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CASCAS Ana Paula Josyele Larrea Nelson Narciso FARMACOBOTÂNICA Cascas Casca é o conjunto de tecidos localizado externamente ao câmbio, nos caules e nas raízes. Casca inclui: Súber Felógeno Feloderma Floema *Em alguns casos dependendo do grau de desenvolvimento, o parênquima cortical primário e o periciclo. Desenho esquemático de uma casca adulta: Súber; Felógeno; Feloderma; Floema primário; Periciclo; Floema secundário Formação das cascas Existem três tipos de meristemas que são responsáveis pela formação do corpo primário de uma planta. Dermatógeno – dá origem a epiderme e seus anexos. Meristema fundamental – origina o parênquima cortical, a endoderme, o periciclo, o parênquima medular e os raios medulares primários. Procâmbio – dá origem ao floema primário e xilema primário, podendo ou não originar o câmbio fascicular. Cascas Primária Aquela que integra o corpo primário da planta é constituída: Epiderme; Parênquima cortical; Endoderme; Periciclo; Floema primário. Obs: O termo casca é empregado com maior propriedade quando se refere a casca secundária. Cascas Primária – Caule Caule de CIPÓ-CABELUDO (Mikania hirsutissima) Epiderme com seus anexos; Parênquima cortical; Endoderme; Periciclo; Floema; Câmbio; Xilema; Parênquima medular. Cascas Primária – Raiz Raiz de AGRIÃO (Nasturtium officinale) Epiderme; Parênquima cortical; Endoderme; Periciclo; Floema Xilema. Cascas Secundária Na estrutura secundária de caules e raízes, podemos considerar três etapas. Caule de estrutura descontínua (eustelo); Caule de estrutura contínua (sifonostelo contínuo); Estrutura de raiz (actinostelo). Caule de estrutura descontínua (eustelo) O câmbio fascicular inicia seu funcionamento formando para o lado de fora floema, e para o lado de dentro xilema. Na região dos raios medulares, surge o câmbio interfascicular, que se une pelas as extremidades com o câmbio fascicular. O cilindro central, em virtude do funcionamento dos câmbios, começa a crescer. Uma pressão exercida de dentro para fora tende a aumentar, formando a região da casca, um meristema secundário chamado felógeno. O crescimento do felógeno resulta na região mais externa do caule. O felógeno forma para o lado de fora da estrutura, súber, e, para o lado de dentro feloderma. Felógeno + súber + feloderma, formam à periderme. Felógeno e os câmbios funcionam ao mesmo tempo, fazendo com a que casca e cilindro central cresçam. O primeiro felógeno surge com maior frequência logo abaixo da epiderme. Sua atividade pode ser longa ou curta. Quando sua duração é curta, surgem felógenos cada vez mais internos. Em decorrência disto diversas peridermes aparecem umas sobre as outras e acumulando tecidos sem vitalidade. Este conjunto de peridermes e esses tecidos são denominados de ritidoma (do grego rhutidoma, que significa enrugado),explicando assim a forma das cascas. Região cortical; Floema; Raio medular; Xilema; Medula Caule de estrutura descontínua (eustelo) Estrutura sifonostélica descontínua ectoflóica Caule com estrutura contínua (sifonostelo contínuo) Tudo se passa de maneira semelhante ao caule de estrutura descontínua, exceto. Não existem raios medulares. Não há formação de câmbio interfascicular. Esta estrutura desde o inicio o anel meristemático é contínuo. Região cortical; Floema; Xilema; Medula. Caule de estrutura contínua (sifonostelo contínuo) Estrutura sifonostélica contínua Estrutura secundária de raiz (actinostelos) A diferenciação do procâmbio nas raízes, dá origem a xilemas dispostos em arco, localizando-se os floemas na aberturas desses arcos. O câmbio nas raízes é de origem secundária, originando-se por células parenquimáticas localizadas entre xilema primário e o floema primário. O câmbio em desenvolvimento possui forma de estrela. A medida que vai funcionando, este muda de aspecto tornando-se circular. A partir daqui o desenvolvimento é semelhante ao do caule. Câmbio fascicular + interfascicular. O felógeno aparece. Casca é formada. Estrut. Protostética radiada Região cortical ; Floema; Xilema Estrut. Actinostélica radiada medular Região cortical; Endoderme-periciclo; Floema; Xilema; Medula Caracterização Macroscópica das Cascas É habito inicia-se uma analise fazendo-se observações a cerca do aspecto global da amostra a ser estudadas. Forma; Dimensão; Aspecto da superfície externa; Aspecto da superfície interna, Aspecto da secção tranversal; Fratura; Odor e Sabor Esses item constituem características na identificação das casas. Forma A forma adquirida pelas cascas dependem muito da maneira como elas foram separadas dos caules ou das raízes. As cascas, quase sempre, são encurvadas para o interior da estrutura e dependendo do grau de curvatura, classificamos da seguinte maneira: A- Casca B - Casca C - Casca D - Cascas plana encurvada canaletada em canudo Dimensão Apresentam significado relativo. Dependendo do modo de como foram coletadas, podem ser maiores ou