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Penal 1 - Principios, Leis penais no espaço e no tempo e teoria do crime

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Resumo
Direito Penal
Princípios
Os princípios penais representam limitações ao poder de punir, constituindo assim garantias individuais oponíveis ao próprio exercício do poder punitivo estatal. Ou seja, ao mesmo tempo que limitam a intervenção do estado (função de garantia), funcionam como critério de justificação da intervenção penal (função legitimadora). É comum que a acusação e a defesa utilizem o mesmo princípio de maneira antitética, mostrando que o conteúdo essencial de um princípio não é dado pelo próprio princípio, mas sim por aquele que o interpreta. 
Teoria do bem jurídico (penal):
Todo valor ou interesse (individual ou coletivo) legitimamente protegível penalmente. Ex: vida, liberdade, meio ambiente etc. Não é possível sistematizar os bens jurídicos, pois sua definição depende dos fins e limites constitucionalmente assinalados ao Estado, permanentemente em mutação.
Obs: Teoria do bem jurídico = Teoria dos fins da pena
Essa teoria preocupa-se em classificar quando não é legítima a intervenção penal, através da exigência de lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico de terceiro para que haja de fato a intervenção.
Não cabe intervir penalmente nos seguintes casos:
Autolesão (suicídio tentado, uso de droga, tatuagens, etc.)
Repressão de questões puramente morais (prostituição adulta etc.)
Inexistência de lesão/ perigo de lesão juridicamente relevante
Condutas sem dignidade penal, quer por serem insignificantes, quer por serem passíveis de repressão suficiente fora do âmbito penal
Princípio da legalidade e irretroatividade da norma penal mais severa:
Atende a uma necessidade de segurança jurídica e de controle do exercício do poder punitivo, de modo a coibir possíveis abusos à liberdade individual por parte do titular desse poder – O Estado.
Consiste, portanto, numa poderosa garantia política para o cidadão, visto que salvaguarda os direitos e liberdades individuais deste. 
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
Ou seja, só por lei é possível que o Estado legisle sobre matéria penal, definindo infrações penais e cominando as respectivas sanções. É inconstitucional, portanto, que os atos legislativos sem status de lei cominem sanções ou definam infrações. Nesta lógica, medidas provisórias são incompatíveis com o postulado de segurança jurídica que o princípio encerra, visto que possuem caráter provisório e podem ser negadas pelo Congresso Nacional, não chegando assim a tornarem-se leis.
Isso não significa que os atos legislativos não possam dispor sobre matéria penal. Eles podem, desde que não seja para definir crimes ou cominar penas, mas para beneficiar o réu, como ocorre com o indulto ou a comutação de penas. 
Enfim, o princípio é aplicável a toda e qualquer intervenção penal que implique privação ou restrição à liberdade do agente.
Por fim, temos que o princípio da legalidade compreende:
O princípio da reserva legal: só a lei pode dispor sobre matéria penal
Taxatividade: a lei deve descrever com o máximo de precisão possível os tipos penais incriminadores
Irretroatividade da lei mais severa: a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu
Princípio da taxatividade (certeza ou determinação)
Para que não deixe espaço para que o Estado iluda uma semelhante garantia de legalidade de seus atos por meio da edição de leis penais de conteúdo impreciso, esse princípio implica uma máxima determinação dos tipos penais, impondo-se ao poder legislativo na elaboração das leis que formule tipos penais com a máxima precisão de seus elementos e ao judiciário que os interprete adequadamente.
Trata-se de um princípio de legitimação democrática das intervenções penais como garantia de liberdade dos cidadãos derivada do princípio da divisão de poderes.
Princípio da anterioridade e da irretroatividade da lei penal
Antes da lei, não existe violação da lei. De acordo com o princípio da anterioridade, a lei penal deve necessariamente preceder às infrações penais nela previstas como condição de validade. 
A nova lei só poderá ser aplicada em atos futuros, não pretéritos, a menos que seja para favorecer o réu.
A irretroatividade da lei penal é justamente o fato de a lei não poder retroagir e punir atos praticados antes de sua vigência, salve para beneficiar o réu, seja tornando sua pena mais branda (lex mitior), seja descriminalizando sua conduta (abolittio criminis). 
