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Aprimorando a Leitura

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Centro Universitário de Santo André – UniA
Centro de Pós-Graduação
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA:
a construção do conhecimento aplicada aos projetos de pesquisa
Santo André – SP
2006�
LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS
A leitura e seu aprimoramento
A leitura é tão significativa que nos motiva ao aprendizado logo nos primeiros anos de nossas vidas. Sem a leitura o avanço no conhecimento científico torna-se impossível, pois nos detemos ao discurso dos outros. Podemos afirmar que a leitura constitui um fator decisivo, porque, através dela, temos a oportunidade de ampliar e aprofundar os estudos, visto que os textos formam uma fonte praticamente inesgotável de conhecimentos.
Normalmente existem duas espécies de leitura: uma praticada por cultura geral ou entretenimento desinteressado, que ocorre quando você lê uma revista ou um jornal; e outra que requer atenção especial e profunda concentração mental, realizada por necessidade de saber, como por exemplo, quando você lê um livro, um texto de estudo ou uma revista especializada.
Para que a leitura seja eficiente, eficaz e proveitosa, é necessária atenção no que se está lendo. Caso contrário a leitura será superficial e, portanto, pouco entendida. Além de atenção, há necessidade de velocidade na leitura. Pela orientação de Alfredo Galliano (1986, p. 70), ao ler um parágrafo, o leitor deve fazer uma leitura rápida, obedecendo as pausas que, com um bom treinamento, passam ser momentos de fixação. 
Em um texto já existem as pausas, que se apresentam em forma de pontuação, já efetivadas pelo autor. A pontuação tanto assinala as pausas e entonação na leitura, como também serve para separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas.
Uma outra finalidade da pontuação é esclarecer o sentido da frase. A duração da pausa é também um problema importante, porque está diretamente relacionada com a sustentação da atenção do leitor no texto. A leitura é tanto melhor quanto mais curta é a pausa de fixação dos olhos.
Com relação a velocidade na leitura proveitosa, Alfredo Galliano (1986) ressalta que: 
[...] campo de visão, quanto à leitura, é o número de palavras que os olhos são capazes de absorver numa única parada. Quando encontram seu momento de fixação eles enfocam uma palavra, mas são capazes de captar outras tantas à esquerda e à direita da enfocada. Ora, quanto maior for o número de palavras captadas entre uma pausa e outra, maior será o campo de visão do leitor. E quanto mais amplo for este campo, melhor será a leitura, pois em cada parada poderá absorver maior quantidade de texto, ou seja, abranger maior ‘extensão’ do conteúdo expresso pelas palavras. (GALLIANO, 1986, p. 79).
Se o seu campo de visão for estreito, limitando somente a palavra que você está lendo naquele momento, torna-se prejudicial e sua leitura fica comprometida, e, portanto, lenta. Quando o comportamento ocorre desta maneira, sua percepção acaba ligando palavras sem sentido, devido às interrupções das pausas e o ritmo apropriado. Quanto mais lenta é a leitura, mais facilmente a atenção se dispersa. Convém você aumentar o seu campo de visão, treinando absorver na leitura o máximo de palavras à esquerda e à direita da palavra enfocada no momento da leitura.
Outra orientação importante sugerida por Alfredo Galliano (1986, p. 80) para você tornar a leitura mais veloz é a seguinte: ao enfocar a última palavra de uma linha, passe rapidamente para a primeira palavra da linha seguinte, mas já se fixando nas palavras que se encontram no centro desta mesma linha.
Cada assunto requer uma velocidade própria de leitura. A velocidade visual e mental de um livro técnico é diferente da de uma história em quadrinhos, pois a literatura de ficção pode ser absorvida mais rapidamente do que uma obra teórica especializada, já que exige menos reflexão por parte do leitor.
Após um bom treinamento em sua leitura, mostrando sensíveis melhoras, que unem melhor rendimento com maior velocidade de leitura, não se pode esquecer que, para o domínio de um texto, exige-se: avaliação, discussão e aplicação. É preciso questionar a validade do texto, discutir com outras pessoas, porque, às vezes, a opinião de outras pessoas permite a descoberta de pontos importantes que passaram despercebidos durante a leitura, ou então acrescenta informações em alguns aspectos, bastante relevantes. Discutir é também uma forma de melhor analisar e avaliar o que se lê. Para concluir o significado da leitura, devemos fazer aplicação, quando possível, do conteúdo lido. Tal procedimento corresponde ao coroamento final da aprendizagem de um texto absorvido.
A eficiência de uma boa leitura está, geralmente, relacionada com o ambiente. É preciso, portanto, que o leitor proporcione condições ambientes favoráveis para efetuar sua leitura, de modo que se sinta fisicamente confortável para dedicar toda a sua atenção ao que lê.
Para um bom rendimento na leitura, devem ser evitados: má iluminação, agitação, posição de má acomodação do corpo e barulho. Estes fatores perturbam a concentração e conduzem à dispersão das idéias. Quando as condições ambientais não são propícias para a leitura, torna-se difícil captar o sentido do que se lê.
Caso seja impossível dispor de condições ambientais favoráveis, deve-se estabelecer um determinado controle, concentrando bem mais na leitura, esquecendo os fatores externos. O que também colabora com uma boa leitura é o silêncio interior. Cada leitor pode desenvolver seu processo pessoal. A preparação mental por alguns minutos, buscando a concentração, é uma ótima técnica para se obter o silêncio interior, e tem mostrado ser um fator positivo em numerosos estudantes.
Um outro fator preponderante na leitura de um texto é o domínio do vocabulário. Se o leitor tem o hábito de ler freqüentemente e sua leitura é ampla e abrange vários assuntos distintos, então deve realmente dominar um vocabulário significativo. Existem vocábulos de uso comum, popular e geral, e vocábulos especializados, de uso restrito a determinadas áreas. Quando o vocabulário do leitor for reduzido, constitui-se um obstáculo à leitura proveitosa.
Quando se desconhece o significado de certas palavras, a melhor maneira é consultar um dicionário, a fim de que seu sentido seja imediatamente esclarecido. Outra possibilidade consiste em prorrogar este esclarecimento, dando-lhe a possibilidade de ocorrer no prosseguimento da leitura, isto é, tentar descobrir o sentido do vocábulo desconhecido, através do contexto em que está inserido. Uma palavra mal compreendida ou mal interpretada pode definir ou mudar todo o sentido do texto. Quando esta palavra acontece de ser a palavra-chave, então a situação será ainda mais desastrosa.
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Estudo do Texto
Para estudar um determinado texto, devemos fazê-lo como um todo até adquirir uma visão global, para que possamos dominar e entender a mensagem que o autor pretendia relatar quando escreveu. Os textos de estudos requerem reflexão por aqueles que os estudam e, portanto, a leitura dos mesmos exige um método de abordagem. Devemos compreender, analisar, interpretar e, para isso, temos que criar condições capazes de permitir a compreensão, a análise, a síntese e a interpretação de seu conteúdo.
Analisar – decompor um texto completo em suas partes para melhor estudá-las.
Sintetizar – reconstituir o texto decomposto pela análise.
Interpretar – tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas no texto, isto é, dialogar com o autor.
Antes de analisar um texto, convém sublinhar, esquematizar e resumir.
Como sublinhar:
Sublinhar é passar um traço abaixo de uma palavra ou frase. Hoje, com o emprego do computador, podemos sublinhar de uma outra forma, ora digitando em itálico ou negrito. Alfredo Galliano (1986, p. 86) sugere as seguintes etapas para o leitor sublinhar corretamente:
I – 	Ler atentamente o texto e questioná-lo, procurando encontrar
as respostas para os questionamentos iniciais.
II – 	Assinalar em uma folha de papel os termos, conceitos, idéias etc, que deverão ser pesquisados após a leitura inicial.
III – Fazer a segunda leitura e, a partir daí, sublinhar a idéia principal, os pormenores mais significativos, enfim, os elementos básicos da unidade de leitura.
A prática possibilitará que o leitor perceba que raramente será necessário sublinhar uma oração inteira. Quase sempre é uma palavra-chave que se apresenta como elemento essencial. Na realidade, a regra fundamental é sublinhar apenas o que é importante para o estudo realizado, e somente depois de estar seguro dessa importância. O correto é que, ao ler o sublinhado, seja possível obter claramente o conteúdo do que foi lido.
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Como esquematizar:
Esquematizar é fazer um esquema do que se leu, que na realidade corresponde a uma representação gráfica e sintética do texto. O esquema é montado em uma seqüência lógica, que apresenta as principais partes do conteúdo do texto, mediante divisões e subdivisões. Ele facilita a compreensão do texto, permitindo uma reflexão melhor, além de possibilitar a rápida recordação da leitura no caso de consultas futuras. Exemplo:
Uma outra forma de apresentar um esquema é através de uma listagem hierarquizada por diferenciação de espaço e/ou subdivisão numérica, como apresentado ao lado.
