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Impermeabilização nas Construções

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Impermeabilização nas Construções
Introdução
Em se tratando de impermeabilização em uma construção, mesmo que estejamos adotando material adequado e de boa procedência, ainda assim não estamos garantidos. Como em todos os serviços de uma obra, mais ainda no caso da impermeabilização, a mão de obra utilizada precisa ser exaustivamente treinada.
Como a área a ser impermeabilizada sofrerá intervenções por outras equipes antes e depois da aplicação da camada impermeabilizante, essas equipes precisam sempre passar por treinamento de reciclagem para a conscientização dos riscos responsáveis por um futuro vazamento.
É comum vermos a equipe de concreto esquecer ou não ser avisada de colocar na forma uma simples ripa que fará o sulco necessário para a ancoragem da manta de impermeabilização. Isso gerará um reserviço oneroso na fase de impermeabilização, onde haverá de se quebrar com uma talhadeira e corre-se o risco de abalar a estrutura.
Outro exemplo comum é um servente precisar pregar um inofensivo preguinho em uma parede rebocada, para esticar uma linha de marcação, sem saber que atrás desse reboco está toda a camada impermeabilizante, pronta e acabada.
Vários outros exemplos poderiam ser citados, mas por enquanto podemos nos ater a esses dois para que possamos notar que os próprios colaboradores da obra podem se transformar em vilões por falta de aviso dos riscos e cuidados a serem tomados.
Embora este assunto não seja tratado com a freqüência e seriedade que deveria, a impermeabilização é parte fundamental de uma edificação.
Nos preocupamos com pisos, paredes, portas, janelas e telhados, mas de que valem todos esses elementos que compõem uma construção se não forem capazes de impedir os efeitos da tão indesejável infiltração?
Todos nós sabemos quão teimosa e persistente é a água. Precisamos superá-la sendo precisos e conscientes dos seus fenômenos.
Temos no mercado inúmeros produtos impermeabilizantes. Caros, baratos, fáceis, complicados, simples e sofisticados. Todos prometem maravilhas, garantem facilidades na aplicação, estanqueidade e durabilidade.
Precisamos entender que no mercado dos dias de hoje, tudo se faz para sobreviver e o importante é vender. Claro que se o produto não cumprir as finalidades que o seu fabricante garantiu, podemos nos fazer valer das leis de proteção do consumidor e até conseguir algum reparo. Mas não estamos aqui falando da compra de um televisor que lhe deixou na mão em um domingo de decisão de um campeonato.
Estamos falando de um cliente insatisfeito que está com seu apartamento encharcado. De um apartamento de cobertura, onde o reparo vai implicar na quebra de boa quantidade de materiais de revestimento nobres, sujeiras e contratempos para o seu cliente que confiou que teria um local seguro para morar.
Concluímos então, que o maior prejuízo será o seu, pois mesmo que consiga provar, ao fornecedor e aos órgãos judiciários, que seguiu meticulosamente as recomendações e instruções e ainda consiga um ressarcimento, fica o prejuízo moral perante o cliente, este sim, é um prejuízo que nenhum de nós profissionais gostaríamos de trazer conosco.
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Elementos
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Coberturas não transitáveis
São aquelas que terão pessoas transitando apenas para manutenções ou em situações emergenciais.
São elas: 
- Tampa de reservatório elevado de concreto;
- Cobertura de casa de máquinas; 
- Cobertura não utilizada para outro fim senão o de cobertura.
Essas regiões não exigem grande atenção quanto a resistência à compressão na camada impermeabilizante.
A impermeabilização rígida não é recomendada para esses locais susceptíveis de fissuras provenientes da oscilação térmica.
Recomenda-se manta asfáltica ou elastomérica. Como proteção mecânica deve-se usar geotêxtil (Poliéster não tecido) e por sobre o mesmo, como isolação térmica, pode-se usar, por economia e facilidade na manutenção, seixo rolado, solto, de cor clara.
