógica Ladder Acionamento com contato Manual Veja, neste vídeo, como é possível utilizarmos a linguagem Ladder para programar acionamentos simples. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. O acionamento de cargas realizado por meio de um controlador lógico programável envolve não apenas a lógica de programação do controlador, mas também o projeto dos periféricos (elétricos, eletrônicos, eletromecânicos, entre outros) a serem utilizados. No uso de cargas de maior potência (maiores consumos de tensão e/ou corrente), o uso direto das saídas de um CLP não é recomendado, mesmo que sejam empregados dispositivos de proteção como fusíveis, disjuntores, entre outros. Acionamento com comando manual Considere o acionamento de uma carga com fortes características indutivas (motores, bombas etc.). Essas cargas apresentam picos de corrente (acima do valor nominal) durante seu acionamento, sendo representados por um aumento do consumo durante a partida. Picos de corrente podem danificar os controladores e, por essa razão, é fortemente recomendado que os controladores não sejam empregados no acionamento direto dessas cargas. Nessas condições, são empregados os drivers de potência (circuitos de potência ou de acionamento). Os divers de potência envolvem relés, transistores de potência, acopladores ópticos, contatores eletromagnéticos e outros dispositivos que permitam a interação entre circuitos de baixa potência e circuitos de potência elevada. Agora vamos ver como funciona o acionamento de um motor com comando manual. Suponha que seja necessário realizar o acionamento de um motor monofásico (a mesma sistemática poderia ser utilizada no acionamento de um motor trifásico) por meio de um comando manual. Ao pressionar um botão simples, uma carga será ligada e deverá permanecer nessa condição até que o botão deixe de ser pressionado. A lógica Ladder a ser empregada inclui apenas um contato normalmente aberto e uma saída simples, como podemos ver na imagem: Lógica em Ladder para acionamento de uma saída simples. Apesar da lógica de programação simples, uma montagem mais segura do sistema de acionamento de uma carga indutiva pode demandar um conjunto de elementos responsáveis pela interface entre o controlador e a carga. Observe o diagrama elétrico: Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ver mais detalhes da imagem abaixo. Diagrama elétrico do acionamento de uma carga indutiva. Nesse exemplo são considerados: Um controlador alimentado por uma fonte de alimentação em corrente contínua (DC). Um relé com bobina energizada por corrente contínua (DC). Um contato auxiliar acionado por corrente alternada (AC). Uma carga (motor) acionada por corrente alternada (AC). • • • • Na entrada do controlador é inserido um comando simples (botão), responsável por permitir, quando o botão for acionado, que a entrada do controlador seja colocada em nível lógico alto (receba o positivo da fonte de alimentação). Ao acionar o botão 1, a entrada I01 é colocada em nível lógico alto e, consequentemente, a saída Q01 é acionada. Veja: Lógica em Ladder para acionamento de uma saída simples – entrada acionada. Com esse comando, o contato interno do controlador é acionado,permitindo que a bobina do relé seja acionada. Um diodo em antiparalelo (invertido em paralelo) é colocado com as bobinas de relés, solenoides ou motores de passo (cargas indutivas) para proteger os dispositivos de acionamento como, por exemplo, controladores, circuitos integrados, transistores, MOSFETS ou SCRs. Isso é necessário na medida em que as cargas indutivas apresentam correntes elevadas durante as transições (ligar ou desligar). O diodo em antiparalelo protege a saída Q01 do CLP dos picos de corrente da bobina do relé, e funciona da seguinte forma: Como exemplo, podemos considerar o uso de um relé com capacidade de receber em seus contatos tensões de 120 ou 220 Vca com 10 ou 7 A de corrente e um contator com tolerância de 400 Vca de tensão e 25 A de corrente em seus contatos. O contator recebe a alimentação que será entregue para a carga (motor) durante seu funcionamento. Acionamento com contador na lógica Ladder O uso de contadores nos controladores lógicos programáveis Neste vídeo, veja como utilizar o acionamento com contadores de tempo utilizando a lógica Ladder. Conheça ainda os modos e o acionamento de um contador. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Modos de contador Os circuitos com contadores apresentam diversas aplicações nos processos industriais. Acionamento da bobina O acionamento da bobina do relé permite que seu contato normalmente fechado (NC) se abra e seu contato normalmente aberto (NO) se feche (seja conectado ao terminal comum do relé). Os contatos do relé são projetados para receberem tensões e correntes maiores do que a bobina (podendo ser DC ou AC). Acionamento do contator Por sua vez, os contatos auxiliares do relé são responsáveis pelo acionamento do contator, que é o dispositivo adequado para sistemas elétricos no acionamento de cargas com tensões e correntes mais elevadas (no geral, mais elevadas que as suportadas pelos relés e controladores). A família Clic-02 da empresa WEG disponibiliza contadores que podem operar em 8 modos distintos de contagem: Contador modo 1 Nesse modo, o contador funciona de modo fixo e não retentivo, ou seja, apresenta como limite de contagem o valor especificado na referência e não armazena sua contagem. O contador pode trabalhar de forma crescente ou decrescente, ou seja, a definição da direção de contagem pode ser alterada. Crescente A cada pulso, o número de contagem aumenta até chegar no valor do set point. Quando o valor de referência é atingido, o contato associado ao contador é acionado. Decrescente A cada pulso no contador, o valor especificado como referência diminui. Quando o valor zero é atingido, o contato associado ao contador é acionado. Em ambos os modos, para que o contato acionado seja desligado, é necessário efetuar o reset do contador. Também é importante destacar que, ao desenergizar o controlador, a contagem não é preservada. Contador modo 2 Esse modo de contagem é contínuo e não retentivo. De maneira similar ao contador no modo 1, a operação pode ser crescente ou decrescente. Contudo, na opção crescente, após o valor de referência ser atingido, o contador continuará incrementando seu valor a cada pulso e, por esse motivo, esse modo é denominado contínuo. Entretanto, quando desenergizado, a contagem também será perdida. Contador modo 3 No modo 3 a operação é fixa e retentiva. Assim, a operação é quase idêntica à do modo 1. Entretanto, o contador preserva o valor da contagem mesmo em caso de desenergização. Assim, quando desligado e religado, o contador retomará o valor da contagem em que se encontrava no momento da interrupção. Cabe destacar que, no caso de o controlador ser colocado em STOP enquanto energizado, a contagem será resetada. Contador modo 4 Nesse modo a contagem é contínua e retentiva, ou seja, nesse modo de operação o contador opera de maneira similar à do contador no Modo 2. Assim, caso seja desligado, a contagem será retomada no valor onde o contador estava. Vale destacar que, no caso de STOP sem perda de energia, a contagem será resetada. Contador modo 5 Esse modo é definido como contagem contínua e pode ser operado de forma crescente ou decrescente. Quando em modo crescente, os pulsos na entrada incrementarão o contador e, quando a contagem for igual ou maior que o valor de referência, a saída será acionada. Contador modo 6 Consiste em um modo de operação com contagem contínua, retentiva e com retenção de estado. Assim, esse contador opera de maneira similar ao contador no modo 2. Entretanto, mesmo após a perda da energia, o valor de contagem será armazenado. Assim, após a retomada da energização, a contagem será reestabelecida. As demais funções serão as mesmas do modo 2. Contador modos 7 e 8 Os controladores em corrente contínua possuem 2 entradas de alta velocidade (1 kHz) nos terminais I01 e I02. Sendo assim, essas entradas poderão operar como contadores de alta velocidade. No modo 7, o contador atuará de forma crescente e a saída será acionada quando a contagem atingir o valor de referência. No modo 8, o contador funciona como um comparador de frequências, habilitando a saída quando a frequência da entrada estiver dentro da faixa preestabelecida. O contador fará a contagem do número de pulsos recebidos na entrada dentro do intervalo de varredura definido. Se o número de pulsos estiver dentro da faixa estabelecida para comparação, a saída será habilitada. Os parâmetros a serem ajustados em um contador são: Contato a ser acionado pelo contador. O modo de contagem que define o modo operacional do contador (pulsos, alta velocidade e contadores de uso geral). Valor da contagem. Valor de referência. Seleção da direção da contagem (crescente – OFF (low) e decrescente – ON (high)). Entrada de reset do contador. Ao clicar sobre o símbolo do contador C01 do código, as informações definidas na parametrização são disponibilizadas, como podemos ver na imagem: Parâmetros do contador no código Ladder. Veja um exemplo de lógica com a inclusão de um contador: Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ver mais detalhes da imagem abaixo. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Estrutura básica de um contador na linguagem Ladder. Acionamento com contador Vamos utilizar como exemplo o acionamento de um motor monofásico. Nesse caso, considere que o acionamento do motor somente será realizado após uma chave de fim de curso, como demonstrado na imagem, colocada na entrada I01 do controlador e ser acionada 3 vezes. Exemplo de uma chave de fim de curso. Uma chave de fim de curso (também chamada de limit switch) funciona como um botão. Entretanto, ela é projetada para ser acionada mecanicamente (ao invés de manualmente). Entenda, a seguir, o exemplo de lógica Ladder com um contador: Acionamento da entrada Considerando o acionamento da chave de fim de curso como entrada do controlador (I01), a saída do controlador será acionada somente após a chave ser acionada por 3 vezes. Incremento da contagem É possível perceber que a entrada I01 será responsável por incrementar o valor atual do contator (C01). Acionamento da saída O contador, por sua vez, é relacionado a um contato auxiliar (também denominado de C01) responsável por acionar a saída Q01, após o término da contagem de 3 pulsos. Verificando o aprendizado Questão 1 Os acionamentos de cargas industriais, com o uso de controladores, demandam diversos cuidados devido, especialmente, às peculiaridades das cargas como os picos de corrente durante as partidas. Considerando o circuito ilustrado na imagem, podemos afirmar que A o relé é responsável por realizar a conexão direta do motor com a rede elétrica. B o contator é acionado diretamente pela saída do controlador. C o diodo em antiparalelo é empregado na amplificação da corrente de acionamento do relé. D o diodo em antiparalelo é empregado na proteção da saída do controlador contra picos de corrente promovidos pela bobina do relé. E embora seja utilizado um relé, a saída do controlador poderia realizar oacionamento direto do contator. A alternativa D está correta. Os diodos em antiparalelo (reversamente polarizados) são necessários para evitar os picos de corrente promovidos pela bobina do relé, tendo em vista a característica dos circuitos indutivos de promoverem picos de corrente quando são chaveados. Questão 2 Considerando a linguagem Ladder, amplamente utilizada na programação de controladores lógicos programáveis, e o uso de contadores no acionamento de cargas industriais, ao observarmos o trecho de programação na imagem, é possível afirmar que A a saída Q01 permanecerá acionada caso a entrada I02 esteja ligada e a entrada I01 tenha sido acionada 10 vezes ou menos. B a saída Q01 será acionada caso a entrada I02 esteja ligada e a entrada I01 tenha sido acionada mais de 10. C a saída Q01 somente será acionada caso a entrada I02 não esteja ligada e a entrada I01 tenha sido acionada mais de 10. D a saída Q01 somente será acionada caso a entrada I02 não esteja ligada e a entrada I01 tenha sido acionada 10 vezes ou menos. E A saída Q01 somente será acionada caso a entrada I01 não esteja ligada e a entrada I02 tenha sido acionada mais de 10. A alternativa A está correta. A entrada I01 está conectada a um contador no modo 1 (no qual a contagem aumenta de forma crescente até o valor de referência, quando acionada a saída). Contudo, o contador C01 está relacionado a um contato normalmente fechado (c01). Sendo assim, enquanto a entrada I01 não for acionada mais de 10 vezes, o contato c01 estará acionado. Como esse contato está ligado a um contato normalmente aberto I02, caso ele esteja acionado antes do término da contagem, a saída Q01 será acionada. 4. Conclusão Considerações finais Neste conteúdo, você viu os conceitos fundamentais referentes aos controladores lógicos programáveis. Primeiramente apresentamos os componentes fundamentais dos CLPs, além dos conceitos de malha aberta e fechada. Além disso, discutimos as partes que compõem a estrutura interna dos controladores, como as memórias, unidades de processamento e módulos adicionais. Falamos ainda sobre as unidades de entrada e de saída, incluindo-se as configurações de pull-up e pull-down fundamentais para o acionamento lógico dos controladores. Descrevemos também as principais linguagens de programação empregadas nos controladores lógicos programáveis. Além disso, você conheceu as linguagens Ladder, FBD e Grafcet, cada uma com suas particularidades, vantagens e desvantagens, e também a semelhança entre contatos elétricos, programação em blocos e lógica de programação. Por último, trouxemos exemplos de aplicação de programas simples em Ladder, incluindo um exemplo de acionamento simples e um