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Organizações sociais na vida moderna

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3 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE 
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO - CAC 
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO – DCOM 
GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO 
 
ABENILDO DAYWANGLES DO NASCIMENTO 
ANA CATARINA DE LIMA 
CAMILLA TEIXEIRA MACHADO ROCHA 
LETÍCIA CRISTINE DE BARROS GUIMARÃES 
MARCELA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO CRUZ 
MARCELLA CÉSAR DE ALBUQUERQUE FALCÃO 
 
 
 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS NA VIDA MODERNA 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE - PE 
2013 
4 
 
ABENILDO DAYWANGLES DO NASCIMENTO 
ANA CATARINA DE LIMA 
CAMILLA TEIXEIRA MACHADO ROCHA 
LETÍCIA CRISTINE DE BARROS GUIMARÃES 
MARCELA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO CRUZ 
MARCELLA CÉSAR DE ALBUQUERQUE FALCÃO 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS NA VIDA MODERNA 
 
 
 
Trabalho desenvolvido na disciplina de 
Fundamentos da Sociologia como parte da 
avaliação referente ao semestre 2013.1. 
Prof. Dr. Emílio de Britto Negreiros 
 
 
RECIFE- PE 
2013 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O homem é um ser social, sendo assim, faz parte de sua natureza a necessidade de 
relacionar-se com seus semelhantes através de interações sociais que dependem, por sua vez, 
da comunicação. É por meio dessas relações que ocorre a troca de experiências, levando ao 
surgimento de uma série de desdobramentos, como a articulação da sociedade em: 
organizações, interações e burocracias. As organizações, por exemplo, estabelecem um 
sentido central na vida da sociedade. Todas as entidades são, por essência, burocráticas e essa 
relação - formalizada por Max Weber - representou um importante estudo no campo 
sociólogo. Com a globalização e o advento da tecnologia, os padrões clássicos de organização 
das empresas se modernizaram. Hoje, as gestões encontram-se espalhadas na rede e na 
Internet; softwares e aplicativos auxiliam cada vez mais o processo de gerenciamento de 
dados e pessoas, fato que adaptou a teoria burocrática de Weber a padrões mais flexíveis e 
lucrativos de gestão. A seguir, serão abordados esses e outros tantos assuntos relacionados a 
eles, a partir de uma análise e síntese de algumas ideias de grandes sociólogos clássicos como 
Weber e Foucault. Serão levados em conta, também, aspectos como a estruturação da 
coletividade da organização social, as relações de poder e suas consequências e as emoções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1. TEORIAS DA ORGANIZAÇÃO 
 
