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Contrato de Constituição de renda

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1. Histórico 
O contrato de constituição de renda possui raízes advindas do Direito 
Romano, entretanto este só vem a se desenvolver em épocas mais recentes 
em locais de influência da Igreja. 
No Código Civil de 1916 este contrato adquiria a natureza jurídica de 
direito real, dessa forma gerando efeitos erga omnis, sendo denominada essa 
espécie de contrato de rendas constituídas sobre imóvel, devido a grande 
evolução jurídica sobre institutos de menor complexidade e mesmo efetivo este 
acabou por alterar sua natureza jurídica com advento do Código Civil de 2002, 
sendo enquadrado no rol dos contratos. 
2. Definição 
O contrato de constituição de renda é aquele no qual um rendeiro ou 
censuário, pelo qual mediante a cessão de um capital pelo qual sua 
propriedade é transferida, ocasião esta que gera o encargo de prestações de 
renda sob determinado período ou vitaliciamente. 
Primeiramente esse contrato possuía uma característica que passava a 
seus herdeiros, entretanto não ocorre mais dessa mesma forma, este é gratuito 
(vide art. 803, CC), mas o art. 804, CC traz a possibilidade de esse ser 
oneroso, pois pode constituir uma obrigação de pagamento. Quando ocorre o 
pagamento de renda vitalícia a terceiro esse passa a se denominar 
beneficiário, assim como temos a figura do instituidor sendo aquele que cede 
o capital e o rendeiro ou censuário aquele que assume a obrigação de 
pagamentos de prestações. 
3. Natureza Jurídica 
O contrato de constituição de renda é bilateral, haja vista que gera 
obrigações recíprocas entre as partes. Oneroso, em regra, uma vez que há 
transferência de capital em troca de uma renda. Real, porque este vai se 
aperfeiçoar com a tradição da coisa (vide art. 809,CC). Comutativo, em via de 
regra, haja visto que o censuário se obriga a quantidade de prestações, 
podendo este ser aleatório, se depender da duração da vida de alguma das 
partes, além de ser temporário,dependendo dede tempo certo ou incerto, 
sendo definido como máximo a vitaliciedade do instituidor ou do beneficiário, e 
por fim, Solene em vista do art. 807, CC que determina que a constituição de 
renda se da por via de escritura pública. 
4. Características 
O contrato de constituição de renda pode ser constituído por ato inter 
vivos ou causa mortis, esse ultimo dado por via testamental, mesmo assim não 
perde sua característica de contrato, o individuo pode instituir como sua ultima 
vontade em testamento legar determinado capital,instituindo um beneficiário. 
Pode ocorrer também por via de decisão judicial. 
O contrato de constituição de renda é por regra vitalício, podendo ser 
determinado em por certo período tempo, sendo dessa forma seu tempo pode 
ser determinado de duas formas: por vida ou por prazo determinado. 
A constituição de renda é nulo se por falta de objeto, ou seja, se este for 
sobre pessoa falecida, se o credor vier a falecer após 30 (trinta) dias após a 
celebração do contrato por moléstia que já sofria, conforme o art. 808, Código 
Civil de 2002. A moléstia superveniente, a senilidade e a gravidez não anulam 
o contrato, mesmo apresentado nos 30 dias abordados pelo artigo já citado, na 
hipótese de vários credores, se a renda for constituída em razão de mais de 
um, o contrato continuara valendo em relação aos demais. 
Segundo o art. 805, CC, se o contrato for estipulado com vinculo 
oneroso, pode o instituidor pedir alguma garantia real (vinculando determinado 
bem do rendeiro) ou por garantia fidejussória de natureza pessoal. 
5. Regras aplicáveis 
A principal obrigação no contrato de constituição de renda é o 
pagamento das prestações, se este deixar de pagá-las, poderá o credor 
aciona-lo para receber as parcelas atrasadas bem como dê garantia das 
futuras, sob pena de rescisão do contrato (vide art. 810, CC). 
A cláusula penal adapta-se aos contratos em geral podendo ser inserida 
junto a este. 
Ainda,pode ajustar o pagamento adiantado das prestações,cumpridas no 
começo de cada período, não sendo feito a estipulação adquire o direito a 
prestações cotidianas (vide art. 811, CC), se for constituída via testamental 
será dada inicio com a morte do testador, e se for de alimentos será pago no 
começo de cada periodo. 
Quando estipulada a renda a mais de um credor,senão estipulado o 
valor de cada parte presume-se iguais a cada parte, em caso de morte de 
algum os sobrevivos não adquiriram o direito a parte do de cujus, com exceção 
de estipulado o direito de acrescer em cláusula expressa, e no caso de 
cônjuges aplica-se analogicamente a regra do parágrafo único do art. 551 do 
Código Civil, subsistindo na totalidade a doação para o cônjuge ainda vivo. 
A renda constituída por titulo isenta o instituidor de todas as execuções 
sejam elas pendentes e futuras, e por ato do instituidor pode gravar um 
cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade, visando a sobrevivência do 
beneficiário, esta cláusula nãoé permitida na modalidade onerosa. 
6. Extinção da constituição de renda 
O contrato de constituição de renda pode ser extinta por vencimento do prazo 
estipulado em contrato, pelo implemento de condição resolutiva expressa ou 
tácita, pela morte do rendeiro, credor ou terceiro beneficiário, por qualquer caso 
de anulação, redução ou revogação, pela caducidade em razão do art. 808, CC 
ou pelo resgate.

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