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CAPÍTULO I – DESENVOLVIMENTO HUMANO Do nascimento à idade adulta o ser humano passa por um processo de evolução que denominamos desenvolvimento. Este processo pode ser dissociado em dois componentes: o crescimento, que corresponde às mudanças corpóreas (peso, estatura, perímetro cefálico, etc.), ou seja, caracteriza-se por ser essencialmente físico; e o desenvolvimento funcional, isto é, a aquisição e o aperfeiçoamento de capacidades e funções, que permitem à criança realizar atividades variadas, coisas novas, progressivamente diferentes, talvez mais complexas e com uma habilidade cada vez maior. Sabemos que o crescimento e o desenvolvimento possuem características muito próprias variando de pessoa para pessoa, mas que normalmente seguem um ritmos e seqüências semelhantes a todos da espécie humana. No caso específico das NEE estes ritmos e seqüências, geralmente - de acordo com as limitações de sua deficiência - transcorrem de maneira mais lenta, daí a necessidade de se ter um acompanhamento, não apenas para avaliar a normalidade desta evolução, mas, inclusive, para que a criança possa receber em cada etapa de seu desenvolvimento uma estimulação adequada, contribuindo para que este processo evolua da melhor maneira possível. Objetivo: Compreender o desenvolvimento físico e mental da pessoa com necessidades especiais é necessário conhecer o funcionamento “normal” para identificar e classificar as possíveis dificuldades ou distúrbios percebendo a interdependência destes e sua somatória na concepção biopsicosoacial enquanto ser humano. 1.1 FATOS QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO Hereditariedade - a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio em que se encontra. Crescimento Orgânico – refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilidade do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo, que antes não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança quando começa a engatinhar e depois a andar, em relação a quando está criança estava no berço com alguns anos de vida. Maturação Neurofisiologia – é o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturidade. Para segurar o lápis e maneja-lo como nós, é necessário um desenvolvimento neurológico que a criança de 2 e 3 anos não tem. Meio – o conjunto de influências e estímulos ambientais alteram os padrões de comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior que a média das crianças de sua idade, mas ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade uma escada, porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida. 1.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos: Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, à capacidade de manipulação de objetos e de exercícios do próprio corpo. Aspecto Intelectual: é a capacidade de pensamento, de raciocínio. Aspecto afetivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. É o sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto. Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Educar uma criança, ensiná-la, evitando perturbações em seu comportamento, exige do adulto, além de amor e dedicação, o conhecimento das características infantis em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades e possibilidades. Para ensinar uma atividade a uma criança, precisa-se saber como a criança é, se está madura para aquela atividade, como poderá ser motivada, quais os melhores meios de ensiná-la e de tornar duradoura a aprendizagem. a criança nasce em um mundo com passado, em um grupo social que irá transmitir-lhe seus costumes e sua linguagem, e todo conhecimento deverá ser adquirido fragmento por fragmento, misturado a outras experiências pessoais que se desenvolverão progressivamente(...)(CIASCA ,2003), A criança vai apresentando características diferentes em cada idade, ou seja, novas maneiras de ser, tanto fisicamente quanto em seus aspectos intelectuais, emocionais e sociais. Seu modo de pensar, seus julgamentos morais, seu relacionamento com os familiares e com os amigos sofrem evolução. A forma como o adulto irá dirigi-la, motivá-la, relacionar-se com ela precisa mudar, para ir adaptando-se às suas características. Os problemas que aparecem em seu comportamento não devem ser ignorados pelos adultos, mas precisam ser estudados e compreendidos, para serem resolvidos. 1.3 PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Os tratados tanto de biologia como de psicologia tem dividido a evolução do ser humano nas seguintes fases: 1º) Período pré-natal; 2º) Período recém-nascido; 3º) Primeira infância; 4º) Segunda infância; 5º) Meninice; 6º) Puberdade; 7º) Adolescência; 8º) Maturidade (vida adulta); 9º) Senilidade ou Velhice. 