Organização é uma estrutura formada por pessoas que, juntas - mas de modo impessoal -, 
têm a finalidade de atingir objetivos específicos. No séc. XXI, o papel que essas organizações 
exercem é fundamental e de bastante relevância em nosso cotidiano, visto que somos 
dependentes delas para realizar muitas ações corriqueiras. Se por um lado elas trazem diversas 
facilidades para o nosso cotidiano, por outro podem ser maléficas. Nós estamos submissos, 
muitas vezes inconscientemente, a vários tipos de organizações, pois elas têm o poder de dar 
ordens às quais nem sempre podemos resistir – como pagar impostos, acatar leis, etc. Mas, 
apesar disso, o desenvolvimento dessas organizações trouxe muitas consequências que se 
refletem em nossa vida atualmente, o que gerou uma série de estudos sobre o assunto. Os 
sociólogos Max Weber e Michel Foucault, por exemplo, analisaram e teorizaram sobre alguns 
modos de funcionamento das organizações, suas diferenças e os conflitos gerados por elas. 
Segundo Weber, toda organização de larga escala tende a tornar-se burocrática por 
natureza. Mas, para sistematizar tal interpretação, ele realizou diversos estudos sobre a 
burocracia. A palavra BUROCRACIA servia, inicialmente, em meados do século XVIII, para 
designar o domínio dos funcionários – o termo se aplicava mais especificamente aos 
funcionários públicos – de forma depreciativa. Entretanto, sabe-se que esse conceito expandiu 
ao longo dos anos e, hoje, refere-se às grandes organizações. Daí vem a associação que 
comumente se faz entre a burocracia e as organizações. Mas vale destacar também que 
atualmente, apesar de seu sentido ser bastante amplo, a burocracia ainda é vista por algumas 
pessoas como sinônimo de papelada e ineficiência. Por outro lado, alguns estudiosos têm um 
ponto de vista bastante diferente e consideram-na como a forma mais eficaz de administração 
e, logo, a forma de organização mais eficiente já inventada pela humanidade. A visão de 
Weber, porém, não leva a extremismos. Ele acreditava que, na modernidade, com o 
desenvolvimento das burocracias, a sociedade tornou-se mais racional - passou a deixar suas 
crenças em segundo plano e dar mais ênfase à razão, com a finalidade de atingir seus 
objetivos. 
As análises de Weber sobre a burocracia geraram, e continuam gerando, várias reações de 
outros estudiosos que, a partir de seus escritos, também analisaram o assunto e chegaram a 
diversas outras conclusões. As relações dentro das organizações, por exemplo, foram 
analisadas tanto por Weber quanto por outros estudiosos que poderiam, ou não, ir de encontro 
a seu ponto de vista. De acordo com um estudo de Peter Bleu sobre as possíveis violações no 
7 
 
imposto de renda (1963), foi através de relações informais que funcionários de uma mesma 
organização se mostraram mais responsáveis e com mais iniciativa. Muito mais eficientes do 
que quando seguiam as regras propostas formalmente. Logo, vai de encontro com a ideia de 
Weber, que acreditava nas relações formais – aquelas que seguem as regras - como prioridade 
dentro das organizações. 
O desenvolvimento das relações consideradas informais, porém, é algo inevitável na 
atualidade. Visto que é a única maneira através da qual os funcionários de uma empresa, por 
exemplo, conseguem trabalhar de maneira mais flexível, além de permitir que haja um auxílio 
ou consulta entre eles na realização de tarefas, o que pode render bons frutos – como a 
melhora na eficiência. E isso vale também para outros níveis da organização, lá no topo as 
relações pessoais podem ser consideradas mais importantes que as relações formais na tomada 
de decisões. Não se pode, porém, determinar se a informalidade beneficia ou atrapalha a 
eficiência dos indivíduos que fazem parte de uma organização. 
Outro estudo sobre a burocracia dialoga com as ideia de Weber e gera novas conclusões 
sobre o assunto em questão. O funcionalista Robert Merton, a partir do conceito de tipo ideal 
de Weber, detectou uma série de elementos da burocracia que poderiam prejudicar o bom 
funcionamento da mesma (1957). Ele nomeou esses elementos de “disfunções da burocracia”, 
que eram resultados do excesso de rigidez da burocracia – onde as regras são conservadas 
com um extremo rigor. Suas grandes preocupações eram: mesmo nos casos em que romper 
com as regras seria a melhor solução para a organização, seu cumprimento fosse exigido sob 
qualquer contestação; e que a adesão a essas regras pudessem ser priorizadas em detrimento 
das metas organizacionais. Merton previu que, em casos como esses, houvesse um conflito 
entre público e a burocracia. E concluiu que um dos pontos fracos da burocracia é justamente 
o fato de nem sempre se preocupar, de maneira adequada, com as necessidades de seu 
público, visto que existem muitos casos especiais em que a flexibilidade de certas regras seria 
a solução ideal. 
[SUA PARTE AQUI :D] 
 
 
 