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Como resumir:
O resumo é uma técnica empregada para a condensação de um texto, sendo bastante útil quando há necessidade de uma rápida leitura, para recordar o essencial do que se estudou e a conclusão a que se chegou.
A Norma NBR-6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (2003), define resumo como “[...] apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto [...]”. Em outras palavras: apresentação sucinta, compacta, sintética, dos pontos mais importantes de um texto, selecionando as principais idéias do autor.
Para fazer um resumo é aconselhável uma primeira leitura, seguida de um esboço do texto, na tentativa de captação da idéia principal. Duas questões deverão ser levantadas: de que trata este texto? O que pretende demonstrar? Acreditamos que ao proceder desta maneira, o estudante identificará a idéia central e os propósitos que nortearam o autor a escrever o texto. Segue-se a este procedimento a tentativa de descoberta das partes principais que estruturam o texto.
Alfredo Galliano (1986, p. 90) destaca três itens que apresentam as normas práticas de elaboração do resumo:
Não resumir antes de levantar o esquema ou preparar as anotações da leitura.
É praticamente impossível resumir o que não se conhece. Por isso, para elaborar o resumo o estudante deve basear-se em suas anotações prévias e guiar-se pelo esquema do texto. É possível resumir o que se conhece sobre algum assunto. No entanto, resumo de texto implica, necessariamente, fidelidade ao texto original e, neste caso, não se pode confiar na memória.
Ao redigir, usar frases breves, diretas e objetivas.
O resumo tem a finalidade essencial de abreviar. É preciso ser conciso e claro ao transpor o pensamento do autor. Para isso, use as idéias mais importantes do texto, tratando de abrevia-las em poucas palavras e encadeá-las em seqüência.
Mas não se deve ser tão conciso no resumo quanto no esquema. Havendo necessidade, as transcrições devem ser feitas e colocadas entre aspas, completando a referência com o número da página entre parênteses, a fim de indicar o local onde se encontra no texto original.
Acrescentar referências bibliográficas e observações de caráter pessoal, sempre que necessário.
Como o esquema, o resumo é também um instrumento de trabalho e deve ser o mais funcional possível. Portanto, pode e deve oferecer, ainda que de maneira concisa, todos os elementos necessários à evocação do que se estudou, sem que seja necessária uma nova leitura do texto original. Como a fidelidade do texto é obrigatória, assegure-se de que fique clara a diferenciação entre o que é resumo do texto e o que é complementar e resultado do estudo, tais como idéias integradoras, referências bibliográficas, e observações de caráter pessoal ou citações de outras fontes.
As regras para a elaboração de um resumo, segundo Maria Serafini (1986, p. 149 apud MEDEIROS, 1997, p. 104), são: supressão, generalização, seleção e construção. A supressão elimina palavras secundárias do texto. Em geral são os advérbios, adjetivos, preposições, e outras, desde que não necessários à compreensão do texto. A generalização permite substituir elementos específicos por outros genéricos. Por exemplo:
“Em geral as águas frias são ricas em microorganismos animais e vegetais de vida aquática”.
Generalizando, temos:
“Em geral as águas frias são ricas em plâncton”.
A seleção cuida de eliminar obviedades ou informações secundárias e ater-se às idéias principais. Exemplo:
“Mas periodicamente, por ocasião das festas natalinas, havia um desvio dessa corrente, que infletia para oeste antes de atingir as costas do Peru. Ao mesmo tempo, ventos provindos de oeste traziam ar quente, que causava um aquecimento anômalo das águas costeiras do Peru”.
Selecionando alguns elementos, temos:
“Por ocasião das festas natalinas, as correntes infletidas para o oeste e ventos provindos, também do oeste, traziam ar quente, causando aquecimento das águas costeiras do Peru”.
A construção de uma nova frase (paráfrase), respeitando-se, porém, o conteúdo daquela que lhe deu origem, torna este texto anterior apresentado como:
“As águas costeiras do Peru apresentam aquecimento no período natalino, devido a dois fatos: águas correntes que inflete para oeste e ventos com ar quente trazidos desta mesma região”.
O resumo difere do esquema quanto à forma de apresentação, mas ambos apresentam a mesma finalidade: sintetizar as idéias do autor, mantendo fidelidade.
Para Eva Lakatos e Marina Marconi (1992, p. 74), os tipos de resumo são: indicativo ou descritivo, informativo ou analítico, e crítico. Ele é indicativo ou descritivo, quando faz referência às partes mais importantes, componentes do texto. Esta forma de resumo utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra. Não é simples enumeração do sumário ou índice do trabalho e não dispensa a leitura do texto completo, pois apenas descreve sua natureza, forma e propósito. Conforme João Medeiros (1997, p. 119), o resumo do tipo indicativo caracteriza-se como um sumário narrativo, que elimina dados qualitativos e quantitativos e refere-se às partes mais importantes do texto. O resumo informativo ou analítico é mais amplo do que o indicativo contém todas as informações principais apresentadas no texto e permite a dispensa da sua leitura. Tem a finalidade de informar o conteúdo e as principais idéias do autor, salientando:
os objetivos e o assunto (a menos que se encontre explicitado no título);
os métodos e as técnicas (descritivas de forma concisa, exceto quando um dos objetivos do trabalho é a apresentação de novas técnicas);
os resultados e as conclusões.
Este tipo de resumo não deve conter comentários pessoais ou julgamento de valor, do mesmo modo que não deve formular críticas. Deve ser seletivo e não mera repetição sintetizada de todas as idéias do autor. Utilizam-se, de preferência, as próprias palavras de quem fez o resumo, e quando citam-se as do autor, estas são apresentadas entre aspas. Ao final do resumo, deve-se indicar as palavras-chaves do texto e evitar expressões como: o autor disse, o autor falou, segundo o autor ou segundo ele, a seguir, este livro (ou artigo, ou documento) e outras do gênero. Ou seja, todas as palavras supérfluas. Nesse tipo de resumo deve-se dar preferência à forma impessoal.
O resumo crítico é aquele onde se efetua um julgamento sobre o trabalho. É a crítica da forma, no que se refere aos aspectos metodológicos; do conteúdo, quanto ao desenvolvimento da lógica da demonstração; da técnica da apresentação das
idéias principais. No resumo crítico não pode haver citações. João Medeiros (1997, p. 120) enfatiza que o resumo crítico também é denominado de resenha e compreende a análise e interpretação de um texto.
Segundo a ABNT (2003), NBR 6028, deve-se evitar o uso de parágrafos no meio do resumo. Portanto, o resumo é constituído de um só parágrafo.
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Análise de Texto
É necessário o leitor relembrar que análise significa estudar um todo, dividindo em partes, interpretando cada uma delas, para a compreensão do todo. Quando se faz análise de texto, penetramos na idéia e no pensamento do autor que originou o texto. Para que o estudo do texto seja completo, temos que decompô-lo em partes e, ao fazê-lo, estamos efetuando sua análise.
Para a análise do texto, Alfredo Galliano (1986, p. 91), apresenta um esquema que inclui:
Análise Textual – leitura visando obter uma visão do todo, dirimindo todas as dúvidas possíveis, e um esquema do texto.
Análise Temática – compreensão e apreensão do texto, que inclui: idéias, problemas, processos de raciocínio, comparações e esquema do pensamento do autor.
Análise Interpretativa – demonstração dos tipos de relações entre as idéias do autor em razão do contexto científico e filosófico, de diferentes épocas, e exame crítico e objetivo do texto: discussão e resumo.
Antonio Severino (2000, p. 54) elaborou um modelo de análise de texto, com o acréscimo de mais dois itens: problematização e síntese pessoal. A problematização consiste no levantamento dos problemas e discussão, enquanto a síntese pessoal trata da reunião dos elementos de um todo, após a reflexão.
Eva Lakatos e Marina Marconi (1992, p. 23) enfatizam que “[...] a análise do texto ou a maneira de estudá-lo depende sempre do fim a que se destina. Os textos de estudo de caráter científico requerem, por parte de quem os analisa, um método de abordagem e certa disciplina intelectual [...]”. Afirmam ainda que a análise do texto tem como objetivo levar o estudante a:
aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto:
reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;
interpretar o texto, familiarizando-se com idéias, estilos, vocabulários;
chegar a níveis mais profundos de compreensão;
reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário ou acessório; 
desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas:
encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias;
perceber como as idéias se relacionam;
identificar as conclusões e as bases que as sustentam.
