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Figura 1: Esquema do Gerador de Van der Graaff. As cargas transportadas pela correia para o interior da esfera metálica são totalmente transferidas para ela acumulando-se em sua superfície externa. UNIVERISADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI Laboratório de Fenômenos Eletromagnéticos Prática 1 Engenharia de telecomunicações 24/03/2015 Subturma B Amanda Simões Abreu – 134550064 Andrêza Mara dos Santos – 124550036 Gabriela Silveira dos Santos Carletti – 094250043 Heloisa Carolina de Oliveira Bruno - 124550053 Laís Velame Silva – 134550040 ESTUDO DO CAMPO ELÉTRICO E ACÚMULO DE CARGAS ELÉTRICAS USANDO O GERADOR DE VAN DER GRAAFF 1. INTRODUÇÃO A eletricidade é uma área da física que se dedica ao estudo das cargas elétricas. Por meio das descobertas nessa área cientistas e engenheiros desenvolveram e aperfeiçoaram tecnologias que se relacionam a eletricidade, garantindo uma melhor eficiência e desempenho das mesmas. Em alguns desses trabalhos de pesquisa torna-se necessário a utilização de voltagens muito elevadas. Nesse sentido, o gerador de Van der Graaff tornou-se, então, um importante dispositivo para compreensão desses fenômenos eletroestático. O gerador de Van de Graaff é um dispositivo que armazena grande quantidade de cargas elétricas na parte externa de uma esfera que o compõe. Um gerador didático é formado basicamente por uma correia, polias, uma esfera metálica oca e um motor. A carga elétrica é gerada pelo atrito entre a correia e as polias movidas pelo motor. Essas cargas são levadas pela correia até a parte interior da esfera oca onde são capturadas e lhes são transmitidas (devido a diferença de potencial), tornando-a carregada. Assim, utilizando o gerador de Van der Graaff fenômenos como condutividade elétrica, distribuição das cargas, poder das pontas, efeitos do campo elétrico, linhas de campo elétrico e rompimento da rigidez dielétrica podem ser observados e analisados em laboratório devido ao acúmulo de cargas elétricas na superfície da esfera [1]. 2. OBJETIVO O objetivo do experimento consiste em entender como se dá a distribuição de cargas elétricas na superfície de um objeto metálico oco e analisar os efeitos do campo elétrico originados pelo acúmulo de cargas elétricas na superfície do mesmo objeto. 3. MATERIAL Gerador eletrostático com controlador de velocidade e esfera; Tiras de papel alumínio; Fita adesiva; Eletroscópio de folha; Lâmpada fluorescente; Algodão; Dois cabos de ligação; Torniquete eletrostático; Eletrodos; Cuba de vidro e base acrílica com dois isolantes de nylon com bornes; Frasco com sementes de grama Frasco com óleo de rícino. 4. PROCEDIMENTO As tiras de papel alumínio foram cortadas e fixadas pela ponta com fita adesiva na superfície externa da esfera. O gerador eletrostático foi ligado e regulado para uma velocidade alta de rotação do motor. Feito o experimento, o gerador eletrostático foi desligado e descarregado com a esfera auxiliar. As tiras foram retiradas e o eletroscópio de folha foi conectado na esfera. O gerador foi ligado novamente para que fosse possível observar o comportamento das lâminas de alumínio. Findo o procedimento, o gerador foi desligado, o eletroscópio foi retirado e a esfera maior foi descarregada pela esfera auxiliadora. Pegou-se o algodão disponibilizado, retirados alguns “fiapos”, que foram colocamos bem próximos à esfera do gerador, que foi novamente ligado. Observado o resultado, o gerador foi desligado e descarregado. Na segunda parte do procedimento, uma lâmpada fluorescente foi aproximada do gerador ligado. A lâmpada foi testada em várias posições em relação à esfera e, além disso, segurada em diferentes partes de seu comprimento. Os resultados foram observados e o gerador foi desligado e descarregado com a esfera auxiliadora. Em seguida o gerador foi religado. Uma aluna (Andreza), com os cabelos secos e soltos, colocou as mãos na esfera do gerador. Enquanto isso, segundo as orientações do professor, outras alunas aproximaram as mãos do cabelo da primeira aluna, sem tocá-los, para explicitar o efeito causado no experimento. O gerador foi desligado e descarregado. Na parte final do experimento, uma cuba de vidro com óleo de rícino e sementes de grama foi colocada sobre uma base acrílica com dois isolantes de nylon com bornes. Dois eletrodos foram colocados no frasco. Um cabo de ligação unia um eletrodo à esfera do gerador, enquanto outro cabo fazia uma conexão de fio terra inferior com o outro eletrodo. O gerador foi ligado e observou-se os resultados do campo elétrico. O experimento foi realizado mais duas vezes com eletrodos de formatos diferentes. 5. ANÁLISE DOS RESULTADOS A parte 1 do experimento consiste em ver a distribuição das cargas elétricas. Dessa forma, tiras de papel alumínio foram cortadas e, suas pontas foram fixadas na superfície da esfera com uma fita adesiva, que, após ligar o gerador, se afastaram da superfície da esfera em sentido radial. Isso ocorreu porque, ao ligar o gerador, cargas positivas foram geradas na correia em virtude do atrito com as polias, eletrizando a superfície da esfera, que, por sua vez, eletrizou as tiras de papel alumínio que estavam em contato com a superfície (eletrização por contato). Uma vez que a esfera e as tiras estão carregadas com cargas de mesmo sinal, tem-se a repulsão. A direção do campo elétrico é perpendicular à superfície da esfera, radial, apontando para fora do centro da mesma, pois, as cargas ali concentradas são positivas, e cargas positivas geram campo de afastamento. Um eletroscópio de gerador, teve suas