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FFlluuxxoo ddee CCaaiixxaa Módulo II Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas Sumário Unidade 3 – Elaboração, implantação e controle do fluxo de caixa.......................... 2 3.1 – Métodos de fluxo de caixa.................................................................................... 3 3.2 – Plano de contas .................................................................................................... 4 3.3 – Modelos de fluxo de caixa.................................................................................... 5 3.4 – Mapas auxiliares do fluxo de caixa....................................................................... 9 3.5 – Exemplo prático ................................................................................................. 10 3.6 – Principais itens do ativo...................................................................................... 15 Unidade 4 – Estudo de alternativas de investimento através do fluxo de caixa...... 17 4.1 – Fluxo de caixa descontado (ou fluxo de caixa líquido)........................................ 17 4.2 – Fluxo de caixa incremental................................................................................. 18 4.3 – Método do valor atual......................................................................................... 19 4.4 – Método da taxa interna de retorno ...................................................................... 20 4.5 – Empréstimos ...................................................................................................... 21 4.6 – Sistemas de amortização..................................................................................... 22 Bibliografia................................................................................................................ 26 2 Unidade 3 – Elaboração, implantação e controle do fluxo de caixa A elaboração do fluxo de caixa depende de diversos fatores como o porte da empresa, a atividade econômica e assim por diante. Por ser o fluxo de caixa o demonstrativo mais eficiente de planejamento e controle financeiro, é importante que na comunicação entre departamentos, os dados financeiros repassados estejam corretos, claros e, sobretudo, confiáveis. Além disso, também é importante realizar a correção dos dados, normalmente, quando comunicado pelos outros departamentos e considerar as oscilações financeiras que poderão ocorrer, pois certamente implicarão em ajustes de valores projetados. A sobrevivência e a permanência de uma empresa no mercado dependem da boa administração dos recursos financeiros. Não basta apenas organizar entradas e saídas de caixa em uma planilha para saber-se quanto, como e em que período as transações financeiras ocorreram. É preciso controlar diariamente, comparando os fluxos de caixa projetados com os realizados e suas diferenças, bem como acompanhar o desempenho dos planos e informar aos seus idealizadores o que foi realizado e o que falta realizar. 3 Além disso, é importante lembrar que a programação das necessidades de recursos financeiros passa obrigatoriamente pelos itens do ativo, onde mais tarde serão alocados. Já a implantação do fluxo de caixa, nada mais é que a apropriação dos dados (valores) repassados pelas várias áreas da empresa, levando em consideração os períodos em que os ingressos e desembolsos deverão ocorrer. Vale lembrar que este instrumento tem regime de caixa. 