1º) PRÉ-NATAL Inicia-se na concepção e termina com o nascimento. Dura aproximadamente 9 meses. 2º) PERÍODO DO RECÉM NASCIDO: Inicia-se no instante do nascimento e termina com a queda do coto umbilical. Duração, em média, de 7 dias. Médicos e Psicólogos dão grande importância ao papel que os fatos biológicos do ato do nascimento desempenharão futuramente, tanto no físico como na mente do ser humano. 3º) PRIMEIRA INFÂNCIA Inicia-se com a queda do coto umbilical e termina quando a criança aprende a falar e a andar e pode nutrir-se independente do organismo materno (desmame). No fim do período, dá-se o aparecimento da primeira dentição. Segundo PIAGET, ao descrever o desenvolvimento intelectual da criança, esta fase denomina-se sensório-motora (0 aos 2 anos), pois o bebê está recebendo, por seus órgãos sensoriais, as estimulações do ambiente, e vai agindo sobre ele. Assim vai nascendo sua inteligência e seu conhecimento da realidade. Para ERIKSON, o modo como o bebê é cuidado determina a confiança ou a desconfiança com que ele se relacionará com as outras pessoas durante a vida. Quanto à linguagem, o desenvolvimento é bastante visível. Nesta fase, a criança passa do grito ao balbucio (emissão de sílabas) e chega à linguagem de imitação (após os 9 meses). 4º) SEGUNDA INFÂNCIA Tem início com a aquisição da linguagem e da locomoção e com o aparecimento dos primeiros dentes, termina com o ingresso na escola de primeiro grau. Segundo PIAGET, a criança pré-escolar está na fase pré-operacional (2 – 7 anos). Ela é capaz de representação mental de objetos ausentes, o que lhe permite iniciar a utilização de símbolos. O desenvolvimento da linguagem (vocabulário) vai se tornando bastante rico, (ex: brincadeira - monólogos paralelos). Chamamos a linguagem desta fase de egocêntrica, conforme PIAGET. Quanto à moralidade, segundo observações de Freud, Piaget e Kohlberg, os valores morais da criança pré-escolar são os seus pais. Para a criança desta fase, um ato errado acarreta castigo, quando é punido pelos pais (nível pré-convencional). No desenvolvimentopsicossexual, FREUD nota progressos na idade pré-escolar. A criança passa da fase oral para a fase anal e depois para a fálica. Na segunda infância, ela aprenderá o controle da bexiga e dos instintos (fase anal), descobrirá a existência das diferenças anatômicas entre os sexos (fase fálica), viverá o conflito emocional causado por sua grande afeição pelo genitor do sexo oposto (complexo de Édipo), e, finalmente, irá se identificar com o progenitor de seu próprio sexo e assumir um papel sexual para toda a vida. ERIKSON – na segunda infância o desenvolvimento da criança se dá através de duas “idades”: 1°) onde a criança já é capaz de locomover-se e de aprender o controle dos esfíncteres, irá adquirir ou um sentimento de autonomia, de autodireção ou, ao contrário, de vergonha e dúvida. Isso dependerá do modo pelo qual os adultos orientarem a sua educação – com carinho e tolerância ou com muita severidade e grandes restrições. 2º) Em que a criança já está ciente de sua masculinidade ou de sua feminilidade em que expressa suas relações com relação aos progenitores, irá adquirir um sentimento de iniciativa ou culpa. Isso dependerá ou da compreensão e permissividade ou da censura e ridicularização com que os adultos reagem a seus interesse sexuais e suas expressões emocionais. 5º) MENINICE Começa com a entrada na escola de primeiro grau e termina com o início da puberdade. Nele se dá a aquisição das técnicas da leitura e da escrita. Na escola de primeiro grau, a criança já atingiu um certo controle emocional: sabe disfarçar o medo, conter a cólera, reprimir o choro e controlar suas expressões de alegria. Segundo PIAGET, a criança da escola de primeiro grau está na sua fase de operações concretas (7 –11, 12 anos), ou seja, seu raciocínio só é possível em relação a objetos que a criança possa ver e pegar. Ela já lida com conceitos como idade, espaço e tempo e sua linguagem já está socializada. Para FREUD a meninice corresponde à fase de latência no desenvolvimento psicossexual, em que as emoções e os impulsos sexuais aparecem aquietar-se por influência da educação, e a criança se dedica à aquisição de habilidade aceitas pelo seu grupo cultural, Segundo ERIKSON: o mais forte impulso, na meninice, é o desejo de sentir-se competente na aprendizagem e na realização de inúmeras habilidades. A criança busca dominar as atividades escolares, mostrar habilidade e competência. Na meninice, meninos e meninas vão se separando, e seus interesses diferenciam-se, possivelmente por influência das diferenças socialmente estabelecidas entre os sexos e das pressões sociais para que as crianças adotem comportamento considerado adequado a seu sexo pelo grupo em que vive. Moralmente, a criança começa a entender que uma ação pode ser julgada pelas intenções que a determinam (e não por suas conseqüências, como ocorria antes.) 