 
8 
 
2. ESTRUTURAÇÃO E ANÁLISE DA COLETIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO 
SOCIAL: AÇÃO COLETIVA, REDES, GRUPOS E BUROCRACIAS. 
Entender as organizações sociais vai além da análise individualista, a coletividade dá 
margem e conforma nossas ações individuais em algumas estruturações: as redes, os grupos e 
as organizações burocráticas. 
Para iniciar sua descrição, temos que compreender o conceito de ação coletiva. Para a 
academia, a noção de ação coletiva é genérica e abrangente, referindo-se a diferentes níveis de 
atuação, dos mais localizados e restritos aos de um alcance mais universal na esfera pública. 
E, além do mais, tais açõesenvolvem uma estrutura articulada de relações sociais, circuitos de 
interação e influência, escolhas entre formas alternativas de comportamento. 
Redes sociais, no sentido amplo, referem-se a uma comunidade de sentido, na qual os 
atores ou agentes sociais são considerados como os nós da rede, ligados entre si pelos laços 
dela, que se referem a tipos de interação com certa continuidade ou estruturação, tais como 
relações ou laços que se estruturam em torno de afinidades/identificações entre os membros 
ou objetivos comuns em torno de uma causa. Exemplos desses agrupamentos ou comunidades 
são as redes de parentesco, redes de amizade, redes comunitárias variadas (religiosas, 
recreativas, associativismo civil, etc.), contendo ou não uma organização formal. São 
basicamente caracterizadas pelo processo de troca de recursos materiais ou emocionais entre 
os participantes, podendo ser uma rede formal (definida por escrito) ou informal (definida 
apenas pelas práticas). 
Considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas 
há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de 
identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. Estabilidade nas relações 
interpessoais e sentimentos partilhados de pertença a uma mesma unidade social são as 
condições suficientes. O grupo independe da proximidade dos seus componentes para existir, 
ele existe e é alimentado pelo sentimento de pertencer. Os indivíduos tem consciência de que 
fazem parte do grupo, pensam sobre si mesmos como parte dele e identificam-se com seus 
valores coletivos. 
E são várias as tipologias de grupos nos estudos da sociologia. Podemos ter grupos sociais 
como os de participação e de não participação, isto é, aqueles que temos vínculo ou não. A 
pertença ou não a determinado grupo será fundamental para determinar nosso comportamento 
9 
 
em relação aos outros, embora saibamos que se por um lado temos o direito de nos identificar 
ou não com algum grupo, por outro devemos fugir do preconceito e discriminação dos que 
estão em outros grupos. Além desses, podemos ter outros grupos como os de referência 
(positiva ou negativa), normativos e comparativos, todos servindo de norte ou parâmetro 
para nossas relações sociais. Nossos grupos de referência positiva na maioria das vezes são os 
grupos dos quais participamos. No entanto, podemos ter indivíduos que buscam aceitação em 
grupos que não pertencem, como adolescentes que têm amizades com jovens de mais idade e 
passam a imitar o comportamento em um período de crise de identidade e questionamentos 
tão comuns à adolescência. No caso da referência negativa, o mesmo é válido. A família que 
deveria ser positiva se torna negativa para o adolescente que deseja transgredir um conjunto 
de valores defendidos por sua família. 
Ampliando essa classificação, podemos pensar tanto nos grupos informais como nos 
formais. Pode-se dizer que os grupos informais são aqueles do qual que fazemos parte sem 
uma regra ou norma, necessariamente, controlando o pertencimento. Somos pertencentes por 
vários fatores do ponto de vista subjetivo, por motivos outros que podem não ser racionais ou 
por uma escolha aleatória. Um bom exemplo são nossos grupos de amigos, como na escola, 
no trabalho, no clube, no bairro em que moramos. Os grupos informais também podem ser 
entendidos como grupos primários, isto é, são pequenos e dizem respeito a relações entre as 
pessoas dadas por semelhança e afinidade, sendo que o objetivo último da relação é ela em si, 
e não um meio para se alcançar algo. 
Em contrapartida, os grupos formais são pautados pela alta racionalidade, e o indivíduo 
que a ele pertence está pautado por leis, por regras, por uma burocracia racional-legal, quando 
as relações sociais são mediadas por dispositivos contratuais, como em uma empresa, por 
exemplo. Os grupos formais também podem ser tomados por grupos secundários, pois são 
grandes e dizem respeito a relações entre pessoas por interesses em comum, sendo o objetivo 
último da relação a interdependência. As relações não têm o mesmo grau de permanência que 
nos grupos informais, já que as relações são apenas um meio para atingir um objetivo em 
comum. 
De acordo com Weber, as burocracias são o tipo mais eficiente de grupo secundário no 
objetivo de garantir a harmonia necessária para alcançar objetivos compartilhados. Porém, se 
pararmos para analisar, nossa vida cotidiana nos mostra que nem sempre, para não dizer na 
maior parte das vezes, nos lembramos da burocracia como um grande conjunto de 
10 
 