3.1 – Métodos de fluxo de caixa Há, pelo menos, dois métodos de fluxo de caixa necessários para empresas de todos os tamanhos, veja os exemplos abaixo: Fluxo de caixa direto O método direto consiste em classificar os recebimentos e os pagamentos das atividades operacionais de uma empresa. Ele evidencia a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram efetivamente aplicados. Além disso, ele é elaborado a partir dos dados de investimentos, despesas e receitas de caixas projetados já conhecidos, com auxílio de relatórios e informações resumidas recebidas das diversas áreas da organização. Fluxo de caixa projetado O fluxo de caixa projetado parte da previsão de receitas e gastos que tem por base o histórico de períodos anteriores. Certamente nem todos os dados serão precisos, é necessário tratá-los dentro do maior grau de probabilidade. Seu objetivo é prever a situação financeira da empresa para o período projetado, ou seja, se haverá necessidade de captar recursos, se determinado projeto em estudo é viável, entre outros. 4 O fluxo de caixa pelos métodos direto e indireto trabalham com os recursos das atividades operacionais. Porém, tais recursos são demonstrados a partir do lucro líquido devidamente ajustado pelos itens que não afetam o caixa da empresa, como, por exemplo, depreciações. Para compreendê-los, é necessário um maior conhecimento em contabilidade. O presente estudo pretende manter seu foco nos fluxos de caixa pelos métodos direto e projetado. 3.2 – Plano de contas Chamamos de plano de contas uma estrutura que nomeia contas e as subdivide em contas menores (subcontas), o que facilita a compreensão e a análise do fluxo de caixa. Se resolvêssemos fazer o fluxo de caixa das nossas finanças pessoais, em meio a outras contas, poderíamos usar como base as despesas com moradia, por exemplo. Entretanto, ao final, quando fôssemos analisar, não ficaria claro o valor gasto com telefone, energia elétrica etc. Daí a necessidade de subdividir esta conta, pois subdividindo é possível ver com clareza onde podemos fazer cortes de despesa. 5 3.3 – Modelos de fluxo de caixa Vale lembrar que não há um modelo definido para as empresas utilizarem. É possível escolher o modelo que convenha às necessidades da empresa. A seguir, apresentaremos alguns dos modelos mais usuais. ENTRADAS Clientes Recebido em dinheiro Recebido em Cheque pré-datado Recebido cartão de crédito Entradas Financeiras Empréstimos Desconto de cheques Entradas Patrimoniais Aporte de capital Venda do imobilizado SAÍDAS Administrativas Luz Telefone Material de escritório Pagamento de Fornecedores Fornecedores nacionais Fornecedores estrangeiros Pessoal Folha de pagamento Rescisões Vale transporte IRRF Encargos INSS FGTS Impostos e Taxas ICMS PIS Diversos Saídas patrimoniais Dividendos pagos Compra de equipamentos 6 � Fluxo de caixa mensal PERÍODOS JAN FEV ... TOTAL 1.INGRESSOS P R D P R D P R D P R D Venda à vista Duplicatas Cheques pré-datados Aluguéis recebidos SOMA (∑) 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores Salários Energia elétrica Telefone Manutenção de equipamentos Outros SOMA (∑) 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMUL. (3 + 4)6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA 7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR 8. APLIC. NO MERC. FINANCEIRO. 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPREST. 10. RESGATES DE APLIC.FINANC . 11. SALDO FINAL DE CAIXA 7 • Fluxo de caixa semanal PERÍODOS SEMANA 1 SEMANA 2 ... TOTAL 1.INGRESSOS P R P R P R P R Venda à vista Duplicatas Cheques pré-datados Aluguéis recebidos SOMA (∑) 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores Salários Energia elétrica Telefone Manutenção de equipamentos Outros SOMA (∑) 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMUL. (3 + 4) 6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA 7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR 8. APLIC. NO MERC. FINANCEIRO. 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPREST. 10. RESGATES DE APLIC.FINANC. 11. SALDO FINAL DE CAIXA 8 Fluxo de Caixa diário __________________________________________ Todos os modelos de fluxo de caixa foram adaptados de Zdanowicz (1998) PERÍODOS DIAS 1.INGRESSOS 1 2 3 4 5 6 ... 