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PRINCIPAIS PROBLEMAS LOGÍSTICOSNOBRASIL Apenas 12% das estradas são pavimentadas. Apenas 30.000 km de ferrovias ( EUA – 220 mil km ) Apenas 14 mil km de hidrovias ( China – 100 mil km ) Portos – custo de movimentação por tonelada – US$ 15 – média mundial = US$ 7 Baixo índice de rastreamento de cargas. Frete alto. Roubo de cargas. Manutenção cara – caminhões – pneus duram 220.000 km no Brasil, metade do que dura nos EUA. Amortecedores duram em média 100.000 km e na Argentina duram 200.000 km. Um frete de 1000 km no Brasil custa US$ 80 por tonelada. Nos EUA custa US$ 20 por tonelada. No maior porto brasileiro ( Santos ) uma carga fica parada em média 17 dias enquanto que a média mundial é de 5 dias. No porto de Roterdã a média de carga movimentada por funcionário é de 300 mil toneladas. Em Santos a média é de 50 mil toneladas. Os trens brasileiros andam a 25 Km/hora enquanto nos EUA a velocidade média é de 80 km/hora. Falta de mão de obra especializada para gestão de logística. Falta de investimentos do governo brasileiro no setor, chegando ao descaso e à irresponsabilidade. FUNDAMENTOS DO TRANSPORTE O transporte normalmente representa o elemento mais importante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas. A movimentação de carga absorve de 1 a 2 terços dos custos logísticos totais. O sistema de transporte tem 5 modais básicos: • Hidroviário, • Ferroviário, • Rodoviário, • Aeroviário e • Dutoviário. A escolha do serviço de transporte deve levar em consideração: • Preço, • Tempo médio de viagem ( em movimento), • Variabilidade do tempo de coleta e entrega (em trânsito) e • Perdas e danos. Preço: - Serviço alugado: Custo total do transporte = taxa pela movimentação de bens entre 2 pontos + taxa de embarque na origem + entrega no destino + seguro + preparação da mercadoria para embarque. - Serviço próprio (quando o embarcador é proprietário da frota): Custo do transporte = combustível + salários + manutenção + depreciação do equipamento + custos administrativos. O custo do serviço varia bastante de acordo com o transporte utilizado, como podemos ver no exemplo abaixo, cujos preços foram coletados no ano de 2012, nos Estados Unidos. MODAL PREÇO US$ / TONELADA-MILHA Ferroviário 4,10 Rodoviário 30,00 Hidroviário 2,10 Dutoviário 2,35 Aeroviário 82,30 Tempo em trânsito e variabilidade (do tempo de entrega): São as características mais importantes do tempo de transporte. Os fretes dos modais variam conforme a possibilidade ou não de proporcionar conexão direta entre 2 pontos (origem e destino). Por exemplo: Carga aérea – de aeroporto a aeroporto Fretes por hidrovia – porto a porto Para o cálculo do custo do transporte e comparação de desempenho o correto é calcular-se porta-a-porta, mesmo que envolva mais de um modal. Em média, o transporte aéreo é o modo mais rápido em distâncias superiores a 600 milhas (966 km), seguido pelos caminhões e trens. Em distâncias inferiores a 600 milhas, os modais aéreo e rodoviário se equivalem. Em distâncias inferiores a 50 milhas, o tempo de trânsito sofre maior influência da operação de coleta e entrega que do tempo em movimento (viagem). Danos e perdas: Os transportadores têm a obrigação de movimentar as cargas com presteza e com os cuidados necessários a fim de evitar perdas e danos. A correta embalagem não é de responsabilidade do transportador. Características de cada modal: Ferroviário: - Longo curso - Baixa velocidade - Move cargas completas Carga completa (CL – carload ) diz respeito a um tamanho predeterminado de embarque, normalmente próximo ou excedente à capacidade média do vagão. Ex.: matérias-primas (carvão, madeira, minério, produtos químicos) e manufaturados de baixo custo (papel, alimentos). Rodoviário: Transportam: carga fracionada – LTL – less than truckload e carga completa – TL - truckload As vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço porta-a-porta, sem necessidade de carga ou descarga entre origem e destino. O transporte rodoviário proporciona entrega razoavelmente rápida e confiável para fretes tipo LTL. Aéreo: O grande atrativo do transporte aéreo é a sua rapidez origem-destino, principalmente em grandes distâncias. Como o manuseio e movimento terrestres são os elementos mais lentos do tempo de entrega total porta-a-porta, uma eficiente operação rodoviária ou ferroviária chega a equiparar-se ao tempo do transporte aéreo. Aquaviário: Mais lento que o ferroviário. Normalmente são utilizados contêineres para reduzir o tempo de manuseio, facilitar o transbordo intermodal e reduzir perdas e danos. Os contêineres são padronizados nas medidas: 8 x 8 x 10 pés, 8 x 8 x 20 pés e 8 x 8 x 40 pés. ( 1 pé = 30,48 cm ) Dutovias: Normalmente são transportados petróleo cru e seus derivados. Comparação entre modais: Classificação relativa de modais de transporte por custo e características de desempenho operacional: ( 1 = maior ) e ( 1 = mais rápido ) Modal Custo por tonelada-milha Tempo médio de entrega Perdas e danos Ferroviário 3 3 1 Rodoviário 2 2 2 Aquaviário 5 5 4 Dutoviário 4 4 5 Aéreo 1 1 3 Serviço intermodal: São os serviços de transporte que se utilizam de mais de um modal. Por exemplo: um contêiner que é a carga de um caminhão pode ser embarcado e transportado em avião; ou o vagão ferroviário embarcado num navio com o uso de um guindaste. Documentação para transporte nacional de cargas: São três os tipos de documentos básicos indispensáveis para o transporte nacional de cargas: • O conhecimento de transporte ( ou conhecimento de embarque), • A fatura do frete e • O seguro. O conhecimento do transporte é um contrato legal entre o embarcador e o transportador para a movimentação de carga com razoável rapidez até um destino especificado e com entrega sem danos e perdas. O conhecimento de transporte tem três objetivos principais: • É um recibo de mercadoria com garantia de que as propriedades ali descritas encontravam-se em bom estado aparente, exceto imprevistos. • O documento serve como contrato de transporte e identifica as partes contratantes, além de especificar os temos e condições do contrato. • Funciona como prova documental de propriedade. A fatura do frete é um documento que relaciona os encargos do transportador e grande parte das informações contidas no conhecimento de transporte, inclusive origem e destino do frete, quantidades expedidas, produtos e pessoas participantes da transação. Os encargos do frete podem ser pré-pagos pelo embarcador ou cobrados posteriormente do consignatário. Documentação do transporte internacional: Uma característica que distingue claramente transporte internacional da movimentação doméstica de mercadorias é o grande número de documentos exigidos para importações e exportações. Estes documentos são: Exportação: • Conhecimento de embarque: recibo da carga e contrato de transporte entre embarcador e transportador. • Recibo de doca: usado para transferir a responsabilidade pela carga entre transportadores nacionais e internacionais. • Instruções de entrega: estabelecem para o transportador doméstico as normas a serem seguidas na entrega do produto. • Carta de crédito: documento financeiro garantindo o pagamento ao transportador pela carga sob sua responsabilidade. • Certidão consular: usada para controlar e identificar produtos embarcados para determinados países. • Fatura comercial: conta das mercadorias entre vendedor e comprador. • Certificado de origem: usado para garantir ao país comprador a identidade da nação produtora dos produtos adquiridos. • Apólice de seguro: garantia ao consignatário de que os produtos em trânsito têm cobertura de seguro. • Carta de transferência: uma relação das particularidades da carga e um registro dos documentos que estão sendo transmitidos, juntamente com instruções para a destinaçãodos documentos. Importação: • Aviso de chegada: informações sobre a data estimada da chegada de uma carga, junto com seus principais detalhes. • Entrada na aduana: uma série de documentos descrevendo a mercadoria, sua origem e tributos incidentes, que agilizam a liberação dos produtos. • Certificado do transportador e ordem de liberação: confirmam, para as autoridades alfandegárias, a identidade do consignatário da carga. • Ordem de entrega: emitida pelo consignatário ao transportador marítimo autorizando a liberação da carga para o transportador doméstico. • Liberação do frete: confirmação do pagamento das taxas do frete. Administração de transporte: Administrar transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos que podem ser classificados em dois grandes grupos: - decisões estratégicas, - decisões operacionais. Decisões estratégicas: Se caracterizam pelos impactos de longo prazo e se referem a aspectos estruturais como: • Escolha de modais, • Decisões sobre propriedade da frota (ter frota própria ou utilizar ativos de terceiros ?), • Seleção e negociação com transportadores e • Política de consolidação de cargas. Seleção e negociação com transportadores. Critérios a considerar: - Confiabilidade – capacidade de cumprir o que foi combinado como, prazo de coleta e entrega, disponibilidade de veículos, segurança, preço e disponibilidade de informações. - Preço - Flexibilidade nas negociações quanto a preço, local e horários de coleta e entrega, tipos de veículos e tipos de embalagem. - Saúde financeira da transportadora. - Qualidade do pessoal operacional como, educação, capacitação técnica e habilidade comportamental. - Disponibilidade de informações de desempenho – monitoramento contínuo das operações através do uso de tecnologias de informação como, computador de