6º) PUBERDADE Curto período que vem logo após a meninice e que procede o período de adolescência. Caracteriza-se pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários e inicia-se aproximadamente aos 12 anos nas meninas e aos 14 anos nos meninos. Sua duração é de cerca de 2 anos, e nele notamos preferências afetivas por uma pessoa do mesmo sexo e de idade aproximada. A menina, tem suas amigas prediletas, companheira inseparável a quem se dedica com grande afeição. Os meninos têm seu companheiro e confidente. Nesta idade, são comuns os diários, os “segredinhos”, as gavetas trancadas, etc. Segundo Piaget, após os 12 anos a criança, que intelectualmente só era capaz, até então, de operações concretas, está evoluindo para o estágio das operações formais (12 anos em diante) A partir dessa idade, ela vai ser capaz de pensar em termos abstratos, de formular hipóteses e de raciocinar a respeito delas. 7º) ADOLESCÊNCIA Considera-se um jovem como adolescente enquanto ele estiver procurando resolver os três problemas fundamentais da vida humana: - o problema profissional, - o problema sexual, - e o problema fisiológico. Durante este período de busca e indecisão, o indivíduo se caracteriza pela introversão, pois está continuamente voltado para os seus próprios sentimentos. O adolescente entrega-se sistematicamente ao devaneio e demonstram grande interesse por narrativas, com cujos heróis se identificam facilmente. Segundo PIAGET, o adolescente é capaz de pensar em termos abstratos, isso se reflete nas suas preocupações com problemas de valores, ideologias e na sua apreensão sobre o futuro. Segundo FREUD, após a puberdade a pessoa inicia a fase genital, que é a fase adulta do desenvolvimento psicossexual. Para ERIKSON, descreve a adolescência como a época em que o jovem deve responder à pergunta: “Quem sou eu?” Na nossa cultura, os jovens vivem uma espécie de “moratória”, período em que a sociedade não lhes cobra algumas obrigações até que ele possa definir-se profissionalmente, fisiologicamente e casar-se, enfim, ser considerado adulto. Em nossa cultura, a adolescência é considerada um período emocionalmente tumultuado e é a época em que os jovens buscam libertar-se dos pais, ao passo que eles desejam retardar tal libertação. Nesse período, caracterizado também pelo grande desejo de ser aprovado pelos companheiros de grupo, o adolescente necessita de doses extras de apoio e compreensão, pois está sujeito a perturbações emocionais, a mudanças de humor e a rápidas variações na atenção. 8º) MATURIDADE (adulto jovem) O estágio evolutivo aqui chamado de “adulto jovem” pode ser um dos períodos mais importantes da vida humana. Ele é não somente o período em que as mais importantes decisões da vida são feitas, mas representa também a fase mais criativa da vida humana, em termos de contribuição pessoal à sociedade. Nesta fase da vida o indivíduo experimenta consideráveis transformações quanto aos seus interesses e ao seu sistema de valores. Reflexos dessas mudanças se manifestam em seus conceitos sobre a religião, o sexo e as atividades sociais, especialmente as de cunho recreativo. O matrimônio é uma das formas pelas quais o indivíduo define sua relação com a sociedade. Dentre os muitos ajustamentos necessários à vida matrimonial salientamos os seguintes: o ajustamento ao próprio cônjuge, em termos de reconhecimento e aceitação das diferenças individuais e também em termos da via sexual de ambos os cônjuges, o ajustamento financeiro mediante a compreensão do caráter comunitário da família que nos leva a mudar o uso da gramática das posses ou dos bens materiais, o ajustamento as famílias de origem, mantendo boas relações de amizade com ambas, porém conservando a autonomia funcional da nova família nuclear. E, finalmente, o ajustamento à paternidade, através do reconhecimento da responsabilidade mútua. Segundo ERIKSON, a crise psicossocial do adulto jovem consiste essencialmente em alcançar o senso de intimidade com outros adultos da mesma idade, principalmente com outro indivíduo do sexo oposto. Quando esta intimidade é alcançada e o indivíduo mostra que é capaz de compartilhar significativamente o que ele é com o outro, ele pode se tornar um indivíduo criativo e socialmente bem ajustado. Se, porém, ele não consegue essa intimidade passará a experimentar o senso de isolação e provavelmente será um indivíduo socialmente inadequado e improdutivo. 