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1 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (art. 730 e 731 
CPC1) 
Este procedimento especial é aplicável em razão dos seguintes 
motivos: 
1) impenhorabilidade de todos os bens de determinadas 
pessoas jurídicas; 
2) princípio da continuidade do serviço público; 
3) princípio da isonomia (para não haver privilégios na ordem 
de pagamentos feitos pelo Poder Público). 
 
A Fazenda Pública engloba União, Estados, Municípios, DF, 
bem como suas autarquias e fundações públicas que forem executadas 
com base em título executivo, que pode ser judicial ou extrajudicial 
(Súmula 279 STJ2). Também algumas empresas públicas ou sociedades 
de economia mista, mas apenas enquanto prestadoras de serviços 
públicos, sujeitam-se a este procedimento especial (ex.: ECT). 
Esta execução significará sempre uma nova relação 
processual, não se tratando de mera fase do cumprimento da sentença. 
A sua peculiaridade consiste na expedição de precatório 
(ordem judicial de pagamento dirigida para a Fazenda Pública) ao invés 
da expropriação. 
No entanto, somente é aplicável nos casos de obrigações de 
pagar quantia certa. Quando a obrigação da Fazenda Pública for de 
fazer, não fazer ou de entregar coisa certa ou incerta não se exige este 
procedimento de execução especial, devendo ser aplicado um dos 
procedimentos de execução comuns já vistos. 
 
 
1 Art. 730. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) 
dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: 
I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente; 
II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito. 
Art. 731. Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, 
depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o seqüestro da quantia necessária para satisfazer o débito. 
2 É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública. 
 
 
 
 2 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Procedimento 
A execução inicia-se com a petição inicial do exeqüente nos 
moldes do art. 282 do CPC3 e instruída com o respectivo título 
executivo. 
Após, a Fazenda Pública será citada para, se for o caso, opor 
embargos à execução no prazo de 30 dias à luz do art. 1.º - B da Lei nº 
9.494/97. 
Não são devidos honorários advocatícios se a Fazenda Pública 
não apresentar embargos (art. 1.º- D da Lei nº 9.494/97). No entanto, 
tratando-se de execuções individuais de sentença proferida em ações 
coletivas ainda que não embargadas, tem o STJ entendido serem 
cabíveis os honorários advocatícios ao exeqüente. 
Os embargos somente poderão veicular as alegações previstas 
no art. 745 do CPC quando se tratar de título extrajudicial, e apenas as 
do art. 741 do CPC quando se tratar de título judicial. 
Os embargos seguirão o seu procedimento no rito ordinário, 
sendo que, segundo a jurisprudência do STJ, não haverá reexame 
necessário no caso de rejeição ou de julgamento de improcedência 
destes4. 
 
3 Art. 282. A petição inicial indicará: 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
4
 PROCESSUAL CIVIL. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 475 DO CPC E 
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. OCORRÊNCIA. DESCABIMENTO DE REMESSA NECESSÁRIA DE SENTENÇA QUE JULGA IMPROCEDENTES OS 
EMBARGOS À EXECUÇÃO OPOSTOS PELA FAZENDA PÚBLICA. PRECEDENTES. RECURSO VOLUNTÁRIO CONHECIDO. EFEITO TRANSLATIVO. 
POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA. COISA JULGADA. OCORRÊNCIA. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA QUE 
HOMOLOGOU OS CÁLCULOS EM LIQUIDAÇÃO. 1. O cerne da discussão travada nos autos é se ocorreu ou não o trânsito em julgado da sentença que 
homologou os cálculos da liquidação indeferindo o pedido da credora, ora recorrente, no sentido da inclusão dos expurgos inflacionários nos cálculos. 
2. Não houve alteração da fundamentação do acórdão quando do julgamento dos embargos de declaração, antes, o que houve foi a integralização 
dele, eis que a Corte a quo simplesmente trouxe ao voto esclarecimentos quanto à possibilidade de conhecimento ex offício de questões de ordem 
pública. Dessa forma, não há que se falar em violação do art. 535 do CPC na hipótese. 3. Quanto à alegada divergência jurisprudencial e violação do 
art. 475 do CPC, assiste razão à recorrente, tendo em vista que o Tribunal de origem contrariou o entendimento desta Corte Superior, a qual 
entende que a sentença que rejeita ou julga improcedentes os embargos à execução opostos pela Fazenda Pública não está sujeita ao reexame 
necessário. 4. Ainda que se tenha por violado o art. 475 do CPC, haja vista o descabimento de remessa necessária na hipótese, o Tribunal a quo, ao 
conhecer do recurso voluntário ofertado pela União, poderia adentrar nas matérias de ordem pública passíveis de conhecimento ex officio pelo 
relator, tal como ocorreu nos presentes autos, uma vez que aquela Corte concluiu que ocorreu coisa julgada material da sentença que homologou os 
cálculos da liquidação. 5. Não prosperam as alegações da recorrente no sentido de que a sentença que homologou os cálculos foi tornada sem efeito 
quando da perda de objeto do agravo de instrumento que a impugnou. É que a perda de objeto do recurso implica a manutenção da decisão 
recorrida, in casu, a sentença que homologou os cálculos da liquidação indeferindo o pedido da credora de inclusão dos expurgos inflacionários 
(diferenças entre o IPC/IBGE e o BTN nos meses de março, abril e maio de 1990 - fls. 453 dos autos em apenso). 6. Vige no ordenamento jurídico 
pátrio o sistema do isolamento dos atos processuais, o qual determina a aplicação imediata da legislação processual superveniente aos atos ainda 
não praticados, respeitados os atos já realizados na forma da legislação anterior. No caso em análise, a liquidação da sentença proferida na ação 
ordinária de repetição de indébito já havia sido realizada por cálculo do contador, na forma do art. 604 do CPC, com redação anterior à Lei n. 
8.898/94. Assim, não há que se falar em aplicação da novel legislação no caso, sob pena de caracterizar retroação indevida da lei, sobretudo porque 
a sentença que homologou os cálculos em questão está resguardada pela coisa julgada. 7. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. 
(RESP 200802781759, MAURO CAMPBELL MARQUES, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:02/12/2010.) 
 