Deve-se ter em toda a borda da laje impermeabilizada, uma mureta de no mínimo 15 cm de altura, de concreto, monolítica com a laje, isso evita o destacamento e conseqüente ruptura da manta. A face superior da mureta deve ter uma inclinação de 5% caindo para o lado da laje impermeabilizada. Este caimento evita o surgimento precoce de manchas de sujeira na fachada.
Deve-se prever todo e qualquer equipamento a ser instalado sobre a área impermeabilizada. Tanto os que serão entregues instalados na conclusão da obra, quanto os que vierem a ser necessários a qualquer tempo. Essa medida pretende evitar que um técnico no pós-obra venha com uma furadeira instalar sua obra de arte ao seu bel prazer. Para isso, deve-se deixar blocos de concreto ancorados na laje, com altura mínima de 20cm. 
Exemplos de equipamentos possíveis:
- Antenas parabólicas; 
- Ganchos para estaiamentos de balancins para manutenção de fachadas e eventual uso pelos bombeiros; 
- Antenas coletivas; 
- Antena de telefonia celular; 
- Luminárias e refletores;
- Lanterna de obstáculo;
- Tótens publicitários;
- Pára-raios;
- Painéis de aquecimento solar.
- E outros que possam vir a ser necessários.
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Coberturas transitáveis por pedestres
São aquelas que devem receber uma pavimentação adequada ao trânsito de pedestres, mas não de veículos.
Também nessas regiões a impermeabilização rígida não é recomendada, pois estas lajes são susceptíveis de fissuras provenientes de oscilação térmica. Recomenda-se mantas asfálticas ou elastoméricas.
Preparação da base:
Sobre a laje deve-se executar a camada de regularização com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, tomando o cuidado de arredondar todos os cantos com paredes com um raio de 5cm (usa-se para isso a lateral de uma garrafa). Essa medida facilita a aplicação da camada impermeabilizante e sua acomodação.
Deve-se também, nessa etapa, prever queda para ralos, fazendo a regularização com um caimento mínimo de 1% e sua espessura mínima deve ser de 3cm. 
Após a cura da argamassa, aplica-se o primer (pintura de base asfáltica). A superfície deve estar totalmente seca e livre de óleo. O primer é aplicado a rolo de lã ou brocha, em uma única demão. 
No caso da manta elastomérica, após o primer aplica-se uma camada de Pasta Berço (lama asfáltica com borracha moída), aplicada com desempenadeira em uma camada de 0,5cm. Após a secagem ao toque, pode-se passar à aplicação da manta, que é feita, no caso da manta asfáltica, com o desenrolar dos tubos de manta sobre a laje, deixando um transpasse lateral de 10cm. 
O método mais comumente usado para a fusão das mantas é com uso de maçarico. Neste método é preciso se tomar muito cuidado com o aquecimento excessivo da manta, em seu interior existe um véu estrutural e a sua ruptura inutiliza a manta.
Uma dica dada pelos operários experientes é que a manta estará danificada quando a sua superfície parecer que “fritou”.
No caso da manta elastomérica, a aplicação é feita com o desenrolar dos tubos da manta sobre a camada de pasta berço, com um transpasse de 10cm e a fusão é feita através de uma fita de caldeação. Esta vulcanização é feita quimicamente e a frio.
Tanto no caso da impermeabilização com manta asfáltica quanto com elastomérica, antes da aplicação da manta deve-se fazer todos os arremates nos ralos, tubos que vazarão a manta, juntas de dilatação, etc.
Na periferia da região a ser impermeabilizada, a manta deve subir na parede no mínimo 50cm, formando um barrado. Essas paredes devem ser construídas com tijolo maciço até 20cm acima do final da manta. O tijolo furado faz com que no caso de uma infiltração, mesmo depois do problema resolvido, a água armazenada nos furos mereje por meses, deixando dúvidas quanto ao serviço.
Os ralos e tubos nunca deverão estar a menos de 10cm recuados das paredes ou um do outro. Isso impede o arremate da impermeabilização.
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Coberturas transitáveis por veículos
Estes são os casos onde existem estacionamentos sobre a laje e embaixo é também área útil do edifício.