memorandos e protocolos sem fim que demoram, no mínimo, uma grande quantidade de 
tempo para nos levar a algum lugar. Então, partindo dessa premissa, como agregar a realidade 
da ineficiência burocrática com a visão de Weber? 
É necessário reconhecermos que Weber pensava na burocracia apenas em casos ideais e 
que, quando escreveu sobre a eficiência burocrática, a comparava com antigas formas de 
organização baseadas em práticas tradicionais ou no carisma de seus líderes. Nesse caso, as 
burocracias são mais eficientes. 
Segundo Robert Michels (Michels, 1949 [1911]), a oligarquia burocrática, onde o poder 
se concentra na mão de poucos indivíduos, que estão no topo da pirâmide organizacional, é o 
que bloqueia a melhora na performance da burocracia. 
Outros obstáculos para o melhor andamento do papelório são a desumanização do cliente, 
onde o procurador e os funcionários do sistema são objetivados, e a inércia burocrática, que 
ocorre quando as burocracias se desconectam da realidade e continuam a seguir um constante 
programa de ação, mesmo quando há uma mudança nas necessidades do consumidor. 
Há também a presença de fatores, proporcionais aos citados, freando o movimento do 
sistema. O tamanho da organização, exemplificando que quanto maior a organização, mais 
problemas ela apresenta; e a estrutura social, ilustrando o fato da existência de mais níveis na 
estrutura burocrática ser prejudicial à comunicação entre eles. 
Tantos problemas e críticas nos levam a pensar numa forma de superar a ineficiência 
existente na burocracia. A resposta está no ato de “enxugá-las”. Porém, como em todo 
processo, há um ambiente mais propício para o acontecimento dessa descentralização de 
informações. O ambiente organizacional ideal é formado por um conjunto de fatores políticos, 
econômicos e culturais favoráveis onde, ao tornarmos as burocracias mais achatadas e 
descentralizadas, com múltiplas linhas de comunicação, evidencias comprovam, enfim, a 
evolução do sistema. 
 
3. INTERAÇÃO SOCIAL 
 
O ser humano é por essência um ser social, ou seja, ele é o resultado das interações sociais 
que são as relações estabelecidas com outras pessoas face a face e guiada para o 
comportamento de outros homens, num determinado contexto social. Em outras palavras, para 
11 
 