 
 
 3 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Após o julgamento de improcedência definitiva dos embargos 
ou se os mesmos não forem opostos, a execução segue com a 
expedição do precatório pelo juiz da execução que será encaminhado à 
Fazenda Pública por intermédio do presidente do respectivo tribunal de 
justiça. 
Assim, a expedição do precatório somente pode existir diante 
do trânsito em julgado dos embargos ou de sua não oposição conforme 
art. 100, § 1.º, da CF/88. 
Os precatórios deverão ser pagos segundo sua ordem 
cronológica de apresentação. 
Caso alguém seja preterido do pagamento, o presidente do 
tribunal, após ouvir o chefe do MP, determinará o seqüestro de bens 
para a reposição do valor ao credor preterido. Há 2 posições 
doutrinárias sobre quem deve devolver tal valor ao credor preterido:1ª) a pessoa que recebeu o valor de forma indevida em 
detrimento do credor; 
2ª) o próprio ente público envolvido. Prevalece esta segunda 
tese (STF – ADIN 1662; STJ – RMS 22519). O art. 100, § 6.º, da CF/88 
segue nesta direção. 
Com relação aos créditos alimentares, os mesmos gozam de 
preferência em relação aos outros créditos formando, porém, uma 
ordem de preferência à parte para recebimento dos precatórios, 
conforme dispõe a Súmula 655 do STF5. Nos termos desta súmula, 
formar-se-á uma ordem de pagamento relativa aos precatórios 
alimentares (relativos a salários ou diferenças salariais em geral), de 
forma separada com relação aos créditos de outra natureza. Formar-se-
ão duas ordens de pagamento: uma dos créditos alimentares e a outra 
dos créditos de outra natureza. 
Os créditos alimentares ainda podem ter maior preferência nos 
termos do art. 100, § 2.º, da CF/88. 
Há, por fim, débitos da Fazenda Pública que não se submetem 
aos precatórios, devendo ser pagos mediante requisição do Poder 
 
5 A EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 100, "CAPUT", DA CONSTITUIÇÃO, EM FAVOR DOS CRÉDITOS DE NATUREZA 
ALIMENTÍCIA, NÃO DISPENSA A EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIO, LIMITANDO-SE A ISENTÁ-LOS DA OBSERVÂNCIA 
DA ORDEM CRONOLÓGICA DOS PRECATÓRIOS DECORRENTES DE CONDENAÇÕES DE OUTRA NATUREZA. 
 
 
 
 4 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Judiciário em prazo curto. São as chamadas obrigações de pequeno 
valor (art. 100, § 3.º, da CF/88). 
Obs.: ler art. 100 e seus parágrafos da CF/88. 
 
EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA (arts. 732 a 735 
do CPC6) 
É uma execução de pagar quantia certa, que, em razão da 
especificidade do direito tutelado, possui características próprias. 
Aplica-se para títulos judiciais e extrajudiciais. 
Sua especialidade existe principalmente em razão da previsão 
de alguns atos materiais específicos autorizados para facilitar a 
concretização do direito a alimentos. 
São elas: 
- o desconto em folha de pagamento; 
- o desconto de renda; 
- a prisão civil. 
Cabe ao credor optar pelos meios mais adequados à satisfação 
de seu direito. 
 