Leis penais em branco e princípio da reserva legal
As leis penais em branco são tipos penais que, por serem incompletos, precisam de complementação por outra norma, seja esta de igual ou diverso nível hierárquico. Exemplo disso é o tráfico de droga, que precisa de uma lei que especifique quais tipos de droga são ilícitos.
Só há autentico tipo penal em branco quando a norma, apesar de descrever a ação típica com seus elementos essenciais e cominar a respectiva pena, remeter a complementação do preceito primário incriminador a uma outra de mesmo grau hierárquico (homogênea), ou de grau inferior (heterogênea). A heterogênea é considerada inconstitucional, por implicar violação aos princípios da reserva legal e divisão dos poderes, pois às vezes não são órgãos competentes que cuidam da complementação da norma, a exemplo da decisão de quais drogas seriam licitas ou não, que é tomada pela ANVISA, órgão do Ministério da Saúde ligado ao poder executivo e não ao legislativo. 
Na lei penal em branco já deve estar contida a descrição do núcleo essencial da ação proibida ou ordenada.
Portanto, a lei penal em branco consiste em disposições incriminadoras cuja sanção é certa e precisa, permanecendo indeterminado o seu conteúdo.
Princípio da proporcionalidade (em sentido amplo)
Defende que a intervenção do poder público sobre a liberdade dos cidadãos só pode ser legítima na medida em que seja necessária, adequada e proporcional. 
Além de proibir o excesso, tal princípio proíbe a insuficiência da intervenção jurídico-penal, afinal, a desproporção tanto pode dar-se para mais quanto para menos. 
Princípio da necessidade
A intervenção por parte do direito penal só deve ocorrer em casos de efetiva necessidade para a segurança dos cidadãos, já que este foi criado para garantir a liberdade do indivíduo e não a limitar. 
Portanto, a intervenção penal só deve ser utilizada caso as outras instancias de prevenção e controle social mais eficazes fracassarem, conforme o princípio da intervenção mínima. Seria o d.p., portanto, a última ratio da política social.
Princípio da adequação/ exigibilidade/ idoneidade
A intervenção do direito penal deve pressupor uma relação logica de adequação (utilidade) entre meio (direito penal) e fim (prevenção dos delitos). 
De acordo com esse princípio, o estado só pode se valer de meios idôneos para a realização de seus fins constitucionais. 
Princípio da proporcionalidade das penas (proporcionalidade em sentido estrito)
O princípio da proporcionalidade em geral defende que o castigo deve variar conforme a gravidade do crime cometido. Em sentido estrito, esse princípio toma uma tríplice dimensão: 
Proporcionalidade abstrata ou legislativa, a ser observada no momento da votação e edição da lei penal e cominação das sanções com seus limites legais
Proporcionalidade concreta ou individualização judicial da pena, a ser considerada pela autoridade judiciária quando da determinação da pena
Proporcionalidade executória, que corresponde à individualização da pena durante o processo de execução penal, segundo o mérito do condenado
Há, portanto, o estabelecimento de cominações penais e a imposição de penas que careçam de toda relação valorativa com o fato, contemplado na globalidade de seus aspectos.
Princípio ne bis in idem
Proíbe a punição, mais de uma vez, de uma mesma conduta por um mesmo fundamento jurídico. Ou seja, é vedada a multiplicidade de penas para o mesmo sujeito, por uma mesma ação, se tiverem um mesmo fundamento.
Porém, se o fato for punido em âmbitos jurídicos distintos, não há bis in idem. 
O STF
decidiu que o agravante da reincidência é constitucional, apesar de, pela lógica, ferir o princípio do ne bis in idem. De todo modo, o acréscimo de pena resultante da reincidência não poderá acarretar aumento igual ou superior, mas sempre inferior à pena.
 
Princípio da insignificância
O direito penal deve incidir apenas sobre ações e omissões concretamente graves, pois agir sobre as condutas insignificantes deslegitimaria a intervenção penal. 
Portanto, o princípio da insignificância é o meio em que o juiz reconhece o caráter não criminoso de um fato que não é digno de proteção penal, por não traduzir uma violação realmente importante ao bem jurídico tutelado.