27 28 29 30 31 Venda à vista Duplicatas Cheques pré-datados Aluguéis recebidos 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores Salários Energia elétrica Telefone Manutenção de equipamentos Outros 3. SALDO FINAL 9 3.4 – Mapas auxiliares do fluxo de caixa Os mapas que a seguir serão apresentados, ajudam na elaboração do fluxo de caixa. Entretanto há de se ter cuidado com o exagero de informações, sob pena de tornar o processo burocratizado demais. É importante, que dependendo do porte e da atividade, a empresa se utilize dos mapas essencialmente necessários ao seu fluxo de caixa. Os mapas mais usuais são: Recebimento de vendas a prazo Mês de recebimento Mês da Venda Jan Fev Mar Abril ... Out Nov Dez ∑ Dez X * * Jan X Fev X Mar X ... X Set X Out X Nov X Dez X ∑ OBS: Para este exemplo, considere 30 dias o prazo de recebimento Recebimento das vendas a prazo com atraso Mês de recebimento Mês da Venda Jan Fev Mar Abril ... Out Nov Dez ∑ Dez X + * * Jan X + Fev X + Mar X + ... X + Set X + Out X + Nov X + Dez X ∑ OBS: * recebimentos, e recebimentos com atraso ocorridos no ao anterior. 10 • Planilha de despesas administrativas Mês: ........ Despesas Projetado R$ Realizado R$ Salários INSS FGTS Aluguel Telefone ... Total • Planilha de pagamentos Mês: .......... Fornecedores A realizar R$ Realizado R$ Total 3.5 – Exemplo prático Marina abriu um salão de beleza há dois anos e, para ajudar nas despesas, alugou um pequeno espaço no salão para duas manicures. Recebia por este espaço R$ 400,00 mensais. No primeiro ano, trabalhou muito, não teve tempo para organizar suas finanças, mas, apesar disso, parece que não teve problemas financeiros. No segundo ano, diante da estabilidade financeira, ela optou por passar a trabalhar com cartões de crédito, dando aos clientes a opção de parcelar em 3 vezes na seguinte proporção: 30% à vista e o restante em 3 parcelas de igual valor. Porém, seus fornecedores continuaram a cobrar à vista. 11 Em julho do segundo ano, Marina fez uma grande reforma no prédio que era alugado por R$ 800,00 e combinou de abater do aluguel (pagaria apenas 50% do aluguel até abater o valor da reforma). Quando ela decidiu fazer a reforma, tinha no banco R$ 5.000,00 e mais o que havia pra receber dos cartões de crédito em julho. Então, ela resolveu utilizar tudo (os R$ 5.000,00 + o que entrou em julho dos cartões) para pagar à vista a mão de obra. O material da reforma, no valor de R$ 8.000,00, comprou a prazo, conseguindo negociar o pagamento para ter início em setembro com parcelas de R$ 667,00. A reforma que tinha o prazo de duas semanas pra ficar pronta, acabou levando 30 dias e, neste período (julho), o salão não faturou. Assustada, outra vez agiu impulsivamente. Em agosto, a solução que encontrou foi fazer um empréstimo de R$ 5.000,00 para ser pago em 12 parcelas de R$ 670,00 e este seria então o seu saldo inicial de caixa quando reabrisse o salão em agosto. Ela sentiu, então, a necessidade de organizar-se, elaborou um pequeno plano de contas, projetou suas transações financeiras, e começou a fazer seu fluxo de caixa projetado para os próximos 6 meses a partir de agosto. Plano de contas ENTRADAS Clientes Recebido em dinheiro Recebido cartão de crédito Recebido de aluguel Entradas Financeiras Empréstimos SAÍDAS Administrativas Luz Telefone Aluguel Pagamento de Fornecedores Saídas patrimoniais Pró-labore 12 Transações projetadas por Marina Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Vendas 3000 2800 1700 2500 3000 2800 3000 2000 Fornecedores 1000 1500 540 1350 Desp. Admin. 