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1.2-CapÝtulo_I

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CAPÍTULO I – DESENVOLVIMENTO HUMANO
Do nascimento à idade adulta o ser humano passa por um processo de evolução 
que denominamos desenvolvimento. Este processo pode ser dissociado em dois 
componentes: o crescimento, que corresponde às mudanças corpóreas (peso, estatura, 
perímetro cefálico, etc.), ou seja, caracteriza-se por ser essencialmente físico; e o 
desenvolvimento funcional, isto é, a aquisição e o aperfeiçoamento de capacidades e 
funções, que permitem à criança realizar atividades variadas, coisas novas, 
progressivamente diferentes, talvez mais complexas e com uma habilidade cada vez 
maior. 
Sabemos que o crescimento e o desenvolvimento possuem características muito 
próprias variando de pessoa para pessoa, mas que normalmente seguem um ritmos e 
seqüências semelhantes a todos da espécie humana. No caso específico das NEE estes 
ritmos e seqüências, geralmente - de acordo com as limitações de sua deficiência - 
transcorrem de maneira mais lenta, daí a necessidade de se ter um acompanhamento, 
não apenas para avaliar a normalidade desta evolução, mas, inclusive, para que a criança 
possa receber em cada etapa de seu desenvolvimento uma estimulação adequada, 
contribuindo para que este processo evolua da melhor maneira possível. 
Objetivo: Compreender o desenvolvimento físico e mental da pessoa com 
necessidades especiais é necessário conhecer o funcionamento “normal” para identificar 
e classificar as possíveis dificuldades ou distúrbios percebendo a interdependência destes 
e sua somatória na concepção biopsicosoacial enquanto ser humano. 
 
1.1 FATOS QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO
 Hereditariedade - a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou 
não desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da 
inteligência. No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu 
potencial, dependendo das condições do meio em que se encontra.
 Crescimento Orgânico – refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a 
estabilidade do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do 
mundo, que antes não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança 
quando começa a engatinhar e depois a andar, em relação a quando está criança estava 
no berço com alguns anos de vida.
 Maturação Neurofisiologia – é o que torna possível determinado padrão de 
comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturidade. 
Para segurar o lápis e maneja-lo como nós, é necessário um desenvolvimento 
neurológico que a criança de 2 e 3 anos não tem.
 Meio – o conjunto de influências e estímulos ambientais alteram os padrões de 
comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma 
criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior que a média das crianças de 
sua idade, mas ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade uma escada, 
porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida.
1.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas para 
efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos:
 Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, 
à capacidade de manipulação de objetos e de exercícios do próprio corpo.
 Aspecto Intelectual: é a capacidade de pensamento, de raciocínio.
 Aspecto afetivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas 
experiências. É o sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto.
 Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem 
outras pessoas.
Educar uma criança, ensiná-la, evitando perturbações em seu comportamento, 
exige do adulto, além de amor e dedicação, o conhecimento das características infantis 
em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades e possibilidades. Para 
ensinar uma atividade a uma criança, precisa-se saber como a criança é, se está madura 
para aquela atividade, como poderá ser motivada, quais os melhores meios de ensiná-la e 
de tornar duradoura a aprendizagem.
 a criança nasce em um mundo com passado, em um grupo social que 
irá transmitir-lhe seus costumes e sua linguagem, e todo 
conhecimento deverá ser adquirido fragmento por fragmento, 
misturado a outras experiências pessoais que se desenvolverão 
progressivamente(...)(CIASCA ,2003),
A criança vai apresentando características diferentes em cada idade, ou seja, 
novas maneiras de ser, tanto fisicamente quanto em seus aspectos intelectuais, 
emocionais e sociais. Seu modo de pensar, seus julgamentos morais, seu relacionamento 
com os familiares e com os amigos sofrem evolução. A forma como o adulto irá dirigi-la, 
motivá-la, relacionar-se com ela precisa mudar, para ir adaptando-se às suas 
características. 