Princípio da humanidade
Esse princípio proíbe a adoção de penas que, por sua natureza ou modo de execução, importem na destruição ou inutilização do autor do crime, quer por lhe inviabilizar a reinserção social, quer por submetê-lo a sofrimento excessivo, desumano ou degradante. 
Princípio da responsabilidade pessoal/ culpabilidade
De acordo com esse princípio, nenhuma pessoa pode ser responsabilizada por fato de terceiro ou objetivamente, devendo apurar-se sempre se o autor agiu com dolo ou culpa ao menos.
Só pode haver responsabilidade penal a título de dolo ou culpa se as condutas forem previsíveis e evitáveis
Princípio da lesividade
Só podem ser criminalizadas condutas lesivas de bem jurídico alheio – público ou particular. 
Não é permitida a criminalização de atos que não ofendam seriamente o bem jurídico ou que representem apenas má disposição de interesse próprio (automutilação, suicídio tentado...)
O princípio se dirige tanto ao legislador quanto aos juízes, que devem verificar a existência e intensidade da lesão.
Princípio da igualdade/ isonomia
Pretende impedir o estabelecimento de distinções arbitrárias entre os indivíduos, com base em preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade...
Contudo, não existem princípios absolutos, e igualdade não significa adotar normas idênticas e invariáveis para todos. Sequer o direito à vida é absoluto, visto que é permitida a pena de morte em casos excepcionais e o aborto também. 
A ideia desse princípio seria a de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. 
A Lei Penal no tempo
Hipóteses de irretroatividade
A neocriminalização, isso é, criação de nova infração penal a fim de criminalizar comportamentos que antes não eram considerados crime, limita sua aplicação a situações ocorridas depois da sua vigência. Respeita-se assim o princípio da legalidade e da irretroatividade da lei. Tampouco poderá retroagir a lei nova mais severa, que diz respeito às leis com maior teor punitivo de condutas antes não tão rigidamente punidas.
Hipóteses de retroatividade
A descriminalização (abolitio criminis) anula todos os efeitos jurídico-penais, a partir da cessação da norma penal incriminadora, gerando assim a anulação do processo e a soltura daquele que estiver preso por causa do descumprimento da norma revogada. A descriminalização pode resultar também de decisão judicial, quando um juiz ou tribunal considerar que um determinado fato não configura crime ou contravenção, utilizando o princípio da insignificância por exemplo. 
Obs.: Abolição de crime difere-se de uma simples revogação do tipo penal incriminador. Há vezes em que o legislador promove a revogação de um crime, mas não o abole, preservando seu caráter criminoso em outra situação. 
Descriminalizar não significa tornar lícito. Apenas retira-se o efeito penal da conduta, mas permanecem todas as consequências não penais, como a obrigação civil de reparar o dano.
Só haverá abolitio criminis ao agente que, tendo cometido crime na vigência de uma determinada lei, for beneficiado por lei posterior. 
Já a lei penal mais branda (novatio legis in mellius) seria a que menos severamente incide sobre a liberdade e o patrimônio do réu. 
Combinação de leis penais
Pode ocorrer de a nova lei ser em parte favorável e em parte desfavorável ao réu, a exemplo do tráfico ilícito de droga que apesar de aumentar a pena cominada ao crime de 3 a 12 anos para 5 a 15 anos de reclusão, passou a admitir uma causa de redução de pena que não existia na lei revogada, de 1/6 a 2/3 para o réu primário. Discute-se, nesse caso, se seria possível uma combinação da antiga lei com a nova, a fim de aproveitar apenas a parte que beneficiava o réu na lei revogada e utilizar a parte que beneficia o réu na lei em vigência. Alguns se posicionam contrariamente a isso, alegando que se estaria criando uma terceira lei e o juiz estaria praticando a função do legislador, afrontando os princípios da legalidade e divisão de poderes. 
Em suma, a chamada combinação seria um caso de retroatividade parcial da lei. 
O STF e o STJ vedaram a combinação de leis. 
Sucessão de leis penais: a lei intermediária
Entende-se que sempre prevalecerá a norma mais favorável ao réu, não importando se essa norma é vigente à época do crime, à época do seu julgamento ou intermediária (lei que vigorou entre uma data e outra). 