Análise Textual
Para efetivar a análise textual, inicialmente o leitor deve ler o texto do começo ao fim, com o objetivo de uma primeira apresentação do pensamento do autor. Não há necessidade dessa leitura ser profunda. Trata-se apenas dos primeiros contatos iniciais, quando se sugere que já sejam feitas anotações dos vocábulos desconhecidos, pontos não entendidos em um primeiro momento, e todas as dúvidas que impeçam a compreensão do pensamento do autor. Após a leitura inicial, o leitor deve esclarecer as dúvidas assinaladas que, dirimidas, permitem que o leitor passe a uma nova leitura, visando a compreensão do todo. Nesta segunda leitura, com todas as dúvidas resolvidas, o leitor prepara um esquema provisório do que foi estudado, que facilitará a interpretação das idéias e/ou fenômenos, na tentativa de descobrir conclusões a que o autor chegou.
Para Alfredo Galliano (1986, p. 92), um melhor entendimento da análise textual é “informar-se melhor a respeito do autor. Freqüentemente uma pesquisa em boas enciclopédias é suficiente para a obtenção de dados muito úteis ao estudo, pois costuma oferecer referências valiosas sobre a vida, a obra e, quando é o caso, a doutrina do autor. Ao mesmo tempo, o estudante deve aproveitar a oportunidade para resolver as ambigüidades e dúvidas que por acaso persistirem em determinados conceitos ou idéias expostas no texto e cuja compreensão deixou a desejar. Muitas vezes as enciclopédias também apresentam pequenos resumos de obras específicas, dando destaque e explicitando seus elementos fundamentais, o que ajuda consideravelmente a elucidar questões surgidas durante a leitura. Se o texto faz referência a outros elementos que o estudante não domina, tais como fatos históricos, obras, doutrinas, autores etc., é ainda indispensável que obtenha os esclarecimentos requeridos. Para isso deve recorrer aos dicionários gerais e especializados, enciclopédias, manuais didáticos, apostilas, enfim, às obras de referência que se façam necessárias, ou consultar especialistas da área em foco”. Antonio Severino (2000, p. 51) aborda a análise textual através da leitura, visando o levantamento de todos os elementos importantes do texto, ou seja, credenciais do autor, metodologia, estilo, vocabulário, fatos, autores e doutrinas.
Análise Temática
A análise temática vem logo após a análise textual, cuja finalidade é compreender profundamente o texto. Nesta etapa o leitor ainda não interpretará o texto, preocupando-se apenas em aprender, sem discutir nem debater com o autor. Questiona e procura respostas. Nesta análise o leitor deverá descobrir a idéia principal, diretriz do trabalho do autor, tarefa nem sempre fácil, visto que, às vezes, ela não está incluída no título do texto, dificultando a percepção através da leitura do sumário ou do índice da obra. Quando a diretriz não está clara, o leitor deve investigar, e Alfredo Galliano (1986, p. 93) sugere que a maneira mais prática de se encontrar a temática do texto é durante a leitura, quando se busca permanentemente respostas para as perguntas:
De que trata este texto?
O que mantém sua unidade global?
Nem todos os textos são redigidos com clareza, alguns são até confusos. Nesses casos, o leitor tem que procurar o processo do raciocínio do autor, e reconstituí-lo esquematicamente, fornecendo a representação gráfica do que vem a ser, conforme Galliano (1986, p. 93), a “coluna vertebral” do texto. Este esquema pode ser diferente do realizado na primeira leitura, durante a análise textual, que após obtido, possibilitará a compreensão de todo o conteúdo essencial exposto pelo autor no desenvolvimento do seu problema.
A análise temática estará concluída quando o leitor conseguir estabelecer, com segurança, o esquema definitivo do pensamento do autor, evidenciando que realmente aprendeu o conteúdo do texto.
Para Antonio Severino (2000, p. 53), a análise temática trata da apreensão do conteúdo, isto é, tema, problema, idéias (central e secundárias), raciocínio e argumentação. É importante a análise para a elaboração de resumos e organogramas.
Análise interpretativa
Esta análise visa a interpretação do texto. De acordo com João Medeiros (1997, p. 86), “[...] interpretação é processo, num primeiro momento, de dizer o que o autor disse, parafraseando o texto, resumindo-o; é reproduzir as idéias do texto. Num segundo momento, entende-se interpretação como comentário, discussão das idéias do autor”. 
Nas duas análises anteriores, o leitor “ouviu” o autor, mas na análise interpretativa já há um “diálogo”, levando aquele a tomar uma posição própria a respeito das idéias deste. É o momento do leitor também apresentar suas idéias. 
Para realizar a análise interpretativa de um texto, Alfredo Galliano (1986, p. 94) sugere o seguinte procedimento:
Não se deixe tomar pela subjetividade;
Relacione as idéias do autor com o contexto filosófico e científico de sua época e de nossos dias;
Faça a leitura das “entrelinhas” a fim de inferir o que não está explícito no texto;
Adote uma posição crítica, a mais objetiva possível, com relação ao texto.
Essa posição tem de estar fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes;
Faça o resumo do que estudou;
Discuta o resultado obtido no estudo.
Ao finalizar a análise interpretativa, com certeza, o leitor terá adquirido conhecimento qualitativo e quantitativo sobre o tema estudado. A análise interpretativa
conduz o leitor a atuar como crítico do que o autor escreveu.
Eva Lakatos e Marina Marconi (1992, p. 24) não consideram os três tipos de análises separadamente, mas simplesmente “análise de texto”. Orientam, portanto, o seguinte procedimento para realizá-la:
Escolhida a obra ou selecionado o texto, que deve ter sentido completo, procede-se à leitura integral do mesmo, para se ter uma visão do todo;
Reler o texto, assinalando ou anotando palavras ou expressões desconhecidas, valendo-se de um dicionário para esclarecer seus significados;
Dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando a compreensão do todo. Se necessário, consultar fontes secundárias;
Tornar a ler, procurando a idéia principal ou palavra-chave, que pode estar explícita no texto; às vezes, confundida com aspectos secundários ou acessórios;
Localizar acontecimentos ou idéias, comparando-os entre si e procurando semelhanças e diferenças existentes;
Agrupá-los pelo menos por uma semelhança importante e organizá-los em ordem hierárquica de importância;
Interpretar as idéias e/ou fenômenos, tentando descobrir conclusões a que o autor chegou.
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FICHAMENTO
O fichamento é o ato de registrar em fichas, isto é, catalogar. Ao ler um livro, é conveniente armazenar suas informações num arquivo de fichas. De acordo com João Medeiros (1997, p. 93), outros arquivos, igualmente importantes durante a fase de coleta de informações, são: o arquivo de leitura, de idéias e de citações.
Arquivo de Leitura – consiste no registro de resumos, opiniões, citações, enfim, tudo o que possa servir como embasamento que dependerá por ocasião da redação do texto que tem em vista.
Arquivo Bibliográfico – registra os livros que devem ser localizados, lidos e examinados.
Um arquivo é constituído de fichas, que são valiosas para os que desejam realizar uma obra didática ou um trabalho científico. Para o preenchimento das fichas, há um procedimento a seguir.
Um arquivo de fichas, também denominado de fichário, precisa ser funcional, para que possa manusear com certa facilidade quando se efetuar a consulta.
Qualquer que seja o tipo de ficha, a sua composição é formada basicamente de cinco partes: cabeçalho, referência bibliográfica, corpo ou texto, indicação da obra e local.
CABEÇALHO – 
REFERÊNCIA� – Deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
CORPO OU TEXTO – O conteúdo do corpo ou texto das fichas varia conforme o tipo das mesmas.
INDICAÇÃO DA OBRA – Esta parte é para ser utilizada, quando novamente for empregada, principalmente na vida acadêmica ou profissional. A indicação da obra será para estudos e pesquisas em disciplinas específicas, ou para estudantes de determinada área.
LOCAL – Depois de fichada uma obra, é necessário saber o local onde ela se encontra, permitindo assim voltar a procurá-la, caso haja necessidade.
Para João Medeiros (1997, p. 94), os elementos estruturais de uma ficha são apresentados no quadro seguinte:
	Redação
	Forma de desenvolvimento do parágrafo
	GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. p. 214-216.
	
	
	Corpo da ficha (texto)
	
	
	
	Indicado para estudantes de Comunicação Social e para a disciplina de Português.
	Biblioteca Mário de Andrade
A leitura do texto é primordial para o fichamento. O leitor deverá ter capacidade de analisá-lo, separar suas partes e examinar como estas se inter-relacionam, observar como o texto se relaciona com outros, e competência para resumir suas idéias.
Para Eva Lakatos e Marina Marconi (1992, p. 51), a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível para o pesquisador. Como o investigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte não lhe pertence, as fichas permitem:
identificar as obras;
conhecer seus conteúdos;
fazer citações
analisar o material;
elaborar críticas.
Abade Rozier, da Academia Francesa de Ciências, foi o criador do sistema de fichas (século XVII), que até hoje é utilizado nas mais diversas instituições, nas bibliotecas, serviços administrativos etc. Nas bibliotecas existem fichas de autores, de títulos de séries e de assuntos, todas em ordem alfabética. Convém observar que, com o uso do computador, estas fichas são apresentadas em programas, armazenadas no disco rígido e disquetes, onde o leitor, para efeito de consulta, acessa o arquivo que desejar.