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Desp. Fin. 50 50 50 50 50 50 50 50 50 Receb.Aluguel 400 400 400 400 400 400 400 Telefone 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Luz 120 150 180 100 120 160 200 250 220 Pro-labore 2000 2000 600 1000 1000 1000 1300 1300 Todas as transações financeiras de Marina foram projetadas com base em períodos anteriores. Mapa auxiliar – Recebimento de vendas a prazo (cartão de crédito) realizado e projetado. Mês de utilização Mês do Recebimento Ago Set Out Nov Dez Jan Maio 700 Junho 653,33 653,33 Julho Projetado Agosto 396,66 396,66 396,66 Setembro 583,33 583,33 583,33 Outubro 700 700 700 Novembro 653,33 653,33 Dezembro 700 ∑ 1353,33 1049,99 979,99 1679,99 1936,66 2053,33 Marina tinha o controle do que havia para receber das vendas feitas em maio e junho. Os meses subsequentes foram projetados baseando-se não somente em períodos anteriores, como também no fato de que ficou um mês com o salão fechado, precisando fazer preços promocionais para trazer de volta os clientes que, eventualmente, tivessem migrado para outros salões. 13 Fluxo de caixa projetado Como se pode observar pelo fluxo de caixa projetado, o empréstimo que Marina fez não suprirá sua necessidade de caixa. Percebe-se claramente que o saldo final de caixa diminuirá mês a mês, até que resulte negativo, ou seja, insuficiência de caixa. Considerando que todos os dados foram projetados dentro da máxima probabilidade, Marina precisou encontrar uma solução para não chegar a janeiro sem capital de giro. Desta vez, não agiu com impulsividade, pois tinha como auxílio um instrumento gerencial que lhe proporcionava visualizar antecipadamenteas movimentações financeiras de sua empresa. Diante dos problemas financeiros, a cabeleireira decidiu: 1. Fazer retiradas mensais de R$ 1.000,00 a partir de setembro, prosseguindo até terminar de pagar o empréstimo; 1.INGRESSOS AGO SET OUT NOV DEZ JAN Recebido em dinheiro 510 750 900 840 900 600 Recebido Cartão de Crédito 1353,33 1049,99 979,99 1679,99 1936,66 2053,33 Aluguéis recebidos 400 400 400 400 400 SOMA (∑) 1863,33 2199,99 2279,99 2919,99 3236,66 3053,33 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores 1500 540 1350 Pro labore 600 1000 1000 1000 1300 1300 Energia elétrica 100 120 160 200 250 220 Telefone 100 100 100 100 100 100 Aluguel 400 400 400 400 400 400 Despesas Administrativas 100 100 100 100 100 100 Despesas financeiras 50 50 50 50 50 50 Reforma 667 667 667 667 667 SOMA (∑) 2850 2437 3017 2517 4217 2837 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (986,67) (237,01) (737,01) 402,99 (980,34) 216,33 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5000 4013,33 3776,32 2369,31 2102,30 451,96 5. AMORTIZAÇÕES (670) (670) (670) (670) 6. SALDO FINAL DE CAIXA 4013,33 3776,32 2369,31 2102,30 451,96 (1,71) 14 2. Alugar um espaço para mais dois profissionais (um cabeleireiro e uma manicure), chegando à receita mensal de R$ 800,00 pelo aluguel do espaço para trabalharem no salão, além dos R$400,00 das manicures que também já estavam no salão. Fez, então, uma nova projeção. Sim, Marina encontrou o caminho! O novo fluxo de caixa projetado trouxe resultados positivos nos seis meses, de tal maneira que se Marina quisesse, poderia quitar o empréstimo e seguir trabalhando sem faltar capital de giro. 1.INGRESSOS AGO SET OUT NOV DEZ JAN Recebido em dinheiro 510 750 900 840 900 600 Recebido Cartão de Crédito 1353,33 1049,99 979,99 1679,99 1936,66 2053,33 Aluguéis recebidos 1200 1200 1200 1200 1200 SOMA (∑) 1863,33 2.999,99 3.079,99 3.719,99 4.036,66 3853,33 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores 1500 540 1350 Pro labore 600 1000 1000 1000 1000 1000 Energia elétrica 100 120 160 200 250 220 Telefone 100 100 100 100 100 100 Aluguel 400 400 400 400 400 400 Despesas Administrativas 100 100 100 100 100 100 Despesas financeiras 50 50 50 50 50 50 Reforma 667 667 667 667 667 SOMA (∑) 2850 2437 3017 2517 3917 2537 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (986,67) 562,99 62,99 1.202,99 119,66 1.316,33 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5000 4013,33 4576,32 3969,31 4502,30 3951,96 5. AMORTIZAÇÕES (670) (670) (670) (670) 6. SALDO FINAL DE CAIXA 4013,33 4576,32 3969,31 4502,30 3951,96 