acionamento de cargas com contadores. Destacamos a importância da utilização de dispositivos de acionamento (como relés e contatores) no acionamento de cargas com elevados níveis de tensão e de corrente. Em resumo, abordamos os detalhes fundamentais para utilização dos controladores lógicos programáveis e sua importância nos processos industriais, bem como as diversas linguagens de programação e noções básicas de implementação de códigos simples para acionamento de cargas. Além disso, apresentamos detalhes importantes sobre os circuitos de acionamento e suas particularidades. Podcast Ouça este podcast, no qual o especialista apresenta um resumo sobre os principais tópicos abordados, como a importância dos sensores em um sistema de controle industrial, o programa em looping na programação em Grafcet, a importância dos contatores no acionamento de cargas industriais e os diodos em polarização reversa Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Diversas empresas oferecem simuladores para treinamento de programações em Ladder e em FBD. Por exemplo, no site da empresa WEG, é possível encontrar o programa Clic02 para download gratuito e manuais do usuário, que auxiliam na instalação do programa e na parametrização de cada bloco de funções. Por meio desse manual é possível compreender os detalhes dos blocos funcionais, os endereços de memória, a capacidade dos controladores e os protocolos de comunicação utilizados. Também é possível encontrar simuladores gratuitos e on-line como o EasyCLP. Referências BONALDO, S. A. Técnicas digitais. Santa Maria: CTISM/UFSM, 2011. CAPELLI, A. Automação industrial: controle do movimento e processos contínuos. 2. ed. São Paulo: Érica, 2010. DORF, R. C.; BISHOP, R. H. Sistemas de controle moderno. 12. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. FRANCHI, C. M. Controle de processos industriais: princípios e aplicações. São Paulo: Ética, 2. ed., 2013. FUENTES, R. C. Apostila de automação industrial. Santa Maria: UFSM, 2013. GROOVER, M. P. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. IDOETA, I. V.; CAPUANO, F. G. Elementos de eletrônica digital. 41. ed. São Paulo: Érica, 2014. Automatização com controladores lógicos programáveis 1. Itens iniciais Propósito Preparação Objetivos Introdução Conteúdo interativo 1. Características básicas de um controlador lógico programável Características e estrutura funcional de um CLP Conteúdo interativo Controlador lógico programável (CLP) A evolução dos controladores industriais Conteúdo interativo Os CLPs na automação industrial Controle em malha aberta e em malha fechada Controlador Sensor Atuadores Malha aberta Atenção Malha fechada A estrutura básica de um CLP Conteúdo interativo Comentário Modular Compacto Arquitetura interna do CLP CPU Ordena Processa Comanda Memória Volátil Não volátil Fonte de alimentação Bloco de comunicação Unidades de entrada e saída Sinais analógicos e digitais Conteúdo interativo Entradas e saídas digitais Pull-up Pull-down Cálculo das resistências de pull-up e pull-down Conteúdo interativo Entradas e saídas analógicas Verificando o aprendizado Questão 1 Questão 2 2. Linguagens de programação utilizadas em CLPs Linguagens de programação para CLPs Conteúdo interativo Tipos de linguagens de programação aplicáveis aos CLPs Exemplo de programação em linguagem Ladder Conteúdo interativo Sensores Atuadores Controlador Instruções em Ladder Contato aberto Contato fechado Saída Contadores Temporizadores Comparadores Contatos auxiliares Diagrama de blocos funcionais (FBD) Exemplo de programação em linguagem FBD Conteúdo interativo Instruções em FBD Bloco E (AND) Bloco OU (OR) Bloco NÃO (NOT) Grafcet Exemplo de programação em Grafcet Conteúdo interativo Instruções em Grafcet Etapas Transições Ações Etapa 0 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Verificando o aprendizado Questão 1 Questão 2 3. Aplicações da linguagem Ladder Exemplos simples de aplicações da lógica Ladder Conteúdo interativo Acionamentos simples com a lógica Ladder Acionamento com contato Manual Conteúdo interativo Acionamento com comando manual Conteúdo interativo Acionamento com contador na lógica Ladder O uso de contadores nos controladores lógicos programáveis Conteúdo interativo Modos de contador Contador modo 1 Crescente Decrescente Contador modo 2 Contador modo 3 Contador modo 4 Contador modo 5 Contador modo 6 Contador modos 7 e 8 Conteúdo interativo Acionamento com contador Acionamento da entrada Incremento da contagem Acionamento da saída Verificando o aprendizado Questão 1 Questão 2 4. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referências