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Aula 1 - Situação Atual e Perspectivas de Mercado de Carne Suína

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Suinocultura 
 
 
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SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE MERCADO DA CARNE SUÍNA 
Panorama Mundial e Nacional 
O Brasil possui o quarto maior plantel de suínos do mundo, de acordo com a FAO. O maior 
plantel de mundo é o suíno, com aproximadamente 942 milhões de animais. Nacionalmente, 
Santa Catarina é o segundo maior rebanho nacional, com aproximadamente um terço do 
rebanho nacional, com quase 36 milhões de cabeça. Os maiores estados produtores são PR, SC 
e RS, com quase 50% do rebanho nacional, sozinhos. Em SC a produção de suínos é grande por 
causa da cultura do consumo, além de alto investimento em tecnificação e equipamentos, 
controle de algumas doenças comuns nas granjas (febre aftosa [com reconhecimento da OIE, 
apenas em SC] e peste suína clássica [RS e SC possuem certificação da OIE]), clima agradável 
para os animais, etc. A produção se concentra na região oeste de nosso estado. A produção de 
suínos é lucrativa, mas tem seus períodos de crise, que são gerados por falta de incentivos 
governamentais, queda de exportações, baixa safra de milho e soja. As maiores agroindústrias 
de suínos se localizam em SC, como exemplo a BR Foods, Seara, Aurora, etc. Além disso, a 
produção de milho e soja em SC é extremamente elevada, favorecendo a produção. Um sistema 
protetor do produtor é o de ‘integrador’, que garante um comprador ao produto final. A 
produção de carne suína no Brasil corresponde a 3,2% da produção mundial, ocupando o lugar 
de 4º maior produtor mundial. A carne suína é a carne mais produzida no mundo, não sendo 
consumida apenas por judeus e muçulmanos, principalmente, e também por outras religiões, 
por ser considerada impura. O consumo de carne suína no Brasil é de 14,9 Kg per capita, abaixo 
da média mundial de 16,5 Kg. Embora ainda baixo, esse número vem subindo, com a linguiça 
sendo a mais consumida. 
A produção no Brasil é favorecida por muitas áreas de terra com baixo custo, grande safra de 
grãos, mão-de-obra barata (embora cada vez mais escassa), clima favorável e baixo custo da 
produção. As altas taxas de impostos, falta de apoio do governo, poucos importadores 
(Principalmente Rússia, Ucrânia, Hong Kong, etc) e baixo consumo e amparo tecnológico em 
relação a outros países produtores são dificuldades da produção em nosso país. 
O método de produção pode ser extensivo, semi-extensivo e intensivo. No extensivo, o animal 
é criado solto. Caracterizado por uma suinocultura de subsistência, com baixo nível de 
tecnologia, alimentação à base de restos, e sem assistência técnica. Considerado um sistema 
extrativista. No sistema semi-extensivo se aplica mais o conhecimento técnico, com instalações 
mais adequadas, separação por lotes, alimentação de melhor qualidade, etc. No sistema 
intensivo de criação em confinamento total (SISCON) usa-se conhecimento técnico de alto nível, 
aliado a bom manejo produtivo, nutricional e reprodutivo. Geralmente possui instalações bem 
adequadas para a produção. O fluxograma de produção no SISCON gira entre gestação, 
maternidade, creche e engorda/recria. Uma SISCON de ciclo completo possui todas as fases, 
sendo que é possível um SISCON incompleto, em que cada fase é feita por produtores separados, 
com gestação e maternidade em um nível (Unidade de Reprodução), creche, reprodução e 
maternidade em outro (Unidade Produtora de Leitões) e crescimento e terminação em um 
terceiro nível (Unidade de Terminação [pode incluir ou não a creche]). Outros níveis de produção 
de ciclo incompleto seriam de cobertura nulípara, em que se vende matrizes prenhas pela 
primeira vez, em que se eliminam custos de preparação da fêmea para reprodução, e também 
um centro de coleta e processamento de sêmen (CCPS), em que é empregado alta tecnologia 
para seleção genética dos animais, em que se vende e distribui o sêmen. Outro sistema de 
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produção seria o Sistema Intensivo de Criação ao Ar Livre (SISCAL/Plein-Air), que necessita de 
um menor investimento, gera melhor qualidade de vida para o animal, porém existe a 
necessidade de um bom manejo. Nesse sistema a produção é feita em piquetes, separados em 
cada fase. A produção, independentemente do nível, pode ser especializada (independente), 
verticalizada ou de integração, que pode ser vertical (empresa integradora) ou horizontal 
(cooperativas, associativismo, etc). 
As características comportamentais dos suínos indicam um animal que é presa e predador, 
sendo um onívoro. Ele é gregrário (vive em grupo), com hierarquia linear, estabelecem latrinas, 
e são animais sociais, interativos, lúdicos e dócil, entrando no ranking de animais mais 
inteligentes. Quanto a produtividade, um animal pode ser muito prolifero, em que nascem 
muitos leitões por cria, muito precoce, em que o animal atinge as fases reprodutivas mais rápido. 
Para a produção, deve ser um animal que possibilite abate precoce, ter ótima conversão 
alimentar, e contribuir para uma boa manutenção do solo. No abate, observa-se que 70% da 
gordura do suíno está no subcutâneo, e 1 a 2,5% no marmoreio. São animais com baixa taxa de 
transpiração, portanto o controle térmico da granja deve ser rigoroso.

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