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TRABALHO DE CONTRATO DE CONCESSÃO E PERMISSÃO - DIREITO ADMINISTRATIVO

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CONTRATO DE CONCESSÃO E PERMISSÃO 
 
CLESYO KYM DA SILVA SOUTO MAIOR 
HELLEM PATRICIA SOUSA VERAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
NOVEMBRO - 2015 
 
CLESYO KYM DA SILVA SOUTO MAIOR 
HELLEM PATRICIA SOUSA VERAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATO DE CONCESSÃO E PERMISSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho apresentado ao Professor JOÃO 
AZULAY da disciplina DIREITO 
ADMINISTRATIVO I da turma NB, do 
curso de DIREITO 
 
 
 
CONTRATO DE CONCESSÃO E PERMISSÃO 
 
 
Conforme Art. 175, CF, incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de 
licitação, a prestação de serviços públicos. Desta forma o Estado assume papel 
regulador, fiscalizando, incentivando e planejando de modo que transfere ao 
setor privado a prestação de ampla gama de serviços de sua titularidade, 
conservando o dever de assegurar sua adequada prestação, utilizando os 
instrumentos da concessão e permissão. 
 
CONTRATO DE CONCESSÃO 
 
A definição de concessão está clara no artigo 2º, II da lei 8.987/95, 
onde a concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita 
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à 
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. Para José dos 
Santos Carvalho Filho. 
 
“Concessão de serviço público é o contrato 
administrativo pelo qual a Administração Pública 
transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de 
empresas a execução de certas atividades de 
interesse coletivo, remunerada através do sistema de 
tarifas pagas pelos usuários. Nessa relação jurídica a 
Administração Pública é denominada de concedente, 
e, o executor do serviço, de concessionário” (José dos 
Santos Carvalho Filho, Manual de Direito 
Administrativo, 16a Edição, Editora Lumen Juris, 
2006, pp.306) 
 
 
Dentre os direitos e deveres da concessionária estão: o dever de prestar 
o serviço de forma adequada, respeitando os princípios de continuidade e 
universalidade, as regras do Edital de licitação e do Contrato de concessão e as 
normas emitidas pela Agência Reguladora do setor e o direito de receber 
remuneração justa através das tarifas pagas pelos usuários do serviço prestado. 
Quando falamos de objeto do contrato, estamos falando em serviço 
público no qual delega os serviços de; a) energia elétrica; b) gás canalizado; c) 
transportes coletivos e d) comunicação telefônica fixa. Vale ressaltar que 
Atividades meramente econômicas não devem ser objeto de concessão, já que 
em regra os particulares estão livres para explorá-las (Art. 170, parágrafo único 
da Constituição Federal). 
 
 Art. 170. É assegurado a todos o 
livre exercício de qualquer atividade 
econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos 
casos previstos em lei. 
 
Como saber a necessidade de um contrato de concessão pelo ponto de 
vista da concessionária, ora, observaremos a necessidade nas atividades que 
requerem altos investimentos, que sejam de longos prazos, que tenha certa 
previsibilidade e segurança diminuindo assim os riscos para o Brasil e atrair 
investidores estrangeiros. 
 
Acórdão STJ 
AgRg na SLS 162 / PE, rel. Min. Edson Vidigal, 
15.03.06. 
 
 3. Necessária a manutenção do 
equilíbrio-financeiro dos contratos celebrados com o 
Poder Concedente, porque o interesse público não se 
resume à contenção de tarifas, sendo evidenciado, 
também, na continuidade e qualidade do 
fornecimento de energia, na manutenção do 
contrato, de modo a viabilizar investimentos no 
setor, para que o país não volte à escuridão. 
 5. Caracterizado o risco inverso, 
refletido no cenário de insegurança jurídica que 
pode se instalar com a manutenção da liminar, que, 
em princípio, admite a quebra do equilíbrio dos 
contratos firmados com o Poder Público, lesando 
a ordem pública administrativa e econômica e 
agravando o risco Brasil, impõe-se o deferimento 
do pedido de suspensão. 
 
Para a administração pública, haverá interesse no contrato de concessão 
com interesse primordial em cumprir metas de qualidade e universalização, 
garantindo acesso a todo território nacional, com uma prestação adequada, sob 
pena de rescisão de contrato por caducidade (Artigo 38 da Lei 8.987/95). 
A extinção da concessão pode ocorrer por diversos motivos e formas: 
 Reversão - término do prazo da concessão, ocasionando assim o retorno 
do serviço ao poder concedente (art.36 Lei 8987/95). 
 Encampação ou resgate – retomada do serviço pelo poder concedente 
durante o período de concessão, por motivo de interesse público (art. 37 
Lei 8987/95). O concessionário não poderá se opor a encampação, tendo 
direito a indenização dos prejuízos que o ato do Poder Público lhe causar. 
A encampação necessita de lei autorizadora específica e o pagamento de 
prévia indenização. 
 Caducidade – rescisão do contrato de concessão por inadimplência do 
concessionário (art.38 Lei 8987/95). A caducidade deverá ser declarada 
por decreto do poder concedente, após a comprovação da inadimplência 
do concessionário mediante processo administrativo, e respeitado o 
princípio do contraditório. 
 Rescisão – desfazimento do contrato promovida pelo concessionário junto 
ao Poder Judiciário, durante o prazo de execução, em face do 
descumprimento do contrato por parte do poder concedente, sendo que 
os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos 
até a decisão judicial transitar em julgado, conforme art. 39 da Lei 
8987/95. 
 Anulação – invalidação do contrato de concessão por ilegalidade na 
concessão ou na sua formalização. Assim a anulação pressupõe um 
contrato ilegal, diferentemente das demais formas de extinção onde havia 
um contrato válido. Os efeitos são ex tunc, retroagindo ao início da 
concessão 
 Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou 
incapacidade do titular, no caso de empresa individual. – Como bem 
observa o Professor Hely Lopes Meirelles “Esta última hipótese só de 
aplica as permissões, uma vez que somente pessoa jurídica pode ser 
concessionária (art. 2º, II), e jurídicas são apenas aquelas enumeradas 
no art. 16 do CC, as sociedades civis, as fundações e as sociedades 
comerciais, sem contar as pessoas jurídicas de Direito Público. ” 
 