que haja interação social é preciso que ocorra comunicação entre os indivíduos e uma 
mudança no comportamento da pessoa. É através dessa interação que as pessoas repartem 
suas experiências, atividades, costumes e até mesmo a própria cultura, passada através das 
gerações. Para que ocorra a interação social é necessário que ocorra o não isolamento dos 
indivíduos, ou seja, é preciso que exista o contato social, podendo ser de forma direta 
(pessoalmente com o outro ser) ou indireta (através das tecnologias recentes), para poder 
estabelecer a comunicação. 
Toda interação social depende do status da pessoa, dos seus papeis sociais e das normas. 
O status, de acordo com o conceito sociológico, faz referência às posições ocupadas pelos 
indivíduos nas interações, podendo assim uma pessoa assumir vários status, como mãe e 
aluna, e a junção de todos eles dá origem ao status geral. O status também pode ser 
classificado como adquirido, visto que depende das realizações do homem para possuí-lo, ou 
como atribuído, quandoindepende do esforço da pessoa. Já o papel social é uma 
conseqüência do status, pois à medida que as pessoas adquirem um status, elas vão 
desempenhando novos papeis sociais que representa uma ação, um comportamento, esperado 
daquele indivíduo. As normas regulamentam a interação social ao sugerir o que uma pessoa 
deve ou não fazer, sendo assim prescritiva ou proscritiva. 
São listadas três formas de interação social. A primeira é a interação como competição 
e como troca, e ela prega que uma interação para ter sucesso, requer que todas as partes 
envolvidas tenham suas necessidades de atenção satisfeitas. O revezamento da atenção é uma 
das normas básicas que regram uma conversa, mas, mesmo assim, uma competição sutil por 
atenção ainda faz parte de toda conversação. 
O professor de sociologia, Charles Derber, a partir de uma pesquisa utilizando 
conversas como objeto de estudo, concluiu que a conversação consiste em uma competição 
dissimulada por atenção, mas, se algum dos participantes não receber atenção, é bem provável 
que a interação cesse. A partir dessa forma de interação, surgiu uma teoria chamada teoria 
das trocas, nela, toda interação envolve troca de atenção e de outros recursos valorizados. A 
teoria das trocas acredita que durante as interações, ocorre troca de coisas que tem valores, 
sejam eles simbólicos, sociais ou materiais, e os interlocutores tentam se beneficiar com essas 
trocas. Pessoas que dão muito visam receber muito, e as pessoas que recebem muito, tendem a 
sentir-se pressionadas a dar muito numa interação, as coisas que são dadas podem representar 
um custo, e as que são recebidas podem ser vistas como uma recompensa. Quanto mais 
12 
 
recompensada for uma ação, mais tendência a ser repetida ela terá, e quanto mais repetida ela 
for, mais equilíbrio na troca ela tem a gerar, dando forma às estruturas sociais. 
Da teoria das trocas, obteve-se uma variante: a teoria da escolha racional, que tira 
um pouco o foco dos recursos que estão sendo trocados e coloca na maneira que as pessoas 
avaliam o custo e benefício de cada interação. Essa teoria é na verdade mais eficiente na 
explicação do que as pessoas devem fazer do que na explicação do que elas realmente fazem. 
Essas duas teorias são apropriadas para algumas situações, mas há muitos problemas com 
elas, pois nem todas as situações são generalizadas como elas pregam. 
Uma outra forma de interação é a simbólica. Nela, os indivíduos são ativos, criativos e 
auto-reflexivos, e criam significados e desejos no curso da interação social. Estão 
frequentemente engajados em uma representação de papel, tal como a do teatro, mas o palco 
são os espaços públicos, e a distinção entre o papel público e o selve “verdadeiro” do 
indivíduo é perceptível. Pode haver um distanciamento do papel em uma interação simbólica. 
Isso ocorre quando um papel é praticado contra a vontade do praticante, só por conveniência 
ou obrigação. Nesse caso, o ator social “finge” representar um papel, mas não se sente 
compromissado com ele. A comunicação não verbal também faz parte da interação simbólica. 
As expressões faciais, gestos, linguagem corporal e os sinais de status – indicadores visuais da 
posição social de outros indivíduos – adquirem significados a partir de contextos sociais e 
culturais e cumprem com o seu papel interacional. 
A interação e o poder estão diretamente relacionados. Essa relação consiste na terceira 
e ultima forma de interação social. Quando a interação acontece, os status das pessoas 
envolvidas estão divididos hierarquicamente, e o grau de desigualdade entre suas posições 
afeta o caráter da interação, esse pensamento faz parte da teoria da interação social do 
conflito. O poder em uma interação pode se apresentar como dominação, onde todo o poder 
de uma interação se concentra nas mãos daquele de maior status, deixando o outro, ou os 
outros sem quase nenhum poder, pode se apresentar como cooperação, onde o poder da 
interação é quase igualmente distribuído entre pessoas de diferentes status, e pode se 
apresentar como competição, onde o poder é desigualmente distribuído, mas em grau menor 
do que na dominação. 
 
