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ATPS Estatuto da criança adolescente e idoso -

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SERVIÇO SOCIAL
POLÍTICA SOCIAL DE ATENÇÃO À CRIANÇA, ADOLESCENTE E IDOSO
TUTOR A DISTÂNCIA: EDILENE XAVIER ROCHA GARCIA
 – RA: 
 – RA:
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................03
O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E O ESTATUTO DO IDOSO.......04
O ENVELHECIMENTO E A VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA..........................06
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................08
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................09
INTRODUÇÃO.
Conhecendo os direitos e deveres fundamentais do Estatuto da Criança e Adolescentes, sem exclusão de qualquer natureza e a função principal do Estatuto do Idoso; podemos compreender como funcionam os direitos, fortalecendo o controle do Poder Público em relação ao melhor tratamento das pessoas com idade avançada e das crianças e adolescentes; respeitando a sua dignidade, galgando um lugar de respeito, buscando alcançar a posição de cidadão. 
O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E O ESTATUTO DO IDOSO.
Quando falamos de leis Civilizatórias, podemos citar o Estatuto da Criança e Adolescentes - ECA, Lei n° 8.069/90, documento que promulga direitos e deveres para crianças e adolescentes e o Estatuto do Idoso, Lei n° 10.741/03, que regulamenta os direitos dos idosos no território nacional.
O ECA tem sua matriz originada do artigo 227 2 228 da Carta Magma regente na União. 
O Estatuto da criança e do adolescente [...] pode ser considerado um dos desdobramentos mais importantes ca Constituição de 1988, a qual no seu artigo 227, determina que é dever da família, da sociedade e do estado garantir, com absoluta prioridade, direitos considerados essenciais: saúde, alimentação, educação, lazer, respeito á liberdade e à convivência e comunitária. O artigo determina ainda, também, que a criança e adolescentes devem ser protegidos contra toda forma de negligência, discriminação, viol~encia, crueldade e opressão. (SALES; MATOS; LEAL,2004, P.147)
O ECA veio normatizar a forma de tratamento a criança e ao adolescente, 
[...] antes, criança, jovem, juventude, eram apenas os filhos da classe média alta. Menor era o negrinho, o favelado. Isto era um rótulo, um estigma; o termo menor coloca todas as crianças que estão nas ruas como trombadinhas, marginais e uma série de outros rótulos pejorativos. (NOBRE, 1991, P.28)
Era necessário ter uma nova perspectiva para a criança e o adolescente. Com o ECA, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos.
Porém existem pontos questionáveis no Estatuto como o artigo 4°, que diz:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei n° 8.069/90)
Considerado que deveria se tratar de uma rede de proteção integrada, não é a realidade vivemos. São inúmeras as violações de direitos que a criança e o adolescente enfrenta; desde uma falta de vaga de escola a agressões físicas, sexuais e psicológicas. Seu violador no caso é que deveria garantir essa proteção integral.
Assim como o Estatuto da Criança e do Adolescente o Estatuto do Idoso também veio para garantir os direitos da pessoa com mais de sessenta anos como disposto no artigo 1° “ é instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos”.
O envelhecimento é um fenômeno mundial e acompanhado de significativas modificações epidemiológicas, sócias e comportamentais. A ciência há muito busca o prolongamento dos anos de vida dos indivíduos. Atualmente, sua maior preocupação vem sendo qualificar estes anos que foram acrescidos a vida. Parte desta qualificação está em compreender que o idoso merece, senão exige, ser assistido dignamente por profissionais adequadamente habilitados e cabe a nós enquanto sociedade prover tais respostas. (DUARTE, 1997, p.30)
Aa Lei n. 10.741/2003 vem responder a está questão do envelhecimento da sociedade, buscando a efetivação de garantia dos direitos dessa pessoa em torno da Assistência Social, Saúde, Educação, Habitação, Transporte, Cultura, Lazer e Esporte. 
Como carte de direitos o Estatuto vem fortalecer o controle do Poder Público em relação a pessoa idoso, respeitando sua dignidade, galgando um lugar de respeito, buscando alcançar sua posição de cidadão efetivo na sociedade com participação ativa.