Este caso não difere muito do caso das soluções adotadas para áreas transitáveis por pedestres,exceto que o piso sobre a manta deve ter resistência adequada. Uma das formas é de se aplicar uma camada de 4cm de argamassa armada com tela soldada com malha de 15x15cm (tela Telcon L47).
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Calhas
As calhas aqui tratadas são aquelas moldadas sobre a laje de cobertura, em concreto armado. Estas calhas devem ser impermeabilizadas com o sistema de mantas. A manta deverá subir pela parede da calha até a sua borda externa. As paredes da calha devem ter a sua superfície superior na mesma inclinação do telhado. Recomenda-se que a telha entre pelo menos 10cm dentro da calha, formando um pequeno beiral a fim de evitar entrada de água causada por chuvas de vento.
Para efeito de manutenção da calha, recomenda-se uma largura livre de no mínimo 30cm.
Deve-se prever na camada de regularização da superfície do fundo da calha, um caimento mínimo de 1% para ralos e sua espessura mínima de 3 cm. Invariavelmente, uma calha deverá receber um tratamento de isolação térmica. 
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Isolação térmica
Com exceção ao uso da isolação térmica feita com materiais soltos como seixo rolado de cor clara, podemos dizer que existem duas outras opções. Estas duas opções são de uma camada de material isolante embutido no piso. Pode-se aplicar esta camada sobre a manta ou sob a manta. No caso da camada isolante ser aplicada sobre a manta, temos a vantagem de a manta também ser protegida termicamente, trazendo maior longevidade para o sistema. O material recomendado para isso é o poliestireno extrudado (Styrofoan), que tem a propriedade de não absorção de água. Nesta opção deve-se considerar o alto custo desse material. 
No caso da camada isolante ser aplicada sob a manta já não temos a isolação térmica na própria manta, reduzindo teoricamente a longevidade do sistema. No entanto, podemos usar um material mais barato, que é o poliestireno expandido (isopor, Isofoan). Este material absorve água pelas bordas recortadas e encharcado perde sua propriedade isolante, por isso é importante que só seja usado sob a manta.
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Rufos
Os rufos aqui tratados são os rufos em concreto que dão acabamento à parte alta do telhado, onde se encontra com paredes ou platibandas, tanto no sentido horizontal quanto lateral.
Estes rufos são superfícies de concreto armado de largura pequena, aproximadamente 30cm. Nestes casos, a camada impermeabilizante não se faz necessária com mantas, sendo suficiente uma impermeabilização com membranas.
No momento da concretagem o carpinteiro deve ser instruído a deixar na forma um baguete de 2,5x2,5cm, no sentido longitudinal do rufo, próximo da borda 3cm. Isso fará com que a peça de concreto fique com um sulco na face inferior, que servirá como pingadeira, evitando o refluxo da água.
A superfície superior e lateral do rufo deve receber uma camada de regularização (cimento e areia no traço 1:3) com espessura mínima de 3cm. Todos os cantos devem ser arredondados e a membrana deve revestir toda a face lateral e superior do rufo, assim como a parede de onde emerge o rufo e sua face superior. A face superior da parede deve ter uma inclinação de 5% para o lado interno a fim de evitar manchas precoces na fachada.
A camada impermeabilizante é feita por uma demão de primer, 3 demãos de emulsão asfáltica entremeadas com lã de vidro e protegida com pintura refletiva (alumínio).
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Varandas
Tratamos aqui dos casos de varandas e sacadas construídas em local que terá uma finalidade de uso embaixo. Estes locais são considerados transitáveis por pedestres, cabendo então as recomendações para tal. Cuidados extras serão colocados e alguns deles se aplicam não só a regiões com estes fins.
Considerando que nem todas as sacadas tem seu guarda-corpo em total alvenaria ou concreto, há que se tomar os cuidados com os arremates de impermeabilização junto aos tubos ou outros metais que ancorarão os elementos do guarda-corpo.