 
 
13 
 
5. OS GÊNEROS DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES 
 
A teoria da burocracia formalizada por Max Weber procurou fazer um mapeamento de 
como se estabelece o poder nas organizações. Ele construiu um modelo ideal, no qual as 
entidades são caracterizadas por cargos formalmente bem definidos, ordens hierárquicas com 
linhas de autoridades e responsabilidades bem delimitadas. Entretanto, atrelou-se esse tipo de 
forma organizacional ao gerenciamento masculino. Apenas há algumas décadas atrás, os 
sociólogos consagraram os estudos a respeito da burocracia e com o aumento da cultura 
feminista desenvolveram estudos sobre as relações de gênero nas instituições da sociedade. 
 Os sociólogos se basearam na desigualdade dos gêneros dentro das organizações e na 
maneira como estas assim se formaram. Segundo eles, o crescimento do número de mulheres 
no mercado forçou o gênero feminino a realização de tarefas com baixa remuneração e 
atividades de rotina. No trabalho, elas ocupavam-se com cargos que permitiam apenas aos 
homens progredir em suas carreiras. Assim, cabia ao sexo feminino à realização de tarefas 
exaustivas e não valorizadas. Por conseguinte, as organizações modernas criaram campos 
dominados por homens e propícios a subordinação feminina. 
 Os dois principais enfoques sobre as mulheres e as organizações exemplificaram as 
perspectivas feministas liberais e radicais. Rosabeth Kanter analisou o posicionamento das 
mulheres nas corporações e concluiu que a exclusão é baseada na “homossociabilidade 
masculina” (a maneira como os homens se mantêm no poder excluindo as mulheres e as 
minorias étnicas das relações pessoais cruciais para as promoções). Sua visão, porém, não era 
pessimista. De acordo com a postura liberal de Kanter, aumentando-se o numero de mulheres 
a assumirem papéis influentes, os desequilíbrios seriam eliminados. Já a abordagem feminista 
radical de Kathy Ferguson apontava que as organizações modernas estavam contaminadas 
com padrões e valores de dominação masculinos. Para ela, a única solução eficaz ao sexo 
feminino seria o desenvolvimento de organizações feministas, baseadas em princípios 
diferentes dos masculinos. 
 Atualmente, todos os tipos de organizações demandam formas mais flexíveis, 
eficientes e competitivas de gestão. Qualidades como liderança, espírito de equipe, preparo e 
entusiasmo são cada vez mais valorizadas quando se deseja alcançar modelos hierárquicos 
suaves de gerencia. Acontece que, normalmente, tais características são atribuídas a 
14 
 