 
6 Art. 732. A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no 
Capítulo IV deste Título. 
Parágrafo único. Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exeqüente levante 
mensalmente a importância da prestação. 
Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, 
em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
§ 1o Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. 
§ 2o O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas. 
§ 3o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. 
Art. 734. Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à 
legislação do trabalho, o juiz mandará descontar em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia. 
Parágrafo único. A comunicação será feita à autoridade, à empresa ou ao empregador por ofício, de que constarão os 
nomes do credor, do devedor, a importância da prestação e o tempo de sua duração. 
Art. 735. Se o devedor não pagar os alimentos provisionais a que foi condenado, pode o credor promover a execução da 
sentença, observando-se o procedimento estabelecido no Capítulo IV deste Título. 
 
 
 
 5 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Aplica-se a qualquer tipo de alimentos devidos, inclusive 
provisionais ou provisórios. 
Temos 2 formas de procedimento: 
1.ª) procedimento do art. 732 do CPC 
Em regra, aplica-se a valores não atuais, ou seja, fora do débito 
de 3 meses anteriores à execução na forma da Súmula 309 do STJ. 
Temos 2 posições doutrinárias quanto a este procedimento: a 
primeira segue à risca o CPC e defende a execução com base em título 
extrajudicial formadora de um processo autônomo; e a segunda corrente 
defende a aplicação da fase do cumprimento da sentença prevista a 
partir do art. 475-J do CPC7. 
Em termos práticos e jurisprudenciais, admite-se esta segunda 
corrente porque é mais célere e se coaduna com o tipo de execução em 
questão, uma vez que esta execução funda-se sentença. 
Neste procedimento, será buscada a expropriação de bens do 
devedor, sendo também possível a realização de desconto em folha de 
pagamento ou de desconto em rendas (ex.: alugueres ou outros 
rendimentos do devedor). 
Obs.: se for descumprida a ordem judicial de descontos, os 
valores indevidamente entregues ao devedor poderão ser cobrados pelo 
credor de alimentos diretamente do terceiro pagador, o qual poderá 
responder pelo crime previsto no art. 22 da Lei de Alimentos. 
Se a penhora recair sobre dinheiro, eventual oferecimento de 
embargos não impede que o exeqüente levante mensalmente o 
necessário para sua subsistência (art. 732, § único, do CPC). 
 
7 Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo 
de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do 
credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. 
§ 1o Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 
237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer 
impugnação, querendo, no prazo de quinze dias. 
§ 2o Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos especializados, o juiz, de 
imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo. 
§ 3o O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados. 
§ 4o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidirá sobre o 
restante. 
§ 5o Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu 
desarquivamento a pedido da parte. 
 
 
 
 6 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
 
2ª) procedimento do art. 733 do CPC 
Aplicado para execução de três prestações vencidas antes do 
ajuizamento da execução e das que se vencerem no curso dela. 
Esta execução inicia-se com a petição inicial elaborada nos 
termos do art. 282 do CPC, com a descrição dos valores devidos. 
Após, o devedor será citado para em 3 dias pagar a dívida, 
provar que já pagou ou justificar a impossibilidade de pagar. Caso haja o 
pagamento ou a prova do mesmo, a execução será extinta. Também 
será extinta na hipótese de o executado demonstrar que não pode pagar 
no momento, com a ciência da parte contrária, permitindo-se em 
momento posterior nova cobrança, caso o executado reúna condições 
de pagar. Na realidade, nesta última hipótese haveria a suspensão da 
execução. 
Porém, se o devedor, no prazo acima, não pagar sem 
justificativas, terá sua prisão decretada como forma coercitiva para 
haver o pagamento. 
Obs.: a prisão depende de pedido do devedor, não podendo 
ser decretada de ofício pelo juiz. 
A doutrina diverge quanto ao prazo de tal prisão, pois a lei 
especial de alimentos (Lei nº 5478/68) prevê o prazo de 60 dias de 
prisão e o CPC prevê o prazo de 1 a 3 meses de prisão. Prevalece a 
tese da prisão de 1 a 3 meses, conforme jurisprudência do STF e do 
STJ8.8
 RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PRESTAÇÕES ALIMENTÍCIAS. NOVO DECRETO DE PRISÃO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE NÃO 
EXCEDA AO LIMITE LEGAL ESTABELECIDO NO ART. 733, § 1º, DO CPC. - É admissível a prisão civil do devedor de alimentos quando se trata de 
dívida atual, correspondente às três últimas prestações anteriores ao ajuizamento da execução, acrescidas das que se vencerem no curso do 
processo - Súmula nº 309/STJ. - O "nosso ordenamento jurídico não veda a possibilidade de o juiz, renovar, no mesmo processo de execução de 
alimentos, o decreto prisional, após analisar a conveniência e oportunidade e, principalmente, após levar em conta a finalidade coercitiva da prisão 
civil do alimentante." (HC 39902/MG, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJ 29/05/2006 p. 226), especialmente porque, somando-se as 
duas, não excedem ao prazo máximo estabelecido na lei (art. 733, § 1º, do CPC) - Ordem denegada. 
(HC 201000064935, LUIS FELIPE SALOMÃO, STJ - QUARTA TURMA, DJE DATA:26/08/2010.) 
 