Lei temporária e excepcional
A lei temporária é aquela cujo prazo de vigência vem nela prefixado, e a excepcional é a lei editada para atender a situações anormais ou emergenciais (guerra, calamidade pública...) enquanto persistirem as razões que a determinaram. 
Diferentemente das demais, produzem efeitos mesmo após a cessação de sua vigência, relativamente às infrações cometidas durante sua existência. Ou seja, as leis temporárias e excepcionais são ultrativas, valendo para além do tempo legal de sua existência. Essa ultra atividade dessas leis se dá pela necessidade de fazê-las serem levadas a sério, pois caso perdessem seu caráter punitivo quando atingissem o tempo predefinido de vigência, não seriam cumpridas.
Irretroatividade da lei processual
A doutrina considera que a nova lei processual penal deve ser aplicada ao processo imediatamente, podendo incidir sobre crime cometido anteriormente à sua vigência, ainda que em prejuízo do réu. Contudo, a lei deve cumprir sua função de garantia, de modo que o direito processual penal também deve ser irretroativo caso não seja para benefício do réu assim como se é no direito penal, já que ambos cumprem a mesma função de proteção do mais débil em face do mais forte (acusado x estado). Ou seja, no que toca o tema da retroatividade da lei, o que importa, numa perspectiva garantista, não é a natureza jurídica da norma, se penal, se processual penal, mas sim o grau de garantismo que encerra. Tratando-se de normas meramente procedimentais, que não impliquem aumento ou diminuição de garantias, terão aplicação imediata. 
Irretroatividade da lei de execução penal
O mesmo se diz em relação a preservar o caráter garantidor do princípio da legalidade, não podendo retroagir se for para prejudicar o réu. 
Leis penais em branco
São aquelas que estabelecem a cominação penal mas remetem à complementação da descrição da conduta proibida para outras normas legais, regulamentares ou administrativas. 
Aplicação da lei e vacatio legis
A lei não pode ser aplicada se estiver em período de vacatio, prazo que precede sua entrada em vigor, nem que seja para beneficiar o réu.
Tempo do crime
Quando a ação e o resultado se separam cronologicamente, discute-se se o tempo do crime é o da ação ou o do resultado. 
Há a teoria da ação, que considera praticado o crime no momento de sua ação ou omissão; a teoria do resultado, que considera como tempo do crime o momento do resultado; e a teoria mista que considera como tempo do crime tanto o momento da ação quanto o do resultado, indiferentemente. 
A teoria adotada pelo Código Penal é a da ação. 
A Lei Penal no Espaço
Está diretamente ligada ao princípio da soberania e dá-se dentro dos limites do território que o Estado é soberano. 
A lei penal não poderia ter validez universal, pois seria absurdo que, por exemplo, na China vigorassem as leis brasileiras e vice e versa. Por isso o Código Penal consagra o princípio da territorialidade, que
consiste em o Estado julgar as infrações penais ocorridas em território nacional, independentemente da nacionalidade dos envolvidos.
Contudo, o código adota o princípio da territorialidade temperada, visto que salva exceções de convenções, tratados e regras de direito internacional para a aplicação da pena brasileira.
Excepciona-se também a extraterritorialidade da lei, visto que há casos em que o direito penal incide com o princípio da nacionalidade, que consiste em o Estado sancionar todos os fatos cometidos por ou contra seus nacionais, pouco importando o lugar em que estes foram cometidos. 
O Estado, portanto, castiga todas as ações que se dirijam contra seus interesses, sem importar onde e por quem tenham sido cometidos (princípio da proteção). E ainda pune, conforme o princípio universal, todos os fatos puníveis conforme seu direito, sem importar onde, por quem e contra quem tenham sido cometidos. Finalmente, pelo princípio da representação, a lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos a bordo de aeronaves e embarcações privadas que se achem em território estrangeiro e ai não sejam julgados. 
O conceito jurídico para território compreende todo o espaço – terrestre, fluvial, marítimo e aéreo – onde o Estado exerce sua soberania. 