Toda região impermeabilizada que tiver em sua periferia uma porta que dê ligação com a área interna da edificação deverá ter a camada impermeabilizante adentrando no mínimo 1.00 metro para o fundo e laterais. Ao final desse 1.00 metro, deverá se deixar uma sobra de manta de 20cm, que será cortada somente depois do piso acabado. Esta medida evita que a água percole pela argamassa de assentamento do piso, infiltrando no ambiente interno. Já vimos casos de percolações que chegaram a avançar 5 metros pela área interna.
Nas paredes periféricas da área impermeabilizada deve ter um barrado mínimo de 50cm de altura, e sua parede deve ser constituída de elemento não poroso e maciço a pelo menos 20cm acima da borda do barrado. 
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Floreiras e jardins
Como nos outros casos, tratamos aqui de floreiras e jardins que serão construídos sobre uma laje que terá uma finalidade de uso embaixo.
No caso de floreiras que terão suas paredes em alvenaria, existe a necessidade destas paredes serem construídas sobre uma mureta de concreto com altura mínima de 15cm monolítica com a laje. Esta medida é fundamental para evitar o destacamento da parede e conseqüente ruptura da manta. A drenagem é feita por tubos de PVC Ø100mm, instalados no meio da vegetação, tantos quantos necessários para a drenagem da área. Esses tubos deverão ter em sua extremidade superior uma grelha metálica, preferencialmente pintada na cor vermelha para uma fácil localização em meio à vegetação, para eventuais manutenções e desobstrução.
No fundo do canteiro deverá se deixar uma camada de 10cm de cascalho, brita ou seixo rolado para a drenagem da água capilarizada. Essa camada deverá estar separada da camada de terra por uma camada de poliéster não tecido (geotêxtil). O escoamento da água capilarizada será feito pelo mesmo tubo captador da água da superfície da floreira, através de furos Ø 5/8” feitos neste tubo dentro da camada de cascalho, ou seja, estes furos devem estar abaixo da camada do geotêxtil.
Por questões estruturais, independente da altura externa da floreira, poder-se-á criar internamente lajes falsas na intenção de se reduzir o volume de terra. Mesmo que essas lajes sejam criadas, por se tratar de elementos pré-moldados soltos, a impermeabilização deverá ser aplicada como se todo o espaço fosse preenchido com terra. A camada de cascalho e os furos no tubo de drenagem deverão subir de acordo com esta laje falsa.
A profundidade de terra da floreira deve ser dimensionada de acordo com o potencial de raízes da vegetação a ser usada, assim como deve-se evitar a utilização de espécies vegetais de raízes vigorosas ou que possam oferecer riscos ao sistema de impermeabilização.
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Boxes de banheiros
Como os boxes de banheiros não são expostos a grande variação de temperatura, costumeiramente procura-se executar a laje com cuidados para boa cura e a sua impermeabilização é feita apenas através da cerâmica e um bom arremate com silicone na borda do tubo do ralo.
Por uma maior segurança pode-se aplicar manta asfáltica ou elastomérica, não havendo necessidade de se impermeabilizar o restante do banheiro, exceto no caso de existência de banheiras de hidromassagem, que por ser área mais úmida que o box, exige uma atenção maior quanto à impermeabilização.
No caso de se optar pela aplicação de manta na região do box, alguns cuidados devem ser tomados. As paredes devem ser de tijolo maciço pelo menos 20cm acima do barrado de manta. O barrado de manta nas paredes deve ter uma altura mínima de 50cm e sua ancoragem feita na parede por um sulco de 4x4cm com inclinação de 45 graus. A manta deve sair 50cm para fora do box e deve-se deixar uma sobra de 20cm para ser cortada após o piso acabado.
Antes da aplicação da manta, deve-se fazer os arremates de impermeabilização no ralo, ancoragem da esquadria do box (quando necessário). O ideal é se evitar o máximo possível, chumbamentos e intervenções no piso a ser impermeabilizado.
