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MODELO ESTRATÉGICO DE OTIMIZAÇÃO PARA A RESPOSTA A DERRAMAMENTO DE ÓLEO CONSIDERANDO ÁREAS SENSÍVEIS Luiz Rodolfo Tinoco Aboim Costa TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÂO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Aprovada por: Prof. Virgílio José Martins Ferreira Filho, D. Sc. Prof. Nélio Domingues Pizzolato, Ph. D. Profa Laura Silvia Bahiense da Silva Leite, D. Sc. Prof. Rogério de Aragão Bastos do Valle, D. Sc. Prof. Lúcio Guido Tapia Carpia, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL ABRIL DE 2007 ii TINOCO ABOIM COSTA, LUIZ RODOLFO Modelo Estratégico de Otimização para a Resposta a Derramamento de Óleo considerando Áreas Sensíveis [Rio de Janeiro] 2007. VIII, 157p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D.Sc., Engenharia de Produção,2007) Tese – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Modelos de Otimização para Resposta a Derramamentos de Óleo. 2. Problema de Localização de Facilidades. 3. Heurística Construtiva Baseada em Relaxação Linear. I. COPPE/UFRJ II. Título (série ) iii AGRADECIMENTOS Ao professor Virgílio José Martins Ferreira Filho pelo apoio. Aos professores pela participação na banca da tese. Aos meus pais e família. Aos funcionários do departamento. Ao apoio financeiro do Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para o Setor Petróleo e Gás, através do programa PRH-ANP/MCT Nº 21. iv Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.) MODELO ESTRATÉGICO DE OTIMIZAÇÃO PARA A RESPOSTA A DERRAMAMENTO DE ÓLEO CONSIDERANDO ÁREAS SENSÍVEIS Luiz Rodolfo Tinoco Aboim Costa ABRIL /2007 Orientador : Virgílio José Martins Ferreira Filho Programa: Engenharia de Produção A conscientização quanto à proteção do meio ambiente vem se aprofundando cada vez mais em todo o mundo e, no caso específico de acidentes de derramamento de óleo, tanto o governo, quanto a indústria e a sociedade em geral vêm se mobilizando para estabelecer medidas preventivas e medidas de controle que minimizem os danos gerados no caso da ocorrência de tais acidentes. Derramamentos envolvendo grandes quantidades de óleo têm o potencial de causar sérios danos de natureza ambiental, econômica e social. Faz-se necessária, portanto, uma estrutura de resposta adequada, que permita um combate eficiente aos derramamentos, visando assim a mitigação dos danos que possam ser gerados. A resposta a um derramamento de óleo consiste em um conjunto de ações que serão realizadas em uma dada situação de emergência. Parte destas ações de emergência consistem em despachar equipamentos adequados para o local do acidente, com o intuito de conter e recuperar ou dispersar o óleo derramado. Na maioria das vezes será necessária uma resposta imediata ao derramamento de óleo, principalmente quando o óleo derramado se dirigir para regiões ambientalmente sensíveis. Por isso, é importante que existam locais estrategicamente determinados, que armazenem os tipos de equipamentos de resposta adequados, devendo estes também existir em quantidade suficiente para poder atender a todos os possíveis cenários de derramamento identificados nas instalações potencialmente poluidoras existentes na área considerada. Esta questão é abordada neste trabalho e para tanto é desenvolvido um modelo de otimização que considera a exigências atuais de resposta incluindo a resposta escalonada no tempo. O modelo proposto considera também onde armazenar os equipamentos de proteção que deverão ser despachados para áreas sensíveis associadas aos cenários de derramamento imediatamente após este ocorrer. São apresentadas para este modelo soluções baseadas em métodos heurísticos. Tais métodos são do tipo construtivo baseados em relaxação de programação linear. Estas heurísticas tornam possível o uso deste modelo em problemas que retratem situações reais. v Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfilment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.) STRATEGIC OPTIMIZATION MODEL FOR OIL SPILL RESPONSE CONSIDERING SENSITIVE AREAS Luiz Rodolfo Tinoco Aboim Costa APRIL /2007 Advisor : Virgílio José Martins Ferreira Filho Department: Production Engineering Awareness of the need of environmental protection is growing throughout the world and, in the specific case of oil spill accidents, the government as much as the industries and the society in general, are working to establish preventive and control measures to mitigate the adverse effects generated in case of occurrence of such accidents. Spills involving great amounts of oil can cause serious environmental, economic and social damages. Therefore, it becomes necessary an adequate structure of response, that will ensure an efficient spill combat, aiming to mitigate damages that could be generated. An oil spill response consists on a set of actions that will be performed under emergency conditions. Some of these actions include sending equipment adequate to the accident scenario, with the purpose of containing and recovering or dispersing the spilled oil. Most of the times, a prompt oil spill response is necessary, as in the case when the oil drifts to environmental sensitive areas. Thus, storage places should be strategically pre-determined for response equipment which should be adequate and dimensioned to enable to attend all possible spill scenarios identified in the potentially polluting facilities that exist in the considered area. This issue is approached in this work, where an optimization model that considers current response requirements is developed, including time-phased response. The model proposed considers further where to locate the protection systems that must be deployed to sensitive areas associated with spill scenarios immediately after a spill occurs. Solutions based on heuristic methods are presented for this model. Those methods are constructive, based on linear programming relaxation. Those heuristics enable to use the model in instances that translate actual cases. vi SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1 2 PROBLEMAS DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO 5 2.1 Fatores Relacionados a um Derramamento de Óleo 5 Tipos de Óleo e o seu comportamento em um derramamento 6 2.1.2 Condições Ambientais Durante o Derramamento: Corrente, Vento e Temperatura 7 2.1.3 Modelos de Transporte/Dispersão de Óleo e Modelos de Avaliação de Impactos 8 2.2 Identificação de Cenários Relacionados a um Derramamento de Óleo 9 2.2.1 Importância da definição dos cenários de derramamento 10 2.2.2 Identificação das potenciais fontes de derramamento 10 2.2.3 Identificação do Tipo de Óleo 11 2.2.4 Identificação do Volume de Derramamento 11 2.2.5 Condições Oceanográficas / Meteorológicas / de Temperatura 11 2.3 Resposta a Derramamentos de Óleo / Tipos de Estratégias de Resposta 11 2.3.1 Contenção e Recuperação 12 2.3.2 Dispersantes Químicos 15 2.3.3 Outras Estratégias de Resposta 16 2.3.4 Efetividade de equipamentos/condições do mar. 17 2.3.5 Efetividade das Estratégias de resposta 18 2.4 Legislação Relacionada à Poluição por Óleo 19 2.4.1 Legislação Internacional 20 2.4.2 Legislação Nacional 22 2.5 Aspectos do Plano de Emergência Individual 29 2.6 Integração dos Modelos de Otimização para Resposta a Derramamento de Óleo com os Planos de Contingência 36 2.6.1 Integração com o Plano de Emergência Individual 36 2.6.2 Integração com o Plano de Área 38 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE PROBLEMAS RELACIONADOS A DERRAMAMENTO DE ÓLEO COM ENFOQUE DE OTIMIZAÇÃO 39 3.1 Abordagem de Otimização 39 3.2 Modelos Estratégicos/Táticos/Operacionais. 413.3 Modelos Estratégicos de Otimização Relacionados à Resposta ao Derramamento de Óleo. 42 3.4 Modelos de Otimização Táticos Relacionados à Resposta ao Derramamento de Óleo. 46 3.5 Modelos de otimização estratégicos para sistemas de transporte marítimo de óleo 47 3.6 Modelo de Otimização para Seleção dos Cenários em Situações que Envolvem Derramamentos de Óleo. 49 vii 3.7 Modelos de Localização-Alocação 50 3.7.1 Modelos de Otimização 51 3.7.2 Problema das P-Medianas 52 3.7.3 Modelos com Abordagem de Cobertura 54 3.7.3.1 Problema de Cobertura de Conjuntos 54 3.7.3.2 Modelo de Máxima Cobertura. 55 Problemas de Localização Não Capacitados 56 4 MÉTODOS DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DE RESPOSTA A DERRAMAMENTO DE ÓLEO. 58 4.1 Introdução 58 4.2 Métodos de Solução dos Problemas de Otimização Combinatória. 59 4.2.1 Métodos Exatos. 59 4.2.2 Métodos Heurísticos e Metaheurísticos. 59 4.2.2.1 Métodos de Busca Clássicos 61 4.2.2.2 Metaheurística Busca Tabu 62 4.2.3 Métodos de Solução Específicos para Problemas de Programação Linear Inteira Mista Geral (PLIM geral) . 64 4.2.3.1 Heurísticas do Tipo Construtiva Baseadas em Relaxação de Programação Linear 64 4.2.3.2 Busca Tabu para Problemas de Programação Linear Inteira Mista Geral 72 5 MODELO DE OTIMIZAÇÃO ESTRATÉGICA PARA RESPOSTA A DERRAMAMENTOS DE ÓLEO QUE CONSIDERA ÁREAS SENSÍVEIS 86 5.1 Introdução 86 5.2 Modelos de Otimização Específicos para Resposta a Derramamento de Óleo. 86 5.2.1 Modelo Proposto por Iakovou, Ip, Douligeris e Korde (1996). 86 5.2.1.1 Objetivo/Escopo/Hipóteses Fundamentais 86 5.2.1.2 Formulação do Modelo. 87 5.2.1.3 Aplicação do Modelo e Técnica de Solução Proposta pelos autores. 89 5.2.2 Modelo Proposto por Srinivasa e Wilhelm (1996). 90 5.2.2.1 Objetivo/Escopo/Hipóteses Fundamentais 90 5.2.2.2 Formulação do Modelo. 