Os problemas que aparecem em seu comportamento não devem ser ignorados 
pelos adultos, mas precisam ser estudados e compreendidos, para serem resolvidos.
1.3 PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Os tratados tanto de biologia como de psicologia tem dividido a evolução do ser 
humano nas seguintes fases:
1º) Período pré-natal;
2º) Período recém-nascido;
3º) Primeira infância;
4º) Segunda infância;
5º) Meninice;
6º) Puberdade;
7º) Adolescência;
8º) Maturidade (vida adulta);
9º) Senilidade ou Velhice.
1º) PRÉ-NATAL
Inicia-se na concepção e termina com o nascimento. Dura aproximadamente 9 
meses.
2º) PERÍODO DO RECÉM NASCIDO:
Inicia-se no instante do nascimento e termina com a queda do coto umbilical. 
Duração, em média, de 7 dias. Médicos e Psicólogos dão grande importância ao papel 
que os fatos biológicos do ato do nascimento desempenharão futuramente, tanto no físico 
como na mente do ser humano. 
3º) PRIMEIRA INFÂNCIA
Inicia-se com a queda do coto umbilical e termina quando a criança aprende a falar 
e a andar e pode nutrir-se independente do organismo materno (desmame). No fim do 
período, dá-se o aparecimento da primeira dentição.
Segundo PIAGET, ao descrever o desenvolvimento intelectual da criança, esta 
fase denomina-se sensório-motora (0 aos 2 anos), pois o bebê está recebendo, por seus 
órgãos sensoriais, as estimulações do ambiente, e vai agindo sobre ele. Assim vai 
nascendo sua inteligência e seu conhecimento da realidade.
Para ERIKSON, o modo como o bebê é cuidado determina a confiança ou a 
desconfiança com que ele se relacionará com as outras pessoas durante a vida.
Quanto à linguagem, o desenvolvimento é bastante visível. Nesta fase, a criança 
passa do grito ao balbucio (emissão de sílabas) e chega à linguagem de imitação (após 
os 9 meses).
 4º) SEGUNDA INFÂNCIA
Tem início com a aquisição da linguagem e da locomoção e com o aparecimento 
dos primeiros dentes, termina com o ingresso na escola de primeiro grau.
Segundo PIAGET, a criança pré-escolar está na fase pré-operacional (2 – 7 anos). 
Ela é capaz de representação mental de objetos ausentes, o que lhe permite iniciar a 
utilização de símbolos.
O desenvolvimento da linguagem (vocabulário) vai se tornando bastante rico, (ex: 
brincadeira - monólogos paralelos). Chamamos a linguagem desta fase de egocêntrica, 
conforme PIAGET.
Quanto à moralidade, segundo observações de Freud, Piaget e Kohlberg, os 
valores morais da criança pré-escolar são os seus pais. Para a criança desta fase, um ato 
errado acarreta castigo, quando é punido pelos pais (nível pré-convencional).
No desenvolvimentopsicossexual, FREUD nota progressos na idade pré-escolar. 
A criança passa da fase oral para a fase anal e depois para a fálica.
Na segunda infância, ela aprenderá o controle da bexiga e dos instintos (fase 
anal), descobrirá a existência das diferenças anatômicas entre os sexos (fase fálica), 
viverá o conflito emocional causado por sua grande afeição pelo genitor do sexo oposto 
(complexo de Édipo), e, finalmente, irá se identificar com o progenitor de seu próprio sexo 
e assumir um papel sexual para toda a vida.
ERIKSON – na segunda infância o desenvolvimento da criança se dá através de 
duas “idades”:
1°) onde a criança já é capaz de locomover-se e de aprender o controle dos 
esfíncteres, irá adquirir ou um sentimento de autonomia, de autodireção ou, ao contrário, 
de vergonha e dúvida. Isso dependerá do modo pelo qual os adultos orientarem a sua 
educação – com carinho e tolerância ou com muita severidade e grandes restrições.