bordo e GPS e sistema rápido de comunicação como, Nextel e celular). - Política de consolidação de cargas: Um dos principais mecanismos para reduzir os custos com transporte é trabalhar com grandes volumes, utilizando os maiores veículos possíveis, a plena capacidade. A estratégia mais simples para se consolidar cargas é postergar os embarques para uma determinada rota, até que haja carga suficiente para atingir a capacidade máxima do veículo utilizado. O problema com esta estratégia é que ela afeta negativamente o serviço ao cliente, principalmente no que diz respeito a prazo de entrega. Decisões operacionais: • Planejamento de embarque • Programação de veículos • Roteirização • Auditoria de fretes • Gerenciamento de avarias - Planejamento de embarque: Em caso de embarque por navios, verificar: • Disponibilidade de píer • Disponibilidade de equipamentos (guindastes) • Ordem de chegada de navios • Tábua de marés • Outras - Programação de veículos e roteirização: • Modelos computacionais são utilizados em razão do número excessivo de variáveis. Ex.: Trucks, truckstops, roadshow, transcad, rotacerta, ArcLogistics Route. - Auditoria de fretes: • Evitar pagamentos indevidos ou errados (retrabalho). - Gerenciamento de avarias: • Controle e análise de avarias no embarque, desembarque, armazenagem e durante a viagem. DECISÕES DE LOCALIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES Localização dinâmica de armazéns: Decidir sobre a melhor localização de um armazém não é uma tarefa simples. Apesar da existência de vários modelos que representam tipos de pesquisa sofisticados, eles não proporcionam padrões de localização ótima no decorrer do tempo. Os padrões de demanda e custo mudam com o passar do tempo, e por isso, implementar um modelo de solução de localização com base nos dados de hoje pode deixar de ser a melhor solução sob as condições econômicas futuras. A configuração ótima da rede de distribuição é uma questão de variar de configuração em configuração ao longo de um horizonte de tempo, a fim de manter uma configuração ótima. Não é apenas um problema de encontrar os melhores números, tamanhos e localizações de armazéns ao longo de um horizonte de tempo. A mudança constante de configuração tem seu preço. Se a rede utiliza armazéns públicos, pode ser prático mudar a configuração com freqüência, pois é baixo o custo de encerrar os estoques em um armazém e acumula-los em outro. Por outro lado, se é substancial o custo de mudança de uma configuração para outra, como nos casos em que os armazéns são da própria empresa ou por ela arrendados, não é aconselhável alterar a configuração da rede com freqüência. O número, tamanho e localização de um armazém depende: • Da localização dos clientes, • Do volume da demanda anual, • Dos tipos de produtos comprados, • Do tamanho dos pedidos, • Da localização das fábricas, • Dos custos de transporte, • Do tamanho das cargas e • Dos custos de entrega. Localização de varejo/serviços: Os centros de varejo e serviços são os pontos extremos da rede de distribuição física. Entre eles, figuram instalações de grandes lojas, supermercados, agências bancárias, centros médicos, postos dos bombeiros e delegacias de polícia. A análise da localização desses pontos deve permanecer extremamente atenta a fatores como receita e facilidade de acesso, em lugar de se ater aos fatores de custo que são importantes na localização de armazéns. A seguir, um exemplo de lista de fatores que devem ser considerados para a decisão de localização de varejo e serviços: • A proximidade da concorrência, • O perfil da população, • Disponibilidade de estacionamento, • Potencial de vendas da região, • Disponibilidade de transporte coletivo, • Fluxo de pedestres, • Nível de congestionamento de trânsito, • Qualidade das vias de acesso, • Tipos de lojas da região, • Valor de aluguel dos imóveis comerciais da região e • Segurança da região. Normalmente, não é um profissional de logística que é o responsável por estas decisões, e sim um profissional de marketing. CONCEITOS EM LOGÍSTICA Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização com a finalidade de reduzir estoques e os custos decorrentes. Com este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao local onde será utilizado somente no momento exato em que for utilizado. Da mesma forma, os produtos somente são fabricados a partir de encomendas ou compromissos de entregas já acertadas. Nas fábricas onde está implantado, o estoque de matérias-primas e componentes é mínimo; o suficiente para poucas horas de produção. As modernas fábricas de automóveis são construídas em condomínios industriais, onde os fornecedores just in time estão a poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando assim um fluxo contínuo. O just in time surgiu no Japão, na década de 