Em seu artigo 9° o Estatuto atribui ao Estado à obrigação de "garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade".
Porém podemos questionar o que significa ter condições de dignidade?
Conforme o dicionário virtual Michaellis, a palavra dignidade significa “Modo de proceder que infunde respeito”. Neste caso podemos atribuir a responsabilidade que um ser humano merece, diferente da caridade.
Portanto, é necessário a colaboração e compreensão do significado da palavra “ dignidade” como pilar para compreender a importância do Estatuto do Idoso, assim assegurando os diretos da pessoa idosa, resgatando sua cidadania.
O ENVELHECIMENTO E A VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA IDOSA
Segundo Bruno (2003, p.76) “a velhice como categoria construída socialmente tem sido vista e tratada de maneira diferente, de acordo com períodos históricos e com a estrutura social, cultural, econômica e política de cada povo”. Neste contexto o autor relata que o envelhecimento depende da situações e construções histórico-sociais.
Em nossa sociedade capitalista a pessoa idosa é considerada excluída do mercado de trabalho, “a velhice passa a ocupar um lugar marginalizado. Na medida em que a individualidade já teria realizado seus potenciais evolutivos, perderia então seu valor social”. (BIRMAN, 1995, p.33).
A problemática do envelhecimento adquire dimensões singulares. 
 
O capitalismo, através do controle das práticas temporais, espaciais e dos meios de produção, aloca e realoca o tempo de vida dos trabalhadores ou o tempo social, redefinido pelas necessidades reprodutivas ampliadas do capital, seja enquanto tempo de trabalho, “tempo livre” ou tempo de envelhecer. Constituindo o envelhecimento do trabalhador, enquanto tempo de vida, objeto de controle social e de fonte de experiências negativas com essa perspectiva de tempo, que associado às desvalorizações sociais [...], pobreza e às restrições físicas e sociais, configuram parte dos problemas que essa classe enfrenta na velhice. (TEIXEIRA, 2006, p.40)
O processo de envelhecimento mundial tem sido objeto de pesquisa em todo o mundo.
A população mundial está envelhecendo num ritmo muito acentuado e sem precedentes na história da humanidade. Estima-se que a população mundial de idosos seja de 629 milhões de pessoas com um crescimento anual na taxa de 2%, ritmo este consideravelmente mais alto em relação ao resto da população e três vezes mais do que há 50 anos. ( BERZINS, 2003, p.22)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, aponta que em 2000 a população brasileira idosos superava a faixa dos 15 milhões de pessoas. Dentro do processo de envelhecimento podemos destacar que,
a sociedade brasileira vem notando que o país está envelhecendo, tanto pela longevidade de seus habitantes, como no número de idosos, apontados pelos censos e pelos estudos demográficos.
Esta sociedade, habituada a ver o Brasil como país de jovens, muito recentemente vem percebendo que já não nascem mais tantas crianças como antes, e que os velhos estão ficando cada vez mais velhos, e em número cada vez maior. (KARSCH, 2003, p.104)
O crescimento da população idoso não somente no Brasil, mas também no mundo é inquestionável. Esta população assim como a criança e o adolescente ganhou grande destaque, não somente na legislação com a criação da Lei n°10.741, de 1° de outubro de 2003, mas também no meio midiático.
Essa visibilidade diz respeito à questão da violência contra a pessoa idosa. Um fenômeno que atinge não somente países subdesenvolvidos como países em desenvolvimento.
O senso comum coloca que a violência pode ser compreendida como agressão e maus-tratos que ferem e destoem bens e pessoas, já Zaluar e Leal (apud BACELAR, 2003, p.09) a violência é “o não-reconhecimento do outro, a anulação ou cisão do outro” e ainda, a “negação da dignidade humana”. 
Em outros estudos a violência é referida como um marco da questão social como síntese representativa das relações sociais que são produzidas nas sociedades em dados contextos, relações e estruturas.
Nesse aspecto, 
uma população com grande percentual de velhos já é por si mesmo, uma questão social, e quando esse grupo etário, em franca progressão não estabelece relações harmônicas com os demais, passa a constituir um problema social dos mais sérios. (SALGADO apud ARAÚJO, SILVA, 1999, p. 18).
