Buscar

Behaviorismo Radical

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Rondonópolis (CUR)
Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS)
Bacharelado em Psicologia
	
Lorena Lopes de Oliveira
O conceito de comportamento no Behaviorismo Radical
Rondonópolis
2014
Lorena Lopes de Oliveira
O conceito de comportamento no Behaviorismo Radical
Trabalho desenvolvido durante a disciplina de 
Epistemologia e História da psicologia, como
 parte da avaliação referente ao segundo 
semestre deste ano.
Docente: Dra. Julia Zanetti Rocca
Rondonópolis-MT
2014
 O presente trabalho visa inicialmente apresentar o conceito de Behaviorismo, diferenciando o entre: Metodológico e Radical, tendo como temática principal o conceito de comportamento dentro deste segundo, apresentador por Burrhus Frederic Skinner (1904-1990).
 Feitas tais considerações, primeiramente buscaremos a definição de behaviorismo na história, sua origem e fundador. Posteriormente apresentaremos a distinção entre o behaviorismo metodológico e Radical, demonstrando a linha teórica de cada um respectivamente. Partindo dessa definição, caracterizaremos o conceito de comportamento em uma visão geral, enfatizando-o particularmente dentro do behaviorismo radical, e toda a discussão em cima desse objeto de estudo da ciência que é o comportamento. Na tentativa de alcançar os objetivos descritos acima, utilizaremos artigos científicos, livros que abordam tal temática e conhecimentos adquiridos em sala.
 O termo behaviorismo (vem do termo inglês behavior que significa conduta ou comportamento) surgiu no início do século XX, com o americano John Broadus Watson (1878-1958), nos Estados Unidos da América, que propunha um novo caminho para a Psicologia: deixar o campo filosófico e ganhar os status de ciência, para tanto deveria utilizar o comportamento como objeto de estudo. A partir desse momento onde o comportamento tornava-se o objeto central de estudo, algo que era capaz de ser mensurável, observador, analisador e acima de tudo comprovado em diversas condições, a Psicologia passou então a ser reconhecida como ciência, rompendo com a Filosofia. A ideia central do behaviorismo pode ser definida como: é possível uma ciência do comportamento.
“Na medida em que os aspectos do ambiente interno não são, e não podem ser observados por observadores independentes, eles não poderiam, segundo essa abordagem, ser objeto de uma ciência, neste sentido, defendem que o objeto de estudo seja somente o comportamento observável, mesmo que não ignorasse os sentimentos, subjetividade, Watson não acreditava que estes deveriam ser unidades de analise sobre o homem, enquanto um objeto de estudo.” (MALERBI. 2003 apud ALENCAR. 2006).
 Este behaviorismo criador por Watson é conhecido como behaviorismo metodológico, que acreditava na existência da mente, mas ignoravam em relação ao comportamento, pois afirmavam que não podemos estudá-la, já que não podemos observar os estados mentais. Este tipo de behaviorismo tenta estudar o comportamento “externo” o visível, observável de forma extremamente objetiva, metódica, mecânica e fisiológica, concentrando todas as atenções no indivíduo e seu comportamento. Este behaviorismo é denominado muitas vezes de ‘antigo’ por fundamentar-se no realismo- corrente filosófica que afirmava a existência de um mundo real fora do indivíduo.
 O principal nome do behaviorismo depois de Watson é o também americano B. F. Skinner (1904-1990) fundador do behaviorismo radical, conhecido assim, por rejeitar o psiquismo como explicação para o comportamento. ”O Behaviorismo seria radical ao buscar a raiz, isto é, a gênese do comportamento nas profundidades de sua interação com o ambiente.” (MONEIRA e MEDEIROS. 2007-2008, p. 219). Esse modelo de behaviorismo praticado por Skinner é considerado a filosofia ou ideologia da ciência do comportamento, pois busca compreender as questões humanas (comportamentos, cultura, etc.) utilizando se da análise das relações entre indivíduo e ambiente. 
Skinner vê a Psicologia como uma ciência biológica (embora seja avesso ao reducionismo fisiológico) que estuda o comportamento dos organismos dentro de coordenadas espaço-temporais, e na sua interação com o ambiente. na verdade, propõe o estudo da interação comportamento-ambiente, posto que sua unidade de analise é a relação resposta- conseqüência (e não a resposta isolada), cujos termos são classes funcionais e não entidades estruturais. Ao contrario do que muitos julgam, não é uma Psicologia voltada nem para o ambiente nem para o organismo, e sim para o estudo das contingências que contatam os dois, e para os efeitos desse contato, sobre o modo de agir e proceder dos organismos. (MATOS. 1900,P.F-7 apud CARRARA.1998, p.84 sic).
