Buscar

Estudo Dirigido - Sociologizando a Arte da vida - Daywangles Nascimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTUDO DIRIGIDO – Sociologizando a arte da vida de Bauman 
Por: Abenildo Daywangles do Nascimento 
“No que consiste a arte da vida?” 
 
Nos primeiros contatos com os estudos de Sociologia nos deparamos por um pedido 
para o desprendimento de valores pessoais e crenças culturais na hora de observar fatores e 
acontecimentos da vida em sociedade para que tenhamos uma visão totalitária, imparcial e 
exata sobre tudo que ali acontece. Pois, valendo-se desse pedido, a imaginação sociológica 
deve ser aplicada para a busca da realização social, desprendida dos julgamentos dos outros. 
Sendo a felicidade marca da realização pessoal, objetivo da vida das pessoas, por que 
teríamos de tomar atitudes pensadas no bem estar alheio? 
Essa automatização do mundo moderno realmente torna tudo tão pobre, tão chato. 
Ninguém é responsável pela existência de ninguém, então, não há necessidade da aplicação de 
“consultorias” no projeto de vida alheio. A arte da vida é trilhar nosso caminho, com nossas 
pernas, e saber que há necessidade de trilhar isso tudo sozinhos, mas não sozinhos num 
caráter desprendido da vida social, mas sozinhos com nossos valores, com nossas 
necessidades, com nossas competências. Abraçar um trabalho, um objetivo, e dedicar-se a ele 
nos faz mudar todo dia, essa reinvenção pessoal é marca dessa busca pela melhora, pelo 
aumento dos índices de endorfina e doses de adrenalina no córtex. A vida ganha mais 
movimento, mais prazer e mais cor ao ser pintada por si só. Um quadro pintado em coletivo 
expressa sentimento de uma só pessoa? Não. Esse trecho de Bauman ilustra bem a essência da 
dita arte da vida, 
Para apresentar em público um novo eu e admirá-lo no 
espelho e nos olhos dos outros, é preciso tirar o velho eu 
das vistas, nossas e de outras pessoas, e possivelmente 
também da memória, nossa e delas. Ocupados com a 
“autodefinição” e a“auto-afirmação”, nos praticamos a 
destruição criativa. Diariamente (BAUMAN, 2009, p. 
99-100, grifos do autor). 
 
Não há como dissertar sobre a arte da vida, depois de ter passado por essa resenha, 
sobre a luz da obra de Bauman e não fazer uma reflexão da minha vida. Filho de funcionários 
públicos e tendo sempre um bom desempenho escolar, tudo que meus pais queriam para mim 
era uma formação diferente da deles, que me desse retorno financeiro e estabilidade acima do 
nível que já tinha, sem depender de política ou subordinações. Prego batido e aos 17 anos, 
materializei, por pura pressão, esse desejo e ingressei na Escola Politécnica da Universidade 
de Pernambuco. Três anos se passaram e a infelicidade com o curso me adoeceu, não era 
aquilo que eu queria. O importante foi partir para a mudança radical da minha vida, confrontar 
meus pais e partir para a minha realização profissional, numa profissão que não tem tanto 
retorno financeiro e nem status como a de um engenheiro, mas que proporciona um nível 
estratosférico de felicidade me sinto mais eu sendo jornalista, a vida tem um ar de pop arte e 
não de tenebrismo de retrato barroco. Foi de uma destruição criativa que eu me permiti mudar 
de pele, largar mão de uma vida economicamente equilibrada para uma dose gigante de 
felicidade e de tinta na vida das pautas e opiniões.

Outros materiais