menores. CÁCARA-SAGRADA : quase sempre é encontrada em fragmentos de aproximadamente 1 cm². FRÂNGULA : se apresenta em fragmentos de tamanhos maiores de 3 à 4 cm comprimento por 0,3 à 0,5cm largura. Aspecto da superfície externa A superfície externa das cascas podem variar muito. Os principais tipos são: Liso: mostrando pequenas lenticelas. Irregular: exibindo fendas mais ou menos profundas. Estriado: presença de acúleos. Aspecto da superfície interna Podem ser finas ou grosseiramente estriadas. Ou podem se apresentar bastante fibrosas. Aspecto da secção transversal A secção transversal é observada com auxilio de uma lupa. Homogênea ou não. Regra: observa-se duas regiões de coloração distintas. Pode se observar peculiaridades, como pontos brilhantes, regiões mais claras ou mais escuras. Fratura Fratura fibrosa: quando na região da fratura aparecem feixes fibrosos. Fratura granulosas: quando na região da fratura aparecem pequenas saliências de ápice arredondado. Fratura nítida: é conhecida por lisa ou curta. Fratura folheada ou laminada: quando a região da fratura assume aspecto folheado. Fratura Esquirolosa: quando na região da fratura aparecem fiapos. A – Frat. Granulosa B – Frat. com máculos C – Frat.nítida (lisa) D – Frat. extern. Lisa e intern. Fibrosa E – Frat. Exter. Granulosa e intern. Fibrosa F – Frat. Extern. Maculada e intern. lisa. Odor e Sabor As características organolépticas são imprescindíveis na identificação de certos tipos de cascas. SASSAFRAZ : apresenta odor característico de safrol. CONDURANGO : predomina sabor amargo. Cascas tituladas como estas se não apresentarem odor e sabor característico devem ser descartadas. Caracterização Microscópica das Casas A analise microscópica das cascas é precedida da execução de cortes. Corte transversal; Corte longitudinal radical; Corte longitudinal tangencial. Corte transversal Regra: o corte transversal é o que fornece maior informações sobre a estrutura. A Farmacopeia Brasileira refere-se com maior ênfase a este tipo de corte. Uma casca, em secção transversal, apresenta as seguintes regiões: Periderma (constituindo de súber, felógeno e feloderma ou parênquima cortical secundário); Parênquima cortical primário; Periciclo; Floema primário e floema secundário. Súber; Felógeno; Feloderma; Parênquima cortical primário Periciclo; Floema primário; Floema secundário; Raio medular secundário; Região cambial. Desenho esquemático da casca Cortes longitudinais radiais e tangencias Permitem observar grupos de fibras ou de células pétreas longitudinalmente. Verificar a presença de bainhas cristalíferas. Diferenciar canal secretor e bolsas secretoras ou glândulas. Nos permitem visualizar raios medulares secundários (raios vasculares) em sua forma característica (quase sempre fusiforme). Podemos ver também células suberosas de face. 1- secção transversal 2 - secção longitudinal radial 3 - secção longitudinal tangencial Desenho esquemático tridimensional de elementos constituintes de casca AROEIRA Nome científico: Schinus terebinthifolius Raddi Família: Anacardiaceae Nome vulgar: Aroeira vermelha, Aroeira mansa, Cabuí, Fruto do sabiá... Sinonímia científica: Schinus aroeira Vell, Schinus mucronulata Mart, Schinus rhoifolius Mart, Sarcotheca bahiensis Turcz Cheiro resinoso lembrando terebintina Sabor adstringente e um tanto balsâmico Descrição macroscópica: apresenta pedaços curtos e enrolados em tubo, comprimento variável de 1 a 5 mm espessura, cor pardo-acinzentada, muito rugosa. Descrição microscópica: o ritidoma possui na parte externa periderme com súber bastante desenvolvido. O súber formado apresenta estreitas faixas de células de paredes grossas. Possui canais secretores largos e arredondados. É atravessada em quase toda a sua espessura por estreitos de raios medulares, formado de uma a três fileiras de células alongadas no sentido radial. A – B : São pedaços da casca mostrando a parte mais externas profundamente fendida (ritidoma) 1 - Canais resiniferos 2 - Pontas de fibras Região mais interna da casca. Canela- do- Ceilão Nome científico: Cinnamomum zeylanicum Nees Família: Lauraceae Nome vulgar: Canela-rainha, canela-de-tubo Sinonímia científica: Laurus cinnamimum L. Odor característico aromático Sabor é pouco adocicado, quente, muito aromático e agradável. Descrição macroscópica: apresentada no comercio em tubos ou canudos, podendo atingir até 1 m de comprimento. Sua superfície externa é de cor pardo-amarelada fosca. Descrição microscópica: desprovida de súber e de parênquima cortical. Sua secção transversal mostra periciclo misto e vestígio de parênquima cortical. Conjuntos de cascas em forma de canudos embutidos umas dentro das outras. 1 – Periciclo 2 – Floema frouxo 3 – Floema obliterado 4 – Raio medular 5 – Fibras 6 – Célula mucilaginosa 7 – Célula de óleo essencial Bibliografia OLIVEIRA,F., AKISUE, G., AKISUE,M.K. Farmacognosia Livraria Atheneu editora – 1991
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