94 5.2.2.3 Aplicação do Modelo e Técnica de Solução Proposta pelos Autores 99 5.2.3 Modelo de Otimização Estratégica para Resposta a Derramamento de Óleo que Considera Áreas Sensíveis 100 5.2.3.1 Objetivo/Escopo/Hipóteses Fundamentais 100 5.2.3.2 Formulação do Modelo. 101 6 EXEMPLOS DE APLICAÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO DAS SOLUÇÕES 107 6.1 Exemplo de Aplicação do Modelo Proposto por Iakovou, Ip, Douligeris e Korde (1996). 107 6.1.1 Descrição do Problema 109 6.1.2 Dados de Entrada do Modelo 110 Tabela 6.5 Capacidade Limite de Armazenamento dos equipamentos nas facilidades candidatas. 112 6.1.3 Exemplo da Solução do Problema utilizando-se o Método Exato Branch and Bound 113 6.1.4 Outros Métodos de Solução 117 6.1.4.1 Heurísticas Tipo Construtiva Baseadas em Relaxação de Programação Linear 117 6.1.4.2 Busca Tabu aplicada ao problema 1 (Problema de Programação Inteira Geral) 121 6.2 Exemplo de Aplicação do Modelo para Resposta a Derramamento de Óleo que considera Áreas Sensíveis e Solução Aproximada. 131 viii 6.2.1 Descrição do Problema 131 6.2.2 Dados de Entrada do Modelo 132 6.2.3 Solução Aproximada do Problema utilizando Relaxação de Programação Linear. 136 6.2.4 Soluções Aproximadas utilizando Heurísticas Construtivas. 138 6.2.4.1 Heurísticas H9, H10 e H11. 139 7 CONCLUSÃO 150 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 153 1 1 INTRODUÇÃO A conscientização quanto à proteção do meio ambiente vem se aprofundando cada vez mais em todo o mundo e, no caso específico de acidentes de derramamento de óleo, tanto o governo, quanto a indústria e a sociedade em geral vêm se mobilizando para estabelecer medidas preventivas e medidas de controle que minimizem os danos gerados no caso da ocorrência de tais acidentes. Derramamentos envolvendo grandes quantidades de óleo têm o potencial de causar sérios danos de natureza ambiental, econômica e social. Faz-se necessária, portanto, uma estrutura de resposta adequada, que permita um combate eficiente aos derramamentos, visando assim a mitigação dos danos que possam ser gerados. Mesmo investindo-se em prevenção e procurando-se minimizar a probabilidade de ocorrência de acidentes de derramamento de óleo, eles sempre continuarão a ocorrer, demandando um trabalho de resposta contínuo, complexo e caro. Por este motivo é importante investir em planos de contingência eficientes que incluam um treinamento permanente da equipe envolvida e que definam um dimensionamento adequado da capacidade de resposta requerida. Devem ainda estes planos ser constantemente aperfeiçoados, tanto no sentido de melhorar a performance da capacidade de resposta dos profissionais envolvidos, quanto no atendimento do crescimento da capacidade de resposta requerida. Certamente, os custos de investimento e aperfeiçoamento de um plano de contingência eficiente deverão ser muito inferiores aos custos advindos dos danos causados por acidentes mal gerenciados. A resposta a um derramamento de óleo consiste em um conjunto de ações que serão realizadas em uma dada situação de emergência. Parte destas ações de emergência consistem em despachar equipamentos adequados para o local do acidente, com o intuito de conter e recuperar ou dispersar o óleo derramado. Na maioria das vezes será necessária uma resposta imediata ao derramamento de óleo, principalmente quando o óleo derramado se dirigir para regiões ambientalmente sensíveis. Por isso, é importante que existam locais estrategicamente determinados, que armazenem os tipos de equipamentos de resposta adequados, devendo estes 2 também existir em quantidade suficiente para poder atender a todos os possíveis cenários de derramamento identificados nas instalações potencialmente poluidoras existentes na área considerada. Modelos matemáticos de otimização com enfoque estratégico vêm sendo formulados com o intuito de auxiliar a tomada de decisão no planejamento de operações de resposta/limpeza relacionadas a derramamentos de óleo que possam vir a ocorrer. Tais modelos são ferramentas importantes que podem auxiliar as diversas partes envolvidas no planejamento da preparação e da resposta a esses derramamentos. Permitem um dimensionamento mais adequado da capacidade de resposta, de forma que recursos limitados não sejam alocados de forma excessiva, ao mesmo tempo que atendam aos requerimentos da legislação existente, a qual deverá estar sintonizada com a preservação do meio ambiente e com os interesses da sociedade. Estudiosos citam que, embora a literatura em geral na área de derramamento de óleo seja rica, os modelos de otimização para resposta a derramamento de óleo têm recebido menos atenção do que seria merecido na área de pesquisa operacional e ciências da gestão, Psaraftis, Tharakan e Ceder (1985) e Iakovou, Douligeris e Korde (1994). Pode-se dizer que isto se verifica ainda na data atual. Este trabalho pretende, partindo do levantamento dos modelos propostos na literatura, apresentar os principais modelos e propor uma alteração/adaptação na estrutura de um deles, mais especificamente o modelo estratégico proposto por Srinivasa e Wilhelm (1996), que é o modelo mais atual, o único que considera um aspecto importante da legislação mais recente (definidos após a lei americana Oil Pollution Act – 1990), que é o da resposta escalonada no tempo. O modelo proposto neste trabalho aborda um aspecto que não foi levado em conta nos modelos anteriores, a saber : o dimensionamento dos sistemas de proteção como barreiras de proteção com materiais absorventes, levando em consideração as áreas sensíveis específicas passíveis de ser atingidas em decorrência de acidentes nas instalações que possuem um potencial de gerar derramamentos de óleo. Estas áreas sensíveis variam de acordo com as fontes dos acidentes e os respectivos cenários predominantes identificados. Para que um modelo de otimização estratégico para resposta a derramamentosde óleo desempenhe corretamente a sua função, deve representar os aspectos relevantes do mundo real, e também deve receber dados de entrada corretos. Com 3 relação ao primeiro aspecto, pode-se dizer que, embora tenham sido poucos, modelos valiosos nesta linha já foram propostos. Entretanto, certamente ainda existe um grande espaço para o aperfeiçoamento de tais modelos, o que deverá ser feito de forma gradativa e contínua com a colaboração das diversas pessoas envolvidas com este tema. Com relação aos dados de entrada, devem ser estimados de uma forma adequada os diversos parâmetros do modelo, devendo-se dar também uma atenção especial ao levantamento dos cenários de derramamento, que devem ser corretamente identificados, pois estes são peças fundamentais para definir uma capacidade de resposta ótima que represente uma situação real. Procurou-se também neste trabalho, através de uma das metodologias utilizadas na solução aproximada de modelos de otimização de natureza combinatória em geral, obter-se uma solução específica para o modelo de resposta a derramamento de óleo. Tal solução deverá apresentar uma qualidade adequada e ser gerada em um tempo razoável. As metodologias utilizadas para a solução de tal modelo foram heurísticas do tipo construtivas baseadas em relaxação de programação linear aplicadas a problemas de programação linear mista inteira (PLMI) geral, e também o método de Busca Tabu aplicado a problemas de PLMI geral. A maioria dos modelos de otimização estratégicos para resposta a derramamentos de óleo se limitaram a aplicações hipotéticas, com exceção do modelo de Srinivasa e Wilhelm(1996), que fez uma aplicação a uma situação real na Baía de Galveston no Texas. Mas apesar do avanço alcançado ao longo do tempo por tais modelos, parece que eles não têm sido utilizados de forma sistemática, deixando assim de propiciar um auxílio à tomada de decisão para as partes envolvidas no planejamento da resposta. Esta tese tem como principal objetivo dar continuidade ao desenvolvimento de modelos de resposta a derramamentos de óleo com enfoque de otimização, que como já foi mencionado tem recebido relativamente pouca atenção na literatura. Isto se dá num momento de grande desenvolvimento da indústria de petróleo no nosso país e no mundo e também num momento em que surgem legislações mais modernas e exigentes relacionadas à proteção do ambiente marinho quanto ao impacto de derramamentos de óleo. A organização dos capítulos deste trabalho é descrita a seguir: No capítulo 2 são apresentados aspectos relacionados aos problemas de derramamento de óleo. São abordados, de forma suscinta, aspectos relacionados a cenários de derramamento, impactos ambientais, áreas sensíveis, 4 métodos/equipamentos de proteção, legislação etc., tudo dentro do escopo de derramamentos de óleo. São enfatizados aspectos do Plano de Emergência Individual (Resolução CONAMA no 293/01) e também é mostrado como este está relacionado com o modelo de otimização estratégica para resposta a derramamento de óleo. No capítulo 3 é feita uma revisão da literatura, citando os principais modelos de otimização relacionados a derramamentos de óleo, tanto os modelos estratégicos (modelos para resposta e modelos de transporte marítimo), quanto modelos táticos ( modelos para resposta ), sendo também citado um modelo relacionado à seleção de cenários. São apresentados também alguns dos modelos clássicos de localização com enfoque de otimização, modelos estes que formam a base dos modelos de otimização tratados neste estudo. O capítulo 4 trata de métodos de solução para o modelos de otimização para resposta a derramamento de óleo. São descritos suscintamente aspectos relacionados aos métodos de solução dos problemas de otimização combinatória em geral, e depois é dada ênfase a duas metodologias direcionadas a problemas de programação linear inteira mista geral; são elas : heurística do tipo construtiva baseada em relaxação de programação linear e metodologia Busca Tabu direcionada para problemas PLIM geral. No capítulo 5 são descritos, inicialmente, os dois mais recentes modelos de otimização estratégica para resposta a derramamento de óleo propostos na literatura. O segundo modelo descrito serviu de base para o modelo proposto neste trabalho, que é o Modelo de Otimização para Resposta a Derramamento de Óleo que considera Áreas Sensíveis, que é apresentado em seguida. No capítulo 6 são apresentados dois exemplos de aplicações, sendo feitas também, implementações de soluções aproximadas. Primeiramente, as metodologias de solução heurística do tipo construtiva baseada em relaxação de programação linear e a metodologia Busca Tabu direcionada para problemas PLI geral, são implementadas no modelo proposto por Iakovou,Ip, Douligeris e Korde (1996). Depois, a metodologia de heurística construtiva baseada em relaxação de programação linear é implementada no Modelo de Otimização Estratégica que Considera Áreas Sensíveis, que é apresentado logo em seguida. No capítulo 7 são apresentadas as conclusões e são feitas recomendações. 