Ementa: HABEAS CORPUS. DEVEDOR DE ALIMENTOS. PRISÃO CIVIL. DECRETO. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA. POSSIBILIDADE DE UNIFICAÇÃO DAS 
EXECUÇÕES NUMA ÚNICA ORDEM DE PRISÃO. SÚMULA 309 DO STJ. ALEGAÇÃO DE INCAPACIDADE ECONÔMICA PARA O CUMPRIMENTO DA 
OBRIGAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. I – Consoante dispõe o art. 733, 
§ 1º, do Código de Processo Civil, se o devedor de alimentos, intimado para efetuar o pagamento, não o faz nem justifica a impossibilidade de fazê-
lo, o juiz poderá decretar sua prisão pelo prazo de 1 a 3 meses, tal como ocorreu. Não há, nesse ato, qualquer ilegalidade ou abuso de poder que 
justifique a concessão da ordem. II – É correto o procedimento que unifica as execuções numa única ordem de prisão, por força do que dispõe o 
enunciado da Súmula 309 do STJ, segundo o qual “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três 
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”. III – A análise da suposta incapacidade econômica 
do executado ou do alegado cerceamento de defesa não tem lugar em habeas corpus, por demandar aprofundado exame dos fatos e provas da 
causa, providência sabidamente inviável nesta via. Precedente. IV – Ordem denegada. 
(HC 112254, RICARDO LEWANDOWSKI, STF) 
 
 
 
 7 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Não poderá haver prisão repetida em relação a período pelo 
qual já houve decreto de prisão. Caso o devedor preso pague a dívida, 
será solto de imediato. Decorrido o prazo da prisão sem o pagamento, a 
dívida persiste e deverá ser executada. 
Na prática, pode haver designação de audiência de conciliação 
pelo juiz para se tentar o acordo entre as partes e assim evitar a 
possibilidade de reiteradas prisões. 
O recurso cabível contra a ordem de prisão é o agravo de 
instrumento, admitindo-se, também, o habeas corpus. 
Esta execução também pode ser implementada com o 
desconto em folha de pagamento, caso o devedor seja empregado ou 
funcionário público. A rigor, segundo o CPC, admite embargos como 
forma de oposição do devedor à execução e, mesmo com os embargos, 
em havendo penhora de dinheiro, admite-se o levantamento de valores 
pelo exeqüente para manter a sua subsistência. 
 
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR 
INSOLVENTE (arts. 748 e ss.9) 
O devedor insolvente é aquele que possui mais dívidas do que 
patrimônio para saldá-las. Esta situação incide sobre a pessoa física ou 
jurídica, desde que esta última não seja empresa, já que para as 
empresas aplica-se a falência. 
A insolvência será presumida em 2 casos: 
 
9 Art. 748. Dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do devedor. 
Art. 749. Se o devedor for casado e o outro cônjuge, assumindo a responsabilidade por dívidas, não possuir bens próprios 
que bastem ao pagamento de todos os credores, poderá ser declarada, nos autos do mesmo processo, a insolvência de 
ambos. 
Art. 750. Presume-se a insolvência quando: 
I - o devedor não possuir outros bens livres e desembaraçados para nomear à penhora; 
Il - forem arrestados bens do devedor, com fundamento no art. 813, I, II e III. 
Art. 751. A declaração de insolvência do devedor produz: 
I - o vencimento antecipado das suas dívidas; 
II - a arrecadação de todos os seus bens suscetíveis de penhora, quer os atuais, quer os adquiridos no curso do processo; 
III - a execução por concurso universal dos seus credores. 
Art. 752. Declarada a insolvência, o devedor perde o direito de administrar os seus bens e de dispor deles, até a liquidação 
total da massa. 
Art. 753. A declaração de insolvência pode ser requerida: 
I - por qualquer credor quirografário; 
II - pelo devedor; 
III - pelo inventariante do espólio do devedor. 
 
 
 
 8 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
i) quando o devedor não tiver bens a serem penhorados; 
ii) nos casos de arresto do art. 813, I a III do CPC10, situações 
em que há uma presunção de insolvência do devedor que não paga 
suas dívidas (são hipóteses do arresto cautelar). 
 