Existem vários tipos de fichas. Por exemplo:
Fichas de leitura
Nelas são registradas informações bibliográficas� completas, anotações sobre tópicos da obra, citações diretas, juízos valorativos a respeito da obra, resumo do texto e comentários.
Na realidade, as fichas de leituras contêm todas as informações sobre um livro ou artigo. João Medeiros (1997, p. 95) informa que, de um modo geral, a ficha de leitura pode ter a seguinte padronização:
Ficha pequena:	 7,5 x 12,5
Ficha média:	10,5 x 15,5
Ficha grande:	12,5 x 20,5
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Ficha de indicação bibliográfica (apenas livro)
A indicação das referências de obras é feita segundo a ABNT (2002), pela norma NBR 6023. Pode-se valer o pesquisador da ficha catalográfica das primeiras páginas de um livro, para a transcrição das referências, ou dos elementos constantes da folha de rosto.
Ficha bibliográfica (livro) ou Ficha de referência de obra (preferível)
	A construção do Projeto de Pesquisa
	A construção do Projeto 
	Os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa
	 2.3
	
	
MINAYO, Maria C. S. et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
Apresenta os 11 elementos constitutivos de um projeto de pesquisa: tema, problema, base teórica e conceitual, hipóteses, justificativa, objetivos, metodologia, custos ou orçamentos, cronograma, referências bibliográficas, anexos.
Define cada elemento e mostra através de exemplos, como aplicar.
Analisa a relevância dos elementos na construção do projeto de pesquisa.
٭ Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para as disciplinas do Curso de Serviço Social.
٭ Biblioteca da UECE e da UFC (Faculdade de Educação).
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Ficha de assunto
No cabeçalho coloca-se somente o título do assunto, seguido da referência da obra.
Ficha de título de obra
Semelhante à ficha de assunto, entretanto, o título do assunto é substituído pelo título da obra.
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Fichamento de resumo ou conteúdo
	Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
	Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração
	5.3
	
	
MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e Garimpeiros em Patrocínio Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978.
Pesquisa de campo que se propõe a dar uma visão antropológica do garimpo em Patrocínio Paulista. Descreve um tipo humano característico, o garimpeiro, em uma abordagem econômica e sócio-cultural.
Enfoca aspectos geográficos e históricos da região, desde a fundação do povoado até a constituição do município. Enfatiza as atividades econômicas da região em que se insere o garimpo, sua correlação principalmente com as atividades agrícolas, indicando que alguns garimpeiros do local executam o trabalho do garimpo em fins de semana ou no período de entressafra, sendo, portanto, em parte, trabalhadores agrícolas, apesar da maioria residir na área urbana.
Dá especial destaque à descrição das fases da atividade de garimpo, incluindo as ferramentas utilizadas. Apresenta a hierarquia de posições existentes e os tipos de contrato de trabalho, que diferem do rural e o respeito do garimpeiro à palavra empenhada. Aponta o sentimento de liberdade do garimpeiro e justifica seu nomadismo, como conseqüência de sua atividade.
A análise econômica abrange ainda o nível de vida como sendo, de modo geral, superior ao do egresso do campo e a descrição das casas e seus equipamentos, indicando as diferenças entre ranchos da zona rural
e casas da zona urbana.
Sob o aspecto sócio-cultural demonstra a elevação do nível educacional e a mobilidade profissional entre as gerações: dificilmente o pai do garimpeiro exerceu essa atividade e as aspirações para os filhos excluem o garimpo. Faz referência ao tipo de família mais comum – a nuclear -, aos laços de parentesco e ao papel relevante do compadrio. Considera adequados a alimentação e os hábitos de higiene, tanto dos garimpeiros quanto de suas famílias. No que diz respeito à saúde comprova a predominância da consulta aos curandeiros e dos medicamentos caseiros.
Faz um levantamento de crendices e superstições, com especial destaque ao que se refere à atividade de trabalho. Aponta a influência dos sonhos nas práticas diárias.
Finaliza com um glossário que esclarece a linguagem especial dos garimpeiros.
 
 Fonte: LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 64.
Existem ainda outros tipos de fichas: de citações e de comentário ou analítica.
Nos fichários das bibliotecas é normal encontrar estes modelos de fichas aqui apresentados. No meio estudantil é comum a expressão “fazer um fichamento sobre tal livro ou assunto”. Trata-se da leitura de algo, seguida da transposição do conteúdo lido para uma ou mais fichas, dependendo do que o estudante desejar fazer. Um fichamento pode ser: de transcrição direta, de resumo, de comentários avaliativos. Ao fazer um fichamento, não devemos esquecer de indicar a modalidade.
De acordo com João Medeiros (1997, p. 98), a transcrição direta exige a colocação de aspas no início e no final do texto, e consiste na reprodução fiel dos textos do autor citado. Exemplo:
“Uma teoria nova afirma que os planetas Urano e Netuno nasceram perto de Júpiter, a 2 bilhões de quilômetros do Sol, e só milhões de anos mais tarde migraram [...]”
Se já houver no texto transcrito, expressão entre aspas, estas devem ser transformadas em aspas simples (‘). Exemplo:
“Uma viagemzinha de 2 bilhões de quilômetros. ‘Ninguém imaginava que mudanças radicais de órbita pudessem ter ocorrido durante a gênese do Sistema Solar’, disse a SuperInteressante, Edward Thommes [...]”
Nos fichamentos, indica-se o número da página de onde foi extraído o texto original. Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no original e escreve-se a expressão ‘sic’ �entre colchetes� [sic] ou faz-se a correção entre colchetes. Por exemplo:
“Os cientistas deve [sic] conhecer a importância da descoberta [...]”
“Os cientistas deve [devem] conhecer a importância da descoberta [...]”
A supressão de palavras ou orações é indicada com reticências entre colchetes [...]. Exemplo:
“Usando um supercomputador, a equipe de Thommes mostrou que Urano e Netuno surgiram perto de Saturno e de Júpiter. [...] Depois, sacudidos pelos puxões gravitacionais de Júpiter, foram expulsos do local de nascimento, iniciando uma viagem que os levou, [...], a quase 4 bilhões de quilômetros da estrela”.
Supressões iniciais e finais não precisam ser indicadas�:
“[...] A equipe de Thommes mostrou que Urano e Netuno surgiram perto de Saturno e de Júpiter [...]”.
Prefira:	“A equipe de Thommes mostrou que Urano e Netuno surgiram perto de Saturno e de Júpiter”.
Fichamento de Sem cortes
transcrição direta Com cortes intermediários de algumas palavras, frases ou orações.
 Com corte de parágrafo intermediário
Fichamento de transcrição direta - sem cortes
	
Transcrição 		O MOMENTO DE APRENDER
GALVADON, Luiza L. Desnudando a escola. São Paulo: Pioneira, 1997. p. 18 e 19.
“Existem inúmeras correntes metodológicas, cada uma delas nos mostrando como ensinar aos alunos na escola de maneira mais eficaz.
Algumas propõem muita liberdade, outras cerceiam essa liberdade, e ambas as formas muitas vezes são apontadas como fracasso do aluno na escola.
Independentemente do critério disciplinar adotado pela escola, vêm os sérios problemas encontrados pelas crianças das séries iniciais que ali permanecem muitos anos sem conseguir aprender.
Seria muito simples mostrar um método milagroso que as fizesse aprender rapidamente; é o que todos queriam, com certeza. Nessa idéia simplista, esquecemos que estamos tratando de crianças, de gente, e que se fossem máquinas desajustadas, seria fácil apertar um parafuso que estivesse frouxo ou trocar uma peça quebrada, mas estamos falando de gente, de quem não se aperta um parafuso, nem se troca peça.
Muitas vezes racionalizamos muito, fazemos tudo em ‘caixinhas’ na nossa cabeça. Queremos que todos aprendam ao mesmo tempo, da mesma maneira. A criança tem de aprender o que nós ensinamos naquele momento.
Deus fez o mundo e tudo o que nele existe. A natureza é sábia, o equilíbrio ecológico incrível. As frutas nas árvores no seu tempo amadurecem paulatinamente, proporcionando-nos frutas maduras por muito tempo. As flores de uma roseira não abrem todas no mesmo dia e na mesma hora; vão abrindo aos poucos e quando uma rosa desfolha, um botão já está lindo. E nós estamos sempre descobrindo novos frutos maduros para nos deliciar e novas flores para nos alegrar.
Quando falamos em educação, em aprendizagem, em criança, parece que o ser humano não pertence ao mundo, que não existem leis da natureza para ele.