Quanto ao lugar do crime, adota-se o princípio da ubiquidade, sendo levado em conta como lugar do crime tanto o local da ação quanto do resultado. Sendo assim, não importa se o crime começou em território brasileiro e terminou em território estrangeiro, quem julgará será o direito brasileiro. Caso o crime comece em território estrangeiro, porém, esse só será julgado pelo direito brasileiro se seu resultado aqui for consumado. 
Extraterritorialidade incondicionada – a lei penal brasileira incide sobre crimes ocorridos em território estrangeiro sem a necessidade de um implemento de qualquer condição. Já no caso de extraterritorialidade condicionada, alguns requisitos são necessários para que se aplique a lei brasileira. 
Pena cumprida no estrangeiro: Baseia-se no princípio de ne bis in idem, e diz que a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime. O autor não cumprirá pena no Brasil se já o tiver feito no estrangeiro, pelo mesmo crime. Se a pena lá cumprida for inferior àquela a ser cumprida aqui, o autor submete-se ao tempo restante de pena. 
Eficácia da sentença penal estrangeira: A sentença penal estrangeira não tem, via de regra, eficácia no Brasil. O Código só admite essa possibilidade a fim de obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis. Contudo, aceitar a eficácia da sentença penal estrangeira em alguns casos fere o princípio da isonomia, visto que, tanto quanto a pena, a medida de segurança constitui uma sanção penal restritiva de liberdade do sentenciado, devendo, assim, submeter-se às mesmas limitações e princípios.
Teoria do Crime
Cuida dos pressupostos jurídicos-penais da punibilidade de uma conduta; ocupa-se assim da interpretação, sistematização e crítica dos institutos jurídicos-penais. 
É, portanto, uma teoria de responsabilidade penal, usada como instrumento conceitual que nos permite determinar juridicamente se um determinado fato tem a consideração de delito e merece a imposição de uma sanção penal. 
Se presta a explicar o que é o crime e quando ele é justificável, escusável e punível.
Classifica o crime em:
Formal: Fato tipificado como crime pela lei penal
Material: Comportamento que gera lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico
Sociológico: Crime como patologia social
Analítico: Ponto de vista dogmático. Entende a infração penal como um conjunto de fatos típicos, ilícitos e culpáveis.
Classificação doutrinária do crime:
Quanto ao sujeito que pratica o delito o crime pode ser:
Comum – aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa
Próprio – praticado por sujeitos específicos, a exemplo do infanticídio e do peculato
Não próprio – execução terceirizada, como por exemplo falso testemunho. 
Quanto à consumação e resultado do crime: 
Material, que demanda um resultado naturalístico, palpável. Ex: a consumação do homicídio é a morte. 
Formal, que prevê resultado, mas sua consumação só se dá com a prática da conduta delitiva. Ex: ameaça.
Mera conduta, que não prevê um resultado e se consuma com o comportamento delitivo. Ex: Invasão de domicilio.
Quanto à ocorrência de consumação, um crime pode ser:
Consumado – quando ocorre de fato
Tentado – quando não é finalizada a conduta criminosa
Quanto à possibilidade de fracionar a execução, fala-se em: 
Crimes unisubsistentes, cuja execução não pode ser dividida em vários atos, não admitindo assim tentativa.
Crimes plurisubsistentes – aqueles que a execução pode ser consumada em vários atos. 
Quanto ao concurso de agentes temos os unisubjetivos, que podem ser praticados por uma ou mais pessoas. Ex: assassinato. E os plurisubjetivos que só podem ser praticados por várias pessoas, a ex de associações criminosas. 
Quanto ao momento consumativo:
Instantâneo – a consumação se inicia e termina em um único período. Podem ter efeito permanente (homicídio, lesão corporal gravíssima). 
Permanente – a consumação se estende no tempo (extorsão mediante sequestro).
Habitual – se consuma com a reiteração da conduta delitiva ao longo do tempo, a exemplo de associações criminosas. 
Quanto ao comportamento delitivo:
Comissivo, quando são praticados mediante a realização de uma ação. 
Omissivo, quando são praticados mediante a não realização de uma ação. O. Próprio, quando é previsto em lei, a ex da omissão de socorro. O. Impróprio, quando não é previsto em lei, a ex de deixar um filho morrer de fome.

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