 O behaviorismo radical constituiu-se no momento em que o capitalismo estava em desenvolvimento. Este behaviorismo considerado ‘contemporâneo’ diferencia-se do metodológico, pois possui suas bases no pragmatismo. De acordo com William Baum, a noção primordial do pragmatismo é de que a força da investigação científica reside não tanto na descoberta da verdade sobre a maneira como o universo objetivo funciona, mas no que ela nos permite fazer. O pragmatismo está fundamentado na preocupação com a prática. 
“O Behaviorismo Radical foi fortemente influenciado por uma visão pragmática de ciência; portanto, em vez de buscar verdades acerca do comportamento, o Analista do Comportamento visaria a prever e a controlar o comportamento.” (MEDEIROS e MOREIRA. 2007-2008, p.218).
 O behaviorismo radical apesar de não negar a existência dos processos de pensamento e estados mentais, nega e refuta qualquer possibilidade da utilização dessa entidade denominada mente no estudo das ciências e defende que todas as explicações a respeito do comportamento humano deveriam por obrigação ser respondidas com evidências concretas e não por especulações a devinda de algo não observável. Para Skinner o termo mentalismo não explicar nada. Por ser trata de uma ciência natural, o behaviorismo radical busca compreender a relação entre indivíduo e o ambiente/meio que este está inserido por meio da observação dos comportamentos deste. Podemos entender a diferença entre ambas as definições de behaviorismo, com o seguinte trecho: 
“Para o behaviorista metodológico, a evidência de que vejo vocês é que os outros vêem vocês. A evidência que vocês existem é que outros vêem vocês. A existência do mundo e do comportamento, a natureza do conhecimento que tenho deles é a experiência partilhada. Para o behaviorista radical, a evidência de que vejo vocês é meu comportamento, a evidência de que vocês existem também é meu comportamento.” (MATOS. 1993/1995, p.5).
 Segundo alguns estudiosos o behaviorismo surgiu fazendo oposição as ideias mentalistas, que defendiam o comportamento como resultado de processos internos ou de natureza sobrenatural, algo que segundo Skinner não correspondia à realidade dos fatos. Para este o Mentalismo não oferecia explicações para o comportamento, mais sim suposições que não podiam ser comprovadas, além de distanciar a Psicologia de seu objeto de estudo (comportamento). Skinner crítica as ideias do mentalismo por acredita que estas negligenciam toda a história do indivíduo, além de considerar os fenômenos mentais como determinantes do comportamento.
“No mentalismo, o acesso às idéias ou imagens se faria somente através da introspecção, que seria então revelada através de uma ação, gesto ou palavra. Temos aqui um modelo causal de ciência: (a) o individuo passivo recebe impressões do mundo; (b) estas impressões são empresas na sua mente constituindo sua consciência, (c) que é então a entidade agente responsável por, ou local onde ocorrem processos responsáveis por nossas ações.” (MATOS. 1993/1995, p.1 sic).
 No behaviorismo radical o homem é visto como resultado, produto de sua história pessoal e global. Conforme é apresentado e defendidopor Skinner o mundo interno é objetivado pelo mundo externo a partir das relações que realizamos, ou seja, nosso “EU” interior é produto de nossas relações como o meio externo a nós.
 Outro ponto de a se ressaltado é em relação à confusão existente entre os seguintes termos: Analise do comportamento e behaviorismo. Apesar da semelhança existente entre esses, são de natureza distinta, a primeira reapresenta uma abordagem psicológica, e no segundo caso é representa uma filosofia da ciência do comportamento, como já dito anteriormente.
 “O behaviorismo radical constitui-se em uma teoria na qual o comportamento humano é analisador de acordo com os pressupostos do modelo de seleção pelas conseqüências.” (MELO. 2004, p.01 sic). Segundo o behaviorismo radical existem dois processos entre o comportamento e o ambiente:
Consequências seletivas: que ocorrem após o comportamento possibilitando mudanças futuras.
Contextos das consequências: que ocorrem anteriormente ao comportamento podendo modificá-lo ou não.
Essas duas classes são denominadas contingências e compõem as bases para a análise do comportamento.
 “Em sentido geral, contingência pode significar qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais” (Catania, 1993; Skinner, 1953, 1969; Todorov, 1985 apud Souza). “Embora possa ser encontrado nos dicionários com diferentes significados, esse termo é empregado, na análise do comportamento, como termo técnico para enfatizar como a probabilidade de um evento pode ser afetada ou causada por outros eventos.” (Catania, 1993, p. 368 apud Souza).
 Segundo Skinner o comportamento não é exclusivamente explicado por fenômenos fisiológicos, mas devem-se, levar em considerações também eventos de categorias biológicas. Para ele existe relação entre as funções fisiológicas do organismo e o comportamento, entretanto não são relações de causalidade. “Para Skinner, o organismo não é nem gerente nem iniciador de ações, é o palco onde as interações Comportamento-Ambiente se dão.” (MATOS. 1993/1995, p. 7).