2º) Em que a criança já está ciente de sua masculinidade ou de sua feminilidade 
em que expressa suas relações com relação aos progenitores, irá adquirir um sentimento 
de iniciativa ou culpa. Isso dependerá ou da compreensão e permissividade ou da 
censura e ridicularização com que os adultos reagem a seus interesse sexuais e suas 
expressões emocionais. 
5º) MENINICE
Começa com a entrada na escola de primeiro grau e termina com o início da 
puberdade. Nele se dá a aquisição das técnicas da leitura e da escrita.
Na escola de primeiro grau, a criança já atingiu um certo controle emocional: sabe 
disfarçar o medo, conter a cólera, reprimir o choro e controlar suas expressões de alegria.
Segundo PIAGET, a criança da escola de primeiro grau está na sua fase de 
operações concretas (7 –11, 12 anos), ou seja, seu raciocínio só é possível em relação a 
objetos que a criança possa ver e pegar. Ela já lida com conceitos como idade, espaço e 
tempo e sua linguagem já está socializada.
Para FREUD a meninice corresponde à fase de latência no desenvolvimento 
psicossexual, em que as emoções e os impulsos sexuais aparecem aquietar-se por 
influência da educação, e a criança se dedica à aquisição de habilidade aceitas pelo seu 
grupo cultural,
Segundo ERIKSON: o mais forte impulso, na meninice, é o desejo de sentir-se 
competente na aprendizagem e na realização de inúmeras habilidades. A criança busca 
dominar as atividades escolares, mostrar habilidade e competência. 
Na meninice, meninos e meninas vão se separando, e seus interesses 
diferenciam-se, possivelmente por influência das diferenças socialmente estabelecidas 
entre os sexos e das pressões sociais para que as crianças adotem comportamento 
considerado adequado a seu sexo pelo grupo em que vive.
Moralmente, a criança começa a entender que uma ação pode ser julgada pelas 
intenções que a determinam (e não por suas conseqüências, como ocorria antes.)
6º) PUBERDADE
Curto período que vem logo após a meninice e que procede o período de 
adolescência.
Caracteriza-se pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários e inicia-se 
aproximadamente aos 12 anos nas meninas e aos 14 anos nos meninos. Sua duração é 
de cerca de 2 anos, e nele notamos preferências afetivas por uma pessoa do mesmo 
sexo e de idade aproximada.
A menina, tem suas amigas prediletas, companheira inseparável a quem se dedica 
com grande afeição.
Os meninos têm seu companheiro e confidente. Nesta idade, são comuns os 
diários, os “segredinhos”, as gavetas trancadas, etc.
Segundo Piaget, após os 12 anos a criança, que intelectualmente só era capaz, 
até então, de operações concretas, está evoluindo para o estágio das operações formais 
(12 anos em diante) A partir dessa idade, ela vai ser capaz de pensar em termos 
abstratos, de formular hipóteses e de raciocinar a respeito delas.
7º) ADOLESCÊNCIA
Considera-se um jovem como adolescente enquanto ele estiver procurando 
resolver os três problemas fundamentais da vida humana: 
- o problema profissional, 
- o problema sexual, 
- e o problema fisiológico.
Durante este período de busca e indecisão, o indivíduo se caracteriza pela 
introversão, pois está continuamente voltado para os seus próprios sentimentos. O 
adolescente entrega-se sistematicamente ao devaneio e demonstram grande interesse 
por narrativas, com cujos heróis se identificam facilmente.
Segundo PIAGET, o adolescente é capaz de pensar em termos abstratos, isso se 
reflete nas suas preocupações com problemas de valores, ideologias e na sua apreensão 
sobre o futuro.
Segundo FREUD, após a puberdade a pessoa inicia a fase genital, que é a fase 
adulta do desenvolvimento psicossexual.
Para ERIKSON, descreve a adolescência como a época em que o jovem deve 
responder à pergunta: “Quem sou eu?” Na nossa cultura, os jovens vivem uma espécie de 
“moratória”, período em que a sociedade não lhes cobra algumas obrigações até que ele 
possa definir-se profissionalmente, fisiologicamente e casar-se, enfim, ser considerado 
adulto.
