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Modelos Iniciais e Técnicas Básicas Profa. Monica Mombelli Psicologia das Relações Familiares Estrutura Familiar ; Conjunto invisível de exigencias funcionais que organiza as maneiras pelas quais os membros da família interagem, criando padrões transicionais que regulam o comportamento dos membros da família. ; Famílias Ö interações livres para variar; Ö tornam-se regulares, ou seja, pessoas usam apenas uma fração de comportamento disponível. Fronteiras Regulam a quantidade do contato. Regras que definem quem participa e como participa de cada subsistema. Função: proteger a diferenciação do sistema, possibilitando o funcionamento adequado das famílias. -------Fronteiras Nítidas Os membros do subsistema desempenham suas funções sem interferência indevida. Ao mesmo tempo admite contato entre os membros de um subsistema com outros. ………. Fronteiras Difusas A família gira em torno de si mesma. Excessiva comunicação e preocupação com seus membros. Não há demarcação clara dos subsistemas. Famílias emaranhadas. _____ Fronteira Rígida Restritivas e permitem pouco contato com sistemas externos. Comunicação difícil dos subsistemas. Famílias desligadas. Sistema conjugal Dois adultos que se unem com o propósito de formar uma família. Tem tarefas ou funções específicas e vitais para o funcionamento familiar. Fronteira nítida: que o proteja da interferência das exigências e necessidades de outros subsistemas. Fronteira rígida: stress conjugal pelo isolamento do subsistema. Fronteira difusa: intromissão dos filhos e parentes no subsistema conjugal. Subsistema parental Subsistema conjugal precisa se diferenciar para desempenhar as tarefas de socialização de uma criança, sem perder apoio mútuo. Subsistema fraterno É o primeiro laboratório social no qual as crianças podem experimentar as relações com iguais. No mundo dos irmãos as crianças aprendem a negociar, cooperar, competir. As fronteiras do subsistema fraterno devem proteger as crianças da interferência adulta, permitindo o exercício da privacidade e a existência de áreas próprias de interesse. Significado/função do SINTOMA Sintoma do paciente identificado tem influência estabilizadora na família. Resistência Famílias temem o que pode acontecer; Famílias resistem as mudanças – precisam ver que são benéficas; Resitência = prudência. Terapeutas encontrarão menos resistência se abordarem a família como parceiros, tentando ajudá-la a identificar o que a impede de se relacionar como gostaria, em vez de como peritos que dão conselhos e apontam falhas. Narrativas Familiares Organizam e explicam a história; Membros da família são contadores de histórias; Reconstrução de acontecimentos da vida em narrativas coerentes – membros da família conseguem empreender suas experiências; Terapia Narrativa – Michael White. Narrativas pessimistas tendem a impedir ação positiva. Gênero Como questões de gênero permeiam a vida da família? “Aspecto da identidade do homem e da mulher que qualifica os seus comportamentos marcados por expectativas transformadas em estereótipos que frequentemente regulam as relações sociais”. Papéis definidos Ö período social de transição Ö instabilidade e confusão no desempenho de papéis. Masculinidade e feminilidade são modos de agir, desatrelados do sexo, masculino ou feminino, são uma categoria da realidade social chamada gênero. Para o homem: Exercício do poder; Objetividade; Racionalidade; Dificuldade de envolvimento emocional e intimidade; Domínio do espaço público; Agressividade, conquista; Paternidade provedora; Aventuras extraconjugais. Tipo de família conhecida como patriarcal, legitima: Para a mulher: Submissão; Subjetividade; Emotividade; Afetividade, intimidade; Domínio do espaço privado, domesticidade; Docilidade, cuidado; Maternidade amorosa e cuidadosa; Fidelidade. Gênero e Terapia de Família e Casal Trabalhar com a evolução do conceito de gênero de acordo com as posições assumidas pelo casal em relação a ele. Cinco posições de gênero: ; Tradicional; ; Consciente de gênero; ; Polarizada; ; Em transição; ; Equilibrada. IMPORTANTE Conforme a posição que o casal se encontra, a organização da família e as relações entre seus membros apresentam características específicas, levando-se em conta que a partir delas se definem valores e crenças que motivam o orientam o comportamento de cada um. Tradicional A família apresenta os papéis complementares conhecidos: homem provedor, mulher cuidadora e dona de casa; mesmo trabalhando for a de casa a responsabilidade pelo lar é dela. Quando em terapia Ö sentimentos de desigualdade, sobrecarga, rigidez. Consciência de gênero Casal se apresenta questionando a distribuição de papéis, com clara percepção de que sua vivência é opressora, ou seja, não sentem-se confortáveis, mas não sabem como resolver. Mulheres Ö queixam-se socialmente da situação; apresentam-se zangadas; com restrição de afeto. Objetivo: causar perda afetiva nos homens. Polarizada Observa-se um constante e aberto desafio quanto aos papéis de gênero. São claras as divisões na família, as alianças de gênero ou