 Em uma visão amplamente difundida, o conceito de comportamento remete as atividades que organismos exercem em interação com o meio que estão expostos. Estes são classificados em operantes e respondentes (reflexos). O comportamento denominado respondente é um comportamento involuntário (reflexo) e inclui as respostas automáticas que são produzidas com estímulos antecedentes. Já o operante são aqueles produzidos pelo próprio organismo e que possibilita uma maior repetição ou extinção por meio de reforços (positivo ou negativo).
 Para essa filosofia, o comportamento é um objeto autônomo, independente das manifestações exteriores ao organismo ou ainda provenientes de processos mentais. Skinner acreditava e defendia que para solucionar as questões a respeito do comportamento deveria utilizar dos métodos adotados pelas ciências naturais, pois forneciam dados precisos e reais.
 Alguns acreditam que a radicalidade presente no behaviorismo skinneriano deveria por sua descrença nas questões mentais do organismo. Mas segundo o próprio Skinner
Não acredito que eu havia cunhado a expressão comportamentalismo radical; mas, quando me perguntaram sobre o que queria dizer com ela, eu sempre dizia: “É a filosofia de uma ciência do comportamento tratada como objeto de estudo em si mesmo, separada das explicações internas, mental ou fisiológica. (Skinner 1989/1995, p. 164 apud Laurente e Leão. 2009).
 O comportamento dentro do behaviorismo radical é interpretado na relação entre indivíduo e o meio que este está inserido, para isso é preciso explicar tal relação. Skinner sugere então em uma tentativa de solução dessa problemática, a utilização da contingência em três aspectos para explicação do comportamento. A primeira é o meio que se obtém à resposta, o segundo aspecto a ser analisador é a própria resposta e por último os reforços que são inseridos para a obtenção da resposta.
 Desse modo, a ideia de contingência nos mostra que não é necessária a mediação do sistema nervoso (ideia adotada pelo fisicalismo), muito menos os processos mentais defendidos pelo mentalismo para explicar tal relação. Mas sim o que realmente fornece uma explicação coerente e comprovada segundo Skinner são as próprias contingências, ou seja, o meio em que o comportamento ocorre.
O ambiente não é simplesmente o lugar onde as pessoas se comportam, tampouco é algo que incita ou força o comportamento. O ambiente participa das relações comportamentais selecionando as respostas. A consequência passada seleciona a resposta, aumentando ou diminuindo a sua probabilidade de ocorrência. Assim, podemos mudar o responder modificando as consequências que se seguem a ele. (Skinner (1953/2007, 1969/1980, 1974/ 2006 apud Laurente e Leão. 2009).
 Após essas analises a respeito do behaviorismo radical, podemos entendê-lo como a ciência, filosofia da análise do comportamento, que se preocupa em responder como o comportamento ocorre, em quais condições, analisando as contingências envolvidas, se ouve reforços ou não. Buscando sempre de forma analítica criteriosa fornecer respostas, dados concretos e reais a respeito do comportamento humano.
Referências:
ALENCAR, Eduardo. Behaviorismo Radical x Behaviorismo Metodológico: paradigmas da abordagem comportamental. Redepsi, 2006. Disponível em: http://www.redepsi.com.br/2006/09/13/behaviorismo-radical-x-behaviorismo-metodol-gico-paradigmas-da-abordagem-comportamental/, acesso em 28-11-2014.
BAUM, William M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. Tradução: SILVA. Maria Teresa Araujo [et al.]. -2. ed. rev. e ampl. – Porto Alegre: Artmed, 2006.
CARRARA, Kester. Behaviorismo radical: crítica e metacrítica. Marília: UNESP- Marília - Publicações; São Paulo: FAPESP, 1998.
LAURENTI, Carolina. LEÃO, Monalisa de Fátima Freitas Carneiro. Uma Análise do Modelo de Explicação no Behaviorismo Radical: o Estatuto do Comportamento e a Relação de Dependência entre Eventos. Curitiba: Interação em Psicologia, 2009.
MATOS, M. A. Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical. IN: RANGÉ, B. (Org.) Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas: Editorial Psy, pag. 1-7, 1995
MELO, Camila Muchon de. A concepção de homem no behaviorismo radical de Skinner: um compromisso com o “bem” da cultura. Dissertação (mestrado). Universidade Federal de São Carlos. São Carlos-SP, 2005.
MOREIRA, Márcio Borges. MEDEIROS, Carlos Augusto. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
ROSE, J. C. C. de; Capítulo 9: O que é comportamento? IN: BANACO, R. A. (Org.). Sobre comportamento e cognição: Vol. 1. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. São Paulo: Arbytes, pág. 1-3, 1997.
SOUZA, D. G. de; Capítulo 10: O que é contingência? IN: BANACO, R. A. (Org.). Sobre comportamento e cognição: Vol. 1. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. São Paulo: Arbytes, pág. 1-5, 1997.

Outros materiais