relatorio final fund

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
Relatório Final – Avaliação Presencial 2 – 2015.2
INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como finalidade descrever o contexto em que se realizou o estágio supervisionado de Ensino Fundamental, disciplina do curso de Pedagogia da UERJ, modalidade semipresencial, realizado na Escola Municipal Rubem Arruda Câmara, situada no município de São Pedro da Aldeia, no estado do Rio de Janeiro. Do dia 10 de agosto ao dia 25 de novembro do ano de 2015.
A escola campo pertence à rede municipal de ensino e foi criada pelo Decreto 004/2002, no governo do prefeito Paulo Roberto Ramos Lobo. Na época, Buscava se atender a demanda pelo primeiro segmento da população das localidades próximas à Base, visto que a rede estadual se organizava de forma a atender apenas aos alunos do 2° segmento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Este instrumento é composto por quatro seções distintas: introdução, atividades realizadas, avaliação e conclusão. A primeira discorre sobre as finalidades do texto, apresentando também o contexto em que o estágio se realizou a fim de situar o leitor no tempo e no espaço, auxiliando, assim, sua compreensão sobre o mesmo. A segunda descreve todas as atividades que foram realizadas na escola campo no decorrer desta experiência. A terceira, por sua vez, faz uma síntese dos principais aspectos observados na instituição. E, por fim, na última parte, encontra se a conclusão, que encerra as ideias e análises descritas.
ATIVIDADES REALIZADAS
3.1. Atividade de Sondagem
A Escola Rubem Arruda Câmara pertence à rede Municipal de Educação de São Pedro da Aldeia. Esta unidade escolar foi fundada pelo Decreto 004 de 11 de Janeiro de 2002, no governo do prefeito Paulo Roberto Ramos Lobo. Na ocasião, a Rede Estadual se organizava de modo que atendesse somente o segundo segmento do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A comunidade do Morro dos Milagres e demais localidades, que contavam com as escolas estaduais começaram a ter dificuldades de matrícula no primeiro segmento do Ensino Fundamental. Os bairros próximos a Base precisavam de uma escola ampla que atendesse a grande demanda de educandos dessa região, uma vez que existia apenas a Escola Municipal Menino Jesus, que devido a sua infraestrutura, não podia suprir a demanda local.
Os discentes residem nas localidades próximas à escola e, em geral, chegam a pé ou de bicicleta, embora haja quem chegue de transporte escolar e veículo particular. É disponibilizado o ônibus escolar, material didático, merenda e uniforme, conforme prescrito na Constituição Federal, no inciso VII, de seu artigo 208: “atendimento ao educando no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. (BRASIL, 1988)
A clientela da instituição de ensino é pertencente à classe baixa, são filhos de pedreiro, profissionais autônomos, comerciantes, domésticas, etc. Portanto, a escolaridade dos responsáveis, em sua maioria, corresponde ao 1° segmento do ensino fundamental. Há muitos que são atendidos por programas assistenciais como Bolsa Família, possuindo precárias condições socioeconômicas.
O documento observado na escola foi apenas a portaria de autorização ou ato de criação da escola para oferecimento do ensino fundamental: Decreto n° 004 de 11 de janeiro de 2002. Quanto ao Projeto, o Regimento e os Manuais, houve incompreensão quanto ao que estava sendo pedido em tal atividade, por ambas as partes, não havendo tempo disponível para o esclarecimento de duvidas porque o prazo de entrega se apertara. Contudo, sabe se que a escola possui um Projeto, um Regimento escolar e um Conselho Escolar.
A relação entre os profissionais parece harmoniosa e cercada de cordialidades, não há referencias quanto autoritarismo ou assedio moral. Alguns desentendimentos surgem quando há trocas de lugares dos materiais, quanto aos afazeres de cada um, mas nada de muito significativo, que gere alguma consequência para o processo de educacional. Parece, no entanto, que os professores trabalham de forma desarticulada, ou seja, cada um planeja seu trabalho individualmente, não havendo comunicação entre as professores de português e matemática com a de ciências, geografia e historia, por exemplo. Mesmo no projeto, cada um desenvolve em sua área algo sobre determinado tema, não havendo uma integração verdadeira.
