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alegações finais com a correção da prof Milay

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 20º VARA CRIMINAL DA CIDADE DE CURITIBA - PARANÁ
Processo nº_____________
JORGE, já qualificado nos autos em referência, através de seu advogado constituído conforme procuração em folhas ______, vem perante vossa excelência apresentar suas
 ALEGAÇÕES FINAIS 
Com base no artigo 403, §3º do cpp, alegando o seguinte.
1- DOS FATOS 
O suposto réu estava em um bar com alguns amigos, onde conheceu a suposta vitima após um bate papo informal trocaram beijos e decidiram ir para um local mais reservado, onde trocaram carícias devido a suposta vitima se sentir muito a vontade com o suposto réu e assim de forma voluntária a suposta vítima praticou sexo com o suposto culpado.
Depois de uma noite muito prazerosa para ambos, os dois trocaram telefones e contatos das redes sociais.
No dia seguinte ao passar acessar a pagina da suposta vitima em uma rede social o suposto réu estarrecido descobre, que apesar da aparência adulta, da suposta vitima esta só possuía 13(treze) anos de idade.
Insta - se em dizer que o bar onde se encontravam ambas as partes, trata-se de um ambiente onde é autorizado a entrada apenas de maiores de 18 anos, na audiência de instrução e julgamento a suposta vitima alega que tem o hábito de fugir de casa com a s amigas para frequentar bares de adultos, as testemunhas de defesa informaram na mesma audiência que o comportamento e as vestimentas da suposta vitima são incompatíveis com uma menina de 13(treze) anos de idade e qualquer pessoa acreditaria que a mesma possuía mais de 14(quatorze) anos, e que o suposto réu não estava embriagado no dia do ocorrido.
Em interrogatório o suposto réu disse que se interpresou-se pela suposta vitima, por ser muito bonita e estar bem vestida, disse ainda que não perguntou sua idade por estar ciente de que o local onde estava com os amigos, trata-se de um ambiente frequentado apenas por adultos. 
2- DO DIREITO
2.1- da absolvição pela atipicidade da conduta; 
Conforme disposto no artigo 20 do codigo penal, quem incide em erro de tipo “não sabe o que faz, porque, em consequência de seu erro, não compreende o verdadeiro conteúdo de sentido do acontecimento no espaço jurídico – social; o decisivo é somente que, o que atua em erro de tipo não seja alcançado pela função de apelo e advertência do tipo.
O erro de tipo exclui sempre o dolo, seja evitável, seja inevitável. Como o dolo é elemento do tipo, a sua presença exclui a tipicidade do fato doloso, podendo o sujeito, como veremos, responder por crime culposo.
Artigo 20 do C.P.: “O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei”. §1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
2.2- da absolvição pela relativização quanto a menoridade artigo 217-A;
O legislador dá espaço para uma política criminal bastante descompassada com a realidade social e possibilita, com isso, a punição de relações idôneas e dotadas de reciprocidade. Presumir de forma absoluta que a liberdade sexual de um indivíduo que possua de 12 a 14 incompletos tenha sido ferida, é o mesmo que admitir o distanciamento entre a realidade legal e a realidade fática. Desta maneira, a ciência jurídica perde todo seu sentido, uma vez que proíbe comportamentos socialmente admitidos.
Em consonância com o princípio da adequação social, uma conduta, ainda que formalmente subsumida ao tipo legal do crime não poderá ser considerada criminosa se estiver de acordo com a ordem social, isso porque, como se sabe, a intervenção penal não se presta a atingir o fim de proteção ao bem jurídico.
Nesse sentido, não se pode olvidar que o Direito Penal é a ultima ratio na proteção dos bens jurídicos e, se instrumentalizado de forma diversa, pode incentivar as mais absurdas e arbitrárias decisões.
Segundo Vicente de Paula 
 "Se há um consentimento justificado pela capacidade de discernir com a prática sexual, aliado a genuína satisfação do desejo, porquanto ausente a violência ou a grave ameaça, não há que se falar em desvalor do resultado, uma vez que não houve efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, não moldando-se a tipicidade material. Perceba a razoabilidade em admitir que o menor de 12 ou 13 anos que possui entendimento satisfatório da vida sexual, bem como os portadores de transtornos mentais, diante da comprovação de laudo técnico, possam dispor de sua liberdade sexual na essencial procura do prazer e da felicidade, seja de forma breve ou fruto de uma relação afetiva."
2.3- do afastamento da agravante por embriaguez preordenada; 
Não o que se falar na agravante do artigo 61, ll, "I", do codigo penal, pois o suposto réu não estava embriagado conforme alega as testemunhas de defesa que se encontravam junto ao mesmo no bar para maiores de 18 anos.
2.4- do afastamento do concurso material ; 
Não há que se falar em concurso material, devido a revogação do artigo 217-A do do código penal;
2.5- Tendo em vista a idade do réu na data dos fatos poderá haver a incidência da atenuante genérica do artigo 60, I do CPP;
2.6- da fixação da mínima de acordo com os critérios previstos no artigo 59 do código penal; Sendo o suposto réu, réu primário e de bons antecedentes com uma excelente conduta social, levando-se em conta o consentimento da suposta vitima, deve o suposto réu receber a menor pena e cumpri-la no melhor regime. 
2.7- da fixação do regime de cumprimento de pena menos gravoso; Devido a inconstitucionalidade do artigo 2º,§1º da lei 8.072/90 e assim a consequente aplicação do regime menos gravoso nos termos do artigo 33, §2º, "b" do cp.
3- DO PEDIDO
Por esses motivos a defesa requer a absolvição do réu com base no artigo 386, lll do cpp. 
Caso vossa excelência não absolva o réu a defesa requer o afastamento da agravente de embriagues preordenada, o afastamento do concurso de crimes e a fixação de pena e regime menos gravosos nos termos do artigo 59 do código penal.
Nestes termos
Espera-se deferimento.
Curitiba 29 de abril de 2014
Assinatura Advogado/ n° OAB

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