CONTRATO DE PERMISSÃO 
 
Quando falamos de contrato de permissão, o artigo 2º, IV da lei 
8.987/95 define permissão de serviço público como a delegação, a título 
precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco. Para José dos Santos Carvalho Filho. 
 
“Permissão de serviço público é o 
contrato administrativo através do qual o Poder 
público (permitente) transfere a um particular 
(permissionário) a execução de certo serviço 
público nas condições estabelecidas em 
normas de direito público, inclusive quanto à 
fixação do valor das tarifas” (José dos Santos 
Carvalho Filho, Manual de Direito 
Administrativo, 16a Edição, Editora Lumen 
Juris, 2006, pp.343). 
 
Tradicionalmente falando, através do entendimento ortodoxo, o contrato 
de permissão é um ato unilateral, discricionário e precário da Administração 
Pública. Pode ser revogado a qualquer tempo por critérios de conveniência e 
oportunidade conforme disposto em lei (Artigo 175, CF, parágrafo único, I - o 
regime das empresasconcessionárias e permissionárias de serviços públicos, o 
caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições 
de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
 
Lei 8.987/95, artigo 40 
 
 Art. 40. A permissão de serviço 
público será formalizada mediante contrato de 
adesão, que observará os termos desta Lei, 
das demais normas pertinentes e do edital de 
licitação, inclusive quanto à precariedade e à 
revogabilidade unilateral do contrato pelo 
poder concedente. 
 
ADInMC 1.491-DF, rel. Min. Carlos 
Velloso, 1.7.98. 
 
 O Min. Sydney Sanches proferiu 
voto de desempate, acompanhando o 
entendimento do Min. Carlos Velloso, relator, 
no sentido de que o art. 175, parágrafo 
único, I da CF ("A lei disporá sobre: I - o regime 
das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, 
bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou 
permissão.") Afastou qualquer distinção 
conceitual entre permissão e concessão, ao 
conferir àquela o caráter contratual próprio 
desta. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, 
Sepúlveda Pertence, Néri da Silveira, Moreira 
Alves e Celso de Mello, que deferiam a medida 
cautelar por entenderem que os conceitos de 
"permissão" e "concessão" não são 
sinônimos e que a utilização, pelo referido 
art. 175, § único, I, da CF/88, da expressão 
"o caráter especial de seu contrato" para 
ambos os institutos, traduz mera 
impropriedade e não equiparação. Quanto 
ao § 2º do art. 8º da mesma Lei, o julgamento 
continua suspenso em virtude do pedido de 
vista do Min. Nelson Jobim, formulado na 
sessão do dia 26.06.98. 
 
 
Após a construção da definição de contrato de concessão e permissão à 
luz da Constituição Federal e do autor José dos Santos Carvalho Filho, estamos 
aptos a identificar semelhanças e diferenças entre o assunto em discussão. 
Como semelhança, observa-se que ambos são formalizados por contratos 
administrativos, cujo possuem como principal objeto a prestação de 
serviços públicos, resultantes da delegação do poder concedente (Art. 175 
CF), desta forma exigem prévia licitação e estão sujeitas ao regime de 
direito público. 
 
Ora, consoante já dissemos, há semelhanças entre concessão e 
permissão, outrossim, existe uma diferença. A permissão pode ser contratada 
com pessoa física ou jurídica enquanto a concessão só pode ser 
contratada com pessoa jurídica ou consórcio de empresas. Notem aqui que 
em se tratando de uma concessão, ou seja, delegação de determinados serviços 
públicos, não existirá aqui a pessoa física, mas tão somente a pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas. 
 
Lei 8.987/95, artigo 2º, IV diz que a 
delegação por meio de permissão será a título 
precário. Contudo, o caráter de precariedade 
não se coaduna com a natureza contratual da 
permissão, cabendo à doutrina e 
jurisprudência interpretarem essa aparente 
contradição legal de “contrato a título precário”. 
 
Para celso Antônio Bandeira de Mello, “A permissão, pelo seu caráter precário, 
seria utilizada, normalmente, quando o permissionário não necessitasse alocar grandes 
capitais para o desempenho do serviço ou (...) quando os riscos da precariedade a 
serem assumidos pelo permissionário fossem compensáveis seja pela rentabilidade do 
serviço, seja pelo curto prazo em que se realizaria a satisfação econômica” (Celso 
Antônio Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo, 12 Edição, Editora Malheiros, 
São Paulo, 2000). 
 
CONCLUSÃO 
 De tudo quanto foi exposto, firma-se conclusão da intensidade 
evolucionista da concessão do serviço público em nosso ordenamento jurídico. 
Há, portanto, muitos aspectos que a envolvem a serem examinados e decididos 
pelo Poder Judiciário. O trabalho da doutrina torna-se significativo à proporção 
que avança em detalhes inovadores que o sistema instituiu e que, dia a dia, está 
a estabelecer, especialmente, no tocante ao fenômeno da terceirização do 
serviço público, envolvendo a atuação das agências reguladoras e outras 
situações que estão despertando atenções dos operadores do direito.

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