Procedimento 
A execução do insolvente é composta por um procedimento 
bifásico, pelo qual na sua primeira fase haverá a descrição e conclusão 
sobre o estado de insolvência do devedor. Na segunda fase, haverá a 
execução propriamente dita, que é coletiva, mediante a participação ou 
concurso de todos os credores do devedor declarado insolvente. 
A insolvência pode ser requerida por qualquer credor 
quirografário (os com privilégio não tem interesse na execução 
universal), pelo próprio devedor ou seu espólio. 
A competência segue as regras normais do art. 94 do CPC 
(regra = domicílio do executado). 
Procedimento da insolvência requerida pelo credor 
1ª fase) inicia-se com a petição inicial, nos termos do art. 282 
do CPC, instruída com o respectivo título executivo, que pode ser 
judicial ou extrajudicial. 
Após, o devedor será citado para em 10 dias apresentar 
embargos, para afastar o estado de insolvência relatado na petição 
inicial. 
 
10 Art. 813. O arresto tem lugar: 
I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação 
no prazo estipulado; 
II - quando o devedor, que tem domicílio: 
a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; 
b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou 
tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou 
lesar credores; 
III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum 
ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas; 
IV - nos demais casos expressos em lei. 
 
 
 
 9 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Estes embargos têm a natureza jurídica de contestação e não 
de embargos à execução. 
Nos embargos, o devedor pode alegar qualquer matéria 
passível de alegação nos embargos à execução, bem como alegar que 
possui ativo superior ao passivo, afastando a situação de insolvência. 
Nesse prazo de 10 dias dos embargos, se quiser e puder, o 
devedor poderá ilidir a insolvência, apenas depositando o valor do 
crédito apresentado na inicial, situação em que a insolvência estará 
afastada, passando-se a discutir apenas o valor ou a legitimidade da 
cobrança. 
Não realizado tal depósito elisivo, haverá a instrução dessa 
fase, se for necessário, com a produção das provas cabíveis e após o 
juiz profere sentença, declarando ou não a insolvência. Se houver a 
declaração da insolvência,a sentença produzirá os seguintes efeitos: 
i) vencimento antecipado de todas as dívidas do devedor; 
ii) instauração de concurso universal dos credores do 
insolvente, de forma semelhante àquela da falência. 
Obs.: em razão disso, “cessam as preferências das penhoras 
(art. 612) e todos os credores munidos de títulos executivos, se 
quiserem receber seus créditos, terão que se habilitar no processo de 
execução do insolvente (art. 762, caput). Além disso, todas as 
execuções em curso, exceto a execução fiscal, serão remetidas ao juízo 
da insolvência, salvo se estiverem com hasta pública designada, 
hipótese em que o produto da alientação entrará para a massa do 
insolvente (art. 762, §§ 1.º e 2.º)” (ELPÍDIO DONIZETTI). 
iii) arrecadação de todos os bens do devedor passíveis de 
penhora, para serem alienados e com o produto da venda ocorrer o 
pagamento dos credores segundo a ordem de pagamento a ser 
elaborada na segunda fase; 
iv) o devedor perde a livre administração de seus bens, com a 
nomeação de um administrador para gerenciar os bens do devedor, 
administrador este escolhido dentre os credores, aquele que tiver o 
maior crédito a receber. 
 
 
 
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PROF. PAULO CEZAR NEVES JUNIOR 
 
Esta primeira fase encerra-se com a sentença que declara a 
insolvência. Essa sentença tem natureza constitutiva porque cria para o 
devedor e para seus credores uma nova situação jurídica como se viu 
acima. A doutrina discute sobre os efeitos da apelação interposta contra 
esta sentença, prevalecendo a tese do efeito meramente devolutivo, 
com aplicação analógica do art. 520, V do CPC11. 
Na segunda fase, haverá expedição de edital para os credores 
apresentarem seus créditos (habilitação de créditos) em 20 dias. Os 
créditos serão apresentados, podendo ocorrer impugnações dos demais 
credores no prazo de 20 dias, julgando o juiz tal questão por sentença. A 
apelação respectiva é recebida só no efeito devolutivo. 
Superada esta fase de habilitação de crédito, teremos a 
elaboração do quadro geral de credores, segundo a lei civil, com 
exclusão dos créditos fiscais na forma do art. 187 do CTN12, vindo 
depois, em regra, os créditos trabalhistas (art. 449, § 1º, da CLT), os 
com direitos reais de garantia (art. 1.422 do CC), os com privilégio 
especial sobre determinados bens (art. 964 do CC), os créditos com 
preferência geral (art. 965 do CC) e, por fim, os quirografários. 
Obs.: os créditos tributários são cobrados na execução fiscal, 
independentemente da existência de processo de execução de 
insolvente ou de falência. O produto arrecadado na execução fiscal será 
 
11 Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito 
devolutivo, quando interposta de sentença que: 
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; 
 