As diretrizes administrativo-pedagógicas são estabelecidas pela direção juntamente à equipe técnica. A equipe pedagógica é composta pela Supervisora e pela Orientadora Educacional. Os planos e projetos partem da SEMED para as escolas. Ao longo do ano letivo escolar, no entanto, a escola tem autonomia para implementar pequenos projetos que julga necessário.
Quanto à forma de gestão administrativa da escola, especificamente, assemelha se à democrática por causa da existência do órgão colegiado e também porque a escolha do livro foi efetivada coletivamente. Mas é difícil perceber a diretriz do colégio por via da sala de aula. As perguntas da avaliação a distancia 1 são respondidas por entrevistas rápidas ou por preenchimento das questões pela equipe gestora, o que não contribui para que o educando percebe claramente como a escola é administrada. É preciso ir “pescando” aqui e ali por meio dos acontecimentos escolares cotidianos. 
Ademais, a carga horária de 60 h e o status de estagiário não permite um aprofundamento maior nas ações desenvolvidas pela instituição educacional. Este período de experiência deveria ser para “meter a mão na massa”, participar ativamente, visto que a práxis é que gera conhecimento significativo e crescimento profissional, concomitantemente, transforma a realidade. Segundo Paulo Freire (2014, p.24)“A reflexão critica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode vir virando blá-blá-blá e a prática, ativismo.” 
3.2. Atividade de Observação
O espaço físico é amplo, as salas de aula são bastante arejadas. As carteiras são adequadas e estão em bom estado, assim como a conservação geral da escola. A instituição não parece sofrer com depredações ou pichações, pois os cartazes e demais atividades realizadas pelos alunos fica pendurada ou dispostas nas paredes. Dificilmente, alguma coisa é retirada do seu lugar.
A metodologia mescla tradicional e construtivismo, embora este último não seja um método e sim uma teoria a respeito da aprendizagem. 
A maior parte do processo educacional acontece dentro da sala de aula e é centrado na figura do educador. As carteiras estão, em geral, dispostas de forma enfileirada até próximo à lousa onde fica a mesa do “mestre”. Na alfabetização privilegia se a memorização das letras do alfabeto e as famílias silábicas, enquanto que na matemática, as contas prevalecem. Entretanto, valoriza se a interpretação subjetiva dos textos e a escrita espontânea. Há também os trabalhos em grupo, os jogos pedagógicos e os passeios culturais.
O tradicional, neste sentido, é observado na centralidade na figura do educador, no predomínio do ensino individualizado e de aulas expositivas, no uso prioritário do livro em detrimento de outros materiais didáticos pedagógicos e nos métodos de alfabetização. No entanto, há ruptura com as concepções tradicionais de leituras, nas formas de tratar o texto e no reconhecimento de que a escola não é o único lugar de difusão de cultura.
O tempo escolar está organizado em séries anuais onde há reprovação e repetência, sendo a prova discursiva o principal instrumento avaliativo utilizado na medição do conhecimento internalizado pelos educandos. A distorção série idade é pequena nos primeiros anos, isto é, no primeiro e segundo, sendo maior a partir do terceiro ano do fundamental. Em relação assiduidade, esta é controlada por meio do livro de frequência e por meio da justificação das faltas pelos responsáveis.Em alguns casos é acionado o conselho tutelar.
3.3. Docência Compartilhada
Tendo em vista os conhecimentos prévios dos alunos e os conteúdos trabalhados pela professora, além de algumas deficiências ou falta de entusiasmos para treinar algumas habilidades necessárias para o avanço da aprendizagem, selecionei dois jogos pedagógicos a fim de que eles pudessem desenvolver tais capacidades de forma lúdica e cooperativa. O trabalho coletivo, por sua vez, favorece o espírito de solidariedade, o ouvir, a oralização e a socialização das ideias, além de permitir que uns aprendam com outros. 