coalizões. Sistema competitivo e organizado em torno destas competições. Transição Embora em conflito, espera-se conseguir diminuir ou mesmo eliminar os desequilíbrios que percebem. Ampliação e experimentação de novos papéis. Discussão das consequências das mudanças nas relações de toda a família, como cada membro é afetado. Equilibrada Possibilidade das famílias vivenciarem uma mutualidade na medida em que seus membros se livraram dos condicionamentos que os padrões tradicionais lhes impingiram. Cultura Ser sensível a diversidade cultural: conhecer e informar-se sobre o contexto em que seus clientes se inserem. Quando se deve trabalhar com as diferenças culturais e quando minimizá-las. Erro: patologizar as diferenças culturais. CIBERNÉTICA Estudo dos mecanismos de feedback em sistemas que se auto-regulam. Família: tendência a manter a estabilidade usando como feedback informações sobre o seu desempenho. Circularidade básica: um elemento tem efeito sobre o seguinte. Cibernética: metáfora útil para descrever como as famílias mantêm sua estabilidade. Ex.: Quando uma família continua funcionando como uma família coesa apesar de estar ameaçada por conflito ou estresse. Circuito de feedback: processo pelo qual um sistema obtém informação necessária para manter seu curso estável. Podem ser positivos ou negativos: efeitos que tem sobre os desvios em relação a um estado homeostático. Feedback Negativo Indica que o sistema desvia-se do alvo e quais as correções são necessárias para trazê-lo de volta ao curso. Feedback Positivo Informação que confirma e reforça a direção que o sistema toma. Pode ter consequências desejáveis ou indesejáveis, se não forem verificados seus efeitos reforçadores. Pode tornar-se um ciclo vicioso. Regras familiares: governam a variação de comportamento que um sistema familiar é capaz de tolerar; Mecanismos de feedback negativo: famílias empregam para impor regras (culpa, punição, sintomas); Sequências de interação familiar em torno de um problema que caracteriza a reação de um sistema a ele. Exemplo Família com baixo limiar para expressão da raiva: Marcos o filho adolescente, explode com os pais diante de sua insistência para que ele esteja em casa antes da meia-noite. A mãe fica chocada com sua explosão de raiva e começa a chorar. O pai responde deixando Marcos de castigo por um mês. Ao invés de reduzir o desvio de Marcos – fazendo sua raiva voltar aos limites homeostáticos -, este feedback negativo produz o efeito oposto: Marcos explode e desafia a autoridade deles. Os pais respondem com mais choro e castigos, o que aumenta ainda mais a raiva do filho. Desta forma o feedback negativo pretendido(choro e castigo), se torna um feedback positivo, por amplificar ao invés de diminuir o desvio de Marcos. Metacomunicação Comunicando-se a respeito de sua maneira de se comunicar, um processo que pode levar a uma mudança nas regras do sistema. TEORIA DOS SISTEMAS Definição de sistemas: complexo de elementos em interação. Todo sistema é um subsistema de um sistema maior. Teoria dos sistemas: aplica-se a qualquer todo constituído por elementos em interação. Desafio: enxergar além das personalidades e perceber os padrões de influência que determinam o comportamento dos membros da família. O comportamento de uma pessoa pode ser produto de seus relacionamentos. “Todo maior que a soma das partes” Perspectiva sistêmica: Não faria sentido entender o comportamento de uma criança entrevistando-a sem o restante da família. Mudar a perspectiva de indivíduo e passar a considerar a família como sistema significa MUDAR O FOCO DOS INDIVÍDUOS PARA OS PADRÕES DE RELACIONAMENTO. Exemplo: Uma mãe repreende um filho. O marido lhe diz para não ser tão dura e o menino continua comportando-se mal. ÖInteração observável diz como o sistema funciona. Sistema aberto: interagindo continuamente com seu meio. Equifinalidade: capacidade de atingir um objetivo final de maneiras diversas. CONSTRUTIVISMO SOCIAL Como a crença dos membros da família afetam suas ações e como as forças culturais determinam estas crenças. Terapeutas familiares: Jamais conhecemos o mundo como ele existe lá fora: tudo o que conhecemos é parte de nossa experiência subjetiva deste mundo. Olhar além do comportamento, para nossa maneira de perceber, interpretar e construir nossa experiência. Reequadrar: Reclassificar comportamentos para modificar a reação das famílias a eles. Foco é: explorar as suposições que as pessoas têm sobre seus problemas. Objetivo da terapia ERA: interromper padrões problemáticos de comportamento; PASSA A SER AJUDAR OS CLIENTES A DESCOBRIREM NOVAS PERSPECTIVAS DE VIDA POR MEIO DO DIÁLOGO. As pessoas tem problemas não apenas por causa das condições objetivas de sua vida, mas também por causa da interpretação destas condições. Importante: reconhecer como estes significados emergem no processo de conversar com outras pessoas. Terapia: desconstrução. BIBLIOGRAFIA NICHOLS, M.P. Terapia Familiar: conceitos e métodos. 7a. Ed. Artmed, 2007. Capítulo: 04_ Os conceitos fundamentais da terapia familiar.
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