PROCESSUAL CIVIL. INSOLVÊNCIA CIVIL. EMBARGOS DO DEVEDOR INSOLVENTE. REJEIÇÃO. APELAÇÃO 
RECEBIDA APENAS NO EFEITO DEVOLUTIVO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 520, V, DO CPC. JURIDICIDADE. 1. 
A insolvência civil é ação de cunho declaratório/constitutivo, tendente a aferir, na via cognitiva, a insolvabilidade do devedor, 
condição esta que, uma vez declarada judicialmente, terá o efeito de estabelecer nova disciplina nas relações entre o 
insolvente e seus eventuais credores. Tal premissa não há de ter, entretanto, o efeito de convolar em contestação os 
embargos disciplinados nos arts. 755 e segs. do CPC. 2. Mostra-se de todo apropriado o entendimento jurisdicional que 
equipara os embargos à insolvência aos embargos à execução opostos por devedor solvente, para fins de aplicação da 
regra ínsita no art. 520, inciso V, do Código de Processo Civil, que determina o recebimento da apelação apenas no seu 
efeito devolutivo. 3. Recurso especial não-conhecido. 
(RESP 200302263308, JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, STJ - QUARTA TURMA, DJE DATA:26/10/2009.) 
12 Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, 
recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte 
ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
 
 
 
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apenas preterido quanto a créditos trabalhistas ou decorrentes de 
acidente do trabalho conforme art. 186 do CTN13. 
Em seguida, haverá a venda judicial dos bens do devedor em 
hasta pública e o pagamento dos credores, segundo a citada ordem. 
Não havendo mais patrimônio e, persistindo dívidas, estas 
poderão ser cobradas no processo, enquanto não forem extintas as 
obrigações do devedor. 
Quando, após a venda judicial, não houver mais valores a 
serem liquidados, esta segunda fase será extinta por sentença e, as 
obrigações do devedor serão declaradas extintas após 5 anos da data 
de tal encerramento da insolvência. 
O credor retardatário, que não apresenta seu crédito no citado 
prazo de 20 dias, após o edital de convocação, poderá fazer sua 
habilitação por ação própria ou direta, antes do rateio a ser feito pelos 
credores, segundo a ordem de pagamento. Se tal habilitação 
 
 
 
13 TRIBUTÁRIO E PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 186, DO CTN. PREFERÊNCIA DO CRÉDITO 
TRABALHISTA AO TRIBUTÁRIO. CONCURSO DE CREDORES. DEVEDOR SOLVENTE OU INSOLVENTE. CRITÉRIO 
ALHEIO À PREVISÃO LEGAL. CRÉDITO TRABALHISTA. NECESSIDADE DE PLURALIDADE DE PENHORAS OU 
MEDIDAS DE CONSTRIÇÃO SOBRE O MESMO BEM. INSTITUIÇÃO DO CONCURSO DE PREFERÊNCIAS EX OFFICIO. 
SÚMULA 07 DO STJ. 1. A preferência dos créditos trabalhistas sobre os créditos tributários, prevista no art. 186, do CTN, 
não se limita ao concurso universal de credores, em razão de insolvência civil ou falência, aplicando-se, da mesma forma, 
aos casos de execução contra devedor solvente. 2. É que o art. 711, do CPC sobrepõe a preferência de direito material à de 
direito processual consagrada na máxima prior tempore potior in iure. 3. Deveras, o art. 186, do CTN, antes da alteração 
trazida pela LC n.º 118/2005, dispunha que: "O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o 
tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho." Consectariamente, o próprio 
CTN privilegiou o crédito trabalhista, in casu, objeto de execução aparelhada. 4. Raciocínio inverso conspiraria contra a ratio 
essendi do art. 186, do CTN, o qual visa resguardar a satisfação do crédito trabalhista, tendo em vista a natureza alimentar 
de referidas verbas, sendo irrelevante para a incidência do preceito, a natureza jurídica da relação que originou a execução 
fiscal, sobre se contra devedor solvente ou insolvente. 5. É pacífica a necessidade de pluralidade de penhoras sobre o 
mesmo bem para que seja instaurado o concurso de preferências, estendendo-se essa regra aos casos de arresto, para fins 
do art. 711 do CPC, considerando que essa providência constritiva traduz medida protetiva de resguardo de bens 
suficientes para a garantia da execução, passível de posterior conversão em penhora, sendo, inclusive a ela equiparado 
pelo artigo 11 da LEF. (Precedentes:REsp 636.290/SP, DJ 08.11.2004 ; REsp 655233/PR, DJ 17.09.2007) 6. Atendendo a 
esse requisito, dessume-se a possibilidade de instituição do concurso de preferências, consoante extrai-se do aresto dos 
embargos de declaração, in verbis: "(...) Inúmeras penhoras são apontadas, inclusive no rosto dos autos, quer pela decisão 
atacada, fls. 12/13 e 292/293, quer pela própria embargante, fl. 285." 7. Com efeito, vários precedentesdeste Tribunal 
Superior assentam a obrigatoriedade de que o credor privilegiado, com vistas a exercer a preferência legalmente prevista, 
demonstre que promoveu a execução e que penhorou o mesmo bem objeto de outra constrição judicial, nos termos do art. 
711 do CPC. (Precedentes: REsp 33902/SP, DJ 18.04.1994; REsp 655233/PR, DJ 17.09.2007; CC 41.133/SP, DJ 
21.06.2004; REsp 88683/SP, DJ 24.03.1997) 8. Entrementes, a verificação de tais providências pelos detentores de créditos 
trabalhistas, à míngua de informação precisa nas decisões exaradas nos autos, implica o revolvimento do contexto fático-
probatório, o que é insindicável na estreita via do recurso especial, consoante o enunciado da Súmula 07 do STJ. 9. 
Recurso especial parcialmente conhecido e nessa parte desprovido. 
(RESP 200601630274, LUIZ FUX, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:03/11/2008.) 
 