5 2 PROBLEMAS DE DERRAMAMENTO DE ÓLEO Um derramamento de óleo pode gerar um grande impacto no ambiente aquático, prejudicando os organismos que vivem na superfície da água e também sob esta. O óleo pode prejudicar partes da cadeia alimentar, incluindo os recursos alimentares humanos. Áreas de recreação, praias, áreas de pesca e de preservação da vida selvagem poderão também ser atingidos, gerando danos de natureza ambiental, social e econômica. Diversos fatores influenciam na severidade do impacto gerado por um derramamento, assim como os diferentes recursos afetados têm diferentes sensibilidades ao óleo derramado. Os impactos gerados podem ser de curto ou de longo prazo. Para qualquer uma destas situações é fundamental que as diversas partes envolvidas desenvolvam uma capacidade de resposta adequada para enfrentar possíveis acidentes futuros. 2.1 FATORES RELACIONADOS A UM DERRAMAMENTO DE ÓLEO A severidade do impacto gerado por um derramamento de óleo depende de vários fatores que influenciam o comportamento do óleo no ambiente aquático, como o tipo do óleo derramado, a quantidade derramada, as condições meteorológicas/ oceanográficas durante o derramamento, o local do derramamento que pode ser próximo de regiões ecologicamente sensíveis, e também a própria capacidade de resposta existente nas proximidades do derramamento, a qual possibilita a mitigação de possíveis danos. Se, por exemplo, o óleo derramado em um acidente for do tipo persistente (com um processo mais lento de evaporação e dispersão) e ao mesmo tempo se dirigir para a costa, será exigido um grande esforço para realização de uma operação de resposta/limpeza, de modo a conseguir minimizar os danos ecológicos e sócio-econômicos. Dados históricos sobre derramamentos de óleo, assim como as características do óleo, do clima, da meteorologia local e as sensibilidades ambientais existentes são importantes fatores para uma avaliação de risco, e do comportamento e destino do óleo, possibilitando uma avaliação das conseqüências potenciais relacionadas a futuros derramamentos de óleo. Estas informações devem ser levantadas pelas 6 organizações que produzem planos de contingência, de modo que estratégias de resposta apropriadas possam ser desenvolvidas, visando uma melhor mitigação da ameaça gerada pela poluição de óleo, IPIECA ( 1991). Tipos de Óleo e o seu comportamento em um derramamento O petróleo é na verdade uma mistura formada por centenas de componentes, sendo, na maior parte, hidrocarbonetos. As suas propriedades básicas determinam as mudanças físicas e químicas que ocorrerem quando ele é espalhado na água edeterminam, também, a sua persistência e toxidade. É recomendado que as organizações preparem uma lista descrevendo as propriedades dos óleos comumente comercializados em suas áreas de atuação ou produzidos a partir de operações de exploração e produção. Estas organizações devem estar conscientes do provável comportamento do óleo na água e das implicações relacionadas à efetividade dos diferentes tipos de equipamentos de recuperação de óleo ( recolhedores ou “skimmers”) e dos dispersantes químicos, IPIECA ( 1991). Após um derramamento de óleo, as partes mais leves deste, embora sejam mais tóxicas do que o óleo cru, provavelmente sofrerão um processo de evaporação ou de dissipação, antes de alcançarem as regiões na costa que possuam habitats mais sensíveis. Estudos em laboratório têm mostrado que a evaporação pode reduzir o volume do óleo cru em 20 a 40 % (Goldberg, 1991, citado em Aynechi, N., 1998). O óleo mais pesado, que não evapora, embora não seja tão tóxico quanto o óleo refinado, pode se depositar sobre costas arenosas e rochosas, podendo assim, no curto prazo, causar danos para moluscos e plantas. Nos estágios iniciais de um derramamento de óleo, um grande número de pássaros e mamíferos poderão morrer ao entrar em contato com o óleo derramado. Srinivasa e Wilhelm(1997) citam que o óleo flutuante se espalha rapidamente, de maneira que uma resposta lenta permitiria um espalhamento ao longo de uma ampla área, fazendo com que ações intensivas de contenção não fossem efetivas. Isso porque as manchas de óleo podem se tornar muito finas, impossibilitando assim o recolhimento e mesmo uma queima, quando esta for permitida. Além disso, o óleo se emulsifica à medida que se mistura com a água, formando uma espécie de “mousse” colorido que não poderá ser tratado eficientemente com dispersantes, sendo também mais difícil de ser bombeado. Ressaltam também os autores que quando as respostas aos acidentes de derramamento de óleo no mar sofre atraso, provavelmente 7 serão ineficientes como aconteceu no caso do acidente com o navio Exxon Valdez . É também muito importante que a resposta seja rápida no caso de derramamentos próximos da costa, procurando-se, deste modo, evitar que o óleo atinja áreas de recreação, praias, áreas de pesca e de preservação da vida selvagem. O óleo derramado em oceanos abertos tende a causar menos dano que o óleo que é derramado próximo à costa, onde há uma maior quantidade de grandes plantas aquáticas, tais como algas marinhas e seus associados organismos vivos. Fortes ventos, entretanto, podem conduzir o óleo derramado para a costa e também propiciar a emulsificação deste. Quando derramados, a maioria dos óleos se dissipam rapidamente através dos processos naturais de evaporação, dissolução e dispersão. Dependendo da temperatura e das condições do mar e também do volume de óleo derramado, produtos leves irão, sob condições favoráveis, praticamente desaparecer a partir da superfície do mar dentro de 1 a 2 dias, óleos crus leves dentro de 2 a 5 dias e óleos crus médios dentro de 5 a 10 dias. Óleos crus pesados ou ceras e produtos de óleos pesados persistirão por períodos muito longos, mas irão continuamente se dissipar ao longo do tempo, IPIECA ( 1991). Quando o óleo é derramado no mar, ele está sujeito a muitos processos que mudam as suas propriedades físicas e químicas, e por isso o seu comportamento. Esses processos são em geral referidos como desgaste . Embora todos esses processos ocorram ao mesmo tempo, a taxa e o efeito destes no óleo derramado são dependentes do tipo de óleo derramado e das condições predominantes (isto é, temperatura, estado do mar e correntes). 2.1.2 Condições Ambientais Durante o Derramamento: Corrente, Vento e Temperatura Informações sobre ventos, correntes marítimas e temperatura são importantes para o planejamento tanto de uma resposta de curto prazo, quanto para uma de longo prazo. Estas informações auxiliam na determinação de estratégias de resposta a derramamento de óleo e permitem que sejam feitas previsões sobre o movimento da mancha do óleo derramado. Durante a ocorrência de um derramamento, é importante que sistemas de previsão das condições ambientais disponibilizem estas informações em tempo real, de modo a apoiar as ações de resposta. No caso de um planejamento de longo prazo, 8 deverão ser identificados, a partir de dados históricos das condições ambientais da região que possui instalações potencialmente poluidoras, os cenários futuros representativos desta região. Sem considerar o espalhamento, que faz com que o óleo ocupe áreas cada vez maiores, a mancha de óleo proveniente de um derramamento tende a se mover aproximadamente na velocidade das correntes de superfície e aproximadamente a 3% da velocidade do vento (o movimento resultante será um vetor soma desses dois componentes). As condições do mar influenciam o comportamento do óleo espalhado e determinam a efetividade das técnicas de resposta. Por exemplo, o mar agitado ajuda na dispersão do óleo, sendo esta dispersão induzida naturalmente ou quimicamente, e torna a contenção e a recuperação do óleo mais difícil de se executar, IPIECA(1991). Já a temperatura influencia na viscosidade do óleo, que como já foi comentado, limita a ação dos equipamentos de resposta. 