Em nossa cultura, a adolescência é considerada um período emocionalmente 
tumultuado e é a época em que os jovens buscam libertar-se dos pais, ao passo que eles 
desejam retardar tal libertação.
Nesse período, caracterizado também pelo grande desejo de ser aprovado pelos 
companheiros de grupo, o adolescente necessita de doses extras de apoio e 
compreensão, pois está sujeito a perturbações emocionais, a mudanças de humor e a 
rápidas variações na atenção.
8º) MATURIDADE (adulto jovem)
O estágio evolutivo aqui chamado de “adulto jovem” pode ser um dos períodos 
mais importantes da vida humana. Ele é não somente o período em que as mais 
importantes decisões da vida são feitas, mas representa também a fase mais criativa da 
vida humana, em termos de contribuição pessoal à sociedade.
Nesta fase da vida o indivíduo experimenta consideráveis transformações quanto 
aos seus interesses e ao seu sistema de valores. Reflexos dessas mudanças se 
manifestam em seus conceitos sobre a religião, o sexo e as atividades sociais, 
especialmente as de cunho recreativo.
O matrimônio é uma das formas pelas quais o indivíduo define sua relação com a 
sociedade. Dentre os muitos ajustamentos necessários à vida matrimonial salientamos os 
seguintes: o ajustamento ao próprio cônjuge, em termos de reconhecimento e aceitação 
das diferenças individuais e também em termos da via sexual de ambos os cônjuges, o 
ajustamento financeiro mediante a compreensão do caráter comunitário da família que 
nos leva a mudar o uso da gramática das posses ou dos bens materiais, o ajustamento as 
famílias de origem, mantendo boas relações de amizade com ambas, porém conservando 
a autonomia funcional da nova família nuclear. E, finalmente, o ajustamento à 
paternidade, através do reconhecimento da responsabilidade mútua. 
Segundo ERIKSON, a crise psicossocial do adulto jovem consiste essencialmente 
em alcançar o senso de intimidade com outros adultos da mesma idade, principalmente 
com outro indivíduo do sexo oposto. Quando esta intimidade é alcançada e o indivíduo 
mostra que é capaz de compartilhar significativamente o que ele é com o outro, ele pode 
se tornar um indivíduo criativo e socialmente bem ajustado. Se, porém, ele não consegue 
essa intimidade passará a experimentar o senso de isolação e provavelmente será um 
indivíduo socialmente inadequado e improdutivo.
9º) MEIA-IDADE
A meia-idade é o período da vida que vai aproximadamente dos 40 aos 60 anos de 
idade. Normalmente nesta fase da vida, o indivíduo alcança uma visão realistadaquilo 
que ele é, daquilo que ele gostaria de ter sido, e do modo com ele penca que os outros 
adultos o percebem. A maturidade que caracteriza essa fase da vida pode levar o 
indivíduo a assumir uma atitude realista para com as mudanças que ocorrem dentro e fora 
de si mesmo, bem como para com seus ideais e objetivos na vida.
Apesar de ser uma fase relativamente estável da vida, do ponto de vista das 
condições físicas do organismo, na meia-idade ocorrem varias mudanças que podem 
afetar a auto-imagem do indivíduo. As mais obvias são: acumulo de gorduras, queda e 
embranquecimento dos cabelos e rugas produzidas pelo engeliar da pele. Neste período 
há significativas mudanças nas habilidades sensoriais, principalmente, com respeito à 
visão e à audição. Provavelmente, as de ordem fisiológica de maior repercussão sobre o 
comportamento do indivíduo são as que se referem à vida sexual (menopausa para 
mulher, climatério para o homem).
10º) VELHICE ou SENILIDADE
Se pensarmos na vida, como um contínuo processo de ajustamentos, em que a 
aprendizagem desempenha importante papel, verificaremos que mesmo na velhice o ser 
humano ainda tem que alcançar significantes formas de ajustamento pessoal e, realizar 
diferentes formas de aprendizagem.