 
 
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retardatária for feita depois do rateio, dependerá o pagamento de nova 
arrecadação de bens. 
Após o prazo de 5 anos do trânsito em julgado da sentença 
que encerra o processo de insolvência, poderá o devedor requerer a 
declaração de extinção de suas obrigações (arts. 779 e ss. do CPC). 
Diante desse requerimento, o juiz mandará publicar edital, com 
o prazo de 30 (trinta) dias, no órgão oficial e em outro jornal de grande 
circulação. 
Nesse prazo, qualquer credor poderá opor-se ao pedido, 
alegando que: 
I - não transcorreram 5 (cinco) anos da data do encerramento 
da insolvência; 
II - o devedor adquiriu bens, sujeitos à arrecadação (art. 776). 
Ouvido o devedor no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá 
sentença, abrindo instrução se for necessário. 
Por fim, proferirá sentença, que, se procedente, declarará a 
extinção das obrigações do devedor, sendo publicada por edital. 
Após o prazo deste edital, que é fixado pelo juiz, ficará o 
devedor habilitado a praticar todos os atos da vida civil. 
Obs.: o processo de insolvência civil comporta a prolação de 
pelo menos cinco sentenças: 
1) sentença que decreta a insolvência (art. 
755); 
2) sentença que decide a impugnação ao 
crédito habilitado (art. 772); 
3) sentença que aprova o quadro geral de 
credores (art. 775); 
4) sentença que encerra o processo de 
insolvência (art. 777); 
5) sentença que extingue as obrigações do 
devedor (art. 782). 
 
 
 
 
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EXECUÇÃO FISCAL (Lei n.º 6.830/80) 
É uma modalidade de execução por quantia certa feita com 
base em título extrajudicial especial denominado certidão de dívida ativa 
regularmente inscrita, que se realiza em favor da Fazenda Pública. 
O CPC é aplicado subsidiariamente neste procedimento. 
Os conceitos de dívida ativa e da respectiva certidão já foram 
tratados quando do estudo dos títulos extrajudiciais. A dívida ativa pode 
ser tributária ou não tributária, mas é indispensável que seja originária 
de uma relação jurídica de direito público. 
A competência, como visto no início do estudo das execuções, 
é fixada pelo art. 578 do CPC, sendo, em regra, ajuizado o processo no 
foro do domicílio do réu. 
De qualquer forma, a competência para a execução fiscal 
exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o de falência, concordata, 
liquidação, insolvência ou inventário, conforme art. 5.º da LEF. 
Em razão dessa regra, temos o seguinte: 
- se tiver sido ajuizada a execução fiscal e já realizada a 
penhora antes do decreto de falência, não ficam os bens penhorados 
sujeitos à arrecadação no processo falimentar; neste caso, segue 
normalmente a execução fiscal e seu produto é que será objeto de 
divisão conforme preferências da insolvência; 
- caso contrário, a penhora será levada a efeito no rosto dos 
autos do processo falimentar. 
Procedimento 
O executado é citado para pagar em cinco dias a dívida com 
os juros e multa de mora e demais encargos previstos na certidão 
da dívida ativa ou para garantir a execução. 
A citação é feita preferencialmente pelo correio (lembre-se de 
que nas demais execuções esta citação pelo correio é vedada), se não 
requerida de outra forma pela Fazenda Pública. 
 