Ao percebermos que determinada criança não aprendeu ‘naquele momento’ como as outras, ficamos angustiados, sentimo-nos fracassados. Esquecemos que não determinamos o momento em que deveria nascer o primeiro dente, que não determinamos o dia em que a criança deveria andar; é tudo uma descoberta, uma alegria, e a única coisa que queremos determinar é o dia em que ela deve aprender!
Falta amor pela criança na falta de confiança em sua capacidade, na impaciência pela espera de um momento de descoberta, mágico, lindo, maravilhoso como o amadurecer do fruto, como o abrir da rosa, o momento certo de aprender“.
�Fichamento de transcrição direta - com cortes intermediários de algumas palavras ou orações
	
Transcrição 		O MOMENTO DE APRENDER
GALVADON, Luiza L. Desnudando a escola. São Paulo: Pioneira, 1997. p. 18 e 19.
“Existem inúmeras correntes metodológicas, cada uma delas nos mostrando como ensinar aos alunos na escola de maneira mais eficaz.
Algumas propõem muita liberdade, outras cerceiam essa liberdade, e ambas as formas muitas vezes são apontadas como fracasso do aluno na escola.
Independentemente do critério disciplinar adotado pela escola, vêm os sérios problemas encontrados pelas crianças das séries iniciais que ali permanecem muitos anos sem conseguir aprender.
Seria muito simples mostrar um método milagroso que as fizesse aprender rapidamente. [...] �
Muitas vezes racionalizamos muito, fazemos tudo em ‘caixinhas’ na nossa cabeça. Queremos que todos aprendam ao mesmo tempo, da mesma maneira. A criança tem de aprender o que nós ensinamos naquele momento.
Deus fez o mundo e tudo o que nele existe. A natureza é sábia, o equilíbrio ecológico incrível. [...] As flores de uma roseira não abrem todas no mesmo dia e na mesma hora; [...]. E nós estamos sempre descobrindo novos frutos maduros para nos deliciar e novas flores para nos alegrar.
Quando falamos em educação, em aprendizagem, em criança, parece que o ser humano não pertence ao mundo, que não existem leis da natureza para ele. [...]
[...]
Falta amor pela criança na falta de confiança em sua capacidade, na impaciência pela espera de um momento de descoberta, mágico, lindo, maravilhoso como o amadurecer do fruto, como o abrir da rosa, o momento certo de aprender“.
Ao transcrever textos é preciso rigor, observando aspas, itálicos, negritos, maiúsculas, pontuação etc. Por hipótese nenhuma se deve alterar o texto, como por exemplo, trocando palavras por outras de sentido
equivalente. Mesmo que dois parágrafos consecutivos sejam de extensão reduzida, eles não devem ser transformados num só.
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Ficha de resumo
Resumo é um tipo de redação que reduz um texto às suas idéias principais, sem fazer comentários. A ficha de resumo apresenta uma síntese das idéias do autor. Não é um sumário ou índice das partes da obra. As idéias contidas no resumo devem ser expostas abreviadamente, sem citações.
	
Resumo 		O MOMENTO DE APRENDER
GALVADON, Luiza L. Desnudando a Escola. São Paulo: Pioneira, 1997. p. 18 e 19.
“Para tornar o ensino mais eficaz usam-se diferentes tipos de metodologia. Entretanto observa-se que as crianças das séries iniciais, nem sempre apresentam um bom rendimento em sua aprendizagem. Uma das razões é porque geralmente o educador esquece que a criança é gente, e que nem todas vão aprender ao mesmo tempo e naquele momento. Praticamente, na natureza tudo tem o tempo certo de acontecer. Temos que respeitar as fases de desenvolvimento da criança e ensinar os conteúdos no momento certo de aprender”.
Ficha de comentários
Para a elaboração da ficha de comentários, o leitor deve analisar os aspectos quantitativos e qualitativos do texto.
Para João Medeiros (1997, p. 108), os aspectos quantitativos relacionam-se com a “[...] extensão do texto, sua constituição (ilustrações, exemplos, bibliografia, citações), conceitos abordados”. Nos aspectos qualitativos temos a análise, detectando a hipótese do autor, objetivo, motivo pelo qual escreveu o texto e as idéias que o fundamentam. 
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Ao começar um texto, conforme João Medeiros (1997, p. 108), devemos atentar para os seguintes detalhes:
organização (se o comentário é claro, lógico e consistente);
exemplificação (se é genérico ou específico);
exposição (se é formal ou informal);
argumentação (se há pontos fortes e fracos)
terminologia (se é preciso).
Não se deve elaborar uma ficha de comentários sem antes fazer uma avaliação detalhada da obra. 
	
Comentário O MOMENTO DE APRENDER
GALVADON, Luiza Laforgia, Desnudando a Escola, S. Paulo, Pioneira, 1997, p. 18 e 19.
“O texto de GALVADON aborda a aprendizagem da criança, chamando atenção do educador para ensinar no momento certo. Algumas vezes esquecemos deste fato e comparamos a idade da criança com a nossa, e não percebemos que ela tem fases de desenvolvimento. Quando temos que ensinar um determinado conteúdo para as crianças, além da metodologia a ser empregada, levar em consideração se elas estão no momento certo para aprender este conteúdo. Enfim, falar a linguagem delas e não a nossa, verificando se o que vamos repassar para elas é compreensível para a sua idade mental. Quando isso acontecer, com certeza o rendimento da aprendizagem será bem melhor”. 
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Outra maneira de construir fichamentos
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CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO
Cotidiano e conhecimento científico
O Cotidiano
O cotidiano é a vida de todo dia. Todo indivíduo e toda sociedade tem um cotidiano. Até mesmo a guerra pode tornar-se cotidiano. E isto porque a vida cotidiana é o mundo da familiaridade. Tudo que se repete diariamente torna-se parte do cotidiano. Uma novidade quebra ou suspende a vida cotidiana. Mas tão logo ela passe a repetir-se sistematicamente, deixa de ter o poder de suspensão do cotidiano e passa a ser parte deste. 
É a familiaridade dos fatos e ocorrências do cotidiano que nos capacita a atuar, respondendo às demandas que se nos apresentam. A familiaridade e a freqüência com que ocorrem os fenômenos do cotidiano é o que cria o hábito. Assim, as coisas cotidianas são resolvidas muito mais por hábito, na esfera dos costumes, que por exame acurado e crítico. É precisamente a familiaridade, o hábito e o costume que nos tornam desatentos quanto às ocorrências de todo dia.
Pelo hábito, nossa conduta é mais de aceitação da realidade imediata que de recusa, agimos espontaneamente e não por esforço metódico, nossos atos tornam-se automáticos e não refletidos. A vida cotidiana envolve todo homem e o homem por inteiro. Nossa existência se realiza no cotidiano. Eis porque uma de suas características é precisamente a insuprimibilidade. É nessa esfera que realizamos os atos utilitários da vida, por isso não a podemos suprimir.
O cotidiano é fragmentado e caótico, isto é, os fatos que vivenciamos apresentam-se como singularidades em meio a outras singularidades. Julgamos as demandas e ocorrências que nos cercam pela sua imediatez e não enxergamos a conexão devida entre os fatos.
É a vida cotidiana que engendra um tipo particular de compreensão do mundo, um tipo particular de consciência: uma consciência comum ou senso comum. Neste, concepções, visões de mundo já bastante ultrapassadas pelo movimento histórico somam-se a preconceitos e noções vulgarizadas, perfazendo um complexo conjunto que orienta os atos dos indivíduos. Por outro lado, encontram-se sedimentados no senso comum elementos da atualidade, das descobertas científicas, dos avanços do conhecimento racional. Assim, pois, podemos dizer que o senso comum é um tipo particular de consciência, de visão do mundo formado a partir da sedimentação espontânea de valores, de representações e conceitos em torno dos fatos sociais e naturais, onde se encontram desde concepções ultrapassadas e preconceitos os mais diversos, mas também fragmentos do que há de mais avançado no conhecimento científico-racional da atualidade.
A ciência emerge do cotidiano
O conhecimento científico – enquanto fenômeno humano-social – tem no cotidiano o impulso e a razão de sua existência.
Não obstante, deve-se ter claro, que ciência e cotidiano só coincidem no ponto de partida e no ponto de chegada. Todavia, todo o processo de descoberta da realidade estudada pela ciência dá-se numa esfera extra-cotidiana, além do cotidiano. O conhecimento enraizado no senso comum, a consciência comum acerca das coisas e fenômenos da realidade são insuficientes para explicar estas coisas e fenômenos. Este conhecimento comum não nos fornece uma visão completa e estruturada das coisas e, por isso, impossibilita-nos de desenvolvermos uma ação mais eficiente. Não nos possibilitando conhecer o em-si � das coisas, dos fenômenos, não nos possibilita controlar os fenômenos adequadamente.
É comum, pois, que o conhecimento espontâneo do cotidiano nos dê uma visão bem distante do que são os fenômenos em-si.