2.1.3 Modelos de Transporte/Dispersão de Óleo e Modelos de Avaliação de Impactos Como foi citado anteriormente, as condições ambientais influenciam o destino e o comportamento do óleo derramado e consequentemente as regiões impactadas. Os modelos de transporte/dispersão de óleo são ferramentas que auxiliam na previsão da trajetória e destino da mancha de óleo proveniente de um derramamento, permitindo, assim, que sejam identificados os recursos sensíveis que poderão ser atingidos por ela, além de permitir que seja estimado o tempo disponível para proteção destes recursos ameaçados, fornecendo, assim, informação para o planejamento e mobilização dos recursos de combate necessários. Tais modelos utilizam conhecimentos dos processos físicos, químicos e biológicos, juntamente com os dados ambientais predominantes, para simular o transporte do óleo. A modelagem de derramamento de óleo define a área de influência indireta da atividade na qual se baseia todo o diagnóstico ambiental, bem como, define cenários através das simulações, permitindo a elaboração de estratégias necessárias ao atendimento emergencial de acidentes que envolvem derramamento de óleo no mar, no contexto do Plano de Emergência Individual. Constitui, dessa forma, uma ferramenta fundamental na elaboração do estudo e da gestão ambiental das atividades de exploração e produção (IBAMA, INF. TÉC. Nº023, 2002) 9 Há uma demanda crescente, tanto de órgãos reguladores do governo quanto da indústria, pelo uso de tais modelos, que possibilitam uma análise mais adequada dos impactos ambientais provenientes de suas atividades, French et al ( 2001). O estado da arte da modelagem de transporte/dispersão de óleo nos últimos 30 anos envolve a aplicação de modelos probabilísticos e determinísticos, de duas (2D) ou três dimensões (3D), construídos para mapear a trajetória e o destino do óleo derramado no mar. Alguns dos modelos foram desenvolvidos para previsões táticas de curto prazo, a fim de resolver situações decisivas no combate e controle de derrames acidentais, enquanto outros modelos detiveram-se na avaliação de longo prazo para políticas de conservação. (ASCE,1996, citado em (IBAMA, INF. TÉC. Nº 023, 2002)). French et al (2001) cita que alguns modelos de transporte/dispersão de óleo desenvolvidos nas últimas duas décadas pela empresa ASA simulam, além do movimento do óleo, o impacto desteem recursos biológicos tais como: peixes, moluscos, pássaros etc. Tratam, portanto, dos impactos de derramamentos de óleo de forma quantitativa, sendo esta análise particularmente útil para avaliação de risco, planejamento de contingência, análise de custo-benefício e avaliação de danos a recursos naturais. Com o auxílio dos modelos de transporte/dispersão de óleo é possível identificar, para cada cenário de um potencial derramamento de óleo, quais são as regiões sensíveis que provavelmente serão atingidas pelo óleo derramado. Esta informação será um dado de entrada útil para um modelo de otimização estratégico para resposta a derramamento de óleo, o qual procurará, entre outras coisas, dimensionar de forma adequada os sistemas de resposta de proteção que farão frente para proteger as áreas sensíveis ameaçadas nos cenários identificados. 2.2 IDENTIFICAÇÃO DE CENÁRIOS RELACIONADOS A UM DERRAMAMENTO DE ÓLEO Para cada atividade que envolve armazenamento ou transporte de óleo, e que por isso está sujeita a um potencial acidente, devem ser identificados os cenários acidentais correspondentes. Tais cenários refletem as situações reais nas quais acidentes poderão ocorrer. Uma combinação de fatores está associada a tais situações, tais como: tipo de óleo, volume do óleo derramado, condição meteorológica (intensidade/direção dos ventos), condições oceanográficas locais, temperatura, época 10 do ano, etc...Para cada possível par acidente/cenário podemos identificar as áreas que serão potencialmente afetadas pelo derramamento. Dependendo da legislação em vigor, os requerimentos de resposta a derramamentos de óleo definidos podem variar em função do cenário e do local do derramamento. Como será visto mais adiante na seção 2.5, no caso específico do Brasil, a capacidade de resposta requerida, definida na Resolução CONAMA nº 293/01, em seu anexo 3, depende do local onde ocorreu o acidente, independente do tipo de cenário, ou seja, a capacidade de resposta requerida é diferente para região costeira, mar aberto (offshore) é região de rios. Desta forma, para cada uma dessas categorias de localização, e para cada volume potencial de derramamento de óleo, são definidos requerimentos de resposta específicos (como a capacidade acumulada de recolhimento de óleo (em m3/dia), para os instantes críticos especificados. 2.2.1 Importância da definição dos cenários de derramamento É fundamental que os cenários associados a um dado problema de derramamento de óleo sejam representativos, e abranjam o número de situações necessárias que caracterizem adequadamente este problema no futuro. Todas as situações relevantes possíveis de ocorrer, associadas ao problema de dimensionamento da capacidade de resposta dos potenciais derramamentos de óleo, devem ser identificadas. 2.2.2 Identificação das potenciais fontes de derramamento A caracterização de riscos de derramamento de óleo inclui a análise dos tipos e volumes de derivados de óleo que são armazenados e transportados na área em estudo e do padrão histórico dos derramamentos. Para o caso de acidentes que possam afetar regiões costeiras, as fontes de potenciais acidentes podem ser os navios que transportam petróleo ou derivados, principalmente se trafegarem com uma certa freqüência na região. Além disso, a existência de oleodutos ou, poços de produção de petróleo que estejam sendo explorados na região e suas respectivas instalações de produção e estocagem ( às quais estão associadas linhas de transferência de óleo e gás) e reservatórios que poderão armazenar grandes quantidades de óleo. Técnicas de Análise de risco podem ser utilizadas para a determinação dos cenários mais freqüentes de cada hipótese acidental. Volumes de derramamento típicos podem ser identificados com suas respectivas freqüências, sendo estes associados aos respectivos componentes/processos que estão sujeitos a falhas. 11 2.2.3 Identificação do Tipo de Óleo Como vimos, o tipo de óleo tem uma influência muito importante nas conseqüências do derramamento. Diferentes impactos, estratégias de resposta, efetividade dos equipamentos estão relacionados ao tipo de óleo. Por isso é muito importante definir antecipadamente todo o tipo de óleo que é manipulado/transportado na área estudada, devendo-se usar cada um deles como base para os potenciais cenários a serem identificados. 2.2.4 Identificação do Volume de Derramamento A quantidade de óleo derramado muito influenciará no nível do impacto. Em geral procura-se definir uma descarga que retrate a pior situação possível de ocorrer para o problema específico analisado. A Resolução CONAMA nº 293/01, em seu anexo 3, define descarga de pior caso da instalação como a capacidade máxima de óleo do reservatório de maior volume da instalação. Estabelece critérios para o cálculo destes em plataformas marítimas de produção, de perfuração, de desenvolvimento, para o caso de dutos e de operações de carga e descarga. Estes critérios serão apresentados mais adiante na seção 2.6. 2.2.5 Condições Oceanográficas / Meteorológicas / de Temperatura Deverão ser determinados os parâmetros climáticos e oceanográficos da região sujeita a um potencial derramamento de óleo, pois eles ajudarão a caracterizar os possíveis cenários desta região. Serão entradas fundamentais para modelos de trajetória de óleo os quais irão permitir caracterizar as áreas de influência indireta, permitindo assim uma melhor avaliação do impacto ambiental gerado. As condições oceanográficas e meteorológicas ditam, por exemplo, o deslocamento da mancha de óleo e a intensidade da dispersão na coluna d’água. Condições de temperatura, por sua vez, influenciam na viscosidade do óleo e na quantidade de óleo que pode evaporar. As regiões impactadas e a intensidade deste impacto variam bastante em função destas condições citadas. 2.3 RESPOSTA A DERRAMAMENTOS DE ÓLEO / TIPOS DE ESTRATÉGIAS DE RESPOSTA De acordo com as circunstâncias em que os derramamentos de óleo ocorrem, seu porte, as características do local do acidente e a sensibilidade ambiental das áreas atingidas, fazem-se necessárias diferentes estratégias de resposta. Para qualquer uma dessas estratégias, as diversas informações que retratam o momento do acidente devem chegar aos coordenadores dos planos de resposta para permitir um combate efetivo. Devem, portanto, ser identificados as condições climáticas e 12 oceanográficas reinantes e previstas, o tipo do óleo derramado, a quantidade efetivamente derramada até o momento e a prevista , a localização e extensão do acidente e os meios de acesso ao local do acidente. A partir destas informações serão definidas as quantidades de pessoal e de equipamentos adequadas que serão acionadas para o acidente, bem como definidos os métodos mais adequados de contenção, recolhimento e remediação do óleo derramado. É importante também salientar que todas as decisões tomadas devem fornecer os subsídios necessários para que os requerimentos de resposta exigido pela legislação sejam cumpridos, IPIECA ( 1991). Dentre as possíveis estratégias para resposta a derramamentos de óleo podem ser citadas: monitoramento e avaliação(atenuação natural), contenção e recuperação, utilização de dispersantes, limpeza da costa, e queima no local do derramamento. Estas estratégias devem ser adaptadas de acordo com as diferentes localizações, diferentes condições e variados períodos ao longo do ano, devendo ser estabelecidas após uma prévia consulta às autoridades envolvidas e aos stakeholders em geral, IPIECA(1991). Para cada uma das opções de resposta devem ser cuidadosamente avaliados aspectos como: a segurança associada, o risco ambiental, a limitação operacional e o consentimento de suautilização. Atualmente, a estrutura de resposta no Brasil limita-se a duas ações: contenção/recolhimento (que é de caráter prioritário, bastando haver condições de mar propícias, não importando o local do incidente) e o uso de dispersantes químicos, no caso de ineficiência da primeira. Souza e outros (2004) comentam que pesquisas poderiam ser realizadas com o intuito de incorporar outras técnicas de resposta como queima in situ e atenuação natural. Diante de um número maior de possibilidades de resposta a decisão final seria enriquecida e uma melhor comparação entre vantagens e desvantagens entre as diversas alternativas poderia ser feita. A seguir são descritas, de forma resumida, as principais estratégias de resposta e seus equipamentos relacionados. Uma descrição mais detalhada, tratando de equipamentos modernos, pode ser encontrada em Ventikos et al. (2004). 