O primeiro plano de aula explora a adição, enquanto que o segundo a sílaba. As dificuldades maiores do segundo ano se encontram na matemática devido à abstração das ideias presentes nos livros didáticos, enquanto que da turma de alfabetização está na leitura e escrita, principalmente, na dificuldade de identificar a silaba. Por isso, para a turma de alfabetização propus o jogo silábico e para do segundo ano levei o bingo da adição.
AVALIAÇÃO
A instituição educacional possui uma boa infraestrutura, seu mobiliário encontra se em bom estado de conservação, assim como toda unidade escolar. Há carências, no entanto, de profissionais de apoio como: faxineiros, porteiros, inspetores e auxiliares de classe, o que dificulta, porém não impede o desenvolvimento da ação educativa.
A metodologia é mista, como foi dito anteriormente, o tradicional é percebido na organização das cadeiras enfileiradas, nas aulas expositivas, na centralidade na figura do docente, na relação com a família do educando, que, geralmente, comparece apenas para prestar “contas”, no predomínio de instrumentos avaliativos como provas e testes, etc. Paralelamente, tenta se priorizar o significado do enunciado, o trabalho com diversas linguagens, valoriza se a produção e a criatividade das crianças. Busca se a participação dos professores nos processos decisórios e a representação comunidade no órgão colegiado, etc.
A relação entre os profissionais é amistosa e cordial, não havendo grandes conflitos entre eles. A interação professor-aluno em algumas turmas é tensa, não por ausência de afetividade, mas por causa da indisciplina, que demonstra falta de consideração para com o educador. As crianças não sabem dialogar, insultam e agridem seus colegas por qualquer discordância de opinião. Isso demonstra a falta de atividades que fomentem estas habilidades, bem como a necessidade de mecanismos capazes de trazer as famílias para dentro do espaço educacional a fim de que estas se sintam parte integrante da equipe e coopere na educação desta nova geração.
Ademais, é perceptível a necessidade de se trabalhar mais os temas transversais relacionados ao respeito à diversidade. Precisa se resgatar e valorizar a cultura e estética dos afro-brasileiros a fim de diminuir a discriminação e o preconceito sofridos pelas crianças de pele mais escura na instituição. O mito fundador e da democracia racial ainda persiste no ensino, impedindo os profissionais de enxergarem os conflitos para além da dimensão pessoal. 
CONCLUSÃO
A escola campo estabeleceu a gestão democrática do ensino e esforça se para cumprir as diretrizes propostas pelas politicas educacionais. A carência de profissionais cria alguns impasses, mas não impede o desenvolvimento de uma ação educativa satisfatória. Os desafios a serem enfrentados, cotidianamente, pelo estabelecimento de ensino dizem respeito ao trabalho com a diversidade, a indisciplina e falta de comprometimento das famílias. Esses problemas vêm tentando ser resolvido por meio de repreensões, sansões e diálogos com a família, porém não tem surtido os efeitos esperados. A instituição de ensino precisa desenvolver projetos que fomentem nas crianças as habilidades necessárias para uma convivência solidária, compreensiva e respeitosa. À questão dos direitos humanos e da cidadania precisam ser enfatizados, assim como a temática racial, valorizando se a estética negra a fim de desconstruir preconceitos presentes no senso comum relacionado aos aspectos físicos, a cor e a cultura afro-brasileira. Ainda, precisa se envolver mais a comunidade e as famílias nas dinâmicas do cotidiano escolar tendo em vista sua cooperação futura nas mesmas e no seu comprometimento com o desenvolvimento de seus filhos, sobrinhos, netos, afilhados.
Referencia Bibliográfica
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal.
FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2014.
 
 
 
Os documentos observados na escola foram: Regimento Escolar do Município, Projeto Político Pedagógico e Orientações Curriculares, além de pastas com planejamentos. O Regimento Escolar serve para normatizar a concepção de Educação, a missão das Unidades Escolares, O Projeto Político Pedagógico, a organização escolar (administrativa, pedagógica, docente e discente), as atribuições dos profissionais das escolas, a representatividade (CEC), bem como as demais regras que regem o funcionamento das escolas.