4598,29 15 3.6 – Principais itens do ativo Principais itens do ativo segundo o setor econômico: 0 25 50 75 100 Indústria Comércio Prestação de Serviço Administração do disponível Dinheiro no bolso ou na conta corrente é tão importante para uma pessoa, quanto é para uma empresa ter dinheiro em caixa ou em sua conta bancária e pelos mesmos motivos. Se tivermos dinheiro disponível, podemos aproveitar ofertas, investir na compra de algo que nos seja necessário, ou simplesmente pagar à vista uma despesa que surja de última hora. É assim nas empresas também. A administração do disponível consiste em fazer uma boa utilização dos recursos, honrando seus compromissos financeiros em tempo hábil (evitando juros), investindo de forma rentável e elevando as taxas de retorno sobre o investimento realizado. DISPONIVEL CLIENTES ESTOQUES IMOBILIZADO 16 Entretanto, é preciso ter um controle sobre o nível desejado de caixa, de maneira a fazer aplicações em itens do ativo quando houver excedente e a captação de recursos quando houver escassez. Administração dos valores a receber Os valores a receber vêm das vendas a prazo, logo para que se faça uma administração competente deste item do ativo é preciso ter uma política de vendas (incluindo crédito e cobrança) que fixe um prazo médio de recebimento e controle as condições gerais destas vendas, de maneira a evitar o acúmulo de valores a receber. Administração de estoques A questão crucial na administração de estoques, é que o produto parado não paga dívida. É preciso rodar, ser vendido. Além disso, enquanto parado implica em custos (serviços de estocagem e etc). Assim, é preciso uma política que fixe um estoque mínimo necessário para atender a demanda sem jamais interromper os fluxos de consumo e vendas. Administração do ativo imobilizado O cuidado do administrador com o ativo imobilizado deve ser ainda maior do que com o estoque e demais itens do ativo estudados nesta unidade. Isto porque o retorno do valor investido no imobilizado é em longo prazo, portanto, o cuidado é no sentido de não comprometer a liquidez financeira por excessiva aplicação. O ideal é que os investimentos em longo prazo (ativo imobilizado) sejam financiados também por recursos em longo prazo, assim não haverá comprometimento do ativo circulante, especialmente no que diz respeito ao capital de giro. 17 Unidade 4 – Estudo de alternativas de investimento através do fluxo de caixa Há inúmeros métodos para analisar as alternativas de investimento, porém somente os métodos mais utilizados pelas empresas serão apresentados. 4.1 – Fluxo de caixa descontado (ou fluxo de caixa líquido) Uma forma prática de se analisar alternativas de investimentos é através do fluxo de caixa descontado. Percebe-se no exemplo abaixo que no primeiro mês do trimestre assim como no terceiro, a empresa poderá aplicar R$ 500,00 e R$ 100,00 respectivamente. Já no segundo mês do trimestre, ela precisará captar recursos através de um empréstimo no valor de R$ 400,00 e assim poder suprir seu nível desejado de caixa, conforme foi projetado. MESES ITENS JAN FEV MAR (+) Ingressos 10000 10500 11500 (-) Desembolsos 9000 10000 10500 Fluxo de Caixa Descontado 1000 500 1000 Saldo Inicial de Caixa (SIC) 500 600 700 Saldo Final de Caixa (SFC) 1500 1100 1700 Nível desejado de caixa projetado (NDC) 1000 1500 1600 Empréstimo ou aplicações no mercado financeiro 500 (400) 100 18 Vale lembrar que o NDC é o capital de giro líquido, logo: NDC = Capital de giro líquido Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante 4.2 – Fluxo de caixa incremental Para avaliar uma proposta de investimento, é preciso projetar os valores investidos a cada ano para saber o impacto líquido sobre os ingressos e os desembolsos, ou seja, saber em quais valores este investimento retornará, e, a partir de então, decidir a viabilidade do projeto para a empresa. Por exemplo: Valor