A questão social diz respeito ao “conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs no mundo no curso da constituição da sociedade capitalista”. (CERQUEIRA FILHO,1982, p.21) 
A violência contra a pessoa idosa pode ser entendida nos marcos das relações, desigualdades que se refletem em injustiças sociais, econômicas, sociais e culturais que atinge esta população, originando a questão da violência.
 O idoso sofre a opressão da desigualdade social e de classe, contrariando o que está promulgado na carta Magma que diz:
A família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida. (BRASIL, Constituição da República Federativa, Art.230).
Porém com a efetivação do Estatuto do Idoso (Lei Federal, 10.741/03), novos dispositivos foram criados, novos mecanismos para coibir a discriminação contra os sujeitos idosos; prevê penas para crimes de maus-tratos de idosos; garante a concessão de vários benefícios e consolida os direitos já assegurados na Constituição Federal de 1988. 
Com o objetivo de promulgar a politica de promoção dos direitos da pessoa idoso em 13 de maio de 2002 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso – CNDI, que tem natureza deliberativa através de um colegiado, é um orgão permanente, paritário e deliberativo, integrante da estrutura regimental da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR. Cabe a ele elaborar as diretrizes para a formulação e implementação da Política Nacional do Idoso; encontrado nos Estados e nos municípios.
A violência contra o idoso no Brasil, como questão social, ganhou evidência como problemática social que se inscreve na sociedade. Com o envelhecimento populacional surgem novas demandas , novas necessidades que vizam proporcionar a está população um vida mais digna, humana e justa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das grandes questões sociais, a violência contra o idoso assumiu grandes proporções, principalmente com as mudanças na sociedade moderna que vêm passando por transformações tanto na esfera da produção e reprodução das relações sociais, politicas e econômicas, quanto no que diz respeito ao mundo dos valores, cultura e da ética.
Traduzindo as injustiças sociais, discriminações, preconceitos, desemprego, moradias indignas, violência, saúde precária. Entre elas a violência contra os idosos e, particularmente, os idosos pobres.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, A.L.C.B. e SILVA; T.C.B. da. A inserção do idoso em grupo de convivência como fator de (re) construção da autonomia. Teresina, 1999. Especialização (Gerontologia Social), Universidade Federal do Piauí, Teresina, 1999.
BACELAR, R.F.F. A violência praticada contra a mulher idosa na família em Teresina. Carta CEPRO. Teresina: CEPRO, v. 22. n. 2 p. 1-120, 2003.
BERZINS, M. A. V.S.. Envelhecimento populacional. Serviço Social e Sociedade, 75. São Paulo: Cortez, 2003.
BIRMAN, S. Futuro de todos nós. In: VERAS, R. (org.). Terceira idade. Rio de Janeiro:
Relume-Dumará, 1995.
BRASIL. Constituição da República Federativa. São Paulo: Saraiva, 2005. 
_______, O Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990. 
_______, O Estatuto do Idoso. Lei nº. 10.741, de 1° de outubro de 2003.
BRUNO, M.R.P. Cidadania não tem idade. Serviço Social e Sociedade, 75. São Paulo: Cortez, 2003.
CEQUEIRA FILHO, G. A “questão social” no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1982.
DUARTE, Y.A.O. Cuidadores de Idosos: Uma questão a ser analisada. O mundo da saúde. São Paulo. Ano 21, v.21, n.4, p.204-207,1997.
KARSCH, U.M. Cuidadores familiares de idosos. Serviço Social e Sociedade, 75. São Paulo: Cortez, 2003.
MICHAELIS, Dicionário .http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=dignidade , Acesso: 18 de outubro de 2015.
NOBRE, E.C.P.R. Criança e Adolescente: sujeitos de direitos ou devedores da sociedade. Trabalho de Conclusão de Curso. FUCMAT/FASSO. Campo Grande, 1991.
SALES, M.A.; MATOS, M.C. de; LEAL, M.C. Politica social, família e juventude: uma questão de direitos. São Paulo: Cortez, 2004.
TEIXEIRA, S.M. Envelhecimento do trabalhador no tempo do capital. São Luís, 2006. Tese (Doutorado em Políticas Públicas), Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2006.

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