coordenação feminina, logo se torna cada vez mais perceptível o sucesso das mulheres na 
liderança das organizações como um todo. 
Existem, porém, abordagens que discordam esse ponto de vista como, por exemplo, a 
da socióloga Judy Wajcman. Ela afirma, em primeiro lugar, que a quantidade de mulheres no 
topo do poder é muito reduzida e que a grande maioria está concentrada no setor 
intermediário da gerência. Ainda assim, segundo ela, quando as mulheres conseguem alcançar 
os altos postos da gerenciais, adotam posturas administrativas masculinas e com o intuito de 
sustentar sua influência terminam enfatizando uma liderança agressiva e tomadas hierárquicas 
de decisões. Wajcman alega que as organizações são inteiramente marcadas pelo gênero. A 
cultura cotidiana das entidades ainda mantém as redes sociais e os laços informais de 
interação – cruciais para o progresso profissional ou para promoções- distantes das mulheres. 
De acordo com Judy Wajcman, as formas tradicionais de gerenciamento autoritário ainda 
estão muito presentes na sociedade. Apenas algumas características aparentes se 
flexibilizaram, entretanto o poder do sexo masculino sobre as organizações ainda continua 
muito presente. 
O modelo de burocraciade Weber perdurou durante muito nos mais diversos âmbitos 
das sociedades ocidentais. Mas a ideia weberiana de hierarquização extremamente rígida da 
autoridade e do poder, parece cair em desuso. Suas disfunções fizeram com que o rendimento 
das empresas fortemente hierarquizadas decaísse e as diferenças entre as empresas mais 
inovadas burocraticamente, tas quais as japonesas, ficassem explícitas. Ficou provado que a 
burocracia de Weber não era tão eficaz na prática quanto no papel, e que as organizações 
demasiadamente burocratizadas iam de encontro a fracassos internos. 
 As empresas japonesas há décadas, já diferem do modelo tradicional weberiano e, hoje 
em dia, inspiram empresas ao redor do mundo. Essas diferenças presentes no modelo japonês 
dizem respeito, principalmente, a questões de gerenciamento. São alguns dos aspectos 
divergentes dos de Weber: tomada de decisões de baixo para cima, sem formar a pirâmide de 
autoridade de weber; menor busca por especializações; segurança no emprego, havendo 
emprego vitalício; produções voltadas para o grupo, e não para indivíduos; fusão da vida 
profissional e privada, disponibilizando, além de salários, benefícios materiais. Inspiradas no 
sucesso oriental, nos anos 80 surgiram novas técnicas de gerenciamento no ocidente. A 
primeira corrente de gerenciamento é o GRH, gerenciamento de recursos humanos, a qual 
considera que a dedicação total dos funcionários de uma empresa é um fator determinante, 
estritamente ligado ao sucesso dela. Assim, toda a cultura organizacional da empresa deve ser 
15 
 
moldada de forma que seus funcionários se sintam bem, estimulados a trabalhar e gerar 
resultados positivos. 
 A segunda corrente, a cultura corporativa distinta, está ligada ao gerenciamento de 
recursos humanos. Para que seja criado um vínculo duradouro e verdadeiro entre o 
funcionário e a empresa e os funcionários entre si, constroe-se uma cultura organizacional 
extremamente particular. Cada empresa, assim, terá tradições e eventos com características 
próprias e peculiares. 
 Outras mudanças no âmbito das organizações, principalmente nas corporações 
empresarias, vêm acontecendo devido ao advento da tecnologia, a qual é fundamental e 
decisiva para o sucesso de uma empresa. A tecnologia da informação e a comunicação 
eletrônica permite que as organizações modernas se reorganizem em espaço e tempo. Ou seja, 
os locais e bens materiais não precisam ocupar o mesmo espaço físico, desde que seus dados 
estejam armazenados no mesmo local eletrônico. A partir de então, as empresas não se 
delimitam em estar em apenas um lugar, elas podem estar em qualquer parte do mundo, e 
podem ser acessadas por qualquer pessoa que tenha conexão a Internet. A mudança que a 
Internet trouxe ao mundo corporativo foi rápida e intensa. Além do surgimento das empresas 
virtuais, a rede agilizou o relacionamento entre fornecedores, distribuidores, produtores e 
todos os integrantes da cadeia produtiva. 
 A Ford é um exemplo de empresa que aderiu às novas tecnologias em busca de obter 
melhores resultados. Em 1996, aderiu a "intranet", e uniu os centros de pesquisa e 
desenvolvimento de novos modelos, num total de cinco unidades espalhadas em diferentes 
continentes. Assim, modificando seu espaço, reduziu o tempo que um projeto leva entre a 
idealização e a venda dos primeiros modelos. Obteve-se uma economia de US$ 2 bilhões no 
lançamento de um novo carro, o Mondeo. Além disso, com a implantação de uma Intranet, o 
custo no consumo de material de comunicação desapareceu, reduzindo em US$15 milhões o 
custo operacional. 
 A capacidade das novas tecnologias de transcenderem o espaço e tempo possibilitou a 
formação de organizações em rede. Muitas organizações deixaram de funcionar como 
unidades independentes, pois percebem melhores resultados ao trabalhar ligadas a uma rede 
de relações com outras organizações e empresas. São cada vez mais raras as organizações que 
conseguem sobreviver isoladas, sem fazer parte de uma rede, pois a partilha de informação, 
competências e conhecimento são essenciais. Devido às tecnologias, e a desimportância do 
16 
 