2.3.1 Contenção e Recuperação Recuperação Mecânica A recuperação mecânica é a transferência do óleo da superfície da água para algum recipiente transportável que sirva como local de armazenamento temporário. Isto deve ser feito com o auxílio de barreiras de contenção(booms), (Figura 2.1) que 13 são utilizadas para conter ou desviar o óleo, e de recolhedores (skimmers), (Figura 2.2) ou absorventes (Figura 2.3) que são utilizados para recuperar ou remover o óleo da superfície da água, além de mangueiras e de bombas ( Institute of Petroleum, 1975 citado em Aynechi, 1998). A performance de algum desses equipamentos, entretanto, pode ser severamente limitada pelas condições oceanográ- ficas e meteorológicas, incluindo correntes, ondas e vento, além, ainda, da natureza do óleo. O principal fator que dita se a remoção do óleo ocorrerá de maneira rápida e efetiva por meios mecânicos é a espessura da mancha formada pelo óleo derramado. A espessura da mancha resultante do derramamento de óleo dependerá: do tempo que o óleo permanecerá na superfície, do tipo do óleo derramado e da sua viscosidade na temperatura ambiente. A taxa de recuperação por algum dispositivo mecânico decresce com a diminuição da espessura do óleo. Portanto, para que o combate ao derramamento do óleo seja eficiente é exigida uma rápida resposta e uma adequada coordenação entre as barreiras de contenção, skimmers, bombas para transferência, armazenagem temporária, e todo o trabalho realizado pela equipe especializada . Figura 2.1 - barreira de contenção de óleo. (boom) Fonte site ( www.megator.co.uk ) Figura 2.2 – recolhedor de óleo (skimmer) (www.megator.co.uk) Figura 2.3 – absorvente ( www.megator.co.uk ) 14 Barreiras de Contenção (Booms) A barreira de contenção (figura 2.1) é uma barreira flutuante usada para conter o óleo, e pode ser usada durante um acidente ou de forma permanente (barreira fixa). Elas servem para: • desviar o óleo derramado para áreas onde o recolhimento possa ser realizado; • conter e concentrar o óleo derramado; • proteger áreas ambientalmente sensíveis ameaçadas pelo derramamento de óleo; As barreiras de contenção fixas que se destinam a locais, tais como: portos, terminais marítimos, marinas, etc. Recolhedores (Skimmers) Recolhedores (figura 2.2) são dispositivos usados para a recuperação do óleo derramado antes de ele se espalhar em uma camada fina, o que dificultaria bastante a sua recuperação. Todos os recolhedores são eficientes quando a camada de óleo é mais espessa e contínua. À medida que eles operam, a espessura da camada vizinha é diminuída, sendo necessário que o skimmer se movimente para outra região no caso de não existir uma corrente natural em direção ao skimmer. Existem vários modelos, sendo cada um deles mais apropriado para uma determinada condição específica. Na figura 2.5 é mostrado um skimmer específico para águas calmas enquanto na figura 2.4 aparece um skimmer específico para mar aberto. Figura 2.4 – recolhedor de óleo utilizado em mar aberto ( www.megator.co.uk ) Figura 2.5 - recolhedor de óleo utilizado em águas calmas ( www.megator.co.uk ) Armazenamento Temporário Os skimmers, em geral, não são suficientes para conter todo o óleo recuperado, havendo portanto, a necessidade de transferir óleo para um grande 15 recipiente (vide Figuras 2.6, 2.7) a fim de permitir o armazenamento e disposição longe do local da operação de recuperação. Assim, alguma forma de armazenamento temporário é requerida, usualmente um reservatório, entre a operação contínua de retirada do óleo da superfície e a remoção intermitente para sua destinação final. Com a finalidade de permitir a armazenagem temporária no mar, os reservatórios usados devem ser robustos o suficiente para resistir às condições do mar. Para operações de recuperação no mar, tanques costeiros ou tanques barcaças com propulsão própria são recomendados. (Institute of Petroleum,1975, citado Aynechi, N., 1998). A Resolução CONAMA nº 293/01 em seu anexo 3, define que a capacidade de armazenamento temporário do óleo recolhido deve ser equivalente a três horas de operação do recolhedor. Figura 2.6 – reservatório (www.megator.co.uk ) Figura 2.7 - Barco com reservatório de armazenamento temporário (www.megator.co.uk ) 2.3.2 Dispersantes Químicos Os dispersantes químicos possuem a propriedade de quebrar a mancha de óleo em milhões de partículas, permitindo a oxigenação na água e a passagem de luz. Assim, o ambiente marinho é protegido, pois o processo de biodegradação do óleo é acelerado. O uso de dispersante é especialmente útil quando as outras medidas 16 falham, por exemplo: quando a mancha de óleo proveniente de um derramamento no mar está se movendo para a costa, mas o mar está agitado (ondas grandes e/ou corrente fortes) de tal forma que não permite o uso de barreiras de contenção e de skimmers . Neste caso, o uso de dispersante poderá ser a melhor escolha. A aplicação de dispersantes pode ser executada mais rapidamente do que o recolhimento do óleo derramado por meios mecânicos. A pulverização aérea de dispersantes químicos é usualmente o método preferido de aplicação para uso no mar. No Brasil é a Resolução CONAMA Nº 269 de 14/09/2000 que disciplina o uso de dispersantes químicos. 2.3.3 Outras Estratégias de Resposta Queima A queima é um dos processos utilizados em um derramamento de óleo em terra ou na água. Para a queima do óleo na água, a mancha de óleo deve ser relativamente recente e ter uma espessura mínima de pelo menos 3 mm . Quando os componentes voláteis do óleo começam a evaporar, o potencial de queima diminui com o tempo (Aynechi, N., 1998). Dependendo da velocidade do vento e da temperatura, cerca de 50% da mancha de óleo pode evaporar em 24 horas ou menos. Uma vez isto ocorrendo, torna-se praticamente impossível provocar a queima do óleo remanescente na superfície da água. A queima na superfície do mar não é geralmente efetiva, devido à rápida transferência de calor para a água (Swift et al, 1969, citado Aynechi, N., 1998). Como foi citado anteriormente, no Brasil esta estratégia atualmente não é permitida. Absorção Os absorventes (Figura 2.8) são utilizados para limpeza final da área do derramamento, para limpeza em locais inacessíveis aos recolhedores e, em alguns casos, para proteção ao longo da extensão de litorais vulneráveis ou outras áreas especiais. 17 Figura 2.8 - barreira de proteção com absorvente (www.megator.co.uk ) Há numerosos compostos e materiais disponíveis para coletar óleo das manchas. A maioria dos absorventes flutuantes são baratos e após sua aplicação podem ser rapidamente removidos e descartados em aterros sanitários, ou mesmo queimados. Quatro tipos de agentes coletores têm sido identificados para recuperação de óleo (Nelson,P, 2000), são eles: 1) absorventes flutuantes (por ex., palha e serragem); 2) materiais de plástico ou polímeros como espuma de poliuretano (por ex., mantas sintéticas, de polipropileno, que podem ser aplicadas diretamente sobre as águas. Essas mantas absorvem o óleo e também repelem a água, mas precisam depois ser recolhidas e devidamente tratadas); 3) agentes com gel; 4) demulsionadores. A Resolução CONAMA nº 293/01 em seu anexo 3 define que os absorventes devem ser quantificados obedecendo-se aos seguintes critérios: i. barreiras absorventes: o mesmo comprimento das barreiras utilizadas para a contenção; ii. mantas absorventes: em quantidade equivalente ao comprimento das barreiras utilizadas para contenção; 2.3.4 Efetividade de equipamentos/condições do mar. Para cada situação de derramamento devem ser bem compreendidas as limitações técnicas dos equipamentos. A efetividade da resposta utilizando equipamentos modernos varia com as condições do mar e do tempo. Uma variedade 18 de barreiras de contenção (booms) e recolhedores (skimmers), sobre certas condições, podem conter e recuperar parte do óleo derramado. Esta recuperação poderá representar um percentual significativo se o derramamento for pequeno e se as condições durante o recolhimento forem favoráveis. Em condições de mar agitado, os recolhedores serão menos efetivos. Isto acontecerá também, se o preparo e despacho dos equipamentos não forem feitos imediatamente. Ventikos et al. (2004) apresentam características importantes dos métodos de resposta a derramamentos de óleo em mar e de seus respectivos equipamentos e propõem uma metodologia que estabelece uma estrutura de compatibilidade para uso e combinação de equipamentos em diferentes situações de resposta, auxiliando assim na tomada de decisões iniciais adequadas em um plano de contingência, possibilitando deste modo que uma eficiente