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Piscinas
Tratamos aqui de piscinas em concreto e fibra de vidro, usadas em pavimentos térreos, onde embaixo normalmente haverá vagas de garagem ou em apartamentos dúplex de cobertura, onde normalmente embaixo estará a sala de estar. Acreditoque esteja aqui um dos nossos dois grandes desafios, pois estamos falando de uma ousadia arquitetônica, onde toneladas de água estarão nos testando a cada minuto, enquanto existir. 
Partindo daí, percebemos que até mais importante que a camada impermeabilizante, está a qualidade estrutural. Esta região da edificação deverá receber atenção redobrada na fase de concretagem. Terão que ser peças de concreto perfeitas, sem “bichos”, falhas ou restos de madeira incrustados após a desforma.
Não podemos abrir mão da mísula nos cantos horizontais e verticais, que serão reforços importantes. Os elementos como entrada de água, ladrão, ralo de fundo, deverão também receber redobrada atenção quanto à sua rigidez com a laje de fundo ou paredes laterais. O fundo receberá tratamento igual a área transitável por pedestres, as paredes deverão ter, como proteção mecânica sobre a manta, placas de poliestireno expandido (isofoan, isopor) para proteção no momento crítico onde uma ou mais pessoas saltam na piscina. Após a colocação das placas de poliestireno expandido na vertical, aplica-se uma camada de argamassa de cimento e areia no traço 1:3, armada com tela galinheiro. Esta camada de argamassa receberá o assentamento dos azulejos.
Com a intenção de não interferir no teto do pavimento inferior, normalmente essas piscinas são construídas em um nível mais elevado. Isso faz com que se crie uma segunda laje para o deck. Vemos então, surgir um caixão perdido. Este caixão perdido não pode jamais ser preenchido com entulhos, argila expandida ou qualquer outro material, pois no caso de uma infiltração, o armazenamento de água neste material será motivo de incômodo por muito tempo. O problema da infiltração será resolvido, mas o cliente terá sua goteira garantida por longos meses. Deverá receber impermeabilização dupla, uma camada no fundo do caixão perdido e outra sobre o deck, que será a continuação da manta que passa dentro da piscina.
Em um espaço de ar confinado, acontece o fenômeno da condensação, que é a liquefação do vapor de água proveniente da cura do concreto, vapor presente no ar ou uma eventual infiltração na laje superior. Este problema é evitado deixando-se pelo menos dois tubos de Ø mínimo de 75mm para a respiração do caixão, dispostos em pontos opostos. Estes tubos devem ter uma altura mínima de 20cm dentro do caixão e sua ponta inferior rente com o teto do pavimento inferior.
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Caixas d’água
Tratamos aqui da impermeabilização de reservatórios elevados moldados em concreto. As recomendações dadas para a concretagem das peças da piscina devem ser seguidas também para este caso. No piso interno do reservatório será aplicada uma camada de cimento e areia no traço 1:3, como proteção mecânica, já nas paredes, não existe a necessidade de se proteger a manta mecanicamente, ficando exposta. Isso faz com que a manta tenda a cair por seu próprio peso. Duas medidas são tomadas a fim de evitar esta queda. Aplica-se uma malha de 50x50cm de fita de caldeação mais solução adesiva. Aplica-se a manta e após é fixada uma fita de alumínio a cada metro vertical, em toda a volta. Esta fita é fixada com buchas S10 e com parafusos latonados de cabeça boleada. Sobre a fita aplica-se um manchão de material igual ao usado para impermeabilização.
As flanges do fundo do reservatório são de fundamental importância para que o sistema funcione.
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Subsolo
Tratamos aqui da impermeabilização de subsolos que sofrem com problemas de afloramento do lençol freático.
Considerando que na maioria dos casos de subsolos a área ocupada vá de divisa a divisa do terreno, temos grande dificuldade de acesso para impermeabilizar estas paredes.
