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Bioetica-Estudo com animais (trabalho)

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A escolha de cães da raça beagle para uso em pesquisas é comum, de acordo com o médico veterinário Marcelo Weinstein Teixeira, membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Vários beagles foram levados do Instituto Royal, em São Roque (SP), por ativistas, na madrugada desta sexta-feira (18), motivados pelas suspeitas de que os bichos sofriam maus-tratos no local.
Weinstein explica que o fato de o beagle ser um cão de pequeno a médio porte facilita o controle e os gastos de pesquisa. Além disso, ele é um cão dócil. “Historicamente, o beagle é mais utilizado porque, na Inglaterra, criava-se muitos cães beagle e os pesquisadores britânicos começaram a usá-los em estudos”, diz Teixeira.
O pesquisador conta que outros países passaram a adotar esse modelo experimental posteriormente. Segundo o especialista, outras raças de cães também podem ser submetidas a testes, mas a escolha geralmente recai sobre o beagle porque, como já existem mais estudos com essa raça, seu uso facilita a obtenção de parâmetros de comparação mais confiáveis.
Os cães são utilizados para testes tanto de produtos voltados para os próprios cachorros, como rações, quanto para produtos voltados para humanos. “Podem ser testados novos antibióticos, produtos para a pele, para o sistema imunológico. Toda vez que a pesquisa requer um animal maior que um roedor, ou quando o roedor não se adequa à pesquisa, o beagle é uma opção”, diz o veterinário.
Instituto Royal
Quanto ao caso do Instituto Royal, Teixeira afirma que é preciso que investigações sejam feitas para constatar se o laboratório estava seguindo todas as normas estabelecidas para esse tipo de prática. “Os grupos de ativistas têm papel importante porque, no passado, eles alertaram que excessos eram cometidos. Antes, não existiam normatizações e eles têm um papel importante na história”, afirma.
No entanto, segundo o veterinário, os ativistas não poderiam agir da maneira como fizeram. “Essa ação fere outras leis, ninguém pode invadir uma propriedade privada. Fazer um movimento pode, mas fazer baderna e quebra-quebra não é permitido, houve um exagero”, avalia.
Ele afirma ter visto as imagens do interior do instituto pela televisão e considera que as instalações, a princípio, pareciam “dignas” e sem irregularidades. Segundo ele, as fezes dos animais que foram vistas nas instalações podem ser decorrentes do próprio estresse que os animais sofreram com a entrada dos ativistas.
“Se ficar provado que a instituição, apesar de estar apta a fazer experimentos, não cuidava corretamente dos animais, não respeitava os protocolos como foram preconizados, essa instituição deverá ser punida”, completa.
acordo com a BBC, na Inglaterra, todas as companhias de trens (menos duas) e aviões pararam de importar animais destinados a pesquisas de laboratório. Isso poderia influenciar muito a pesquisa científica. Mas qual é a real importância dos animais na pesquisa médica e para que eles são usados?
Quais animais são usados em pesquisas científicas?
A grande maioria dos animais usados são ratos (72%), peixes (13%) e pássaros (4%). Cachorros, gatos e primatas não humanos constam em menos de 0,5% dos procedimentos. A diversidade de testes é grande, mas a maior categoria – 466 mil procedimentos – envolve o sistema imunológico, seguido do sistema nervoso. Todos os novos medicamentos que passam por testes de segurança (toxicológicos) envolvem animais. Quase 400 mil desses testes foram feitos em 2010. 
Porque a pesquisa com animais é necessária?
Toda grande empresa de pesquisas médicas concorda que a pesquisa com animais é essencial na busca para entender as doenças humanas e desenvolver novos tratamentos. Avanços no entendimento da genética significam que os animais podem nascer com genes específicos, que permitem aos pesquisadores explorar condições, do câncer até as doenças do coração e a demência. 
A pesquisa com animais é ética?
O uso de animais na ciência sempre foi controverso. Muitas pessoas se opõe ao uso de qualquer animal em experimentos, argumentando que isso é cruel e antiético. Pesquisas de opinião públicas, na última década, mostram um grande apoio a esse tipo de pesquisa – com a garantia de certas condições: sem sofrimento desnecessário, por propósitos médicos sérios (salvar vidas) e quando não há alternativa. 
A pesquisa com animais é útil?
Aqueles que são contra as pesquisas com animais acreditam que isso não apenas é cruel, mas sem sentido. Animais não são humanos, e muitas espécies não têm as mesmas doenças que nós. Mas, apesar das diferenças, modelos animais – principalmente ratos – são vistos pela comunidade científica como vitais na busca por entender as doenças. Alguns cientistas apontam para grandes avanços médicos que só foram possíveis com a ajuda dos testes em animais. Isso inclui novas vacinas, tratamentos para o câncer, Parkinson, asma e HIV

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