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FASB – FACULDADE DO SUL DA BAHIA
TIPOLOGIA TEXTUAL
Teixeira de Freitas – BA \ 2015
Keila Gonçalves Almeida
TIPOLOGIA TEXTUAL
Atividade complementar referente à disciplina de Comunicação e Expressão do 2º período do Curso de Engenharia de produção – da FASB, Orientado pelo Prof. Dr. Valci Vieira Santos.
Teixeira de Freitas – BA \ 2015
DESCRIÇÃO
Descrever é representar por meio de palavras pessoas ou objetos e suas características. A descrição, diferentemente da narração, busca apreender um momento estático da realidade e relatá-lo após cuidadosa observação. A ordem do que é descrito, portanto, pode ser alterada sem juízo do texto, já que este se caracteriza a estaticidade.
Enquanto no texto narrativo há predominância de verbos de ação, no descritivo são empregados os tipos de verbos mais adequados são VERBOS DE LIGAÇÃO ( Ser, estar, permanecer, ficar, continuar, ter, parecer, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados – representados pelos substantivos.
A descrição literária não deve minuciosa, detalhada, mas trabalhar os traços, particularizantes do objeto descritivo. A descrição pode ser objetiva (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descrever e que se referem ás características não físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva).
Descrever é caracterizar alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É “fotografar” com palavras.
Exemplo: O pássaro é azul.
1 – Caracterizado: pássaro
2 – Caracterizador ou Característica: azul 
3 – O verbo que liga 1 com 2: é (ser)
Exemplo de um texto descritivo:
‘’(...) vi Lúcia sentada na frente do seu camarote, vestida com certa galantaria, mas sem a profusão de adornos e a exuberância de luxo que ostentam de ordinário as cortesãs, ou porque acreditam que a sua beleza, com as caixinhas de amêndoas, cota-se pelo invólucro dourado, ou porque no seu orgulho de anjos decaídos desejem esmagar a casta simplicidade da mulher honesta, quantas vezes defraudada nessa prodigalidade.
Não me posso agora recordar das minúcias do traje de Lúcia naquela noite. O que ainda vejo neste momento, se fecha os olhos, são as nuvens brancas e nítidas, que se frocavam graciosamente, aflando com lento movimento de seu leque; o mesmo leque de penas que eu apanhara, e que de longe parecia uma grande borboleta rubra pairando no cálice das magnólias. O rosto suave e harmonioso, o colo e as espáduas nuas, nadavam como cisnes naquele mar de leite, que ondeava sobre formas divinas.
A expressão angélica de sua fisionomia naquele instante, a atitude modesta e quase tímida, e a singeleza das vestes níveas e transparentes, davam–lhe Entretanto o meu olhar ávido e acerado rasgava os véus ligeiros e desnudava as formas deliciosas que ainda sentia latejar sob meus lábios. As sensações amortecidas se encarnavam de novo e pulsavam com uma veemência extraordinária.”
(ALENCAR, Jose de. Lucíola.)
NARRAÇÃO
Estrutura da Narração
Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é contado possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado: Onde? Quando? Fato, com quem? Como? Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. O texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
Introdução: nos primeiros parágrafos do texto narrativo deve-se apresentar, de modo claro ou apenas sugerir, o que acontecerá posteriormente, aguçando o interesse do leitor, em relação à história, a fim de que ele prossiga a leitura. 
Desenvolvimento: a trama vai se delineando, criando mais expectativas e conduzindo o leitor para o desfecho.
Conclusão: há vários modos de concluir uma narrativa. Uma forma interessante é deixar o final em aberto, não esclarecendo os fatos, a fim de que o leitor tire suas conclusões. Este constitui o chamado desfecho suspenso. Também interessantes são o desfecho inesperado, dificilmente antecipado pelo leitor, e o desfecho circular, em que se trabalha em vários planos narrativos, como fantasia e realidade, e não há final, já que o leitor é levado de volta ao inicio da história.
Outro tipo de desfecho é o feliz, previsível e não muito criativo. Há também o trágico, que castiga os maus e premia os bons.
Exemplo de um texto narrativo:
As Margens da Alegria
“ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente. Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. O avião era da companhia, especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, ate o piloto conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folhar a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem lhe o cinto de segurança virava forte afago de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não-sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco – o Menino. 