operação de resposta seja iniciada. Uma seleção adequada dos mecanismos de resposta/ equipamentos será função das limitações básicas que governam o uso destes, como estado do mar, viscosidade do óleo derramado, velocidade da corrente, etc. A partir dos dados/tabelas fornecidos no artigo citado, dados estes representativos das possíveis faixas de valores que retratam as limitações básicas citadas, poderão ser selecionados os apropriados equipamentos/mecanismos de resposta satisfazendo a critérios relacionados ao custo, tempo e a proteção do ambiente marítimo. Tais informações poderão ser úteis em modelos relacionados à resposta a derramamento de óleo. 2.3.5 Efetividade das Estratégias de resposta Os derramamentos de óleo demandam estratégias de respostas efetivas com o intuito de minimizar os potenciais impactos de natureza ambiental, econômica e social. O IPIECA(1991) cita situações associadas aos derramamentos de óleo e as respectivas estratégias de resposta que serão mais apropriadas: i. Quando o óleo for derramado em regiões longe da costa e/ou envolvendo óleo do tipo muito leve e volátil, a estratégia de avaliação e monitoramento (atenuação natural) deverá ser a mais apropriada para a resposta. ii. Quando o óleo for derramado próximo da costa, ou quando correntes e ventos o direcionarem para lá, será necessário uma resposta ativa. iii. Quando os derramamentos ocorrerem em facilidades de produção e exploração cujo posicionamento é conhecido, além de ser conhecido também o tipo do óleo e vazão do escoamento, a escolha da metodologia de resposta deverá ser 19 simples uma vez que será possível ter predições razoáveis do movimento e do comportamento do óleo. iv. Quando o mar apresentar condições agitadas, as barreiras de contenção serão menos eficazes e se o despacho dos equipamentos não for possível imediatamente, o óleo derramado se espalhará muito, dificultando a sua contenção. Para volumes elevados de derramamento, freqüentemente será impossível agrupar equipamento suficiente para conter o óleo . No caso do óleo ameaçar atingir a costa e/ou regiões sensíveis, a estratégia de resposta deverá se tornar defensiva, envolvendo esta a proteção de recursos costeiros críticos e preparação das operações de limpeza nas praias. v. Nas horas iniciais de derramamentos que envolvem óleos leves mais voláteis, uma opção de resposta que poderá ser avaliada, quando a legislação permitir, é a “queima in situ”, pois neste momento o óleo estará sucetível à ignição. Nesta opção será gerada uma ampla fumaça negra e uma pequena quantidade de resíduo persistente. Como foi comentado anteriormente, esta estratégia atualmente não é permitida no Brasil. 2.4 LEGISLAÇÃO RELACIONADA À POLUIÇÃO POR ÓLEO Desastres significativos de derramamento de óleo no mundo exigiram que ao longo do tempo fossem elaboradas diversas normas e regulamentos relacionados à poluição marinha. Propostas de medidas para proteção do meio ambiente marinho foram encaminhadas a fóruns internacionais pertinentes, em especial à Organização Marítima Internacional (IMO), e a partir destes surgiram medidas e regulamentações necessárias. A IMO surgiu em 1982, a partir de uma reorganização do IMCO ( Inter- Governmental Maritime Consultive Organization), que era um órgão governamental criado em 1948. A partir desta reorganização, a IMO tornou-se uma agência das Nações Unidas e tem como objetivo melhorar as condições de segurança da vida humana no mar e proteger o meio ambiente marinho do transporte de cargas, tudo isto através de convenções internacionais, protocolos e emendas. Uma de suas principais convenções é a Marpol 73/74. Os procedimentos adotados internacionalmente com relação a incidentes com derramamento de óleo têm por base primária os critérios adotados por países signatários do tratado para Prevenção da Poluição Marinha (MARPOL 73/74), o que recai na autogestão por parte dos órgãos governamentais. A partir deste tratado, cada 20 país regulamenta seu programa de atividades petrolíferas de acordo com as atribuições dos órgãos de gestão ambiental (IBAMA, INF. TÉC. Nº 023, 2002). A partir das várias convenções internacionais que foram criadas, surgiram leis específicas nos países signatários destas convenções. Serão citadas a seguir alguns aspectos da legislação internacional e nacional relacionado à poluição marinha por petróleo e seus derivados. Além das medidas preventivas quanto à poluição por óleo, foram estabelecidas também medidas para a definição de estratégias efetivas que permitam uma preparação adequada para combater incidentes de poluição por óleo e minimizar os danos relacionados. 2.4.1 Legislação Internacional Serão citadas a seguir algumas convenções internacionais relacionadas aos temas i) proteção do ambiente marinho e ii) responsabilidade e indenização de danos. i) Convenções internacionais relacionadas à proteção do ambiente marinho. O primeiro instrumento multilateral internacional relacionado a aspectos de poluição por óleo foi a Convenção Internacional para Prevenção da Poluição do Mar por Óleo, de 1954 (OILPOL 54) . Posteriormente foram adicionadas emendas : em 1962 e em 1969. Em paralelo, foi elaborada a Convenção Internacional de 1969 sobre a intervenção no alto-mar dos estados costeiros, no caso de acidente que possa provocar uma poluição por óleo. Depois veio a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios - (MARPOL 1973/78) - Esta convenção foi motivada pela ocorrência do acidente com o navio Torrey Canyon (1967) na costa inglesa. Foi estabelecida em 1973 e alterada em 1978. Vem sendo alterada por uma série de emendas em função das inovações tecnológicas, científicas e políticas. As suas normas se dirigem aos navios, portos e terminais. Trata da prevençãoa poluição por óleo e outras substâncias nocivas, além de questões relacionadas a lixo e esgoto dos navios. É considerada a principal convenção internacional sobre prevenção da poluição do meio ambiente marinho por navios, proveniente de operações ou acidentes. As suas regras são definidas nos seguintes anexos ( definidos após as emendas de 1984). Obs: Os dois primeiros anexos são obrigatórios e os demais são facultativos. Anexo 1 – Regras para a prevenção da poluição por óleo. Anexo 2 – Regras para o controle da poluição por substâncias nocivas a granel. 21 Anexo 3 – Regras para prevenção da poluição por substâncias nocivas transportadas por mar em conteineres, tanques portáteis ou em vagões-tanque ferroviários e rodoviários. Anexo 4 – Regras para prevenção da poluição por esgotos provenientes dos navios. Anexo 5 – Regras para prevenção da poluição por resíduos sólidos provenientes dos navios. Anexo 6 – Regras para prevenção da poluição devido emissões gasosas.( entrou em vigor a partir de maio de 2005). A Convenção MARPOL veio a ser promulgada no Brasil pelo Decreto no 2.508/98. A Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperação em Caso de Poluição por Óleo, (OPRC–1990) foi motivada pela ocorrência do acidente com o navio Exxon Valdez no Alasca (1989), sendo estabelecida pela IMO em 30/11/90, passando a vigorar em 1995. Teve como objetivo criar medidas para facilitar a cooperação internacional e a assistência mútua no preparo para o atendimento aos casos de vazamento de óleo e também incentivar os países que fazem parte a desenvolverem e manterem uma capacitação adequada para lidar com emergências. Obriga as partes a elaborar Planos de Contingência em níveis nacional, regionais, locais e nas instalações, como navios, terminais e portos, de modo que seja promovida harmonização entre eles. As partes devem se comprometer a tomar todas as medidas adequadas para o preparo e atendimento em caso de poluição por óleo. Define, entre outras coisas, que seja feita uma notificação imediata dos acidentes às autoridades dos países envolvidos, que cada país estabeleça um plano nacional de contingência e um plano internacional, se for o caso. O Brasil internou a Convenção OPRC – 1990 no país por meio do Decreto no 2.870, de 1998, passando a prever o desenvolvimento de um sistema nacional para responder aos incidentes de poluição por óleo, de acordo com os preceitos desta Convenção (HUET, 2003). Para além das regulamentações da IMO, a Convenção geral das Nações Unidas sobre o direito do mar (UNCLOS), também chamada Convenção de MONTEGO BAY, de 1982, dedica um capítulo à proteção e à preservação do ambiente marinho. 22 Convenções internacionais relacionadas à responsabilidade e indenização por danos. Segundo Defauld (2005), tratando-se de poluição por hidrocarbonetos, existem dois processos complementares, aplicáveis aos hidrocarbonetos persistentes. O primeiro refere-se à responsabilidade civil (CLC, Convention on Civil Liability) dos proprietários do navio-tanque poluidor e o segundo às indenizações complementares pelos danos não cobertos pelo precedente, graças à instituição de um fundo intergovernamental (International Fund for Compensation for Oil Pollution) alimentado por uma contribuição dos importadores de petróleo bruto e de combustível pesado. Foram adotados sucessivamente dois regimes: a CLC 1969 acompanhada pelo FUND 71 (FIPOL I), depois a CLC 92 e o FUND 92 (FIPOL II), regimes esses que coabitaram até à extinção em primeiro de Maio de 2002. Um sistema complementar facultativo foi introduzido pelo Protocolo de Londres em Maio de 2003, mas ainda não tinha entrado em vigor em 2004. Lei americana "Oil Pollution Act" (OPA 90) - logo após ao acidente com o "Exxon Valdez" em 1989, os Estados Unidos, insatisfeitos com a insuficiência das normas internacionais de prevenção da poluição por navios, adotaram em 1990 o "Oil Pollution Act" (OPA 90). Esta lei aperfeiçoou e reforçou a capacidade da Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) quanto à prevenção e resposta a acidentes catastróficos de derramamento de óleo . O OPA requer que navios e facilidades que manipulem óleo ou derivados definam planos de resposta estabelecidos pelo governo federal, detalhando como irão responder a grandes acidentes de derramamento de óleo. Requer que sejam desenvolvidos Planos de Contingência de Área de modo a se estar preparado para responder a derramamentos de óleo numa escala regional. 