Após os 60 anos, ERIKSON diz que a pessoa vive a identidade da integridade do 
Ego versos desesperança. “O adulto que tiver resolvido satisfatoriamente todas as crises 
anteriores e adquirido o senso de ajuda e solidariedade aos outros, terá atingido a 
integridade pessoal necessária para encarar a crise final, ou seja, a de sua desintegração 
e morte”.
Nesta fase, a falta de integração do Ego leva ao desespero, ao sentimento de que 
o tempo já é curto para a tentativa de experimentar rotas alternativas de vida.
A desesperança e o temos da morte são o oposto à “integridade do Ego que leva 
ao senso de união com a humanidade, à sabedoria e à esperança”.
1.4 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DOS PORTADORES DE 
NECESSIDADES ESPECIAIS - PNEE
O estudo das diferentes teorias de desenvolvimento e aprendizagem, como 
fundamentadoras da relação deficiência mental/desenvolvimento cognitivo, parece ter 
sido tratada pela literatura educacional especializada calcada na descrição das 
dificuldades geradas pela deficiência (qualquer que seja a base psicológica utilizada) e 
suas conseqüências para a organização do processo pedagógico. 
1.4.1 Classificação e Caracterização dos Portadores de Necessidades Especiais
 São inúmeras as desvantagens e desvios existentes na classificação de pessoas em 
categorias, mas, elas acabam tornando-se necessárias, principalmente do ponto de vista 
da administração do Sistema Educacional. 
 A classificação abaixo, decorre do modelo clínico, combinado sempre que possível ao 
modelo educacional. Segundo JOSÉ & COELHO (1995), são as seguintes:
1. Excepcionais Intelectuais
1.1- Superdotados
1.2- Deficientes mentais
 a) educáveis
 b) treináveis
 c) dependentes 
 2. Excepcionais por desvios físicos
 2.1- Deficientes físicos não sensoriais
 2.2- Deficientes físicos sensoriais
 a) deficientes auditivos
 b) deficientes visuais
3. Excepcionais psicossociais
 3.1- alunos com distúrbios emocionais
 3.2- alunos com desajustes sociais
4. Excepcionalidade múltipla
 4.1- alunos com mais de um tipo de desvio
 1.4.2 Alguns Tipos de Necessidades Educacionais Especiais
Segundo BUENO (1993), durante o processo educacional, podem ocorrer 
dificuldades acentuadas de aprendizagem as quais podem ser relacionadas a condições, 
disfunções, limitações ou não vinculadas a uma causa orgânica específica, ou 
deficiências abrangendo dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos 
demais alunos.
Altas habilidades/superdotação: Notável desempenho e elevada potencialidade em 
qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:
 - Capacidade intelectual geral, - Aptidão acadêmica específica,
- Pensamento criativo ou produtivo, - Capacidade de liderança,
- Talento especial para artes, - Capacidade psicomotora
 Autismo: Transtorno do desenvolvimento caracterizado, de maneira geral, por 
problemas nas áreas de comunicação e interação, bem como por padrões restritos, 
repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades.
Condutas típicas: Manifestações de comportamento típicas de portadores de síndromes 
(exceto Síndrome de Down) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que 
ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau 
que requeira atendimento educacional especializado.
Deficiência auditiva: perda parcial ou total bilateral de 25 decibéis (dB) ou mais, 
resultante da média aritmética do audiograma, aferidas nas freqüências de 500 Hertz 
(Hz), 1.000 Hz, 2.000 Hz, 3.000 Hz, 4.000Hz; variando de acordo com o nível ou acuidade 
auditiva daseguinte forma:
Surdez leve/moderada: perda auditiva de 25 a 70 dB. A pessoa, por meio de uso de 
Aparelho de Amplificação Sonora Individual – AASI, torna-se capaz de processar 
informações lingüísticas pela audição; conseqüentemente, é capaz de desenvolver a 
linguagem oral.