 
 
 14 
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Se o aviso de recebimento não retornar no prazo de 15 dias da 
entrega da carta à agência postal, a citação será feita por oficial de 
justiça ou por edital na forma do art. 8.º da LEF. 
No entanto, a citação por edital somente é cabível quando 
frustradas as demais modalidades de citação, conforme súmula 414 do 
STJ. 
Realizada a penhora, o devedor deve ser dela intimado das 
seguintes formas: 
- em regra, mediante publicação no órgão oficial, do ato de 
juntada do termo ou do auto de penhora; 
- nas comarcas do interior, a intimação poderá ser feita por 
mandado ou por correio; 
- deverá ser intimado pessoalmente o devedor se a citação 
tiver sido feita pelo correio e o AR não tiver sido assinado pelo próprio 
devedor ou por seu representante. 
Obs.: de qualquer forma, a intimação pessoal dispensa a 
publicação conforme jurisprudência sedimentada do STJ. 
Seguro o juízo, abre-se o ensejo para o devedor apresentar 
embargos. 
O prazo para o oferecimento de embargos é de 30 dias (na 
execução comum é de 15 dias), e deve ser contado (art. 16 da LEF): 
I - do depósito em dinheiro feito em garantia; 
II - da juntada da prova da fiança bancária; 
III - da intimação da penhora (e não da juntada aos autos do 
mandado cumprido). 
Recebidos os embargos, a Fazenda será intimada para 
impugná-los no prazo de 30 dias, prosseguindo-se na forma prevista 
pelo CPC (art. 740). 
Não sendo apresentados embargos ou rejeitados estes, passa-
se à fase de expropriação igual, em geral, à das demais execuções. 
 
 
 
 15 
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Não são admitidos embargos do executado antes de garantida 
a execução. 
No entanto, não se distingue praza de leilão, sendo a 
arrematação realizada sempre em leilão público. 
O devedor deverá ser intimado pessoalmente do dia e hora 
da realização do leilão, conforme Súmula nº 121 do STJ. Caso não 
seja possível a intimação pessoal e após esgotados os meios de 
localização do devedor, admite-se a cientificação da realização do leilão 
por edital. 
A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados: 
I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não 
for embargada ou se rejeitados os embargos; 
II - findo o leilão: 
a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação; 
b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de 
condições com a melhor oferta, no prazo de 30 (trinta) dias. 
Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for superior 
ao dos créditos da Fazenda Pública, a adjudicação somente será 
deferida pelo Juiz se a diferença for depositada, pela exeqüente, à 
ordem do Juízo, no prazo de 30 (trinta) dias. 
Enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens 
sobre os quais possa recair a penhora, o Juiz suspenderá o curso da 
execução e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 
Se tiver sido suspenso o curso da execução, será aberta vista 
dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública. 
Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja 
localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz 
ordenará o arquivamento dos autos, os quais serão desarquivados 
se encontrado o devedor ou bens penhoráveis. 
Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o 
prazo prescricional quinquenal, o juiz, depois de ouvida a Fazenda 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
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Pública (não precisa ouvir se valor for menor do que o previsto no§ 4.º 
do art. 40 da LEF), poderá, de ofício, reconhecer a prescrição 
intercorrente e decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 
2004) 
Obs.: 
Lei 6.830/80 – todas as sentenças produzidas na execução 
fiscal ficam sujeitas a apenas dois recursos quando de pequeno 
valor (embargos de declaração e os chamados embargos 
infringentes, que são ambos julgados pelo próprio juiz de primeiro 
grau). Não caberá apelação. 
Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em 
execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações 
Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão 
embargos infringentes e de declaração. 
§ 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor 
da dívida monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros 
de mora e de mais encargos legais, na data da distribuição. 
§ 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com 
documentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias 
perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. 
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão 
os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os 
rejeitará ou reformará a sentença.14 
 
 
 
14 PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 34 DA LEI 6.830/80. 50 ORTNS. VERIFICAÇÃO DO VALOR DE 
ALÇADA. MATÉRIA SUBMETIDA AO REGIME DO ART. 543-C DO CPC. 1. Nas sentenças de primeira instância proferidas 
em Execuções de valor igual ou inferior a 50 ORTNs só se admitirão Embargos Infringentes e de Declaração, nos termos do 
art. 34 da Lei 6.830/1980. 2. "Adota-se como valor de alçada para o cabimento de apelação em sede de execução fiscal o 
valor de R$ 328,27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos), corrigido pelo IPCA-E a partir de janeiro de 2001, 
valor esse que deve ser observado à data da propositura da execução" (REsp 1168625/MG, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira 
Seção, julgado em 9.6.2010, DJe 1º.7.2010). 3. No caso, é cabível recurso de Apelação, aplicando-se o entendimento 
acima, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, sendo o valor da Execução Fiscal, à época da sua propositura, superior ao 
valor de alçada de 50 ORTNs, atualizado segundo o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 4. Embargos de Declaração 
acolhidos com efeito infringente para dar provimento ao Recurso Especial. 
(EDRESP 201000928038, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:02/02/2011.)

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