Como é, então, que ciência e cotidiano, conhecimento científico e senso comum se ligam?
Como demonstrar que a ciência parte do cotidiano e a ele retorna?
Quando Galileu Galilei, depois de Nicolau Copérnico, afirmou que o Sol era o centro do sistema e que a Terra girava ao seu redor, ele partiu de uma prática e de uma pergunta tão antiga quanto a humanidade: a de observar os céus e se questionar em torno dele. Um fato, portanto, do cotidiano.
Marx criou seu sistema explicativo da sociabilidade capitalista questionando um fato que para todos, ainda hoje, é natural e evidente em si mesmo: o fenômeno histórico de todas as relações entre as pessoas, no capitalismo, serem medidas por mercadorias.
Se todos partiram da realidade cotidiana mesma questionando fatos e ocorrências que a todos pareciam inquestionáveis, porque evidentes em si mesmas, resta lembrar que tanto Galileu como Marx desenvolveram um procedimento de apreensão dos seus objetos de estudo bastante peculiar, isto é, a forma de efetivação desse conhecimento foi bastante diferente daquela com que se constrói o conhecimento do senso comum. Quais as diferenças, então?
A ciência afasta-se do cotidiano
Os metodólogos nos dizem que é exatamente pela forma com que se constrói o conhecimento
científico que este se distingue do senso comum. O fato é que o conhecimento que dá base a nossas ações automáticas, do dia-a-dia, é construído sempre espontânea e historicamente através da sedimentação de costumes e hábitos. Isto nos leva a concluir que o conhecimento do senso comum é comodista, muito mais aceita que questiona os fatos. Bem diferente é o que ocorre com o conhecimento científico. Este parte do cotidiano, porém, questionando-o, problematizando-o. Não aceita os fenômenos assim como eles se apresentam e levanta uma dúvida, uma pergunta acerca deles. Tendo formulado a questão-chave em torno do objeto que quer conhecer, o pesquisador parte das primeiras impressões (hipóteses) que já tem sobre uma possível resposta. A partir daí, prossegue investigando o fato exatamente procedendo a sua decomposição para estudá-lo separadamente. Ao final desse processo o pesquisador tem uma compreensão muito maior acerca do objeto estudado, podendo, então elaborar sua base conceitual, ou seja, criar uma teoria do objeto. O conceito e a teoria são, pois, resultado final do processo investigativo e não o ponto de partida. As pré-noções ou hipóteses levantadas pelo pesquisador no início da investigação são, agora, comprovadas ou refutadas.
Podemos resumir afirmando que o processo de construção do conhecimento científico é que o diferencia do conhecimento do senso comum. Tal processo é eminentemente metódico, organizado, sistematizado. A construção do conhecimento científico força-nos, obrigatoriamente, a realizar um distanciamento do cotidiano. Tal distância significa, exatamente, que não nos conformando com as impressões primeiras acerca do objeto, partimos para um processo investigatório.
Tendo saído da esfera da pseudo-concreticidade e atingido a dimensão do concreto-pensado, ou seja, tendo partido do objeto tal como se apresenta imediatamente e tendo já adquirido a compreensão de si e de suas relações com os demais fenômenos circundantes, agora o conhecimento tem uma ação de volta ao próprio cotidiano; o conhecimento volta, portanto, ao fato tal como se passa na vida de todo dia.
É nesse momento, quando a concreticidade do objeto foi já captada e construída mentalmente, que surge a teoria científica. A teoria é, pois, o resultado final de uma investigação científica que pretende representar o fenômeno estudado naquilo que ele é realmente, na sua dimensão concreta.
O conhecimento científico volta ao cotidiano
Se podemos afirmar que a vida do dia-a-dia é o ponto de partida e de chegada da ciência, temos de admitir, porém, que quando do seu retorno o conhecimento científico traz uma iluminação muito mais densa do objeto, capacitando-nos a enxergá-lo de vários ângulos.
O percurso de retorno, pois, da teoria (concreto pensado) para a prática (cotidiano), faz com que enxerguemos os fatos que nos cercam com maior precisão e possamos, assim, agir mais eficientemente sobre eles. Nesse sentido, a teoria científica, uma vez retornando à vida prática, provoca inúmeras mudanças e pode impulsionar até verdadeiras revoluções – como a que provocara Galileu com sua teoria heliocêntrica. Por isso afirmamos que o conhecimento científico parte do cotidiano, distancia-se deste e a ele retorna. O cotidiano é o ponto de partida e de chegada. Porém quando o sujeito volta ao cotidiano, munido de um conhecimento teórico profundo sobre os fenômenos, sua prática se enriquece e as possibilidades de uma ação transformadora começam a perfilar-se na própria realidade histórica. A realidade torna-se iluminada pelo conhecimento.
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QUATRO FORMAS DE CONHECIMENTO
Conhecimento Popular
As principais características do conhecimento aqui denominado de popular (expressão que os autores utilizam para representar o conhecimento calcado no senso comum) são:
▪ 	valorativo: significa que se constrói e realiza de acordo com o estado de ânimo e as emoções do sujeito cognoscente. Diz-se que a compreensão obtida por via desse tipo de conhecimento é permeada, do começo ao fim, por valores subjetivos, ideológicos, crenças etc. É muito comum em tempos de eleições as pessoas comuns julgarem os candidatos e tomarem posicionamentos em virtude da sua religião, da sua simpatia ou até de seu aspecto físico.
▪ 	direto e imediato: forma-se a partir de uma reflexão do sujeito cognoscente. Entretanto o grau de reflexão aqui envolvido não ultrapassa a esfera do que é bastante familiar, daquilo com o que o sujeito já é acostumado. Os dados da experiência imediata é que dão base a esta reflexão, não permitindo que se possa formular uma regra geral do objeto. Assim, as coisas, os fatos, os fenômenos são intuídos pelo que apresentam imediatamente, não se buscando uma verificação que atinja o fundo do problema.
▪ 	assistemático: baseando-se na experiência imediata, fragmentada do sujeito não pode ser sistematizado; apresenta-se caótica e desordenadamente. Isso dificulta seu ensino e transmissão, só sendo possível através dos costumes e tradições.
▪ 	verificável: pode ser verificado na imediatidade do cotidiano.
▪ 	falível: em se conformando com a aparência imediata dos fatos, não permite a formulação de hipóteses gerais que sejam válidas para todas as situações.
Conhecimento Religioso (Teológico)
Diz Alfredo Galliano (1986): “De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostas para questões que o homem não pode responder com os conhecimentos vulgar, científico ou filosófico”. Assim, pois, os sujeitos lançam mão da busca de verdades reveladas por divindades (por Deus) que justifiquem sua existência. Suas características são:
▪ 	valorativo e inspiracional: parte de doutrinas onde se encontram proposições sagradas, revelações divinas interpretadas por sujeitos inspirados pela (s) divindade (s).
▪ 	sistemático: traz uma explicação sobre a origem do mundo e do ser humano, o significado de sua existência e seu destino.
▪ 	não verificável e infalível: por se tratar de revelações não pode ser verificado empiricamente, nem através de experimentos. Trata, muito antes de um dogma, de fé. Por isso é inquestionável e infalível.
Conhecimento Filosófico
O conhecimento filosófico ao se preocupar, perguntar pelo sentido da história humana e pelos princípios norteadores da ação prática dos indivíduos na sociedade, aproxima-se do conhecimento teológico, pois este também tem como objeto tais princípios de vida. Porém, seu ponto de partida difere radicalmente deste outro conhecimento. Não obstante, ele também difere do conhecimento popular e científico pelo objeto com que se debate, assim como pelo procedimento metodológico adotado. Suas características são:
▪ 	valorativo: precisamente porque as hipóteses formuladas no nível filosófico partem da experiência e não da experimentação e, por isso mesmo, trazem as marcas do sujeito cognoscente (suas visões de mundo, seus princípios entre outras coisas). Seu ponto de divergência com o conhecimento teológico reside no fato de partir sempre da pergunta, do questionamento (e não da fé), acerca dos fatos da realidade.
▪ 	sistemático: partindo da questão, da pergunta, tenta levantar hipóteses e enunciados coerentes e organizados acerca da realidade. Sua coerência e sistematização permitem que seja transmitido metodicamente.
▪ 	não verificável e infalível: ao contrário do que ocorre na ciência, seus postulados não podem ser verificados por experimentos tampouco podem ser invalidado pela experiência. Um dos procedimentos metodológicos fundamentais da Filosofia é que ela busca a explicação da totalidade dos fenômenos, ou seja, ela não fragmenta a realidade para poder estudá-la, mas, pelo contrário, tenta entender os fatos a partir da sua cadeia de relações concretas. Eis aqui um dos fatores que impossibilitam sua experimentação empírica. Infalível não quer dizer inquestionável.