 Surdez severa/profunda: perda auditiva acima de 71 dB. A pessoa terá dificuldades 
para desenvolver a linguagem oral espontaneamente. Há necessidade do uso de AASI e 
ou implante coclear, bem como de acompanhamento especializado. A pessoa com essa 
surdez, em geral, utiliza naturalmente a Língua de Sinais. 
Deficiência física: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo 
humano, acarretando o comprometimento da função física, abrangendo, dentre outras 
condições, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com 
deformidade congênita ou adquiridas, exceto as deformidades estéticas e as que não 
produzam dificuldades para o desempenho das funções.
 Deficiência Mental: Caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento 
intelectual como na conduta adaptativa, na forma expressa em habilidades práticas, 
sociais e conceituais.
 Deficiência Múltipla: É a associação de duas ou mais deficiências primárias 
(mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no 
desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
 Deficiência Visual: É a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, variando de 
acordo com o nível ou acuidade visual da seguinte forma:
Cegueira: é a perda total ou o resíduo mínimo de visão que leva a pessoa a necessitar do 
Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
 Baixa Visão ou Visão Subnormal: é o comprometimento do funcionamento visual de 
ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa visão possui 
resíduos visuais em grau que lhe permite ler textos impressos ampliados ou com uso de 
recursos ópticos especiais. 
Surdocegueira: É uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais 
concomitantemente em diferentes graus, necessitando desenvolver diferentes formas de 
comunicação para que a pessoa surdacega possa interagir com a sociedade.
 Síndrome de Down: Alteração genética cromossômica do par 21, que traz como 
conseqüência características físicas marcantes e implicações tanto para o 
desenvolvimento fisiológico quanto para a aprendizagem.
 
1.5 TIPOS DE ATENDIMENTO
Apoio pedagógico especializado: Atendimento educacional especializado, realizado 
preferencialmente na rede regular de ensino, ou, extraordinariamente, em centrosespecializados para viabilizar o acesso e permanência, com qualidade, dos alunos com 
necessidades educacionais especiais na escola. Constitui-se de atividades e recursos 
como: Ensino e interpretação de Libras, sistema Braille, comunicação alternativa, 
tecnologias assistivas, educação física adaptada, enriquecimento e aprofundamento 
curricular, oficinas pedagógicas, entre outros.
 Atendimento pedagógico domiciliar: Alternativa de atendimento educacional 
especializado, ministrado a alunos com necessidades educacionais especiais temporárias 
ou permanentes, em razão de tratamento de saúde, que implique permanência 
prolongada em domicílio e impossibilite-os de freqüentar a escola.
Classe hospitalar: Alternativa de atendimento educacional especializado, ministrado a 
alunos com necessidades educacionais especiais temporárias ou permanentes, em razão 
de tratamento de saúde, que implique prolongada internação hospitalar e impossibilite-os 
de freqüentar a escola. 
 Estimulação precoce: Atendimento educacional especializado a crianças com 
necessidades educacionais especiais do nascimento até os três anos de idade, 
caracterizado pelo emprego de estratégias de estimulação para o desenvolvimento físico, 
sensório-perceptivo, motor, sócio-afetivo, cognitivo e da linguagem.
Indicações de Leituras Complementares
CAMPOS, de Souza & MARTINS, Dinah. Psicologia da Aprendizagem.Petrópolis, 
Vozes, 1986
CIASCA, S. Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São 
Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
COLL, César; PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento Psicológico e 
Educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1996
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração/segregação do 
aluno diferente. São Paulo, EDUC/PUCSP, 1993. 
DORIN, Lannoy. Introdução a psicologia. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1978
DORIN, Lannoy.Psicologia do desenvolvimento. Ed. Do Brasil, 1982
DROUET, Ruth.C.R. Dstúrbios da Aprendizagem. Ed. Ática, 1990
FALCÃO, Gérson. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: Ática, 1988
JOSÉ, E. da A.& COELHO, M.T. Problemas de Aprendizagem. Ed. Ática,1995
PAPALIA, Diane & OLDS, S. Wendkos. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes 
Médicas Sul, 2000
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática,1987
	1.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

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