O ideal seria que tivéssemos um grande terreno e pudéssemos construir um subsolo de concreto monolítico de cabeça pra baixo, impermeabilizássemos as paredes e o fundo e só então o puséssemos em sua posição definitiva. Como isso não é possível, usamos a técnica do envelopamento. Trata-se da construção de paredes e piso provisórios, apenas para receber a camada impermeabilizante. Após feita a impermeabilização e aplicada a proteção mecânica, constrói-se a parede e piso propriamente ditos. Deve-se lembrar de deixar os arranques dos blocos ou sapatas e fazer seus respectivos arremates de impermeabilização.
Outros casos deverão ser tratados particularmente, como por exemplo casos onde seja necessário o rebaixamento do lençol freático.
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Manta Elastomérica
Embora este seja o sistema de maior longevidade, exige mão-de-obra muito melhor treinada e uma conscientização também maior por parte de todos os colaboradores da obra. Sua espessura mínima de 0,8mm, exige este grande cuidado, chegando a ponto da necessidade de isolamento da área até que já tenha sido aplicada a proteção mecânica. Esta proteção mecânica também deve ser feita pela equipe de impermeabilizadores. Todo e qualquer operário que precisar transitar por sobre a manta, deverá faze-lo descalço, devendo ser proibido o uso principalmente de botinas.
Caso queira-se testá-la, só se pode por a água após 24h da aplicação. Este é o tempo de reação total do adesivo com a fita de caldeação.
A manta elastomérica é aplicada solta sobre a laje. Este sistema é chamado de sistema flutuante de impermeabilização. Ele tem o inconveniente de, no caso de um vazamento, a água “caminhar” por baixo da manta por longas distâncias, dificultando a localização do vazamento.
Sua aplicação é feita da seguinte maneira:
1 – Regularização
- Limpeza da laje na área a ser impermeabilizada
- Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização
- Verificação de corpos estranhos na superfície da laje. Ex. restos de madeira incrustados no concreto, arames e outros.
- Aplicação de argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com espessura mínima de 3cm.
- Caimento de no mínimo 1% para os ralos
- Arredondamento dos cantos (normalmente se usa a lateral de uma garrafa)
- Cuidar para que a superfície regularizada fique tão lisa quanto uma argamassa permita. Uniforme e homogênea para receber a manta sem traumas
2 - Aplicação do primer
- O primer é uma pintura de base asfáltica
- A superfície deve estar totalmente seca
- O primer é aplicado a rolo de lã ou brocha, em uma única demão
- Consumo de aproximadamente 0,3 litros por metro quadrado
- Aguardar 24 horas após a aplicação do primer para a aplicação da manta 
3 – Aplicação da manta
- Isolamento da área para impedir que operários não pertinentes aos serviços de impermeabilização transitem ou causem danos ao processo
- Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização. Ex. afastamentos adequados de dutos em relação às paredes
- Conferência da presença de todos os elementos, a fim de evitar ferimentos posteriores
- Verificar as especificações de projeto
- Dispor os rolos de manta no sentido longitudinal da aplicação, atentando para o esquadrejamento
- Fazer arremates nos ralos e outros elementos vaza-manta
- Inserir dentro dos ralos uma seção de tubo de PVC de 3cm com um corte vertical. Este anel tem a finalidade de não deixar a manta descolar do cano
ATENÇÃO: A reação química no momento de vulcanização do material elastomérico libera gases tóxicos. Em locais fechados como em reservatórios exige-se o uso de equipamento insuflador.
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Manta Asfáltica
O principal cuidado a ser tomado em sua aplicação, é de conscientizar o aplicador de que o maçarico (usado na fusão das mantas) não pode aproximar e ficar exposto à manta em um mesmo local por muito tempo para não ocasionar ruptura do véu estrutural localizado dentro da manta, danificando-a. Vários fatores são levados em consideração para se julgar o ideal para isso, pressão de saída no bico do maçarico, resistência do asfalto, temperatura do ambiente, entre outros.
Uma boa dica dada pelos bons operários é que o asfalto deve apenas derreter e se nota a ruptura da estrutura da manta se a superfície parecer que “fritou”.
Sua aplicação é feita da seguinte maneira:
1 – Regularização
- Fazer rebaixo de 15cm na borda dos ralos comprofundidade de 4mm.
