Aula 4 - No nível da sequência: montagem

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Análise Fílmica 
Carlos Reyna 
carlos.reyna@ufjf.edu.br 
creynna@gmail.com 
No nível de sequência 
–Conjunto de planos que apresenta uma 
unidade espacial, temporal, espaço 
temporal narrativo (unidade de ação). 
– Do ponto de vista técnico (planos que 
seguem, filmados com algumas regras 
comuns) 
• Números de planos  não é um critério. 
• planos sequência  raros 
• Diferentes pontos de vista de um objeto 
• Ir e vir entre perseguidor e perseguido 
Os pontos de montagem 
• Interrupção do fluxo visual  corte 
• Tesouras  para cortar o filme. 
• Time code  digital 
• Raramente afeta, ao mesmo tempo, imagem e 
som 
• Montagem clássica: L-cutting => montagem 
em L 
• Dois pontos de entrada de imagem e som, o 
som da sequência B chega em fusão 1” ou 2” 
antes ou depois da imagem B 
Os pontos de montagem 
• Grupos (3) de 
cortes de fluxo 
de imagens: 
• Pontos de 
imagem 
progressivos: 
fusão encadeada 
deve ser 
considerada em 
1 lugar. 
Os pontos de montagem 
• Fusão encadeada 
clássica. O diário de Anne 
Frank, George Stevens, 
1959. 
• Introduz o sonho ou 
visões de um 
personagem adormecido 
ou pensativo. 
• Apresenta imagens de 
sonho na mesma cena 
em raccord de eixo. 
• Insistindo na dificuldade 
de Anne sair (no sentido 
explicito e figurado) de 
seu esconderijo. 
Os pontos de montagem 
• Sobreimpressões: Plano B se superpõe 
brevemente ao plano A e desaparece sem 
jamais ter sido encoberto completamente. 
Drácula (Bram Stoker’s Dracula), 
Francis Ford Coppola, 1992. 
Rosto de Jonathan (Keanu Reeves) 
aparece alguns segundos sobre 2 
visões diferentes do trem onde ele 
está, sem jamais excluí-las 
Vertigo (1958), Alfred 
Hithcook 
Os pontos de montagem 
• Substituições: filmar o plano B depois de um 
plano A sem mudar as regras do plano A 
(sobretudo sua localização). (Méliès) 
Os pontos de montagem 
• Incrustações e colagens => não é montagem. 
• Retroprojeção  ator representava na frente 
de uma tela. 
• Na era digital, pode-se incrustar qq ator em qq 
cenário  sem percepção da trucagem  
compositing. 
 
 
 
Os pontos de montagem 
Killers from Space, W. 
Lee Wilder, 1954. 
Na impossibilidade de 
fazer de outra maneira, 
a falta de meios técnicos 
obrigava. 
Os pontos de montagem 
Transparência (retroprojeção), nostalgia ou opressão. Kill Bill 
vol. 2 e os mundos que se chocam. 
 
Os pontos de montagem 
compositing. 
O poder da montagem 
• Montagem antes de mais tudo é um elipse. 
• Qdo essa elipse implica mudança de espaço. 
– Por exemplo: exterior => interior, corte fácil. 
• Qdo é no mesmo espaço, ação, 
procedimentos para não provocar um salto 
(impressão q’ falta filme ou que o filme foi 
acidentalmente interrompido). 
• Solução: 
– Plano de corte: detalheconjunto 
– Elemento natural  objeto que passa no campo, 
mov. rápido, fora de foco pela rapidez. 
 
 
O raccord 
• “Tipo de montagem na qual as mudanças de 
planos são tanto qto possíveis, apagadas 
como tais, de maneira que o espectador possa 
concentrar toda sua atenção na continuidade 
de narrativa visual”. (Aumont e Marie; 
251:2001) 
• Resumindo: 
• Montagem q’ garante a coerência entre dois 
planos ou duas cenas subsequentes em um 
audiovisual. 
 
 
O raccord 
• Raccord de movimento 
– Rapidez entre A e B. 
– QQ coisa ou pessoa continua a executar em B um 
trajeto iniciado em A. 
 
O raccord 
• Raccord de direção 
– Induz a uma raccord da entrada pelos lados opostos 
– Não existe uma exitidão topográfica, sine qua non 
Raccord de movimento associado a raccord de direção. A.I., Steven 
Spielberg, 2001. Monica (Frances O’Connor) vai procurar seu filho robô na 
fábrica. Ela caminha de Esquerda para direita acompanhada de travelling. 
E torna ser captada, sempre da esquerda para a direita, em plano 
alongado. 
 
 
 
O raccord 
• Os diretores do cinema silencioso  
espectador prefere estar dentro (participar da 
história) do que diante (testemunha da 
história) apareceu o raccord do olhar. 
• Ele consiste, do ponto de vista do espectador, 
em pensar que, o plano B mostra o que vê um 
personagem apresentado no plano A. 
• Frequentemente, A e B encontram-se 
invertidos. 
 
 
O raccord 
O raccord do olhar. Na série Fantomas, os raccords de olhar já são 
construídos como hoje. Ao lado, o inspetor Juve consulta uma caderneta 
em casa de lady Metham em Juve contra Fantomas, Louis Feiullade, 1913. 
O raccord 
B mostra o que A vê. Abertura de Maníacos (Two Thousand Maniacs, Herschell 
Gordon Lewis, 1964. A subjetividade do plano B é objetivada pelo recorte dos 
“binóculos”, procedimento atualmente ultrapassado 
O raccord 
• Outra narrativa de peso, na montagem, 
ligação causal entre A e B. 
• O acontecimento em B aparece como 
consequencia do que foi visto em A. 
• A e B impossíveis de ser invertidos. 
• O plano que mostra a consequencia  
reaction shot. 
• Grandes filmes de ação (USA)  shot/action 
shot, duplicados por uma raccord de ollhar. 
 
 
 
Reaction Shot 
• O espectador espera uma certa continuidade 
na passagem do plano A  B. 
• Diz-se que B deve estar em raccord com A. 
• Qualidade tecnica e a paleta de cores devem 
permanecer iguais  uniformidade (default) 
• Planos de continuidade espaco temporal, o 
cenario, o figurino, os penteados e ainda a 
colocacao de objetos não devem variam de 
um plano para outro. 
• Mesmo q’ na realidade dois planos possam ter 
sido filmados com semanas de intervalo. 
 
 
 
Erros de continuidade/goofs/falsos raccords 
Erros de continuidade/goofs 
• Denunciam a diferença entre tempo da filmagem e 
tempo da narrativa. 
• Retoques digitais reduzem esse risco 
Erros de continuidade/goofs 
• Denunciam a diferença entre tempo da filmagem e 
tempo da narrativa. 
• Retoques digitais reduzem esse risco 
Erros de continuidade/goofs 
Erros de continuidade/goofs 
Erros de continuidade/goofs 
Faux Raccord