9º) MEIA-IDADE A meia-idade é o período da vida que vai aproximadamente dos 40 aos 60 anos de idade. Normalmente nesta fase da vida, o indivíduo alcança uma visão realistadaquilo que ele é, daquilo que ele gostaria de ter sido, e do modo com ele penca que os outros adultos o percebem. A maturidade que caracteriza essa fase da vida pode levar o indivíduo a assumir uma atitude realista para com as mudanças que ocorrem dentro e fora de si mesmo, bem como para com seus ideais e objetivos na vida. Apesar de ser uma fase relativamente estável da vida, do ponto de vista das condições físicas do organismo, na meia-idade ocorrem varias mudanças que podem afetar a auto-imagem do indivíduo. As mais obvias são: acumulo de gorduras, queda e embranquecimento dos cabelos e rugas produzidas pelo engeliar da pele. Neste período há significativas mudanças nas habilidades sensoriais, principalmente, com respeito à visão e à audição. Provavelmente, as de ordem fisiológica de maior repercussão sobre o comportamento do indivíduo são as que se referem à vida sexual (menopausa para mulher, climatério para o homem). 10º) VELHICE ou SENILIDADE Se pensarmos na vida, como um contínuo processo de ajustamentos, em que a aprendizagem desempenha importante papel, verificaremos que mesmo na velhice o ser humano ainda tem que alcançar significantes formas de ajustamento pessoal e, realizar diferentes formas de aprendizagem. Após os 60 anos, ERIKSON diz que a pessoa vive a identidade da integridade do Ego versos desesperança. “O adulto que tiver resolvido satisfatoriamente todas as crises anteriores e adquirido o senso de ajuda e solidariedade aos outros, terá atingido a integridade pessoal necessária para encarar a crise final, ou seja, a de sua desintegração e morte”. Nesta fase, a falta de integração do Ego leva ao desespero, ao sentimento de que o tempo já é curto para a tentativa de experimentar rotas alternativas de vida. A desesperança e o temos da morte são o oposto à “integridade do Ego que leva ao senso de união com a humanidade, à sabedoria e à esperança”. 1.4 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS - PNEE O estudo das diferentes teorias de desenvolvimento e aprendizagem, como fundamentadoras da relação deficiência mental/desenvolvimento cognitivo, parece ter sido tratada pela literatura educacional especializada calcada na descrição das dificuldades geradas pela deficiência (qualquer que seja a base psicológica utilizada) e suas conseqüências para a organização do processo pedagógico. 1.4.1 Classificação e Caracterização dos Portadores de Necessidades Especiais São inúmeras as desvantagens e desvios existentes na classificação de pessoas em categorias, mas, elas acabam tornando-se necessárias, principalmente do ponto de vista da administração do Sistema Educacional. A classificação abaixo, decorre do modelo clínico, combinado sempre que possível ao modelo educacional. Segundo JOSÉ & COELHO (1995), são as seguintes: 1. Excepcionais Intelectuais 1.1- Superdotados 1.2- Deficientes mentais a) educáveis b) treináveis c) dependentes 2. Excepcionais por desvios físicos 2.1- Deficientes físicos não sensoriais 2.2- Deficientes físicos sensoriais a) deficientes auditivos b) deficientes visuais 3. Excepcionais psicossociais 3.1- alunos com distúrbios emocionais 3.2- alunos com desajustes sociais 4. Excepcionalidade múltipla 4.1- alunos com mais de um tipo de desvio 1.4.2 Alguns Tipos de Necessidades Educacionais Especiais Segundo BUENO (1993), durante o processo educacional, podem ocorrer dificuldades acentuadas de aprendizagem as quais podem ser relacionadas a condições, disfunções, limitações ou não vinculadas a uma causa orgânica específica, ou deficiências abrangendo dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos. Altas habilidades/superdotação: Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: - Capacidade intelectual geral, - Aptidão acadêmica específica, - Pensamento criativo ou produtivo, - Capacidade de liderança, - Talento especial para artes, - Capacidade psicomotora Autismo: Transtorno do desenvolvimento caracterizado, de maneira geral, por problemas nas áreas de comunicação e interação, bem como por padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. Condutas típicas: Manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes (exceto Síndrome de Down) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado. Deficiência auditiva: perda parcial ou total bilateral de 25 decibéis (dB) ou mais, resultante