a ser investido R$ 100.000,00 em uma máquina nova. Alíquota do Imposto de Renda (IR) = 35% O fluxo de caixa incremental resulta da diferença entre os fluxos de caixa projetados para as duas situações (máquina atual e máquina nova). Além disso, após o IR, o fluxo incremental origina a entrada de caixa a ser considerada no momento de avaliar os benefícios de se investir em uma máquina nova. Fluxos de caixa projetados Fluxos de caixa incrementais Anos Ingressos com Máquina atual Ingressos com Máquina nova Antes do IR Depois do IR 0 0,00 1 120.000 170.000 50.000 32.500 2 110.000 180.00070.000 45.500 3 100.000 200.000 100.000 65.000 4 80.000 200.000 120.000 78.000 5 50.000 190.000 140.000 91.000 19 Diagrama de fluxo de caixa após o IR 91.000 78.000 65.000 45.500 32.500 0 1 2 3 4 5 100.000 __________________________ Fonte: Zdanowicz - Fluxo de Caixa. (1998, P.296) 4.3 – Método do valor atual No método do valor atual, os valores futuros (das propostas) de ingresso e desembolso são trazidos a um momento focal zero a partir de uma taxa de juros, descapitalizando-os. O valor atual líquido dá-se pela diferença entre ingressos e desembolsos futuros. Se o resultado for positivo, o projeto é atrativo. Por exemplo: Proposta 1 Proposta 2 Valor a ser aplicado: R$ 18.000 Valor a ser aplicado: R$ 20.000 Parcelas anuais de recebimento: R$ 3.500 Parcelas anuais de recebimento: R$ 4.000 Período da aplicação: 8 anos Período da aplicação: 8 anos Taxa de atratividade: 10% a.a Taxa de atratividade: 10% a.a Observação: Não haverá valor residual no final. 20 Representação do fluxo de caixa das propostas 1 e 2 respectivamente: Cálculo do valor atual pela HP12C das propostas 1 e 2 respectivamente: = 672 = 1340 Conclui-se, pelo exemplo, que ambas são propostas viáveis (deram resultado positivo), porém a proposta 2 é mais atrativa que a proposta 1, já que apresentará um valor atual maior. Cabe ao Administrador estabelecer a taxa de juros considerada satisfatória. Observação: o método de Valor Atual foi adaptado de Zdanowicz - Fluxo de Caixa, 1999. 4.4 – Método da taxa interna de retorno Saber qual é a taxa que se está contraindo em um empréstimo ou simplesmente a taxa de retorno que teremos sobre um investimento é de vital importância para o estudo das alternativas de investimento. Estuda-se a alternativa de investimento em comprar uma máquina por R$ 4.300. Projetam-se, para os próximos dez anos, receitas que começarão com R$ 800 no primeiro ano de sua utilização, além de custos de manutenção que farão com que a cada ano, a partir do segundo ano, diminuam as receitas em R$ 50 por ano. O valor de revenda após 10 anos está projetado em R$ 250. Recebimento=PMT= 3.500 1 2 3 4 5 6 7 8 Valor aplicado=P=PV=18.000 i=10% a.a Recebimento=PMT= 4.000 1 2 3 4 5 6 7 8 Valor aplicado=P=PV=20.000 i=10% a.a 3500 CHS PMT 10 i 8 n PV 18000 - 4000 CHS PMT 10 i 8 n PV 20000 - 21 Qual será a taxa interna de retorno (TIR) deste investimento? Veja, abaixo, como fazer o cálculo da TIR com a calculadora HP 12C. = 7,34 % a.a 4.5 – Empréstimos Quando a empresa faz um empréstimo, pressupõe-se a restituição do valor acrescido de juros dentro de um prazo estipulado. Os empréstimos podem ser em curto (doze meses normalmente), médio (até cinco anos) e longo (acima de cinco anos) prazos. Os empréstimos em curto prazo são feitos, normalmente, para suprir as necessidades de capital de giro. Já os empréstimos em médio e longo prazos são para financiar operações mais complexas como, por exemplo, projetos de expansão. 