2.4.2 Legislação Nacional Será feita a seguir uma breve descrição de alguns dos decretos e leis específicos que fazem parte da legislação brasileira relacionada com a poluição marinha por petróleo e seus derivados. Alguns tópicos relacionados aos planos de contingência previstos pela Lei 9996 que foram recentemente regulamentados ( Plano de Emergência Individual - PEI e Plano de Área -PA ) ou estão em fase de regulamentação ( Plano Nacional de Contingência - PNC ) serão também comentados. Tais planos restringem-se exclusivamente à poluição por óleo. Os planos referentes às substâncias nocivas ou perigosas deverão ser posteriormente regulamentados pelo Poder Executivo. 23 Será comentado no final como os modelos de otimização de respostas para derramamentos de óleo poderão contribuir com os planos de contingência individuais e com os planos de área, PA. Decreto Federal Nº 79.437 de 2/03/71 Promulga a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil de Danos Causados por Poluição por Óleo (CLC 69). Decreto Federal Nº 83.540 de 04/06/79 Regulamenta a aplicação da Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil de Danos Causados por Poluição por Óleo (CLC 69). Decreto Legislativo Nº 2.508 de 04/03/98 Promulga a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (MARPOL), concluída em Londres, em 2 de novembro de 1973, seu Protocolo, concluído em Londres, em 17 de fevereiro de 1978, suas Emendas de 1984 e seus anexos opcionais III,IV e V. Decreto Legislativo Nº 2.870 de 10/12/98 Promulga a Convenção Internacional sobre Reparo, Resposta e Cooperação (OPCR 90). Tal decreto está na gênese da Lei nº 9.966/2000. Lei Federal Nº 9.966/2000 de 28/04/2000 Esta lei dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição por óleo e por substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional. Estabelece os princípios básicos a serem observados na movimentação desses produtos nos portos organizados, instalações portuárias, terminais e suas respectivas instalações de apoio, bem como em navios, plataformas e suas respectivas instalações de apoio (sistema de dutos inerentes à plataforma, monobóias, quadro de bóias para amarração, etc...). É conhecida como “ Nova Lei do Óleo”, embora trate também de substâncias nocivas ou perigosas além do óleo propriamente. A Lei Federal Nº 9.966/2000 é composta por sete capítulos que são citados a seguir: Capítulo I : Definições e classificações; Capítulo II: Dos Sistemas de Prevenção, Controles e Combate da Poluição; Capítulo III: Do Transporte de Óleo e Substâncias Nocivas ou Perigosas; Capítulo IV: Da Descarga de Óleo, Substâncias Nocivas ou Perigosas e Lixo; Capítulo V: Das Infrações e das Sanções; 24 Capítulo VI: Disposições Finais e Complementares. Huet (2003) coloca que, em verdade, a Lei nº 9.966/00 veio por internalizar, à luz das peculiaridades das instituições nacionais e da Lei nº 8.630/93 (Lei dos Portos), não só os preceitos da Convenção MARPOL, como também das Convenções CLC/69 - "Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo" e OPRC-90 - "Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperação em Caso de Poluição por Óleo",das quais o país é também signatário. Inseriu-se em seu texto, também, os aspectos relacionados às atribuições da Agência Nacional de Petróleo (ANP), criada a partir da Lei no 9.478/97. A Lei 9.966 estabelece que todos os portos organizados, instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio deverão dispor, obrigatoriamente, de instalações ou meios para recebimento e tratamento de resíduos, bem como para promover ações de resposta a incidentes de poluição. Deverão dispor, também, de planos de emergência, os quais deverão ser consolidados segundo planos de área, estabelecendo-se mecanismos de ação conjunta . Ao Órgão Federal de Meio Ambiente competirá consolidar esses planos, na forma de um Plano Nacional de Contingência. Merece destaque também a consagração do instituto das auditorias ambientais (art 9º da Lei 9.966/00), (Minist. Público - Estado RGS, 2007). A auditoria ambiental é um procedimento de exame e avaliação periódica ou ocasional do comportamento de uma empresa em relação ao meio ambiente. O instituto de auditorias ambientais, já previsto anteriormente na legislação dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo ( Lei nº 1.898 de 26 de Novembro de 1991, e Lei nº 4.802, de 2 de agosto de 1993, respectivamente), e no art. 3º da emergencial Resolução CONAMA nº 265, de 27 de Janeiro de 2000, foi consagrado no art. 9º da Lei nº 9.966/2000 a cujo teor “ as entidades exploradoras e portos organizados e instalações portuárias e os proprietários e exploradores de plataformas e suas instalações de apoio deverão realizar auditorias ambientais bienais independentes com o objetivo de avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental em suas unidades”. Resolução CONAMA Nº 269 de 14/09/2000 (Dispersantes Químicos). Esta resolução foi publicada em 11 de Dezembro de 2000. Disciplina o uso de dispersantes químicos nas ações de resposta aos derramamentos de óleo no mar. Permite o uso somente de dispersantes devidamente registrados no IBAMA ( conforme as Instruções Normativas 01/2000 e 07/2001 ), estabelecendo critérios para 25 sua aplicação, critérios estes baseados em informações técnicas e em uma árvore de decisão, de modo que não haja necessidade de uma autorização prévia do IBAMA. Resolução CONAMA Nº 293 de 12/12/2001 (Plano de Emergência Individual para Incidentes de Poluição por Óleo – PEI). Esta resolução “Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo originados em portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas, bem como suas respectivas instalações de apoio, e orienta a sua elaboração”. Huet (2002) coloca que a opção de regulamentar-se o Plano de Emergência Individual por meio de uma resolução do CONAMA deveu-se à necessidade urgente de estabelecer-se procedimentos adequados, para as ações de resposta aos incidentes de poluição por óleo nos portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas e suas respectivas instalações de apoio já existentes, bem como para efeito de licenciamento ambiental dos novos empreendimentos da indústria do petróleo. Cita o autor também dois aspectos importantes da Resolução CONAMA. O primeiro aspecto diz respeito ao momento da apresentação do PEI, que deverá ser por ocasião do licenciamento ambiental da instalação e a sua aprovação quando da concessão da Licença de Operação, da Licença Prévia de Perfuração e da Licença Prévia de Produção para Pesquisa, quando couber (art 3); O outro aspecto diz respeito à capacidade de resposta mínima exigida pelo PEI, afirmando que deverá ser exigido de imediato, no ato de sua aprovação, a capacidade da instalação de executar as ações de respostas previstas para atendimento aos incidentes de poluição por óleo, nos seus diversos tipos, com emprego de recursos próprios (humanos e materiais) ou, adicionalmente, com recursos de terceiros, por meio de acordos previamente firmados, cujas cópias deverão ser apresentadas anexas ao PEI ( art. 4) . A Resolução CONAMA no 293/01 contém três anexos. O anexo I trata do plano operacional propriamente dito estabelecendo sua estrutura e seu conteúdo mínimo. O anexo II contém informações referenciais para elaboração do PEI tais como identificação dos riscos, formulação de hipóteses acidentais, análise de vulnerabilidade etc. e no anexo 3 são definidos os critérios para o dimensionamento da capacidade mínima de resposta. ( O texto da Resolução CONAMA no 293/01, seus anexos e apêndices, podem ser obtidos no "site" do Ministério do Meio Ambiente - www.mma.gov.br). Serão feitas mais a seguir, na seção 2.5, algumas considerações sobre aspectos do Plano de Emergência Individual e na seção 2.6 serão considerados a 26 integração destes com os modelos de otimização para resposta a derramamento de óleo Decreto Federal 4.871 de 06/11/2003 ( Plano de Área – PA ) O Plano de Área previsto na Lei 9.966 foi regulamentado pelo decreto Nº 4.871 em Novembro de 2003. Deverão ser instituídos para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional com concentração de portos organizados, instalações portuárias ou plataformas e suas respectivas instalações de apoio. O Plano de Área visa integrar os diversos Planos de Emergência Individuais, ampliando assim a capacidade de resposta destes planos e permitindo assim uma ação conjunta das diversas partes envolvidas em quaisquer incidentes de poluição por óleo. Deverá orientar também as ações necessárias na ocorrência de incidentes de poluição por óleo de origem desconhecida. No seu Artigo 3º o Plano de Área define, entre outras coisas: § 4º Na elaboração dos Planos de Área deverão ser considerados, além dos recursos previstos nos Planos de Emergência Individuais, as ações conjuntas e outros elementos necessários para a resposta a quaisquer incidentes de poluição por óleo. § 5º Até o efetivo estabelecimento do Plano de Área ficam prevalecendo os planos de ajuda mútua existentes. § 6º As instalações que desenvolverem atividades com duração máxima de seis meses não terão seus Planos de Emergência Individuais consolidados no Plano de Área. § 7º O Coordenador do Plano de Área poderá requisitar recursos materiais e humanos constantes do Plano de Emergência Individual das instalações a que se refere o § 6o deste artigo. Souza Júnior e outros (2004) comentam que, para as instalações já submetidas à Lei 9.966 e à Resolução CONAMA 293, em princípio tornar-se-ia desnecessário o Plano de Área (PA), concebido como um plano que dispõe de recursos adicionais à capacidade descrita no Plano de Emergência Individual do poluidor, cujo dimensionamento já deve ser baseado no “cenário de pior caso”. Enfatizam que, entretanto, no contexto da gestão ambiental pública, o Plano de Área tem sua existência justificada, na medida em que prevê sua atuação, sobre as chamadas “manchas (de óleo) órfãs”, para as quais não é possível atribuir responsabilidade imediata pelo incidente. 