folhas afastadas, indicando presença de cargas de mesmo sinal. Novamente, observou-se a repulsão das cargas de mesmo sinal. Em seguida fiapos de algodão foram aproximados da esfera. Quando o fiapo de algodão neutro foi aproximado da esfera que está eletrizada positivamente, os elétrons de condução fluíram do algodão em direção da superfície da esfera carregada. Isso deixou a extremidade do algodão mais próximo da superfície positiva carregado negativamente e a extremidade mais distante carregado positivamente, ou seja, ocorreu a polarização do algodão. A parte 2 do experimento trata do poder das pontas em acumular carga cargas elétricas. Esse fenômeno foi observado quando o torniquete que foi colocado no topo da esfera começou a girar após ligar o gerador. Assim, o torniquete foi eletrizado, acumulando cargas nas pontas o que possibilitou a formação de campos elétricos nas pontas do torniquete capazes de ionizar moléculas do ar próximas. Como as forças de repulsão entre as cargas positivas do ar e das pontas do torniquete são maiores do que as forças de atração entre as cargas negativas do ar e as cargas positivas das pontas do torniquete, isso fez com que o torniquete gire em torno do seu eixo no sentido oposto ao indicado pelas pontas. A próxima etapa do experimento consiste em visualizar o rompimento da rigidez dielétrica do ar. Uma lâmpada florescente foi aproximada da esfera metálica o que provocou novamente uma descarga elétrica transmitida pelo ar da esfera para a lâmpada, devido à diferença de potencial. A descarga aquece e vaporiza o mercúrio presente na lâmpada, além de aquecerem os eletrodos das extremidades das lâmpadas, os quais emitem elétrons. Esses elétrons se chocam com moléculas de gás de mercúrio contidas no tubo da lâmpada produzindo excitação e ionização dos átomos. Ionizados, os átomos do gás são acelerados pela diferença de potencial entre os terminais do tubo, e ao se chocarem com outrosátomos provocam outras excitações. O retorno desses átomos ao estado fundamental ocorre com emissão de fótons de energia correspondente a radiações visíveis e ultravioleta. A radiação ultravioleta ao se chocar com o revestimento fluorescente do tubo (fósforo) produz luz visível, o que fez com que a lâmpada fluorescente acendesse. Na última etapa, uma pessoa com os cabelos secos, ficou em pé sobre uma base isolada com as mãos em contato com a esfera do gerador. Ao ligar o gerador, pôde-se analisar que por condução eletrostática, os cabelos ficaram carregados positivamente, uma vez que a esfera possuía esse tipo de carga. As cargas positivas se deslocam para as extremidades do corpo, nesse caso, os cabelos e especialmente suas pontas. Dessa maneira, ocorre a repulsão eletrostática entre os fios, uma vez que eles estão carregados com cargas da mesma polaridade. Quando outra pessoa aproxima a mão, que está eletricamente neutra, do cabelo, ele é atraído pelo processo de indução. Por isso o cabelo arrepia ainda mais. A parte 3 do experimento trata da compreensão das linhas de campo elétrico. Dessa forma, as sementes de gramas formaram diversos desenhos de linhas de campo elétrico sobre o óleo de rícino conforme mudaram as formas dos eletrodos. Na figura 2 as linhas campo elétrico são semelhantes aos de um dipolo. Figura 4: Linhas de campo elétrico formadas a partir de sementes de grama sobre óleo de rícino similares as linhas de campo elétrico de um dipolo. Figura 3: Linhas de campo elétrico formadas a partir de sementes de grama sobre óleo de rícino similares as linhas de uma única carga puntiforme. Figura 3: Linhas de campo elétrico formadas a partir de sementes de grama sobre óleo de rícino similares as linhas de campo elétrico entre placas paralelas de sinais opostos. Na figura 3, são semelhantes a de uma única carga pontual. Na figura 4, observa-se a linha de campo elétrico entre duas placas de cargas postas. 6. CONCLUSÃO De acordo com o objetivo proposto e a partir dos resultados obtidos foi possível observar os efeitos do campo elétrico produzido pelo acúmulo de cargas em uma esfera metálica condutora. A distribuição da carga sobre uma superfície metálica condutora ocorre conforme o princípio de atração e repulsão das cargas, sendo que, uma vez que as cargas são de mesmo sinal, elas se repelem e se afastam o máximo possível, ocupando assim a maior superfície do corpo, o que permite as o maior distanciamento possível, como foi observado no caso do levantamento das folhas de papel alumínio e no afastamento das folhas do eletroscópio. Nas pontas há uma maior densidade de cargas do que no restante do corpo, motivo pelo qual fez o torniquete girar. Além disso, também pôde observar os desenhos de linha de campo elétrico de diferentes eletrodos com formados diferentes. Em todos constatou-se que as linhas de campo elétrico são perpendiculares a superfície, dando, assim, diferentes formatos de campo elétrico aos quais simulam um dipolo, uma carga puntiforme e entre placas paralelas de sinais opostos. Também observou-se o fenômeno da ruptura da rigidez dielétrica, que fez com que a lâmpada fosforescente ascendesse [2]. Portanto, a partir do dispositivo gerador de Van Der Graaff fenômenos importantes da eletricidade puderam ser observados e constatados. 7. REFERÊNCIAS [1] TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros: eletricidade e magnetismo. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.2. 529 p. [2] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: eletromagnetismo. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.3. 375 p.
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