E as coisas vinham docemente de repente, seguindo harmonia prévia, benfazeja, em movimentos concordantes: as satisfações antes da consciência das necessidades. Davam-lhe balas, chicles à escolha. Solícito e bem-humorado, o Tio ensinava- lhe como era reclinável o assento- bastando a gente premer a manivela. Seu lugar era o da janelinha, para o móvel mundo. Entregavam- lhe revistas, de folhear, quantas quisesse, até um mapa, nele mostravam os pontos em que ora e oras se estava, por ciam de onde. O Menino deixava-as fartamente sobre os joelhos e espiava: as nuvens de amontoada amabilidade, o azul de só ar, aquela claridade à larga, o chão plano em visão cartográfica, repartindo de roças e campos, o verde que se ia a amarelos e vermelhos e a pardo e a verde; e, além, baixa, a montanha. Se homens, meninos, cavalos e bois – assim inseto? Voavam supremamente. O Menino agora vivia; sua alegria despedindo todos os raios. Sentava-se, inteiro, dentro do macio rumor do avião: o bom brinquedo trabalhoso. Ainda nem notara que, de fato, teria vontade de comer, quando a Tia já lhe oferecia sanduíches. E prometia-lhe o Tio as muitas coisas que ia brincar e ver, e fazer e passar, tanto que chegassem. O menino tinha tudo de uma vez, e nada, ante a mente. A luz e a longa-longa-longa nuvem. Chegavam.”
(...) 
(GUIMARÃES ROSA, João.)
DISSERTAÇÃO
Dissertar é refletir sobre coisas, expor opiniões de maneira que convençamos nosso interlocutor a respeito do que pensamos. Consiste no modo de produção mais exigido nos vestibulares, justamente por ser esta modalidade que melhor permite avaliar não só o desempenho do aluno quando à correção gramatica e ortografia, mas também, além da coerência e consistência das mesmas. Podemos dizer que dissertar e o mesmo que argumentar. A argumentação consiste na tentativa de se convencer alguém de algo, por meio da exposição de razões, provas e, sobretudo, de um raciocínio coerente. 
Estrutura da Dissertação
Introdução: apresenta a ideia central a ser discutida, de modo claro e objetivo. Tal ideia, também denominada tese, norteará a argumentação,
a qual deve iniciar-se apenas a partir do segundo parágrafo.
A introdução do texto dissertativo pode ser apenas informativa, relatando informação sobre o tema abordado, não deixando claro que discussão será realizada. No entanto, a introdução mais apropriada para o vestibular é a que, no parágrafo inicial, já define a tese a ser defendida.
Desenvolvimento: os parágrafos seguintes compõe o desenvolvimento e seu objetivo é comprovar a tese por meio de argumentos. Estes podem ser construídos de fatos da realidade, dados estatísticos e citações. Faz-se necessário analisar causas, consequências, ligar fatos.
Conclusão: no ultimo parágrafo deve-se retornar a tese contida no parágrafo inicial sem repeti-la, de modo que finalize o texto. A conclusão não permite o relato de novos argumentos. Pode gerar questionamentos, responsabilizar pessoas ou mesmo apresentar sugestões para a solução dos problemas discutidos.
Exemplo de um texto Dissertativo:
Desafios Éticos e Ecológicos do Mercado Mundial
“A partir de 1989, triunfa economia e politicamente o sistema do capital e o que ele pressupõe: a iniciativa privada, o individualismo, a concorrência, o mercado capitalista e o lucro tendencialmente maximizado.
O que vige agora é a oposição Norte- Sul; ou países industrializados e opulentos versus países pobres e tecnicamente atrasados.
	Encontramo-nos agora num imenso processo de mundialização da economia, da comunicação, das tendências da cultura dominante. Na verdade, o que se mundializa não são costumes dos milionários sheiks árabes ou os hábitos culinários dos USA, da Comunidade Econômica Europeia e do Japão, com a subjetividade coletiva que lhe vem subjacente.
	Em razão dessa profunda mudança de rumo da humanidade, agora mais e mais se está abandonando a linguagem do desenvolvimento e, em seu lugar, entra a palavra mercado, integração das economias nacionais do mercado mundial, modernização e projeto neoliberal. A palavra mágica que se encontra nas bocas dos líderes políticos do mundo inteiro é a modernização. O que está ai subentendido?
	O subentendido é a nova utopia social que se está difundindo em todo o mundo: o neoliberalismo. Com a queda do socialismo real e o esvaziamento teórico das razões que buscavam conferir-lhe legitimidade, triunfou o modo de pensar e de produzir capitalista. O capitalismo antigo e novo, cêntrico, e periférico veste-se com roupagem do neoliberalismo. Que significa ele para as grandes maiorias marginalizadas, entre as quais nos incluímos na América Latina?”
(BOFF, Leonardo, Ética da vida.)
	Dissertar é ato de discorrer sobre determinado assunto, buscando sempre argumentações que levam a alguma conclusão.
Referências Bibliográficas
SENAI- DR BA. Redação técnica. Salvador, 2013. 69 p. il. (Ver.03). Fonte: www.mundovestibular.com.br
Suplemento didático & profissional. - São Paulo: DCL (Difusão Cultural do Livro), 2006.
Vários autores.

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