27 O Plano de Área será elaborado pelos responsáveis pelas instalações da área referida, estando sob incumbência do órgão ambiental competente a coordenação da sua elaboração, que será efetuada em conjunto com as instituições públicas e privadas envolvidas; caberá também ao órgão ambiental a realização do trabalho de consolidação, identificando as áreas abrangidas. No seu Artigo 4º o Plano de Área define os elementos mínimos que devem fazer parte dele, que são: 1) mapa de sensibilidade ambiental, 2) identificação dos cenários acidentais que requeiram o acionamento do Plano de Área, 3) caracterização física da área , 4) inventário e localização de recursos humanos e materiais disponíveis na área para resposta aos incidentes de poluição por óleo,5) critérios para a disponibilização e reposição dos recursos previstos nos Planos de Emergência Individuais, 6) critérios e procedimentos para acionamento do Plano de Área, 7) Plano de comunicações, abrangendo recursos e procedimentos, 8) Programas de treinamento e de exercícios simulados, 9) instrumentos que permitam a integração com outros Planos de Área e acordos de cooperação com outras instituições, 10) critérios para encerramento das ações do Plano de Área, 11) procedimentos para articulação coordenada entre as instalações e instituições envolvidas no Plano de Área e 12) os procedimentos de resposta nos casos de incidentes de poluição por óleo de origem desconhecida ou de impossibilidade de identificação imediata do poluidor. Com relação à coordenação das ações de resposta do plano, esta será exercida pela instalação poluidora, no caso de poluição de origem conhecida e por um coordenador designado segundo critérios estabelecidos no Plano de Área, nos demais casos. Caberá ao coordenador a emissão do relatório de custos da ação, para fins de ressarcimento, quando couber. Souza Júnior e outros (2004) chamam a atenção a dois aspectos que merecem atenção sob o ponto de vista das dificuldades que podem ser antecipadas para a elaboração e viabilização dos Planos de Área no Brasil, na medida em que as ações de resposta por parte de um participante que não seja o responsável pelo incidente, implicam necessariamente em responsabilidade civil e em custos. Estes dois aspectos são citados a seguir: 1) Não está estabelecida a forma de compensação dos custos incorridos por parte dos participantes do PA, que deverá ser definida durante a preparação de cada plano, no seu regimento interno. Este item é agravado para as situações de “manchas órfãs”, pois neste caso, não há previsão de como poderão ser obtidos recursos para o ressarcimento das despesas incorridas; e 2) Não está definido como será tratada a responsabilidade civil de cada participante, notadamente daqueles que atuarão em apoio ao poluidor , ou seja, aqueles estarão 28 submetidos a a riscos adicionais em decorrência de um incidente que não é de sua responsabilidade. Planos de Auxílio Mútuo (PAMs) já existentes no Brasil Souza Júnior e outros (2004) citam que a indústria do petróleo no Brasil oferece alguns exemplos dos chamados Planos de Auxílio Mútuo (PAMs), que poderão servir como referência para a elaboração dos PAs. Tais planos são em geral de caráter voluntário. Citam os autores especificamente o Plano de Emergência da Baía de Guanabara (PEBG), instituído pela FEEMA no início da década de 1990, que é periodicamente atualizado e aperfeiçoado pelos seus participantes, que congrega praticamente todas as empresas de petróleo e outras organizações que operam terminais marítimos com movimentação de petróleo ou derivados na Baía de Guanabara, incluindo empresas de navegação que atuam na distribuição de combustíveis e lubrificantes e no recolhimento de óleo usado. O Plano de Área define no seu artigo 3 § 5o que até o efetivo estabelecimento deste ficam prevalecendo os planos de ajuda mútua existentes. Plano de Contingência Nacional A Lei no 9.966, de 2000, determina que os Planos de Emergência sejam consolidados na forma de um Plano Nacional de Contingência (PNC), em consonância com o disposto na Convenção OPRC-90. Atualmente, ele encontra-se em fase de regulamentação. O PNC fixa responsabilidades, estabelece uma estrutura nacional e define diretrizes que permitem aos órgãos do Poder Público e entidades privadas atuarem de maneira coordenada, em incidentes de poluição por óleo nas águas jurisdicionais brasileiras, HUET ( 2003) . O propósito do PNC é estabelecer uma estrutura organizacional que permita a coordenação das ações para facilitar e ampliar a capacidade de resposta, de responsabilidade do poluidor, no combate a incidentes de poluição por óleo que possam afetar as águas jurisdicionais brasileiras ou interesses dos países vizinhos, de modo a minimizar os danos ao meio ambiente. Para atingir o seu propósito, o PNC brasileiro estabelece: a) mecanismos e procedimentos para comunicação e registro dos incidentes; b) critérios de acionamento do PNC; c) organização operacional com representação de órgãos do poder público para atuarem em incidentes de poluição por óleo; d) mecanismos que facilitem e coordenem a mobilização de recursos 29 adicionais; e) responsabilidades para desenvolver programas de capacitação, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal operacional, gerencial e da alta administração do poder público; f) instrumentos de gestão para sua efetiva coordenação; e g) diretrizes para avaliação e aperfeiçoamento do PNC. A estrutura organizacional do PNC será composta por uma Autoridade Nacional, uma Secretaria Executiva, duas autoridades responsáveis por Coordenações Setoriais e por um Comitê de Suporte, Souza Júnior e outros (2004) . A Autoridade Nacional será exercida pelo Ministério do Meio Ambiente , enquanto as Coordenações Setoriais serão exercidas : pela Autoridade Marítima, em incidentes de poluição por óleo ocorridos em águas marítimas ; pelo IBAMA, em incidentes de poluição por óleo ocorridos em águas interiores. Em todos os incidentes em que o PEI de uma instalação for acionado, o PNC também deverá ser acionado, inicialmente por meio de um “observador do PNC”, que deverá acompanhar as ações de resposta do poluidor, promovendo, quando solicitado, as facilidades inerentes ao Estado (interdição de praias, proibição da pesca ou da navegação, facilidades para a entrada no País de equipamentos e/ou pessoal especializado, etc.). Em casos especiais, a estrutura do PNC poderá vir a assumir o controle das ações de resposta, segundo critérios preestabelecidos, ou quando as ações de resposta conduzidas pelo poluidor forem consideradas inadequadas. O PNC também será acionado quando o derramamento, independente do volume, puder atingir águas jurisdicionais de outro país. Em qualquer situação, os custos financeiros das ações de resposta correrão por conta do poluidor, HUET ( 2003). 2.5 ASPECTOS DO PLANO DE EMERGÊNCIA INDIVIDUAL São descritas a seguir as informações que deverão ser encontradas no anexo I. Fazem parte de um conteúdo mínimo, cuja estrutura deverá ser obrigatoriamente seguida. Conteúdo Mínimo do PEI - Anexo I Deverão constar nele informações das características básicas da instalação, definições dos cenários acidentais com a identificação do volume do derramamento e do provável comportamento e destino do produto derramado (sendo estes identificados no anexo II), descrições dos procedimentos e equipamentos utilizados para o alerta ao acidente, bem como deverá estar definida a lista de indivíduos, 30 organizações e instituições oficiais que deverão ser comunicadas na ocorrência deste. A estrutura organizacional da resposta, incluindo pessoal próprio e contratado deverá estar bem definida e representada em um organograma que demonstre as relações entre seus elementos constitutivos, devendo estar identificado de forma clara o coordenador da ação e seu substituto. Informações sobre equipamentos e materiais de resposta, sejam eles pertencentes à própria instalação ou a terceiros deverão estar definidas quanto ao nome, tipo, características operacionais, quantidade disponível, localização, tempo máximo estimado para chegar aos locais dos acidentes, e limitações quanto ao uso dos equipamentos e materiais. Deverá constar também no anexo I o detalhamento dos procedimentos operacionais da resposta, incluindo aí procedimentos de interrupção da descarga do óleo, de contenção, recolhimento, dispersão e monitoramento do óleo derramado, de proteção de áreas vulneráveis e da limpeza de áreas
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