Do ponto de vista racional todo e qualquer sistema filosófico pode ser questionado, isto é, o que existe são visões filosóficas que se debatem no campo do conhecimento humano. Mas, nenhum deles
pode ser considerado falido, superado por via experimental, por via da comprovação empírica.
Conhecimento Científico
Se a aparência dos fatos coincidisse com sua essência o conhecimento científico seria desnecessário. Donde pode-se afirmar que o conhecimento científico não se satisfaz com a aparência imediata dos fenômenos e parte em busca daquilo que eles não apresentam na sua face mais visível, parte em busca do que está oculto. Ele não é resultado do espontaneismo, pois, segundo Alfredo Galliano (1986, p. 19), “[...] resulta de investigação metódica, sistemática da realidade. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem”. Torna-se claro que o conhecimento científico apresenta características peculiares, que são:
▪ 	real (factual) e verificável: porque lida com toda e qualquer forma de existência, isto é, tem como preocupação ocorrências e fatos verificáveis na realidade empírica.
▪ 	metódico: não é imediato e espontâneo, mas é resultado de uma busca organizada através de um método. É fruto de uma construção histórica onde o sujeito cognoscente busca pesquisar primeiro o fenômeno para depois apresentá-lo teoricamente. Não nasce da inspiração, mas da pesquisa realizada com ferramentas apropriadas, cujo percurso também conta com regras básicas.
▪ 	sistemático: procura organizar logicamente os dados conseguidos na pesquisa objeto investigado, relaciona tais dados em tabelas, descreve-os, analisa-os e elabora teorias. Por conta disso, pode ser facilmente transmitido para outros pesquisadores e/ou estudantes, tornando-se facilmente generalizável para toda a sociedade.
▪ 	falível e aproximadamente exato: não é definitivo. Revela sempre aproximações da realidade.
Não consegue exaurir o objeto absolutamente. Não obstante, revela algum teor de verdade sobre os objetos estudados ao ponto de possibilitar a intervenção prática dos sujeitos, seu controle e transformação. Diz-se, por isso, que a ciência está sempre em construção não existindo postulados e/ou teorias eternas.
 
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MÉTODO
O que é Método?
 
 
Dependendo do autor, existem várias maneiras de se conceituar método, não havendo, porém, necessidade de adoção de apenas uma das definições. O importante é entender o verdadeiro significado de método, para que possa, no momento seguinte, saber o que representa para pesquisa o método científico. 
Ao acordar, as pessoas seguem regras elementares que estão relacionadas com o seu comportamento diário. Quando seguem estas mesmas regras durante todos os dias, estão seguindo um método. Neste caso, método corresponde a uma série de regras para tentar resolver uma situação.
Devido a distrações no emprego de métodos, mesmo que referentes às atividades simples e corriqueiras, não alcançamos, na primeira tentativa, o resultado desejado. Para tal fim, devemos voltar ao início da seqüência correta das ações, ou seja, observar o método. Na realidade, quando a distração foi cometida, o método deixou de ser aplicado, e quando isso acontece, o objetivo não será atingido, e daí você gastará tempo e energia inutilmente.
Mesmo sabendo que existem inúmeras definições de método, adotamos uma bem simples, mas esclarecedora: “caminho para se chegar a um determinado fim”.
Para se atingir um determinado fim procuramos o caminho mais viável. Isso é método.
Normalmente você está cercado de métodos por todos os lados, mesmo que em alguns momentos não tenha consciência disso. O método não é único, nem permanece exatamente o mesmo, porque reflete as condições históricas concretas (as necessidades, a organização social para satisfazê-las, o nível de desenvolvimento técnico, as idéias, conhecimentos já produzidos) do momento histórico em que o conhecimento foi elaborado.
Técnica quer dizer: “como percorrer o caminho indicado pelo método”. De acordo com Imidio Nérici (1981, p. 54), metodologia é o conjunto de procedimentos expressos pelos métodos e técnicas, que visam levar a alcançar os objetivos propostos.
Procedimento de elaboração do método científico
Segundo Alfredo Galliano (1986, p. 32), método científico é um instrumento utilizado pela ciência na sondagem da realidade, formado por um conjunto de procedimentos, mediante os quais os problemas científicos são formulados e as hipóteses científicas são examinadas. O método científico proporciona uma orientação geral que facilita ao cientista planejar sua investigação, formular suas hipóteses, realizar suas experiências e interpretar seus resultados. Dependendo das circunstâncias e do objeto de investigação, o método científico pode falhar em alguns casos. Entretanto, ele pode ser aperfeiçoado. 
Segundo Fernando Gewandsznajder (1989),
Uma das características básicas do método científico é a tentativa de resolver problemas por meio de suposições, isto é, de hipóteses, que possam ser testadas através de observações ou experiências. Uma hipótese contém previsões sobre o que deverá acontecer em determinadas condições. Se o cientista fizer uma experiência e obtiver os resultados previstos pela hipótese, esta será aceita, pelo menos provisoriamente. Se os resultados forem contrários aos previstos, ela será considerada falsa, e outra hipótese terá que ser buscada. (GEWANDSZNAJDER, 1989, p. 3).
O método científico implica em utilizar de forma adequada a reflexão e experimentação. Para tanto, o seu instrumental é evocado pautando a orientação a ser seguida. Não há ciência sem o emprego de métodos científicos.
Para ficar bem claro, vamos aproveitar o exemplo dado por Fernando Gewandszajder (1989, p. 4) que descreve os procedimentos usados por um médico para diagnosticar e tratar de uma doença em uma criança:
Cláudia, uma menina de oito anos é levada ao médico com dor de garganta, febre e dificuldade de engolir. O médico constata, imediatamente, que há uma doença, mas ainda não sabe sua causa: ele percebe que há um problema a ser resolvido. É a descoberta do problema. Se a informação da doença for clara, ele sairá a procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes a este tipo de doença, como dados já existentes de outros pacientes com os mesmos sintomas, estudo das teorias sobre o assunto, uso de um termômetro, para medir a temperatura, envio de material retirado da garganta de Cláudia para examinar em um laboratório. Se por acaso as informações da doença não forem claras, isto é, a menina não sabe se é a garganta que dói ou se é um dente com cárie, que a febre é inconstante, e dependendo do alimento tem dificuldade em engolir. Neste caso, o problema precisa ser mais preciso, isto é, melhor colocado. Para isso o médico deve conversar melhor com Cláudia, colocá-la em observação, até ter clareza de sua doença. 
Após vencer estas etapas, o médico, provavelmente, devido a seus estudos e sua prática poderá diagnosticar a doença da criança através de tentativa de solução da doença com auxílio dos meios identificados, e daí obterá uma solução exata ou aproximada, entretanto se a tentativa de solucionar o problema for inútil, passa a formular uma hipótese, que é imaginar que Cláudia esteja com uma infecção na garganta, surgindo então a invenção de uma nova idéia. Passa então a procurar outros sinais de infecção: observa a garganta da criança e mede sua temperatura. Se a criança realmente estiver com uma infecção, sua garganta estará inflamada, o termômetro deverá indicar febre e o exame do laboratório acusará a presença de germes causadores da doença. O médico estará então realizando observações e experiências para testar sua hipótese. Caso a hipótese de infecção se confirme, ela será aceita, pelo menos provisoriamente. Se os testes não indicarem infecção, outras hipóteses terão de ser testadas, ou talvez alguns testes tenham de ser refeitos e desse
modo, a hipótese poderá ser confirmada ou refutada pela experiência. 
Após diagnosticar a doença, o médico deverá investigar as conseqüências que a doença provocará caso não seja combatida e daí ele receitará os medicamentos adequados para combater a doença. Normalmente o médico solicita o uso dos remédios por um determinado período (talvez duas semanas), e pede para Cláudia retornar a seu consultório, e quando isso acontecer e ela estiver totalmente curada, teremos a prova da solução do problema, e a pesquisa é dada como concluída, até novo aviso. Entretanto, se a criança não estiver curada, então o médico fará a correção da hipótese, novos procedimentos serão realizados, novos dados deverão ser empregados na obtenção de uma solução correta do problema, tendo início um novo ciclo de investigação. 
Um médico quando atua desta maneira atua como um cientista e, portanto, estará aplicando o método científico para resolver seu problema. É importante compreender que, mesmo que os testes aparentemente confirmem a presença de uma infecção, outras observações ou experiências, como por exemplo, a evolução do doente, pode lançar dúvidas sobre o diagnóstico ou sobre os resultados de alguns testes. É necessário, na investigação científica, que todos estes procedimentos sejam revistos, iniciando-se então um novo ciclo de investigações. Esta é, na realidade, uma das principais características do conhecimento científico, ele é autocorretivo, capaz de colocar sempre em dúvidas antigas “verdades” quando encontra provas mais adequada, corrigindo-se, progredindo, aperfeiçoando-se.