- Limpeza da laje na área a ser impermeabilizada.
- Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização.
- Verificação de presença de corpos estranhos na superfície da laje. Ex. restos de madeira incrustados no concreto, arames e outros.
- Aplicação de argamassa no traço 1:3 de cimento e areia.
- Caimento de no mínimo 1% para os ralos.
- Arredondamento dos cantos (normalmente se usa a lateral de uma garrafa).
- Cuidar que a superfície regularizada esteja tão lisa quanto uma argamassa permita. Uniforme e homogênea para receber a manta sem traumas.
2 - Aplicação do primer
- O primer é uma pintura de base asfáltica.
- A superfície deve estar totalmente seca.
- O primer é aplicado a rolo de lã ou brocha, em uma única demão.
- Consumo de aproximadamente de 0,3 l/m². 
- Aguardar 24 h após a aplicação do primer, para aplicação da manta. 
- Toda área a ser impermeabilizada deve receber essa camada de primer 
3 - Aplicação da manta
- Isolamento da área para impedir que operários não pertinentes aos serviços de impermeabilização transitem ou causem danos ao processo.
- Verificação dos elementos que virão a interferir na impermeabilização. Ex: afastamento adequado de dutos em relação às paredes.
- Conferência da presença de todos os elementos, a fim de evitar ferimentos posteriores.
- Verificar as especificações de projeto.
- Dispor os rolos de mantas no sentido longitudinal da aplicação, tomando o cuidado com o esquadrejamento. Fazer arremate nos ralos e outros elementos vaza-manta.
- Inserir dentro dos ralos uma seção de tubo de PVC de 3cm com um corte vertical. Este anel tem a finalidade de não deixar a manta descolar do cano.
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Argamassa impermeável (Rígida)
Sistema feito a partir da adição de produtos químicos na argamassa. 
Este sistema só é recomendado para locais totalmente protegidos de oscilações térmicas, pois, por ser de origem posolânica, trinca junto com a estrutura. 
Exemplos de locais que podem receber este sistema:
Cortinas de subsolos sem problemas de afloramento do lençol freático 
Reservatórios subterrâneos
Piscinas enterradas
Assim como sabemos o quão importante é se concretar uma laje de uma vez só, a aplicação da argamassa impermeável só tem sua eficácia se for aplicada continuamente. E em duas camadas, para que as fissuras naturais de cada uma não coincidam.
Existe uma gama muito grande de sistemas e produtos de impermeabilização rígida. Inclusive pintura acrílica, grafiatos e texturas são considerados impermeabilizantes, mas consideramos aqui os sistemas que visam sanar infiltrações mais graves do que apenas umidades em paredes advindas de chuva do lado externo.
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Compatibilização de Projetos
Atualmente é comum vermos uma edificação com 15 ou 20 escritórios parceiros projetando os mais diversificados detalhes. 
A impermeabilização tem sido deixada de lado muito mais do que deveria. 
Como dissemos antes sobre a conscientização dos operários participantes da obra, precisamos também conscientizar os mentores do projeto.
A necessidade do sulco no concreto da platibanda ou nos pilares do térreo é evidente, mas será que o calculista prevê isso?
A camada impermeabilizante em uma laje de cobertura não tem uma espessura tão irrelevante a ponto de não se prever o rebaixo da laje no projeto.
O projetista de hidráulica não tem consciência de que seus tubos precisam dos recuos necessários para uma manta passar por trás.
O arquiteto autor do projeto de paisagismo nem sempre tem consciência de como será resolvida a solução dada a uma floreira.
Em vários casos isso pode parecer uma utopia, mas precisamos nos esforçar mais e mais para que todos os projetos sejam intrínsecos e consigamos cada vez mais pôr ordem na torre de babel.
Os detalhes só serão deixados de lado enquanto olharmos para eles como apenas detalhes.
Preocupações como todas as citadas neste texto, são inadiáveis e suas soluções são fundamentais para uma obra mais barata, de melhor qualidade, entregue em menor prazo e um cliente muito mais satisfeito.

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