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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Suinocultura 1 REPRODUÇÃO DE SUÍNOS Inseminação Artificial (IA) Para estabelecimento de um bom programa de IA, deve-se saber como diagnosticar um cio. Para isso, deve-se fazer uma boa analise do comportamento do animal. O passeio com o macho é muito importante, já que ele pode diagnosticar cios que passaram em branco ao produtor. No passeio com o cachaço, se ele realizar contato oro-nasal com a fêmea, esta provavelmente estará em cio. A duração média do cio é de três dias, com ovulação no terço final. Essa regra não se aplica a fêmeas com IDC maior que 6 dias, pois elas tendem a ter um estro menor, apresentando baixa fertilidade, pois ovula precocemente e as taxas de perdas de cio são maiores. No programa de IA, considera-se fêmeas de cio curto as leitoas e matrizes com IDC maior que 5 dias e as de cio longo as matrizes com IDC menor que 4 dias. A partir que a fêmea aceita o cachaço, considera-se dia 0 do ciclo, e espera-se que ela tenha RTH + 24 Hs após aceitar o macho. Considerando o tempo de sobrevivência de oócitos e espermatozoides, uma fêmea de cio curto deve ser inseminada entre 24 a 36 Hs após o início do cio, e matrizes de 40 a 50 Hs. O ideal é que se calcule 24 Hs antes da ovulação e 8 Hs depois, e realizar as inseminações nesse período. Para a coleta de sêmen, recomenda-se o passeio com o cachaço, para que ele seja estimulado pela presença de fêmeas e detecte cios. Antes da coleta deve-se esvaziar o prepúcio para evitar contaminação. Deve-se também limpar o prepúcio com água ou uma solução franca de iodo, e secar. Recomenda-se o uso de luvas. A coleta pode ser feita dentro de um copo ou caneca, e se coloca filtros para que a porção gelatinosa do sêmen seja retida. Essa porção poderia prejudicar na concentração espermática, além de problemas voltados ao resfriamento e congelamento de sêmen. Um ejaculado pode chegar a 1000 ml, sendo que existem as partes gelatinosas, ricas e aquosas. A parte com maior concentração espermática é a rica. No processamento do sêmen, avalia-se patologias, concentração espermática, motilidade, vigor, etc. O sêmen, quando utilizado em até 2 Hs da sua coleta, sem nenhum tipo de acréscimo ou resfriamento, é considerado um sêmen fresco. Em 99% das inseminações, o sêmen é resfriado, entre 15 e 18 °C, com a utilização de diluentes que permitem a viabilidade desse sêmen por 5 a 7 dias. O sêmen também pode ser congelado, a -196 °C, e é mais utilizado para programas de melhoramento genético e conservação. Uma inseminação artificial pode ser feita de várias maneiras, sendo que, quanto mais próximo do óvulo o sêmen for depositado, menor o volume da dose necessária e maior a chance de sucesso. A mais utilizada é a pós cervical, em que o sêmen é depositado logo após o fim da cérvix. Outros tipos seriam a cervical, ou tradicional, em que o sêmen é depositado dentro da cérvix, e também a pós cervical, ou intra uterina profunda, em que deposita-se o sêmen no interior do corno uterino. A quantidade de sêmen por dose diminui proporcionalmente a distância entre os dois gametas. O protocolo geral de inseminação pede que sejam feitas duas inseminações, com intervalo de 12 Hs, a partir do RTH +. Quando um protocolo já estiver estabelecido na propriedade, pode-se fazer apenas as duas inseminações, quando a fêmea for de cio longo. Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Suinocultura 2 Padrão: 1ª IA – RTH +; Todas as fêmeas 2ª IA – 12h após; 3ª IA – 12h após 2ª IA – se ainda tiver cio. O protocolo também pode ser avançado, havendo diferenciação das fêmeas de cio curto e de cio longo Avançado: Fêmeas de cio longo – 1ª IA: 12h após RTH+; 2ª IA: 12h após; 3ª IA: 12h após (se necessário). Fêmeas de cio curto – 1ª IA: no RTH +; 2ª IA: 12 ou 24h após; Durante a inseminação, deve-se fazer a limpeza da vulva, para evitar que sujidades sejam levadas para dentro do útero. A pipeta deve ser introduzida no sentido dorso-cranial, evitando lesões do óstio externo da uretra. Para entrar deve-se girar a pipeta no sentido anti-horário, e para sair, no horário. Isso deve ser feito para simular a conexão porca-parafuso existente na monta natural. Durante toda a inseminação deve ser feita a pressão lombar, simulando o “abraço” do cachaço e, após a inseminação, massageia-se o clitóris, para que o animal contraia sua musculatura e ajude na ida do sêmen do útero até a tuba, onde haverá fecundação. Para que o sêmen não seja prejudicado, ele não deve ser exposto a luz e água, sendo mantido em temperatura de 15 a 18 °C. Antes da IA a bisnaga de sêmen deve ser aquecida para temperatura normal (2 a 5° abaixo da temperatura do corpo) e homogeneizada. Todo o material usado para inseminação deve ser lavado e fervido por no mínimo 10 minutos. Monta Natural A monta natural deve ser feita de duas a três vezes a partir do RTH +, com intervalos de 12 Hs entre as coberturas. O macho serve nesse caso serve para, além de estimular e identificar o cio, para fecundar as fêmeas. Para o treinamento de cachaços novos e leitoas, recomenda-se leva- los para ver uma monta, estimulando-os. Para fêmeas de primeiro cio, que nunca tiveram contato com um macho, pode-se utilizar um macho vasectomizado, que irá fazer um efeito psicológico nas fêmeas para que aceitem a cobertura, além do efeito imunológico, que deve já estar desenvolvido quando essa fêmea entrar de fato em vida reprodutiva útil. A proporção de machos vasectomizados no plantel é de 1 a cada 200 fêmeas (1:200). A monta é feita em etapas. A primeira é o prelúdio, em que o macho corteja a fêmea, através do contato naso-nasal, naso-genital, pressão no flanco e membros posteriores. O macho também começa a salivar, para liberar feromonios. Ele urina e começa e entrar em ereção, expondo o pênis. Na segunda fase ocorre a monta em si, em que ele monta e abraça a fêmea, penetrando-a e ejaculando. Na descida, ocorre um relaxamento da musculatura e retração do pênis. Deve-se prestar muita atenção para o tamanho do macho em relação a fêmea, se o prepúcio foi higienizado antes da monta e se a vulva da fêmea está limpa também. A fêmea sempre deve ir até a baia do macho, pois ele já estará ambientado com o local. A baia deve estar limpa e deve ter algo para evitar que os animais escorreguem. A monta deve ser supervisionada para evitar problemas aos animais, e costuma demorar de 5 a 10 minutos, variando entre cada animal. Os Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Suinocultura 3 horários mais frescos do dia são os mais recomendados para as montas, sendo que o arraçoamento deve ser feito após o processo. O ideal é que o cachaço seja usado 1 vez por dia, mas, caso necessário, deve-se dar um mínimo de 6 Hs de intervalo entre duas coberturas.
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