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METODOLOGIA
A especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, as questões: “Como?”, “Com quê?”, “Onde?” e “Quanto?”. Corresponde aos seguintes componentes:
Método de Abordagem
Este método se caracteriza pelo modo mais amplo de como a pesquisa é abordada e segue uma característica rigorosamente filosófica, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade. É, portanto, denominado método de abordagem, que engloba:
▪ 	método indutivo – cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias;
▪ 	método dedutivo – que, partindo das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos particulares;
▪ 	método hipotético-dedutivo – que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese;
▪ 	método dialético – que penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
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Métodos de Procedimento
Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Alguns métodos de procedimento:
Método Histórico - As atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é vital pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.
Método Comparativo - Considera o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos grupos, sociedades ou povos. Este método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências.
Método Monográfico - Parte do princípio que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros, ou até de todos os casos semelhantes. Consiste no estudo de um item em especial visando obter generalizações.
Método Estatístico - Significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e a manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.
Método Tipológico - Procura comparar fenômenos sociais complexos, onde se cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno.
Método Funcionalista - É mais um método de interpretação do que de investigação. O método estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades.
Método Estruturalista - Parte da investigação de um fenômeno concreto e eleva-se a seguir, ao abstrato, por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo, retornando por fim ao modelo concreto.
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Técnicas
São consideradas um conjunto de condutas ou processos de que se serve uma ciência; são, também, a habilidade para usar essas condutas ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, portanto, à parte prática de coleta de dados. Apresentam duas grandes dimensões: documentação indireta, abrangendo a pesquisa documental e a pesquisa teórica (bibliográfica) e documentação direta. Esta última subdivide-se em:
► Observação direta intensiva, com as técnicas da:
▪ 	observação – utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar atos ou fenômenos que se deseja estudar. Pode ser Sistemática, Assistemática, Participante, Não Participante, Individual, em Equipe; na Vida Real, em Laboratório;
▪ 	entrevista – é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária.
	Tipos: Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não Estruturada, Painel.
► Observação direta extensiva, apresentando as técnicas:
▪ 	questionário – constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador;
▪ 	formulário – roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado;
▪ 	medidas de opinião e de atitudes – instrumento de padronização, por meio do qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las;
▪ 	testes – instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a freqüência, a capacidade ou a conduta de indivíduos, de forma quantitativa;
▪ 	sociometria – técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo;
▪ 	análise de conteúdo – permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação;
▪ 	história de vida – tenta obter dados relativos à “experiência íntima” de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em estudo;
▪ 	pesquisa de mercado – é a obtenção de informações sobre o mercado, de maneira organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o processo decisivo nas empresas minimizando a margem de erros.
Independentemente da (s) técnica(s) escolhida(s), deve-se descrever tanto a característica quanto a forma de sua aplicação, indicando, inclusive, como se pensa codificar e tabular os dados obtidos.
Delimitação do universo
Conceituando, universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que Xn = X1; X2; X3; ...; Xn. A delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisadas, enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem etc.
Tipo de amostragem
Só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrange a totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. O problema da amostragem é, portanto, escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que
ela seja a mais representativa possível do todo, e, a partir dos resultados obtidos, relativos a essa parte. Pode inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da população total, se esta fosse verificada. 
O conceito de amostra é que a mesma constitui uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Sendo ‘n’ o número de elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula ‘x’, tal que x = x2; x3; ...; xn onde xn < Xn e n < N. Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilista e a probabilista. A primeira, não fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de inferir para o todo os resultados obtidos para a amostra. É por este motivo que a amostragem não-probabilista é pouco utilizada. Apresenta os tipos: intencional, por júris, por tipicidade e por quotas. A segunda baseia-se na escolha aleatória dos pesquisados, significando o aleatório que a seleção se faz de forma que cada membro da população tinha a mesma probabilidade de ser escolhido. Esta maneira permite a utilização de tratamento estatístico, que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da amostra. Divide-se em: aleatória simples, sistemática, aleatória de múltiplo estágio, por área, por conglomerados ou grupos, de vários degraus ou estágios múltiplos, de fases múltiplas (multifásica ou em várias etapas), estratificada e amostra-tipo (amostra principal, amostra a priori ou amostra-padrão). 
Finalmente, se a pesquisa necessitar, podem-se selecionar grupos rigorosamente iguais pela técnica de comparação de par, comparação de freqüência e randomização. Além de caracterizar o tipo de amostragem utilizado, devem-se descrever as etapas concretas de seleção da amostra.
Tratamento estatístico
Os dados colhidos pela pesquisa apresentar-se-ão “em bruto”, necessitando da utilização da estatística para seu arranjo, análise e compreensão. Outra parte importante é a tentativa de determinação da fidedignidade dos dados, por intermédio do grau de certeza que se pode ter acerca dos mesmos. A estatística não é um fim em si mesma, mas instrumento poderoso para a análise e interpretação de um grande número de dados, cuja visão global, pela complexidade, torna-se difícil. Nesta etapa do projeto de pesquisa deve-se explicitar:
► se se pretende realizar um experimento, e de que tipo. O pesquisador pode optar pelo método da concordância positiva ou negativa; pelo método da diferença, ou uma de suas numerosas variantes como: projeto antes-depois, projeto antes-depois com grupo de controle, projeto ex post facto; pelo método conjunto de concordância e diferença;
► se se exercerá controle sobre determinadas variáveis e quais. Variável de controle é aquele fator, fenômeno ou propriedade que o investigador neutraliza ou anula propositadamente em uma pesquisa, com a finalidade de impedir que interfira na análise da relação entre as variáveis independente e dependente;
► qual o nível de significância que se exigirá. Geralmente, para estudos exploratórios, admite-se um nível de significância de 90%, calculando-se o erro das estimativas segundo as freqüências amostrais. Qualquer manual de estatística pode fornecer elementos para este item;
► que medidas estatísticas utilizará. As principais medidas da estatística descritiva são:
▪ 	comparação de freqüências: razão, proporção, porcentagem, taxas etc.;
▪ 	apresentação dos dados: série estatística, tabelas ou quadros, gráficos etc.
Embasamento Teórico
Respondendo ainda à questão “Como?” aparecem aqui os elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos empregados. 
Teoria de Base
A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados.
Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. Pode-se tomar como exemplo um estudo que correlaciona atitudes individuais e grupais de autoridade e subordinação na organização da empresa, tendo como finalidade discernir comportamentos rotulados como de “chefia” e “liderança”, relacionando-os com a maior ou menor eficiência no cumprimento dos objetivos da organização. Uma das possíveis teorias que se aplicam às atitudes dos componentes da empresa é a do tipo ideal de autoridade legítima, descrita por Weber.
Para o autor a autoridade tradicional fundamenta-se na crença da “santidade” das tradições e na legitimidade do status dos que derivam sua autoridade da tradição; a autoridade em base racional, legal, burocrática, repousa na crença em normas ou regras impessoais e no direito de comandar dos indivíduos que adquirem autoridade de acordo com essas normas; a autoridade carismática tem suas raízes no devotamento à “santidade” específica e excepcional, ao heroísmo, ou no caráter exemplar (sendo o “exemplar” determinado pelas circunstâncias e necessidades específicas do grupo) de um indivíduo e nos modelos normativos por ele revelados ou determinados. O modelo teórico da autoridade legítima não exclui sistemas concretos de autoridade que incorporam dois ou mais elementos dos três tipos.
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Revisão das Referências (bibliografia)
Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não-duplicação de esforços, a não “descoberta” de idéias já expressas, a não-inclusão de “lugares-comuns” no trabalho.
A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes. Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a enumeração das discrepâncias são de grande importância.
Pesquisa-piloto ou Pré-teste
Corresponde ao ajustamento do instrumento de coleta de dados. Ela é realizada logo após a elaboração do projeto de pesquisa. Há necessidade de se testar com antecedência, se este instrumento de pesquisa está correto para ser aplicado. Por exemplo, se o instrumento for um questionário, antes de distribuir aos indivíduos selecionados para respondê-los (amostra), o pesquisador deve submeter o instrumento a um pré-teste com alguns entrevistados pré-selecionados (não faz parte da amostra final, mas o processo de seleção é idêntico ao previsto para a execução da pesquisa) para, respondê-los. Os entrevistados farão uma análise crítica das perguntas, de tal forma que o pesquisador ainda disponha de tempo para corrigir as falhas apontadas neste procedimento, tais como: perguntas mal formuladas, que dificultam o entendimento; existência de perguntas supérfluas; questões polêmicas ou “delicadas”, conduzindo alguns a evitarem responder; perguntas ambíguas; embaraços com questões pessoais; ordem das perguntas; avaliação quanto à quantidade das perguntas.
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CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de métodos científicos. (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 44).
É uma atividade humana, cujo propósito é descobrir respostas para as indagações ou questões significativas que são propostas. Para iniciar uma pesquisa, faz-se necessário um problema, para

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