70, sendo sua ideia básica e desenvolvimento creditado à Toyota Motor Company, por isso também é conhecido como “Sistema Toyota de Produção”. O idealista desse sistema foi o vice presidente da empresa Taiichi Ohno. A desvantagem deste sistema é que pequenos imprevistos podem causar grandes estragos: o atraso de um fornecedor pode deixar a fábrica parada por horas ou até dias. Empresas como fiat, Ford, Danone, Nestlé, Unilever e General Motors utilizam o processo just in time. Um sistema just in time bem sucedido depende do total envolvimento dos colaboradores e proporciona: - redução de custos, - redução no uso do espaço na fábrica, - diminuição do custo por unidade produzida, - crescimento na produtividade. O sistema cross docking opera transferindo a mercadoria diretamente da área de recebimento, em um centro de distribuição ou armazém, para a área de embarque, sem armazená-la. As instalações que se utilizam deste sistema não realizam, portanto, as atividades de armazenagem e de picking. (Picking – atividade responsável pela coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagempara satisfazer as necessidades do consumidor). Vantagens: - redução de custos pela não utilização de estoques no centro de distribuição, - redução de área física necessária no centro de distribuição, - redução da falta de estoques nas lojas dos varejistas devido ao ressuprimento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes, - aumento da shelf-life do produto, pois o tempo de vida em que a mercadoria perderia no estoque do centro de distribuição, ela ganha na prateleira do varejista. Para a implantação do sistema cross docking, também conhecido como sistema de distribuição flow throught, é necessário: - dedicação e esforço dos diversos membros da cadeia de abastecimento, - sincronização entre fornecedores e demanda, - o fluxo de entrega de mercadorias deve ser rápido e sem paradas, - a troca de informações deve ocorrer de forma exata e sem interrupções (EDI), Um exemplo de empresa que se utiliza do sistema cross docking é o Wal-Mart em seus vários Centros de Distribuição, aonde as mercadorias que chegam dos fabricantes são imediatamente transferidas para suas lojas. Picking é a atividade responsável pela coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor ( separação e preparação de pedidos). A atividade de picking é dividida em cinco procedimentos básicos: - picking discreto, - picking por zona, - picking por lote, - picking por onda e - picking por voz. Picking discreto: Neste procedimento, cada operador é responsável por um pedido por vez e pega apenas um produto de cada vez, devendo iniciar e completar a separação de tosos os produtos contidos nesse pedido. Vantagem: pequena possibilidade de erros. Desvantagem: baixa produtividade decorrente do tempo excessivo gasto com o deslocamento do operador. Picking por zona: Neste procedimento, as áreas de armazenagem são divididas em zonas; cada zona possuindo determinados tipos de produtos. Cada operador trabalha em uma destas zonas. Uma caixa que contém a lista de picking de um só pedido vai movendo-se de zona a zona dentro de uma esteira transportadora. O operador pega todos os produtos desse pedido que fazem parte da sua zona de trabalho e se o pedido estiver completo, ele irá para a área de empacotamento e será despachado. Caso contrário, ele irá para a próxima zona de picking e o próximo operador colocará os produtos solicitados dentro da caixa. Vantagem: alta produtividade para pedidos que possuem muitos produtos diferentes. Desvantagem: requer muita coordenação para evitar atrasos por deslocamentos de carga entre as zonas. Picking por lote: Procedimento no qual o operador espera a acumulação de um certo número de pedidos, observando os produtos comuns a vários deles. Quando a coleta é feita, ele pega a soma das quantidades de cada produto, necessárias para atender vários pedidos e distribui as quantidades coletadas por cada pedido. Vantagem: alta produtividade para pedidos que possuam poucos produtos diferentes. Desvantagem: alto risco de erro na coleta dos produtos e na classificação dos pedidos. Picking por onda: Procedimento similar ao picking discreto onde cada operador é responsável por um tipo de produto por vez. A diferença está no agendamento de um certo número de pedidos ao longo do turno. Picking por voz: Procedimento onde o operador utiliza um fone de ouvido e microfone conectado a um talkman que recebe as instruções necessárias para realizar a coleta do pedido. Vantagem: com a utilização desta tecnologia os operadores ficam com as mãos livres, otimizando o processo e fazendo com que a separação seja mais rápida e eficiente. Além disso, a probabilidade de erros é menor, já que as informações são mais precisas.
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