da média aritmética do audiograma, aferidas nas freqüências de 500 Hertz (Hz), 1.000 Hz, 2.000 Hz, 3.000 Hz, 4.000Hz; variando de acordo com o nível ou acuidade auditiva daseguinte forma: Surdez leve/moderada: perda auditiva de 25 a 70 dB. A pessoa, por meio de uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual – AASI, torna-se capaz de processar informações lingüísticas pela audição; conseqüentemente, é capaz de desenvolver a linguagem oral. Surdez severa/profunda: perda auditiva acima de 71 dB. A pessoa terá dificuldades para desenvolver a linguagem oral espontaneamente. Há necessidade do uso de AASI e ou implante coclear, bem como de acompanhamento especializado. A pessoa com essa surdez, em geral, utiliza naturalmente a Língua de Sinais. Deficiência física: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, abrangendo, dentre outras condições, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquiridas, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções. Deficiência Mental: Caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual como na conduta adaptativa, na forma expressa em habilidades práticas, sociais e conceituais. Deficiência Múltipla: É a associação de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. Deficiência Visual: É a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, variando de acordo com o nível ou acuidade visual da seguinte forma: Cegueira: é a perda total ou o resíduo mínimo de visão que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita. Baixa Visão ou Visão Subnormal: é o comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa visão possui resíduos visuais em grau que lhe permite ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos ópticos especiais. Surdocegueira: É uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus, necessitando desenvolver diferentes formas de comunicação para que a pessoa surdacega possa interagir com a sociedade. Síndrome de Down: Alteração genética cromossômica do par 21, que traz como conseqüência características físicas marcantes e implicações tanto para o desenvolvimento fisiológico quanto para a aprendizagem. 1.5 TIPOS DE ATENDIMENTO Apoio pedagógico especializado: Atendimento educacional especializado, realizado preferencialmente na rede regular de ensino, ou, extraordinariamente, em centrosespecializados para viabilizar o acesso e permanência, com qualidade, dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola. Constitui-se de atividades e recursos como: Ensino e interpretação de Libras, sistema Braille, comunicação alternativa, tecnologias assistivas, educação física adaptada, enriquecimento e aprofundamento curricular, oficinas pedagógicas, entre outros. Atendimento pedagógico domiciliar: Alternativa de atendimento educacional especializado, ministrado a alunos com necessidades educacionais especiais temporárias ou permanentes, em razão de tratamento de saúde, que implique permanência prolongada em domicílio e impossibilite-os de freqüentar a escola. Classe hospitalar: Alternativa de atendimento educacional especializado, ministrado a alunos com necessidades educacionais especiais temporárias ou permanentes, em razão de tratamento de saúde, que implique prolongada internação hospitalar e impossibilite-os de freqüentar a escola. Estimulação precoce: Atendimento educacional especializado a crianças com necessidades educacionais especiais do nascimento até os três anos de idade, caracterizado pelo emprego de estratégias de estimulação para o desenvolvimento físico, sensório-perceptivo, motor, sócio-afetivo, cognitivo e da linguagem. Indicações de Leituras Complementares CAMPOS, de Souza & MARTINS, Dinah. Psicologia da Aprendizagem.Petrópolis, Vozes, 1986 CIASCA, S. Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. COLL, César; PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento Psicológico e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1996 BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo, EDUC/PUCSP, 1993. DORIN, Lannoy. Introdução a psicologia. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1978 DORIN, Lannoy.Psicologia do desenvolvimento. Ed. Do Brasil, 1982 DROUET, Ruth.C.R. Dstúrbios da Aprendizagem. Ed. Ática, 1990 FALCÃO, Gérson. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1988 JOSÉ, E. da A.& COELHO, M.T. Problemas de Aprendizagem. Ed. Ática,1995 PAPALIA, Diane & OLDS, S. Wendkos. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000 PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática,1987 1.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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