4300 CHS g CFo 800 g CFj 750 g CFj 700 g CFj 650 g CFj 600 550 500 400 450 g CFj g CFj g CFj g CFj g CFj 600 g CFj f IRR 22 4.6 – Sistemas de amortização Sistema de amortização é a forma pela qual uma dívida é paga por meio de parcelas (prestações) de modo que ao término do prazo estipulado, o débito seja liquidado. Essas parcelas são a soma da devolução do capital (amortização) e do pagamento dos juros (custo da operação). Os principais modelos são a Tabela Price, o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema de Amortização Misto (SAM). Sistema de amortização price (tabela price) No sistema de amortização price, as parcelas são constantes e são calculadas no período zero com base em uma taxa prefixada, onde o saldo devedor tende a diminuir. Vejamos o exemplo: a compra de um bem de R$ 614,46, financiado em 10 parcelas mensais sem entrada, com uma taxa de juros compostos de 10% a/m. Qual será o valor da prestação? Veja como calcular com a fórmula abaixo: PMT = valor da prestação; PV = valor presente. 23 PMT = PMT = PMT = PMT = R$ 100,00 Amortização = [ parcela – Juros ] Tabela Price Períodos Saldo Inicial Juros Amortização Pagamentos Saldo Final 00 614,46 0,00 0,00 0,00 614,46 01 614,46 61,45 38,55 100,00 575,91 02 575,91 57,59 42,41 100,00 533,50 03 533,50 53,35 46,65 100,00 486,85 04 486,85 48,68 51,32 100,00 435,53 05 435,53 43,55 56,45 100,00 379,08 06 379,08 37,91 62,09 100,00 316,99 07 316,99 31,70 68,30 100,00 248,69 08 248,69 24,87 75,13 100,00 173,56 09 173,56 17,36 82,65 100,00 90,91 10 90,91 9,09 90,91 100,00 0,00 No sistema de amortização constante, as parcelas são uma consequência da soma dos juros com a parcela de amortização. A amortização é constante e calculada, dividindo-se o valor financiado pelo número de parcelas. Observe que neste método, paga-se menos juros e as parcelas têm valor decrescente. Veja o modelo a seguir com base nos mesmos dados do modelo anterior: Parcela = juros + amortização Amortização: PV 614,46 n 10 24 Tabela SAC Períodos Saldo Inicial Juros Amortização Pagamentos Saldo Final 00 614,46 0,00 0,00 0,00 614,46 01 614,46 61,45 61,45 122,89 553,01 02 553,01 55,30 61,45 116,75 491,57 03 491,57 49,16 61,45 110,60 430,12 04 430,12 43,01 61,45 104,46 368,68 05 368,68 36,87 61,45 98,31 307,23 06 307,23 30,72 61,45 92,17 245,78 07 245,78 24,58 61,45 86,02 184,34 08 184,34 18,43 61,45 79,88 122,89 09 122,89 12,29 61,45 73,74 61,45 10 61,45 6,14 61,45 67,59 0,00 Totais 337,95 614,46 952,40 Sistema de Amortização Misto (SAM) O sistema de amortização misto tem sua prestação igual à média aritmética calculada entre prestações do SAC e do PRICE. A vantagem é uma prestação inicial menor que o sistema SAC e uma amortização inicial maior que a da Tabela Price. Veja o modelo a seguir com base nos mesmos dados do modelo anterior: Parcela SAM = (parcela SAC + parcela Price)2 Parcela SAM = (100 + 122,89) 2 Parcela SAM = R$ 111,45 Amortização = parcela – juros Amortização = 111,45 – 61,45 = 50,00 25 Tabela SAM Períodos Saldo Inicial Juros Amortização Pagamentos Saldo Final 00 614,46 0,00 0,00 0,00 614,46 01 614,46 61,45 50,00 111,45 564,46 02 564,46 56,45 51,93 108,37 512,53 03 512,53 51,25 54,05 105,30 458,48 04 458,48 45,85 56,38 102,23 402,10 05 402,10 40,21 58,95 99,16 343,16 06 343,16 34,32 61,77 96,08 281,39 07 281,39 28,14 64,87 93,01 216,51 08 216,51 21,65 68,29 89,94 148,22 09 148,22 14,82 72,05 86,87 76,18 10 76,18 7,62 76,18 83,80 0,00 Totais 361,75 614,46 976,21 O detalhamento dos custos relacionados às operações de crédito (em valores e percentuais) é obrigatório desde julho de 2013. Desta forma, o consumidor tem acesso a cada despesa que será cobrada nas operações de crédito. Este custo nada mais é que um valor percentual anual, contemplando os valores cobrados na contratação de um empréstimo ou financiamento (exemplo: taxa de juros, tributo (IOF), tarifas etc.). 26 Bibliografia ASSAF Neto, Alexandre. Administração do capital de giro. São Paulo, Atlas, 2011 SÁ, Carlos Alexandre. Fluxo de Caixa. São Paulo, Atlas, 2009 ZDANOWICZ, José Eduardo. Planejamento financeiro e orçamento. Porto Alegre, Sagra, 1995 ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa. Porto Alegre, Sagra, 1999
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