fator territorial, como já foi dito anteriormente, as organizações parcerias podem ser de 
qualquer canto do mundo. O fornecedor, a matriz, e as filiais de uma empresa, por exemplo, 
podem estar a qualquer distância. Vale destacar que, as franquias de uma dada empresa, são 
dirigidas por pessoas as quais não são diretamente empregadas pela matriz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
6. CONCLUSÃO 
 
 Faz-se importante assim, notar o contexto envolvido na trama das relações sociais dos 
indivíduos numa sociedade, a interdependência que faz os nós e os ligam. Papéis sociais 
diferenciam as funções de cada um na sociedade, as ações sociais são desempenhadas e as 
inter-relações são produzidas a partir dessa troca constante de materiais e sentimentos para 
saciar e completar os objetivos e anseios que nascem individual e coletivamente. Evidencia-se 
fortemente a presença do sentimento do pertencer, que dá sentido à existência em sociedade, e 
assim caracteriza os grupos sociais. O coletivo ganha importância e sobrepõe-se nas vontades 
e atitudes tomadas individualmente, ele margeia e pontua as condutas de ações, dita as leis e 
as estruturas que serão formadas, que, por conseguinte irão dar margem e sustentamento para 
a formação, e o mais importante que isso, o reconhecimento das instituições sociais e as várias 
e várias redes de relacionamento que existem e fazem a articulação acontecer. 
As formas de organização da sociedade foram e são objetos de estudos da sociologia, 
para atingir um objetivo coletivo a burocracia seria o agrupamento ideal de posturas a serem 
tomadas, a partir do modelo de tipo ideal postulado por Weber – onde na sociedade era 
funcional a vida planejada: ordens hierárquicas, cargos e papéis sociais são bem definidos e 
delimitados. Mas, confrontado com a faceta da burocracia como um conjunto memorandos e 
condutas rígidas e nem sempre seguidas e, muito menos realizadas, vemos uma brecha – ou 
uma falha – nesse protocolo e uma quebra desse modelo perfeito de sociedade. Ora, são vários 
os momentos e contextos que envolvem as interações sociais, que são a base fundamental para 
o desencadeamento da vida em sociedade, através da interação dos membros que nasce a 
expressão dos desejos e as viabilizações para suas realizações. A individualidade de certa 
forma é controlada e controla a coletividade através do poder de influência. 
 
 
 
 
 
 
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
SCHERER-WARREN, Ilse. Cidadania sem fronteiras: ações coletivas na era da globalização. 
São Paulo: Hucitec,1999 
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Cambridge University Press, 1996. 
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& 
Silveira, Rogério L.L. da (orgs.). Redes, Sociedade e Território. Santa Cruz do Sul: 
EDUNISC, 2005. 
STACHESKI, Denise. Mudanças na Comunicação Empresarial através da Internet e Intranet. 
Disponível em: < http://www.utp.br/agrp/agrp015.htm.> 07/agosto/2013> 
SILVA, Bruno. Organizações em Rede. Disponível em: 
<http://inovacaomarketing.com/2006/10/31/organizacoes-em-rede/> 07/agosto/2013> 
GIDDENS, Anthony. Organizações Modernas. In: Sociologia. Tradução: Sandra Regina Netz. 
4ª edição. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2005.

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